Alex Granger.



Capítulo 17.
Alex Granger.


- É, só nós dois. E se tivermos sorte, poderá estar naquele livro. E quando o pegarmos, veremos quem é o garoto, e, se minha hipótese estiver certa, descobriremos o que tem no braço dela.

- Cara - Rony deu uns tapinhas no ombro dele -, você é um gênio!

Harry sorriu satisfeito.

- Vá acabar de comer, tenho que ir treinar. - Eles se despediram e cada um rumou para um lugar.




Aquele sábado amanheceu tranqüilo. Hermione desceu para tomar café junto com Gina. Rony e Harry já estavam no Salão Principal.

- Gina, avise para os meninos que eu não vou tomar café, tenho muita coisa pra fazer na biblioteca, ok? E, ah - a amiga se virou -, pega o Profeta Diário para mim? - perguntou Hermione enquanto passavam pelo buraco do retrato.

- Tudo bem.

Hermione tirou umas moedas do bolso e entregou à Gina. Agradeceu e cada uma tomou seu rumo.

- Onde está a Hermione? - perguntou Rony, quando Gina se sentou ao seu lado.

- Disse que não vem tomar café, porque tem muita coisa pra fazer na biblioteca.

- Justo no dia do aniversário dela? - perguntou Harry sem entender, e mordeu sua torrada.

A ruiva deu ombros.

- Vamos fazer uma festa surpresa para ela? - perguntou Rony vagamente sem olhar para nenhum dos dois.

O moreno e a ruiva olharam para ele.

- É uma boa. Harry? - Gina se virou para ele.

- Pode ser - respondeu ele após tomar um gole de seu suco. Escutou um barulho. Olhou para cima, para a janela. As corujas começavam a entrar, rapidamente.

Uma coruja passava rápido por cima da cebeça de todos. Por certo, procurava Hermione. Gina se levantou e num gesto rápido, segurou a pata da coruja e puxou o jornal do bico do animal.

- Ai! - ela puxou a mão rápido, de volta, após levar uma bicada. - É um pouco doloroso pegar o Profeta Diário para ela - se sentou novamente. Olhou a coruja, que já estava saindo do local. - Já que não quer as moedas, tudo bem - disse, para si mesma.

Os garotos levantaram uma sobrancelha, mas voltaram a comer.

- Pessoal... - disse ela depois de um tempo, mas teve dificuldade de continuar.

Os dois olharam para ela. Uma expressão de assustada, meio pálida e estática.

- ... acho que a festa surpresa não vai dar certo - ela levantou o olhar, lentamente, e mirou os dois.

Harry a encarou e franziu a testa. Puxou o jornal da mão dela, e o colocou em cima da mesa para Rony poder ler, também. Eles leram a matéria em silêncio. Harry levantou a cabeça, lentamente, não acreditando naquilo. Engoliu em seco. Rony olhou para ele depois de um tempo.

- Quem vai contar para ela? - perguntou, finalmente, com a voz fraca.

- Eu não sei, Rony. Acho que é melhor ela mesmo ver - respondeu Harry. Ele apoiou os dois cotovelos na mesa e passou as mãos no cabelo, nervoso, o bagunçando. Respirou fundo.

- E a mãe dela? - perguntou Gina, hesitante.

- No mínimo deve ter fugido - respondeu o moreno com a cabeça ainda baixa.

- Gina, você mostra o jornal para ela - mandou Rony. Ela apenas balançou a cabeça positivamente.


- Professor - disse Hermione colocando a cabeça para dentro do escritório dele -, posso entrar?

- Claro, Srta. Granger. Já estava lhe esperando - respondeu o diretor enquanto a garota entrava. Ele mostrou o distintivo em cima da mesa. - Todo seu.

A garota o pegou.

- Desculpe pelo que aconteceu, professor - lamentou ela.

- Ok, ok. Não quero que se repita.

Ela balançou a cabeça positivamente.

- Bom, eu já vou. Até logo, professor.

- Até logo, Srta. Granger - ela saiu e foi direto para o Salão Comunal. Já havia entregado a pesquisa do professor Adam.

- Hermione! - Gina se levantou rápido do sofá ao ver a garota entrando. Harry e Rony se viraram para olhar a cena, estavam jogando xadrez bruxo.

