O fim da proteção
Terceiro capítulo – O fim da proteção.
Logo que ouviram a porta do quarto de Harry fechar, Valter virou-se para a mulher e começou a falar baixo. Apenas o bigodão de leão marinho tremendo:
- Petúnia, querida. Não entendo como você pode estar tão tranqüila assim.
- Não estou tão tranqüila assim Valter. Se você quer mesmo saber, estou apavorada.
- Não parece. Nunca imaginei que você aceitaria anormais dentro de nossa casa. Ainda mais amigos de sua irmã.
- Isto não vem ao caso. Estou fazendo isto pensando em nossa segurança. Tenho medo que o assassino de Lílian venha atrás de nós. Se eles continuarem aqui para proteger o garoto, nós também estaremos protegidos.
Duda que esteve calado e observando os pais resolveu falar:
- Mas será que eles continuaram protegendo a gente depois do aniversário de Harry?
- Não sei filho. Teremos que esperar pra ver.
Diante de todo aquele silêncio, Harry começou a comer a salada que sua tia preparara. – Por que será que eles não dizem nada? – pensava enquanto mastigava uma folha de alface. Um novo pensamento veio na sua cabeça. Como não havia pensado nisto antes? - Será que eles ficarão seguros depois que eu for embora? E se Voldemort viesse atrás deles?
Quando acabou de comer, subiu novamente para o quarto. Passou o resto do dia pensando no que poderia fazer para proteger seus parentes. Próximo à meia-noite, uma idéia veio em sua cabeça. – Será que isto os protegeriam? E será que eles aceitariam? Amanhã conversarei com Gui a respeito.
Eram oito horas quando Harry acordou sobressaltado com um estalo em seu quarto. Gui, que estava sentado na cadeira da escrivaninha sorriu quando Harry procurava assustado a fonte do estalo.
- Bom dia Harry!
- Bom dia Gui! Que horas são?
- Oito horas.
- Há muito tempo não acordo tão tarde. – disse bocejando.
- Tarde? Oito horas é madrugada para Rony.
- Por falar nele, como ele está?
- Vamos fazer o seguinte Harry, vamos tomar o café da manhã. Depois conversamos. Temos até amanhã para por o assunto em dia.
- OK, só vou me trocar e já descemos.
Ao chegarem na cozinha, viram que a mesa do café já havia sido retirada. Harry virou-se para Gui se desculpando:
- Me desculpe Gui. Tia Petúnia nunca tira a mesa antes das nove. Não sei por que fez isto. Parece também que não tem ninguém em casa.
- Não tem problema Harry, eu providencio alguma coisa para comermos.
Com um floreio de varinha, Gui conjurou um forro para mesa. Depois com mais alguns movimentos conjurou uma jarra de suco de abóbora, torradas e um pote de geléia.
- Bom apetite, Harry.
Depois que comeram, Gui limpou tudo e subiram para o quarto.
Conversaram a manhã toda. Durante o almoço houve certo mal estar. Apesar de Gui ficar totalmente a vontade, os Dursley quase não tocaram na comida. Quando voltaram para o quarto resolveu falar com Gui de sua preocupação com os tios e primo:
- Gui, será que vai acontecer alguma coisa com meus tios depois que eu sair daqui?
- Sinceramente não sei Harry. Não da pra saber o que se passa na cabeça de você-sabe-quem.
- Você já voltou a trabalhar no Gringotes?
- Não em período integral. Ainda estou em recuperação.
- Sinto muito pelo que aconteceu com você. Você... você...
- Não precisa ficar acanhado Harry. Pode perguntar o que quiser.
- Bem, você notou alguma mudança?
- Você diz na lua cheia?
Harry confirmou com a cabeça.
- Não acontece a transformação normal do lobisomem. Mas meus sentidos ficam mais aguçados, principalmente o olfato e a audição. Pra você ter uma idéia, nem da poção mata-cão eu preciso. Mas por que você perguntou sobre o Gringotes?
- É que estou com uma idéia, mas antes precisava saber de algumas coisas.
- O que você quer saber?
