Mentira ou verdade?

Capítulo 13.
Mentira ou verdade?


Harry fitava o teto. Tentava achar alguma coisa que lhe explicasse o que estava acontecendo, alguma coisa nas falas do professor. Seu cérebro trabalhava muito rápido. Não estava dando certo, também, pois uma hora ou outra, Hermione aparecia na sua mente. Desistiu. Ajeitou a cabeça no travesseiro e tentou dormir, mesmo com os altos roncos de Rony.



Estava tudo branco, não pensava em nada. Algo apareceu, ou melhor, um lugar, indescritível. Não conseguia enxergar direito. De repente se viu em um lugar escuro, era como se estivesse lá. Via de alguém que estivesse lá. O lugar começou a se mover, rapidamente. Parecia uma floresta, havia várias árvores e arbustos, mas ainda estava muito escuro. Era como se estivesse vendo através de uma câmera que se movimentava rapidamente, como se estivesse correndo, por todo um lugar. As árvores passavam diante dos seus olhos. Tudo ficou branco novamente. Algo começou a se aproximar. Estava longe demais, e à medida que ia se aproximando percebia o que era. Chegou bem perto. Era um relógio... Ou melhor, um horário. Via-se 18h00min, em vermelho. Um zumbido ecoou... Tudo ficou branco novamente.

Harry acordou, e num impulso, se sentou. Estava ofegante e muito suado. Olhou o quarto em volta... Normal. Respirou fundo. Olhou para o relógio no seu criado-mudo, 08h15min. Deixou-se cair para trás, com a cabeça no travesseiro. Sua cicatriz latejava um pouco. Estava com medo. Não sabia o porquê, mas estava sentindo algo estranho dentro dele, um pavor. Não conseguia entender, havia sido um sonho totalmente sem sentido, mas de alguma forma lhe causava mal-estar. Seu pijama estava grudando nele. Trocou-se. O café começava ás 07h30min. Já havia perdido mais da metade. Resolveu não ir. Só desceu e se deitou no sofá. Não haveria aula, poderia passar o resto do dia deitado ali, somente pensando. Tentava entender o sonho que tivera. Não demorou e Rony chegou.

- Até que enfim você acordou. - Disse Rony andando até o sofá. Harry levantou e se sentou, dando lugar ao amigo.

- Estava cansado. - Ele escorreu um pouco pelo sofá.

- Novidades... - Harry olhou para ele. - Vão escolher o melhor aluno de Hogwarts, esse ano. Dumbledore acabou de nos avisar.

- Ooh... Não será novidade se for Hermione.

Rony concordou com a cabeça.

- A propósito, onde ela está?

- Hermione? Ela é monitora, e ficou encarregada de mostrar o castelo para os primeiranistas da Grifinória.

- Ela sozinha?

- Não. Alguns professores também foram. Já fez as pazes com ela, foi?

Harry balançou a cabeça negativamente e ficou pensativo por um tempo.

- Vou para a biblioteca! - Disse decidido, se levantando.

- Fazer o que lá a essa hora da manhã?

- Ler, estudar. Fazer alguma coisa. - Harry não falou mais nada. Passou pelo retrato e deixou um Rony intrigado para trás.

Passou por uns corredores. Muitos primeiranistas corriam de um lado para o outro procurando seus monitores. Muitos olhavam ao redor, encantados. Desceu algumas escadas. Passou por mais um corredor. Primeiranistas estavam virando o corredor e indo na direção dele. Viu metade de uma garota, meio abaixada. Parecia falar com algum menino. Ela se ajeitou, mas Harry não prestou mais atenção, muito menos viu quem era. Ela estava longe, e Harry queria ir à biblioteca, não ficar olhando garotas falarem com primeiranistas.

- Harry! - Aquela voz era conhecida.

- Olá, Érick! - Harry sorriu ao ver o garotinho se aproximando. Ele estendeu a mão e o novo amigo apertou. - Como vão as coisas? - Perguntou de bom humor. "Érick é da Grifinória. A monitora da Grifinória é..."

- Na paz. E você? Conseguiu a garota? - perguntou o garotinho animado. Eles estavam andando em direção ao grupo de primeiranistas que se aproximavam.

Harry riu com a pergunta dele.

- Estou desistindo dela - o sorriso logo se desfez.

- Hei cara. - ele deu uma tapa no braço de Harry. - Se liga! Você é Harry Potter!