- Gina, agora não. Estou com pressa - disse ela passando rápido pelo sofá. Ela se virou. - Depois você me entrega o jornal, não se preocupe. - concluiu ainda andando, ao ver o jornal na mão da amiga, e subiu a escada do dormitório feminino.

Gina caiu para trás, no sofá, e suspirou.

- Vai ser mais difícil do que eu pensei - murmurou ela.

Os garotos voltaram a jogar.

Hermione entrou no quarto, se jogou na sua cama e fechou a cortina. Desenrolou o curativo. Estava normal, não doía quando tocava e não estava inchado. "Droga, começou a cicatrizar". Ela pegou o frasquinho com aquela gosma transparente. Não tinha ido para a biblioteca coisa nenhuma. Teve de ir para os campos de Hogwarts procurar por aquilo. O frasco era fino e tinha em torno de 10 centímetros de comprimento. "Seiva de Morphines", pensou.

- A planta mais carinhosa que eu já vi na vida - ironizou para si mesma. - Mortal e, ao mesmo tempo, inofensiva.

Abriu o frasco. Olhou para o braço mais uma vez. Respirou fundo e o virou em cima do corte.

Harry e Rony pararam o jogo. O moreno olhou rápido para a escada do dormitório feminino ao escutar um grito rápido de Hermione. "De novo não!". Ele se levantou rápido, jogando a cadeira para trás. Teria subido aquelas escadas de qualquer jeito, se não tivesse sido impedido por Rony.

- Você não pode subir ai! - disse ele o segurando.

Harry ia olhar para trás, para mandar Gina subir, mas viu apenas ela subindo em disparada as escadas. Rony o soltou. O moreno colocou as mãos apoiadas na parede, uma em cada lado da escada.

- Hermione! - gritou, nervoso.

Ela levantou a cabeça rápido ao escutar Harry a chamando, e o único movimento dela foi puxar rápido a cortina e trancar a porta com um balançar da varinha. Logo após escutando alguém se chocar contra ela.

- Hermione, abre essa porta! - mandou Gina, batendo na mesma.

- Se eu pudesse abrir, estaria aberta! Desculpe, Gina, mas não posso - gritou ela, e voltou a atenção ao corte.

A gosma que antes cobria o corte, simplesmente sumiu. Uma leve luz branca o envolveu e voltou tudo ao normal no braço dela. Não doeu como no dia que ela cortou, mas ardeu um pouco. Já estava acostumada com dores mesmo, uma a mais não fazia diferença.

- Harry, ela não quer abrir! - gritou, novamente, a ruiva, lá para baixo.

- Hermione, eu vou ai! - ameaçou ele.

Rony riu.

- Como? - perguntou divertido.

- Dou um jeito - respondeu, sério, sem encará-lo. Olhava para a escada.

- Tenta, então - desafiou Rony, voltando a se sentar.

Harry suspirou, desistindo.

- Gina, use o Alorromora.

Ela tirou a varinha.

- Como?!

- Alorromora! Aponte para a porta e diga o feitiço.

- Gina, não! - gritou Hermione dentro do quarto, indo até a porta. - Estou grudada na porta, e... esse feitiço causa uma explosão, e pode me machucar!

- Não é, Gina! Apenas destranca a porta!

- Gina! Por favor...

- CALEM A BOCA! - gritou levando as mãos à cabeça, irritada. Harry parou, e Hermione se assustou. - Harry, Hermione não quer abrir a porta, eu não posso fazer nada! Hermione, se não quiser abrir, tudo bem! Que saco! - ela guardou a varinha e desceu, ainda irritada. Passou por Harry e se jogou no sofá. - Eu desisto!

Hermione respirou fundo, aliviada, e voltou para a cama. Cobriu o corte, novamente, guardou o frasco e desceu.

- Satisfeito? - perguntou ela quando apareceu na escada.

- Até que enfim - respondeu Harry dando espaço para ela passar. - O que você fez dessa vez? - ele cruzou os braços.

- Nada do interesse de Harry James Potter - ele ia começar a falar. - Não se preocupe, estou bem. Agora eu tenho que ir. Tenho coisas para fazer - ela passou pelo buraco de retrato, antes mesmo de pegar o jornal com Gina, e sumiu.