Então Harry contou o seu plano para Gui que afirmou que faria o máximo para ajudar. Foram dormir tarde da noite (Gui conjurou uma cama). Conversaram sobre diversas coisas, mas evitaram falar de Dumbledore. Quando Gui falou de Gina, Harry abaixou a cabeça. Gui notou a tristeza do amigo.
- Olhe Harry, não é porque ela é minha irmã. Ta certo que todos temos muito ciúme dela. Você pode imaginar: a única irmã e ainda é a caçula. Mas gostamos muito de você, e ela está sofrendo tanto quanto você ou talvez até mais. Antes de vir para cá, estive conversando com Mione e ela disse que Gina gosta de você desde os dez anos de idade e vejo que você gosta muito dela. Não fique dando bobeira, senão aparece um Dino Thomas por aí...
- Como você sabe disso?
- Eu sei de coisas que você nem imagina. – disse Gui em meio a uma gargalhada. – Cara, você precisa ver a sua cara. – e continuou a rir.
- Ah... não amola. Vamos dormir. Boa noite.
De manhã, acordaram com Lupin aparatando no quarto.
- Bom dia rapazes!
- Bom dia Remo! - disseram os dois em uníssono.
- Bem Harry, vou indo então. Pode deixar que olho aquilo pra você. E lembre-se: pense nos Dino Thomas da vida hein... – falou rindo e desaparatou.
- O que ele vai olhar para você?
- Ah... é uma coisa que estou pensando em fazer. Depois te conto.
- Por que ele falou de Dino Thomas?
- Não é do Dino Thomas. É “dos” Dino Thomas. Deixa pra lá.
- Espere um pouco. Não foi Dino que namorou a Gina e...
- Vamos tomar café Lupin? – Harry cortou friamente.
- Ah... sim. Sim, vamos – respondeu, mas logo começou a rir. – Sabe Harry, você se parece com seu pai até quando tem ciúmes.
- Ele era assim também? – perguntou. Mas foi a vez de Lupin descontar:
- Vamos tomar café Potter? – falou fechando a cara e imitando a voz de Harry.
- Vamos seu palhaço, mas depois quero saber de tudo isso.
- Tudo bem. Então vamos.
O dia passou rapidamente. Harry só resolveu contar seu plano para Remo depois das informações que Gui tentaria conseguir para ele. Quando chegou a manhã do outro dia, Gui aparatou no quarto.
- Bom dia, tudo bem?
- Tudo normal. – respondeu Lupin.
- E nA’ Toca, tudo bem? – perguntou Harry.
- O mais tranqüilo que A Toca consegue ser. – respondeu Gui.
- Já vou indo então. Até amanhã. – disse Lupin e desaparatou em seguida.
- Vamos descer então?
- Para tomar café?
- Sim.
- Vamos comer aqui mesmo. Tem algum problema?
- Não. Tudo bem então.
Depois que comeram, os dois ficaram sentados próximo à janela. Na rua estava tudo normal.
- Trouxe um jogo de xadrez bruxo. Se você quiser jogar.
- Claro! Você é bom?
- Não tão bom como Rony. Só conseguia ganhar dele na época em que ele estava aprendendo. E olha que fui eu quem ensinou pra ele. Mas também, o cara conseguiu vencer o jogo de Mcgonagall.
- Ele é muito bom mesmo. Você precisava ver ele comandando aquelas estátuas como um general. Antes de jogarmos, queria saber se você conseguiu alguma coisa no banco?
- Ia falar mesmo com você. Falei com os duendes. Você sabe como eles são desconfiados. Eles mandaram um formulário para que você autorize que eles me dêem a informação. E outro caso você queira que eu retire algum ouro em seu nome.
- OK. Depois a gente vê isto. Vamos ver se consigo ganhar de você.
Os restos dos dias passaram jogando e conversando. Com Lupin não foi diferente. Os papos eram sempre muito divertidos. Num dos dias em que Gui estava na casa, Harry resolveu perguntar de novo:
- Desculpe ser chato, Gui. Você já tem alguma resposta?
- Não tem problema Harry. Você não quer se sentar?
- Por quê?
- Pra não cair no chão.
- Não estou entendendo Gui.
- Então é o seguinte. Você tem quatro cofres em Gringotes, três da...
- Quatro?