Ele ia responder, mas viu alguém se aproximando. Não era um primeiranista, era alguém maior. O garoto levantou um pouco a cabeça, e foi subindo até chegar ao rosto de Hermione. Ele continuou andando. Parecia que tudo estava em câmera lenta. Ele passava por ela enquanto os dois se encaravam. Ele foi virando o rosto, olhou por cima dos ombros, e voltou a olhar para frente, voltando tudo ao normal.

- Eu vi isso. - Disse Érick de bom humor, abafando uma risadinha.

- Anh? Quê? - Harry estava atrapalhado. Olhou para o garotinho mais abaixo.

- Cara, você quase babou! - Érick riu.

- He-he-he. Engraçadinho... Um dia você vai fazer a mesma coisa.

- Nem vem! 'Tô fora!

Harry olhou para os lados. Só estavam os dois ali. Olhou por cima dos ombros e o grupo de primeiranistas estava virando o corredor.

- Não era para você estar com eles? - Harry apontou para os últimos alunos que viravam o corredor.

Érick olhou para trás.

- Para onde você vai? - Perguntou curioso.

- Biblioteca.

- Ah, então eu posso ir com você. Depois encontro com eles. - Disse sem dar muita importância.

- Não, é melhor você ir. Você pode se perder depois, e a culpa vai ser minha. Depois a gente se fala.

- Ok. - Respondeu o garotinho animado.

- Vai lá. - Harry bagunçou o pouco o cabelo dele. Érick fez um gesto positivo com o dedo e correu para o grupo.


"Princípios da Magia"; "Feitiços básicos”; "A evolução da Magia”; "Primeiro indícios de Magia no mundo trouxa".

Nenhum livro interessava a ele. Pegou o segundo da prateleira e se sentou. Era um livro azul escuro, e estava consideravelmente empoeirado. Assoprou e passou a mão pela cada. Abriu-o no meio. Jamps; Jigle. Foi para o começo do livro. Accidentte; Accio; Alohomora; Aparecium. Bombarda. Carpe Retractum. Desistiu. A maioria dos feitiços que via, já conhecia.

- Monitora, com licença. - Érick catucou-a. A garota se virou.

- Hermione.

- Ok. Será que poderíamos visitar a biblioteca? - Perguntou esperançoso. - Gosto muito de livros, e queria saber onde fica, o tamanho...

- Só um minuto, ...?

- Érick. – Disse o menino com entusiasmo.

- Ok, só um minuto, Érick.

Hermione foi até McGonnaggal e cochichou algo perto dela. A mulher balançou a cabeça positivamente, e Hermione foi até o garotinho novamente.

- Pronto, Érick. Vamos até a biblioteca. - Disse alegre. Ela se viu no lugar do menino. No primeiro ano também adorava livros.

McGonnaggal avisou a todos e se dirigiu à biblioteca, seguida do grupo.

Harry ainda olhava aquele livro de feitiços, agora, com mais atenção. Percorria o dedo em alguns nomes e olhava a descrição deles. Escutou a porta abrindo, e gente entrando. Olhou. McGonnagal entrava, seguida de vários alunos. Érick foi mais para frente, e conseguiu entrar logo. O garotinho olhava encantado para a biblioteca, seus olhos brilhavam. Era enorme. Percorreu o olhar em cada canto do lugar, mas também, parecia procurar alguém. Seu olhar encontrou o rosto de Harry. O garoto sorriu e foi até ele.

- O que está lendo? - Perguntou ao se aproximar do amigo.

Harry fechou o livro, marcando com o dedo a página que estava. Érick olhou.

- É um livro velho de feitiços que eu encontrei. - Respondeu sem dar muita importância.

Hermione foi uma das últimas a entrar no lugar. Estava feliz. Há tempos que ela não entrava ali, há tempos que não lia um livro dali. Um sorriso invadiu seu rosto. Prestava atenção em todos os cantos com atenção. Seu olhar bateu em dois garotos, mais ao longe, conversando. Harry sorria, enquanto Érick falava. “Será que poderíamos visitar a biblioteca? Gosto muito de livros, e queria saber onde fica, o tamanho...". Aquela conversa pouco tempo atrás com aquele mesmo garotinho veio à tona. "Não acredito nisso... Ele é amigo do Harry?".

- Ih, Hermione, caiu direitinho na do garoto.
- Não! Foi coincidência achá-lo aqui.