- Ok, agora se me permitem, eu vou dormir - disse Rony se levantando. - Madruguei de novo.

- Nada disso - Harry o segurou quando ele ia passar. - Precisamos conversar.

Durante toda a tarde, até o começo da noite, Hermione estava sumida. Não apareceu no jantar. Harry já se encontrava no seu quarto, revirando o malão. Já havia encontrado a capa de invisibilidade. Procurava a roupa de treino que a Sra. Weasley o havia dado de aniversário. Achou. Outra coisa veio junto. Aqueles colares. Estavam colados. Os olhou por um tempo e colocou os dois no pescoço. Trocou de roupa, pegou sua vassoura e a caixa de madeira, onde se encontrava o pomo, e desceu. O campo estava meio escuro. Iluminado apenas pelas fortes luzes que vinham do castelo. Ele foi até o centro do campo e colocou a caixa no chão. Abriu-a e soltou a corrente que segurava aquele pequeno objeto. O pomo abriu as asas e voou. Era praticamente impossível vê-lo. Quando finalmente conseguia achá-lo, ele sumia de vista. Harry subiu na vassoura e flutuou. Deu uma olhada ao redor para ver se o achava novamente. Voou rápido na direção dele, ao encontrá-lo.

Hermione havia acabado de chegar no Salão Comunal. A biblioteca fora o lar dela durante toda a tarde. Procurou lá, em vão, o livro que havia achado a seis anos atrás. Ela tinha um pedaço de pergaminho velho na mão. Sentou-se em uma das cadeiras e colocou a pilha de livros que segurava, em cima da mesa. Fixou o olhar naquele pergaminho. Lia e relia várias vezes. Os ingredientes, o modo de preparo, a possível conseqüência e o resultado. Parecia tudo tão fácil, mas para ela estava se tornando quase impossível. Estava completando 17 anos naquele dia, mas a preocupação com aquele simples pedaço de pergaminho, fazia ela se esquecer do próprio aniversário. Desistiu de lê-lo. Subiu, o jogou no malão de volta e desceu para fazer todos os deveres acumulados.

Já passava das 9:30 da noite. Harry continuava treinando arduamente. Depois de todas as tentativas frustrantes de pegar o pomo, ele nem sequer tinha conseguido tocar no pequeno objeto voador. Era muito rápido e, por um momento, pensou em desistir.

- Não dá! - disse ele pra si mesmo, desistindo, e parando no ar. - É muito rápido - ele olhou em volta, tentando achar novamente o pomo. Balançou a cabeça negativamente enquanto suspirava, como se quisesse pegar aquele pomo de qualquer jeito.

O moreno subiu mais um pouco. O achou. Mergulhou rapidamente na direção dele. Sua vassoura era rápida, mas não tanto quanto o pomo. Harry conseguia seguir o pomo, só não pegá-lo. Passavam perto do chão. Harry se jogou. Sua mão pegou o vento e ele caiu no chão, rolando. Parou. Sua vassoura caiu perto dele. Pegou a vassoura novamente, montou, e foi atrás do pomo de ouro.

Hermione fazia um dever de Herbologia. Não estava nem um pouco afim de responder as diferenças e semelhanças entre a Cascateira e a Casqueira, sendo respectivamente uma flor gigante, e o animal que nascia dessa flor. Ela colocou o pergaminho de lado e pegou o livro que estava no topo daquela pilha. Ela ia começar a fazer outro dever, de Transfiguração, se não tivesse escutando alguém entrando no Salão. Olhou para o buraco. Gina entrava, apressada. Carregava o jornal na mão.

- Até que enfim te achei - ela mudou a expressão do rosto, passando a ficar meio apavorada e inquieta. A ruiva parou perto da mesa. Encarou Hermione. Deu uma última olhada naquele jornal e colocou, com a capa para baixo, na ponta oposta da mesa que Hermione estava. - É melhor você ler logo - concluiu Gina, ainda apavorada.

Hermione a encarou, sem entender. A expressão da ruiva não estava nada boa e deixou Hermione intrigada, sem saber do que se tratava.

- Ok - respondeu meio hesitante.

Gina se sentou no sofá e esperou.