- Dois cofres que pertencem a família Potter e dois que você herdou de Sírius. Somando o conteúdo dos cofres você deve ter uns cinco ou seis milhões de galeões. Fora propriedades e outras coisas mais.
- Cinco milhões? Você ta brincando...
- Não, não estou.
- Então, se os Dursley aceitarem minha proposta, talvez eles fiquem protegidos.
- Acredito que sim.
- Então vamos fazer o seguinte.
Harry disse o que queria e Gui aceitou fazer o que ele pedia.
- Você tem certeza que quer fazer isto?
- Tenho. Eles podem não ter me dado carinho, mas pelo menos me deram um teto. Quanto a isto sou muito grato a eles.
- Dumbledore sempre disse que você era especial Harry. Não referente a seu poder, mas quanto a seu coração. Fico feliz por você ter entrado em nossas vidas.
- Ora Gui. Eu é que agradeço por ter entrado nas suas vidas. Amanhã pedirei a Remo que me ajude a convencer os Dursley.
- Então este é o seu plano?
- Sim. Não consegui pensar em nada melhor. Acho que pode salvar eles.
- Tudo bem Harry. A alguns dias Fawkes apareceu com uma carta de Dumbledore com instruções sobre a segurança que a casa deveria receber depois do seu aniversário.
- Como assim Remo?
- Alvo pediu que sempre deixássemos uma guarda da ordem vigiando a casa. Ele também se preocupava com a segurança de seus tios. Mas acredito que do seu modo eles estarão mais protegidos. Vamos falar com eles. Você tem certeza disto?
- Tenho Remo. Certeza absoluta.
- Você tem um grande coração Harry. Seus pais se orgulhariam muito de você. – disse Lupin com os olhos brilhando.
- Obrigado. Tenho certeza que eles também se orgulhariam muito do amigo deles. Amigo esse que considero não como um irmão, pois você já ta meio velho, mas como um tio muito querido. Obrigado por tudo.
Lupin abraçou Harry. Não conseguiu conter as lágrimas.
- Como Fawkes veio atrás de você? Quem a mandou?
- Não sei Harry. Acredito que ela já estava preparada. As Fênix são criaturas muito especiais, sem contar que estamos falando da fênix que sempre acompanhou Dumbledore.
- Vamos lá então, seu lobo chorão. Temos umas cabeças duras para convencer.
- Sim vamos lá. E Harry... – Harry parou antes de abrir a porta do quarto – quero que você saiba que pode contar comigo sempre.
Harry sorriu e saiu do quarto. Lupin veio logo atrás.
- Tio Valter, Tia Petúnia – falou ao chegar na sala – Gostaríamos de falar com vocês.
- Pode falar. – grunhiu Valter.
- Sentem-se – disse Petúnia.
- Bem – começou Lupin – Dumbledore deixou instruções quanto a segurança de vocês.
Petúnia deu um olhar significativo para Valter.
- Que tipo de segurança? – perguntou Valter.
- O plano inicial era que sempre haveria alguém vigiando a casa, mas Harry teve uma idéia, pois ele anda muito preocupado com vocês,...
- Desde quando este moleque se preocupa conosco?
- Como ia dizendo – continuou Lupin sem dar atenção a Valter – Harry anda muito preocupado com o que poderá acontecer com vocês quando a proteção da casa acabar. Então ele teve uma idéia...
- Que idéia?
- Eu gostaria que vocês saíssem desta casa antes do meu aniversário.
- Sair de nossa casa? Você está louco?
- Não Tio Valter, não estou louco. Isto é para a proteção de vocês. Não sabemos se Voldemort vai atacar logo. Prefiro que vocês estejam longe caso haja um ataque surpresa.
- Não vamos sair de nossa casa.
- Quero que vocês vão para bem longe. De preferência outro país.
- Com que dinheiro moleque.
- Ah! Isto não vai ser problema. – disse tranquilamente Lupin. – Harry já providenciou o dinheiro. Amanhã Gui vai trazê-lo.
- Você acha que é mesmo necessário fazer isto Harry? – perguntou Petúnia.
- Sim Tia Petúnia. É para segurança de vocês. De manhã o dinheiro já estará aqui. À tarde vocês já estarão longe.