Ela tentava acreditar que não havia sido de propósito. Escutou a porta abrir, e logo em seguida fechar. Não viu quem era, continuou olhando os dois garotos, mais á frente, conversarem.

- Hermione é legal. - Disse Érick animado.

Harry sorriu e preferiu não responder. Deixou seus pensamentos sobre Hermione guardados com ele.


Harry se esqueceu de fechar a cortina ao se deitar na noite anterior, e foi acordado pelo sol que invadia sua cama. Noite tranqüila. Sem sonhos, sem cicatriz latejando, apenas a imagem de Hermione que invadia sua cabeça hora ou outra. Fora isso, a noite foi normal. Levantou-se e foi trocar de roupa. Rony roncava. Desceu para o salão comunal. Vazio. Foi logo para o Salão principal esperar o café da manhã. Rony chegou logo depois. Vagarosamente o lugar começava a encher. Todos comeram. Ao final, Minerva entregou para cada um a lista das matérias que poderiam cursar. Harry saiu logo dali, acompanhado de Rony. Os dois dias antecedentes dos sábados não teriam aula de DCAT, então não teriam que agüentar Snape. Dias tranqüilos, sem sonhos estranhos. O trio só ficou impressionado com a quantidade de deveres que os professores passaram. Triplicaram de um ano para o outro. No tempo livre, que Harry tinha, ia para a biblioteca e ficava o dia todo lá. O interesse pelos livros aumentou. Ele e Hermione nem se olhavam mais. As únicas pessoas com quem falava era Rony e Érick, que havia virado um bom amigo para ele, apesar da idade. Já havia marcado os treinos de Quadribol, para escolher a nova equipe.


Eram 08h14min. Harry acordou novamente atrasado para o café. Trocou de roupa rapidamente e desceu. Rony estava acabando de comer e Hermione conversava com Gina do outro lado da mesa.

- Bom dia. - Disse em aberto, e se sentou ao lado de Rony.

- Bom dia, Harry! - Disse Gina, alegre, se virando para ele. Virou-se novamente para Hermione e continuou a conversar.

- Ia, ‘Arry! - Respondeu Rony com um pedaço enorme de torrada na boca.

O garoto se serviu. Não se passou muito tempo para eles saírem dali. Por incrível que pareça, todos juntos. Harry em uma ponta e Hermione em outra, sempre separados por Gina e Rony. Eles estavam indo até o salão comunal. Passaram por uns corredores, e subiram escadas. Estavam atravessando mais um corredor.

Droga!, pensou Hermione após topar e derrubar o livro que segurava. Ela se abaixou e pegou o livro. Os outros três estavam virando o corredor.

- Ora, ora, ora... Potter, os dois pobretões... - Draco estava indo na direção deles e parou um pouco distante. Carregava Pansy com a mão em sua cintura e Crabbe e Goyle nas pontas. - Granger?! - Completou surpreso. A garota havia acabado de virar o corredor, ainda estava olhando para baixo, mas olhou rapidamente para ele, no susto. Ele soltou Pansy. - O que faz aqui?

- Eu estudo aqui... - Respondeu como se fosse óbvio.

O garoto ficou pensativo por um tempo.

- Hmm - Deu uma pausa - estou vendo que a queridinha Weasley não deu conta do recado. - Disse em tom de deboche.

- Recado? - Repetiu Hermione sem entender. Suspeitava o que era. Draco não deu importância.

Rony ia partir para cima dele, mas Harry colocou a mão na frente, ainda encarando Draco, que apenas riu antes de falar:

- Qual foi a desculpa que ela deu? - Perguntou em aberto. - Que foi sem querer? Vejo que os patinhos caíram direitinho.

Que eu estava de olho nela... Que havia sido um teste... Era mentira! Eu devia ter imaginado... Hermione ia morrer se eu não a tivesse segurado!. O cérebro de Harry trabalhava muito rápido.

Hermione parou. Ela estava certa... Sempre esteve certa. A Sra. Weasley realmente estava sob imperius, mas... enfeitiçada por Draco Malfoy? O que ele queria com isso?

Gina estava completamente parada, observando a cena e ele.

Harry estava se segurando para não bater nele, mas naquele momento já não agüentava mais. Num impulso pegou Malfoy pelo colarinho e o empurrou com força contra a parede.

Todos se assustaram no momento. Crabbe e Goyle já estavam com a mão em suas varinhas.

- Nana - nina - não. - Disse Rony.