Hermione voltou a atenção para o pergaminho em branco que se encontrava na sua frente. Ela encostou a pena nele, para começar a fazer o dever de Transfiguração, mas a curiosidade para saber o que tinha naquele jornal não deixou. Largou a pena e se levantou lentamente. Pegou o jornal e se sentou. Olhou para a amiga uma última vez e o virou.

[N/B: Música, pra quem quiser acompanhar. http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?param1=homebusca&check=musica&busca=Disappear
'Disappear' de Hoobastank. Eu não escutei a música, a opinião é do Beta]


Harry ainda voava desesperadamente atrás daquele pomo. Em nenhuma das tentativas saiu vitorioso. Já estava ficando irritado. Mergulhou mais uma vez na direção dele. Acompanhava cada curva que ele fazia. Mais uma vez se jogou. Dessa vez chegou mais perto, conseguiu tocar, mas o pomo escapou de sua mão. Novamente caiu no chão, agora de um altura um pouco maior. Se continuasse daquele jeito poderia acabar se matando! Ele parou de rolar. Deu um soco no chão, pegou sua vassoura novamente e levantou vôo.

Hermione já havia olhado a fotografia da primeira página e já estava lendo a matéria. Na foto tinham várias casas, todas em pedaços, completamente estraçalhadas. A medida que Hermione passava uma linha, ela ficava mais confusa. Sua mente dizia desde o começo a mesma coisa, mas ela não queria, não podia acreditar! Não podia ser possível, não com ela. Seus olhos começaram a encher D’água e ela sentiu algo como se estivesse puxando seu umbigo. Passava mais linhas, e as lágrimas agora já eram inevitáveis. Ela ainda demorou um pouco para acabar a matéria, não pelo fato de ser grande, mas pelo fato de não conseguir mais ler devido ao choro, que agora, já estava forte. Ela soluçava e ofegava, tentava não acreditar naquilo, dizia pra si mesma que era um pesadelo, mas não era. Era a realidade. O pai de Hermione Granger estava morto.

Londres é atacada.
Suspeita-se que Aquele-que-não-deve-ser-nomeado foi o responsável por tudo isso. Casas foram destruídas, pessoas foram mortas e o caos foi espalhado pela cidade no último sábado. Ninguém sabe um motivo certo do ataque. Os aurores não conseguiram chegar a tempo para evitar a destruição. Algumas pessoas conseguiram sobreviver, e uma delas disse que conhecia o corpo que fora encontrado. O homem não tinha nenhum machucado aparente, ou algo que conseguisse dizer como ele morreu. Era conhecido com Alex Granger, trouxa, mas com ligação com o mundo bruxo. O Ministério informou que a única filha dele estuda na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, seu nome é Hermione Granger, bruxa. Apenas o corpo dele foi encontrado, em frente a sua casa, que estava completamente destruída. E agora fica a pergunta: Será que foi apenas um aviso? Será que foi apenas o começo de ataques contínuos? Será que o pequeno Harry Potter tem ligação com o que aconteceu?
Mais fotos na página 3.


Ela releu aquela matéria com muita dificuldade. Parecia que haviam duas cachoeiras nos olhos de Hermione.

- Meu pai... está... m-morto! - ela bateu na mesa.

Gina engoliu em seco. Se levantou e foi para o lado dela.

- Eu sinto muito, Hermione - disse ela com a voz um pouco fraca.

A morena olhou para cima, se levantou e a abraçou. Passaram um tempo daquele jeito. Hermione se soltou e tentou para chorar.

- Será que podia me deixar um pouco sozinha? - perguntou ela encarando a amiga.

A ruiva apenas balançou um pouco a cabeça, assentindo, e subiu em silêncio.

Já se passava das 23:00. Harry sorria satisfeito enquanto ia em direção ao vestiário. Estava um pouco arranhado, mas levava na mão aquele pequeno objeto voador. Sim, ele conseguiu pegar o pomo, depois de muito tempo. Pegou a capa de invisibilidade e subiu para o Salão Comunal.