- Se tem que ser assim, assim será. – resmungou Valter enquanto Harry e Lupin saíam da sala.
Quando Gui aparatou no quarto de Harry pela manhã cumprimentou os e colocou uma grande sacola sobre a escrivaninha.
- Nossa Harry! Acho que nunca carreguei tanto dinheiro na minha vida.
- Você conseguiu trocar os galeões Gui? – perguntou Lupin.
- Consegui, mas deu um pouco de trabalho. Afinal, são quinhentos mil galeões.
- Então vamos descer e acabar logo com isto. – disse Harry se levantando da cama.
Os três saíram do quarto e foram para o cozinha. Os Dursley estavam tomando o café da manhã quando eles entraram na cozinha. Quando Valter os viu cuspiu todo o chá que estava em sua boca.
- Bom dia! – disse jovialmente Lupin.
- Bom dia senhor Lupin. – respondeu Petúnia.
- Bem Tio Valter e Tia Petúnia, aqui está o dinheiro para que vocês possam sair daqui. – disse colocando a sacola na mesa.
- Tem quanto nesta sacola? – perguntou Valter levando a xícara a boca.
Quem respondeu foi Gui:
- Bem Sr. Dursley, não sei dizer a quantia em dinheiro trouxa. O que posso dizer é que é o equivalente a quinhentos mil galeões.
- Galeões? Mas que diabos é isto?
- Moedas de ouro Sr. Dursley. Quinhentas mil moedas de ouro. Acho que será o suficiente.
Valter voltou a cuspir o chá que estava bebendo. Duda e Petúnia encaravam os três bruxos com olhos arregalados.
- Mas onde conseguiram todo este ouro? – perguntou Valter.
- Este ouro faz parte da minha herança. Estou fazendo isto também por agradecimento por todos estes anos em que me acolheram. Só peço agora que vocês saiam desta casa o mais rápido possível.
- Nós vamos arrumar nossas coisas Harry. Obrigado por se preocupar conosco. – disse Petúnia com um sorriso.
Harry apenas acenou com a cabeça e saiu da cozinha.
- Acredito que não irão precisar de muita coisa, pois poderão comprar o que precisarem com todo este dinheiro. – disse Lupin saindo logo atrás de Harry e sendo seguido por Gui.
Duas horas depois os Dursley já estavam prontos. Lupin resolveu esperar a saída deles. Todos estavam próximos à porta quando Petúnia virou-se para Harry:
- Obrigado por se preocupar Harry e obrigado pelo dinheiro. Desculpe se fomos tão amargos com você, principalmente eu. Mas por favor, entenda, Lílian sempre foi melhor que eu, mais bonita. Meus pais a veneravam. Acho que tentei despejar todo o meu rancor em você. Mas saiba que quero seu bem.
Petúnia ficou olhando para Harry e por fim disse:
- Gostaria de deixar uma coisa com você.
Harry ficou curioso. O que sua tia queria dar para ele?
Petúnia retirou uma foto da bolsa e entregou para o sobrinho. Na foto havia um casal com duas meninas. Harry demorou um pouco para identificar alguém na foto, mas ao olhar os olhos da garota mais nova soube de imediato que era sua mãe. Quando prestou mais atenção observou que os quatro estavam parados em frente das plataformas de embarque 9 e 10.
- Esta foto...
- Esta foto foi tirada quando Lílian foi embarcar pela primeira vez para Hogwarts. Ela estava radiante por ser bruxa e estudar magia. – completou Petúnia.
- Vamos Petúnia querida? – Chamou Valter.
- Sim, vamos então. Cuide-se Harry. Espero nos ver algum dia. Talvez as coisas sejam diferentes. Boa sorte e adeus.
Ela já estava na porta quando se virou novamente para Harry.
- Você já deve ter escutado isto antes, mas será a primeira vez que te falo isto. Você tem os olhos de Lílian. Seja feliz Harry.
A porta se fechou e Harry ficou parado no mesmo lugar. Uma lágrima solitária escorrendo pelo rosto enquanto observava a foto que acabara de receber. Lupin se aproximou colocando uma mão no seu ombro.
- Eles vão ficar bem Harry, não se preocupe.