Os dois olharam para frente. Rony apontava a varinha para Crabbe, e Hermione para Goyle.

- Paradinhos aí. - Mandou Hermione.

Os dois se assustaram e levantaram um pouco as mãos. Pansy virou-se para frente e pegou Gina apontando a varinha para ela também. O que ela ia fazer?! Que feitiço ia lançar?! Nem ela sabia. Fizera isso só para assustar. Pansy também levantou as mãos.

- A conversa é dos dois. - Lembrou Rony.

- Deixe... Meus amigos... Em paz! - Mandou Harry ofegante, entre dentes. Draco ainda exibia um sorriso malicioso no rosto.

- No mínimo foi você que salvou a Granger, não? - Draco não mostrava nenhum sinal de preocupação com a situação.

- Se quer saber, foi sim... - O garoto já estava com raiva.

Harry pressionava tanto o loiro na parede, que a manga da roupa dele subiu um pouco. Alguma coisa chamou a atenção de Harry. Havia uns poucos riscos escuros no braço de Malfoy. Harry afrouxou um pouco a mão e a outra ia em direção ao braço. Ele estava quase puxando a manga para ver o que era. Draco tirou, rapidamente, a mão dele dali e o empurrou. Harry deu um passo para trás e levantou a varinha, enquanto a mão de Draco ainda estava no bolso.

- Solte! - Disse Harry. Draco tirou a mão. - Vou repetir: Deixe meus amigos em paz, e não se meta na minha vida!

- Isso foi uma ameaça? - Perguntou Draco irônico.

- Entenda como quiser. - Respondeu seco. Harry se virou para sair.

- E se eu não fizer isso?

Harry se virou para ele novamente e disse simplesmente:

- Morre!

Draco riu.

- Você não tem coragem nem de matar um inseto. - Ironizou ele.

Todos observavam à cena, atentos. Rony e Hermione tinham as varinhas firmes, e Gina apenas assustava Pansy.

Harry o encarou um segundo. Levantou o braço, lentamente, para o lado direito, ainda encarando Draco. Ele abriu um pequeno sorriso no canto da boca. Seus lábios fizeram alguns movimentos antes de um jato de luz meio amermelhado sair da ponta de sua varinha, atingindo diretamente Goyle, que estava bem à frente de Hermione. O garotou voou, bateu na parede e caiu. Hermione arregalou os olhos assustada. Escutaram, logo em seguida, outra pancada. Viraram-se todos para o outro lado. Rony estava caído do outro lado, encostado na parede, e Crabbe com a varinha erguida na direção dele. Aconteceu tudo muito rápido e o único movimento racional de Hermione foi paralisar Crabbe.

- Rony! - Gritou Harry.

- Gina! - Gritou Hermione. - Ajude-o!

A ruivinha correu na direção do irmão. Hermione tomou a posição de Gina, e apontou a varinha para Pansy que estava mais assustada ainda.

Harry se virou para Draco, abaixou a varinha e pegou novamente o colarinho dele.

- Está inconsciente! - Gritou Gina examinando Rony.

- Fique longe de mim. - Disse Harry pausadamente e o jogou para o lado. Malfoy se desequilibrou e caiu no chão.

Harry se virou e andou na direção de onde havia vindo. Passou por Pansy e Hermione...

- Sinceramente, Potter. - Draco ainda estava no chão, mas se levantava devagar. Harry parou impaciente, mas não se virou. - Esperava mais de você... - o moreno se virou devagar e estreitou os olhos para o loiro que já estava de pé. - ... sonhando com uma Sangue-Ruim? - Ele olhou rapidamente para Hermione, que tinha uma expressão indecifrável, e depois se voltou para Harry.

Em apenas um segundo, Harry processou aquela informação. Olhou rapidamente para Rony, no chão.

- Eu mandei você não se meter na minha vida!

Ele estava partindo para cima de Draco, novamente. Sentiu algo lhe parando... Hermione havia sido mais rápida. Parou na frente dele, o impedindo de continuar, com a mão estendida em seu peito. Encarou-o rapidamente, séria, e voltou-se para Draco, com a varinha já apontada para ele.

- Ou me conta tudo que sabe, ou a Ala Hospitalar virará seu novo lar nas próximas semanas. Odeio gente que sabe demais.

Pansy estava livre, não havia ninguém apontando varinha para ela, mas a garota não conseguia fazer nada, estava assustada.