A cadeira de Hermione já se encontrava no chão, junto com todos os livros que estavam em cima da mesa. O jornal com a matéria queimava nas chamas da lareira. Ela estava em pé atrás do sofá, com os dois braços esticados, apoiados no encosto do mesmo. Ela mirava o chão. Ainda chorava muito. Para a surpresa e, ao mesmo tempo, alegria dela, ninguém apareceu lá em baixo para saber o que estava acontecendo. Ela escutou alguém chegando pelo buraco do retrato. Ela ia começar a gritar para que a deixassem em paz, antes de virar. Sua boca rapidamente fechou ao ver Harry tirando a capa de invisibilidade e olhando um pouco para o chão. Ele levantou a cabeça e parou. Deu uma olhada rápida no local e seu olhar parou no rosto de Hermione. Estava vermelho, o cabelo bagunçado e o olhar vazio. Engoliu em seco. Ela não pensou duas vezes. Deu um passo... dois... acelerou... até um ponto de começar a correr e Harry sentir apenas o impacto dela sobre seu corpo. Ele a abraçou por cima dos ombros, enquanto ela o apertava as costas e mantinha sua cabeça um pouco abaixo um ombro dele. Ele era a única pessoa que Hermione queria estar nesse momento. Queria abraçá-lo, sentir aquele corpinho quente que ela não sentia a muito tempo, sentir o cheiro dele, receber o carinho que ele tinha para dar naquele momento. Era tudo que ela queria... não para fazer passar o que aconteceu, mas pelo menos aliviar a situação. Amava aquele garoto, e ele era a única pessoa que um dia poderia fazê-la feliz. Mesmo quando eles estavam brigados, ele a fazia feliz de qualquer jeito, pelo simples fato de estar vivo.

- Meu pai, Harry... meu pai - disse Hermione chorando meu peito do garoto.

- Eu sei, Mi... eu sei - aquele nome, se tivesse sido dito em qualquer outra hora do dia, teria aberto um sorriso enorme no rosto dela. Fazia muito tempo que ela não escutava Harry dizer: "Mi". Mas naquele momento nada conseguia fazer ela parar de chorar, ou simplesmente abrir um meio sorriso.

"Cuide bem da garota. Você ama ela, e ela acabou de perder o pai!" - Aquela voz, depois de semanas, veio ecoar pela cabeça de Harry novamente. E pela primeira vez, de acordo com Harry, foi algo construtivo.

- Dumbledore disse que você não precisa ir para as aulas essa semana - disse baixinho e o mais carinhoso possível. Ela ainda chorava, e apenas assentiu levemente com a cabeça. - Vem cá - ele a levou devagar para o sofá.

Harry a sentou e a puxou um pouco para trás, fazendo-a se deitar. O garoto estava meio torto, com metade do corpo no sofá, e metade fora. Hermione estava encolhida e ainda chorava no peito dele. Ele começou a mexer no cabelo dela. Se lembrou de algo. Devagar, tirou um dos colares do pescoço e descolou um do outro.

- Não sei se é uma boa hora, mas - ele segurou o colar e colocou em frente ao rosto dela. - ... feliz aniversário.

Ela estendeu a mão devagar, deixando-a embaixo do colar. Harry o soltou. Ela deu uma olhada. Já tinha visto aquilo antes. Sim! No dia do casamento quando ela estava remexendo o malão de Harry, havia, por acaso, o encontrado. Deu um meio sorriso.

- Obrigada - agradeceu com a voz fraca. Ela mostrou o colar para ele, como se pedisse pra colocá-lo.

Harry o pegou e, com um pouco de dificuldade, conseguiu colocar no pescoço dela. Os dois colares - o que estava no pescoço dele e no dela - brilharam levemente e rapidamente se apagaram. Nenhum dos dois viu nada.

- Eu sinto muito pelo o qu... - Ele foi impedido de continuar pela mão de Hermione que levemente encostou em sua boca. Um arrepio subiu pelas suas costas.

- Não fale nada - disse ela com a cabeça um pouco levantada, o suficiente para conseguir olhar para ele. Ela se ajeitou no sofá para ficar mais confortável e recolocou a cabeça no peito de Harry, do melhor jeito possível.

O garoto sorriu e voltou a mexer no cabelo dela. Hermione fechou os olhos, algumas lágrimas ainda escaparam, mas ela se controlou.