Draco encarou a expressão de raiva de Hermione. Ele ainda não havia tirado aquele sorriso malicioso do rosto. Olhou Harry por cima dos ombros da garota. Percebeu a situação. Ela não sabia de nada.

- Você já teve a oportunidade de me matar, mas não me matou. Não será agora que você fará isso. - Ele não estava preocupado.

- Eu cresci, Malfoy, junto com a minha vontade de fazer coisas que eu já devia ter feito há muito tempo. - Respondeu séria.

Aquilo foi suficiente para, rapidamente, retirar aquele sorriso do rosto dele.

- Pode começar a...

- Mas o que significa isso? - Hermione foi interrompida.

Todos se viraram. Encontraram uma professora Miverna eufórica e chocada com a situação que se passava.

- Uma mini-batalha no meio de um corredor? - Perguntou a mais velha, perplexa.

- Professora… eu posso explicar - Começou Harry indo na direção da mulher.

- É bom que saiba explicar isso na sala de Dumbledore. Levem os dois para a Ala Hospitalar - Disse apontando para Rony, caído no chão, e Goyle que estava se levantando -, e vão para a sala do diretor. - Ela prestou atenção em Crabbe. Apontou para ele. - Ele está imobilizado? - Perguntou sem acreditar.

Harry olhou para trás. Hermione estava abaixando a varinha e Draco parecia mais aliviado. A garota apontou a varinha para Crabbe.

- Finite Incantatem

McGonnagal fitou Hermione por um segundo, que tinha a cabeça um pouco baixa.

- Não esperava isso de você, Srta. Granger… todos, menos você. - Ela deu as costas para eles e saiu.

Harry foi na direção de Rony, o pegou nos braços e se dirigiu até a Ala Hospitalar. Hermione respirou fundo, guardou a varinha no bolso e se dirigiu à sala de Dumbledore, junto com os outros. Goyle disse que estava bem e foi para a sala do diretor também.

- Rony! Rony! - Harry tentava acordar o amigo no caminho, mas em vão. – Você pesa, sabia? - Reclamou ele e o ajeitou nos braços. “Ainda bem que você não escutou… um dia eu vou te contar, um dia…" - Pensou ele lembrando o que Draco havia dito. - Eu ainda mato aquele garoto!

- Desde quando virou assassino? - Rony estava abrindo os olhos.

Harry riu. O colocou no chão.

- O caso dele é diferente. Melhor você ficar por aqui. - Ele apontou para a porta da Ala Hospitalar. - Você não vai querer tem uma conversinha com Dumbledore.

- Ok. Obrigado, Harry. - Rony entrou.


Harry bateu na porta e entrou, ao escutar um ”Entre” . Apenas Hermione estava lá, sentada em uma das cadeiras. Harry se sentou na outra.

- Bom, Srta. Granger, eu acho que a única coisa a fazer agora é suspendê-la do cargo de monitora por algum tempo, até que coloque sua cabeça no lugar, como fiz com o Sr. Malfoy. - Dumbledore não estava satisfeito com a decisão, mas era o certo a fazer. - O distintivo, por favor. - Hermione o entregou. - Volte em duas semanas para buscá-lo.

A garota suspirou.

- Já esperava por isso. - Disse baixo. Ela se levantou e saiu.

- O Sr. não pode fazer isso! - Protestou Harry quando Hermione fechou a porta. - Ela é a melhor monitora desse colégio, e a culpa foi minha! - Harry não alterou o tom.

- Eu sei, Harry, eu sei. É uma ótima monitora e uma aluna exemplar. - Dumbledore deu uma pausa e olhou para a porta. Voltou-se para Harry. - Não precisa defendê-la. Ela também fez parte disso. - Harry não falou mais nada, poderia começar uma discussão. - Bom, uma semana de detenção…

- Duas! - Dumbledore olhou para ele perplexo. - E o Sr. devolve o distintivo de Hermione. Deixe-a fora disso, por favor.

- Harry, eu não posso fazer isso. Você cumpre sua punição e ela cumpre a dela. Como eu já disse, ela também fez parte disso.

- E enquanto aos outros? Pansy, Goyle, Crabbe…

- Já dei a devida punição. - Harry não estava satisfeito.

- Professor, por favor, Hermione estava… tentando me proteger.

Dumbledore suspirou.