Ela se remexeu um pouco, tentando ficar confortável. Deu um longo suspiro, ainda de olhos fechados. Harry ficou observando-a e sorriu ao ver que abria os olhos devagar. Ela olhou aquele lugar. Franziu um pouco a testa ao perceber onde estava. Ela voltou-se para Harry que encontrava-se na ponta da cama sorrindo para ela.

- Bom dia, Mi - sussurrou ele.

Ela se sentou e sorriu.

- Bom dia, Harry - disse coçando os olhos. - Onde você dormiu? - perguntou observando a roupa que ele estava... a mesma da noite anterior.

- Bom, fiquei aqui sentado, na ponta da cama. Não dormi - ele falava baixo, devido ao local.

- O quê?! - ela sussurrou espantada.

- Fiquei de olho em você. Tive medo que você acordasse no meio da noite e fugisse, desaparecesse no mundo. Só uma precaução - ela riu. Um suspiro pesado se seguiu e ela lembrou da noite anterior, mudando sua feição.

- Ok, ok - ele foi até ela e a encostou no peito. Começara a chorar novamente.

- Desculpe, Harry - disse Hermione num sussurro. - Não quero que você conti... - ela foi impedida de continuar, agora, por Harry que colocara a mão levemente sobre a boca dela.

Ele levou a mão ao queixo dela e o levantou devagar, fazendo ela olhar para ele.

- Não é pra você se desculpar de nada. Absolutamente nada - ele enxugou as lágrimas que ainda caíam dos olhos dela. - Você está passando por uma situação difícil. Sou seu amigo e passo mais dez noites sem dormir se for preciso, só pra ficar do seu lado - disse ele sério. Ela sorriu timidamente e encostou a cabeça novamente no peito dele.

- Onze? - perguntou ela brincando.

- É um caso de se pensar - respondeu divertido.

- Depois - ela enxugou mais lágrimas -, você vai ter que me dar uma ótima explicação para eu ter acordado na sua cama, no dormitório masculino.

Ele sorriu.

- Depois eu explico. É melhor conversarmos normalmente em outro lugar, do que aqui, sussurrando - respondeu perto do ouvido dela. - Agora - ele abriu um pouco a cortina para dar uma olhada no local. O sol estava nascendo. Fechou-a -, eu preciso de um banho, e você precisa ir para o seu dormitório.

Ela se ajeitou na cama e balançou a cabeça, assentindo. Enxugou o rosto e tentou se controlar para não chorar mais. Se levantou. Harry foi na frente para confirmar que ninguém estava vendo. Abriu a porta devagar e fez um gesto para ela ir. Saíram do quarto. Ele desceu as escadas e deu uma olhada no Salão Comunal... ninguém. Hermione desceu. Se virou para o amigo que estava no pé da escada.

- Obrigada, Harry - agradeceu ela. Deu um passo a frente e o abraçou.

O moreno soltou-a um pouco e segurou seu rosto.

- Você está bem mesmo? - perguntou carinhosamente. Ela apenas balançou a cabeça confirmando.

Ele a abraçou mais uma vez.

- Obrigada por tudo - ele apenas sorriu. Ela seguiu até a escada do dormitório feminino.

- Quando precisar, se lembre...

Ela se virou rapidamente.

- ... eu grito - completou Hermione e sorriu.

Harry retribuiu o sorriso e ela subiu.

Cada um fez o que precisava. Harry tomou um bom banho e desceu para esperar Rony acordar. Hermione foi para o seu quarto e acabou tomando um banho também para ver se melhorava a aparência.
_________________________________________________
N/A: Relendo assim, já fica meio repetitivo.
9 páginas de Word. Pequeno, mas eu gostei. =)
Li taaaantas vezes esse capítulo, que já nem é tão bom pra mim quanto a primeira vez que eu li. Eu amo com força³³ esse daqui. ^^. O próximo bom igual a esse, só o do beijo, que vocês ainda vão esperar um pouquinho. =P
u.u
Preciso saber de TUDO o que vocês acharam, sentiram ou afins... sobre esse capítulo.
Idéias, críticas, sugetões, comentários... TUDO, ok?
É extremamente importante. =)

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=29095723

Entra, entra?! *-*

Comentem aí, e votem bem muito. *.*
Té próximo capítulo.

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