- O que você acha disso, Srta. Granger? - Ele perguntou alto e fez um gesto com a varinha. A porta se abriu. Harry olhou para ele e depois se virou para a porta. Hermione estava lá, parada, sem saber o que fazer. Harry virou o rosto e fechou os olhos, tentando não acreditar que ela havia escutado tudo que ele disse.

- Errr, desculpe-me professor. - Ela se virou para sair.

- Lhe fiz uma pergunta, Srta. Granger. - Disse Dumbledore calmo. Ela se virou.

- O Sr. esta certo. Eu devo cumprir minha punição e o Harry deve cumprir a dele. - Ela deu uma pausa. - Volto em duas semanas para pegar meu distintivo. - E saiu.

Harry abriu os olhos e olhou para ele, ainda não acreditando naquilo.

- Bem, Harry. Você escutou. - Ele deu uma pausa. - Temos assuntos realmente importantes para tratar agora. - Ele ficou sério. - Vou lhe contar tudo que sei.


“Hermione! Ele não gosta de você! Contente-se com isso!”

- Eu me contento! Mas ainda acho isso estranho. - Falou para si mesma. - Vamos lá. Quando eu caí da vassoura ele foi o primeiro a ir atrás de mim...

“E isso faz com que ele goste de você? Ele só não ia deixar você morrer! Essa não conta.”

- Ta. Ok. Ele é diferente comigo. Faz brincadeirinhas...

“Hermione! Algo concreto.”

- Algo concreto? Ok... - Ela teve dificuldade de continuar e não gostou nem um pouco de ter se lembrado disso. - No casamento, o beijo! E o que o Malfoy disse...

“Agora sim. Estou começando a gostar.”

- Ele insistiu em pagar o vestido pra mim...

“Não precisa mais. O beijo já diz tudo. É... ele realmente gosta de você.”

- Isso era a última coisa que eu queria pensar. - Ela se ajeitou na cama. Puxou o cobertor e tentou dormir. Já estava bem tarde, mas ela não conseguia pregar o olho. Harry, Harry e Harry. Era o motivo da insônia.

- Eu vou falar com ele. - Disse decidida.

“O quê?! De onde você tirou isso? Enlouqueceu?!”

- De onde eu tirei? Não sei. E também acho que estou enlouquecendo. Quando criar coragem eu falarei com ele… E desabafarei tudo.

“Agora tenho absoluta certeza que enlouqueceu.”

Hermione fechou os olhos. Alguém abriu a cortina de sua cama.

- Você está bem, Hermione? - Perguntou Parvati sonolenta.

A garota olhou um pouco assustada para ela.

- Que susto! Ah, estou sim. Apenas falando sozinha.

- Ah, ok. - Parvati fechou a cortina e foi para cama.


- O que? Só você pode matar… V – Voldemort? - Perguntou Rony, tendo dificuldade de pronunciar a ultima palavra. Ele se ajeitou na poltrona do Salão Comunal.

- Foi o que Dumbledore disse. Só um pode sobreviver, de acordo com a profecia. E ele me explicou também como matá-lo. - Rony olhou para ele atentamente. - Tenho que destruir todas as Horcruxes.

- Destruir o quê?

- Horcruxes. Também tive dificuldade de pronunciar essa palavra. E elas são pedaços da alma de Voldemort que foram espalhadas pelo mundo. Sete Horcruxes. Tenho que destruir todas elas para conseguir matar Voldemort. Preciso achar o resto. - Harry olhou para o teto. Estava deitado no sofá. - E ele também disse que uma das Horcruxes pode estar aqui, dentro de Hogwarts.

- E, é lógico, que você só vai procurar essas Horcruxes quando sair do colégio e com a ajuda dos Aurores, não é? - Perguntou Rony duvidoso.

Harry ficou calado, refletindo.

- Harry...? Você não ta nem louco de fugir de Hogwarts! Não dê uma de Fred e Jorge, por favor.

- Não sei, Rony. - Ele suspirou. - Quanto mais cedo isso acabar, melhor. Vou começar a procurar aqui dentro, já. Dumbledore pode estar certo.

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N/A: 13º capítulo repostado, depois de muito sofoco.
=D
10 páginas de Word.
Pra quem não leu, ta aí.
Comentem, beleza?
Brigada para todos que comentaram, e peço pra quem continuem comentando. ^^
Ahh, comunidade da FIC que a Carlinha fez. ^^
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=29095723
Pra quem quiser entrar.
Beijooooooo!
Té mais.

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