- É isso aí Harry. – completou Gui – Será melhor desta forma. E então, o que vamos fazer agora?
- Eu já vou indo, por que vocês não começam a dar uma arrumada em suas coisas Harry? – perguntou Lupin.
- Mas já? Amanhã eu arrumo.
- Você é quem sabe. Só não se esqueça que iremos embora amanhã.
- Não esquenta Remo. Amanhã eu dou um jeito. – disse animado Gui.
- Bem, vocês é quem sabem. Amanhã nos vemos.
Depois de despedir Lupin desaparatou.
- Então Harry, o que vamos fazer?
- Vamos começar a arrumar as coisas. Mas só começar.
Gui deu uma risada e concordou.
- Tudo bem. Quem sabe depois você consiga ganhar uma partida de xadrez? – perguntou dando uma piscadinha.
- Só se for em sonho Guilherme Weasley. Só se for em sonho. – completou Harry dando uma risadinha.
O resto do dia passou rapidamente e logo eles já estavam deitados. Harry acordou com Lupin aparatando no quarto.
- Bom dia Harry! Dormiu bem?
- Bom dia Remo. Sonhei com Dumbledore.
- Verdade? – perguntou Gui que havia acabado de acordar.
- Sim. Ele estava num lugar que não conheço. Havia alguém com ele mas estava de costas. O estranho foi que ele estava falando diretamente pra mim.
- E o que ele dizia?
- Para seguir as instruções que Fawkes trouxesse. E que confiasse nela.
- Deve ter sido somente um sonho – disse Lupin pensativo – apesar que Fawkes apareceu com as instruções sobre a proteção de seus tios.
- Vamos ver o que acontece. Vamos comer algo? – sugeriu Gui.
- Sim. Vamos lá. Agora temos a cozinha toda para nós. – Brincou Harry.
Comeram alguma coisa e foram para a sala. Lupin foi até o quarto e voltou trazendo um casaco e a capa de invisibilidade.
- Já vamos Remo? – perguntou Gui.
- Sim. Já enviei a bagagem de Harry pra Toca.
- Eles vão ficar muito animados quando verem o malão de Harry. Eles já estão meio doidos para saber notícias suas. Principalmente uma certa ruivinha.
Harry corou furiosamente enquanto Gui e Remo davam risadas.
- Vocês me pagam. Esperem só eu poder usar magia. – falou fazendo uma cara de mau.
- Oh... me desculpe Sr. Potter. – falou de modo temeroso Lupin, mas não agüentou muito tempo e começou a rir novamente. – É que é muito bom ver você corar desta forma. Vamos então.
Quando iam saindo, uma bola de fogo irrompeu no meio da sala e dela saiu Fawkes. Ela voou até Harry e pousou em seu ombro. Mas quando passou por Remo deixou cair uma carta.
- É de Dumbledore! – exclamou Lupin.
“ Caro Remo,
Imaginei que você estaria com Harry para ajudá-lo. Fico feliz por você estar com ele neste momento e ao mesmo tempo triste, pois eu não posso estar com vocês.
Como você sabe, a proteção da casa dos Dursley acabará quando for meia noite do dia 30 de junho. Peço que você saia da casa com Harry um pouco antes e espere que chegue o dia 31. Isto será necessário, não posso te explicar, mas você entederá.
Um abraço de seu “finado amigo”,
Alvo Dumbledore.
Ps : Nem tudo que parece ser é. Lembre-se disto.”
Remo ficou calado por um tempo. Virou-se para os dois, olhou novamente para a carta e disse:
- Teremos que esperar até meia-noite.
- Mas por quê? – perguntou Harry que estava acariciando Fawkes.
- Dumbledore diz que será necessário. – respondeu dobrando a carta e guardando em suas vestes.
- Fazer o que? - comentou Gui já voltando para sala. – Que tal então conversarmos sobre uma certa ruiva e ...
- Sua hora está chegando Gui, você vai...
- ...ou talvez sobre um tal Dino Thomas? – completou Gui vitorioso ao ver que Harry havia murchado.
O dia passou lentamente. Harry e Gui ficaram jogando conversa fora enquanto Remo apenas fazia um comentário ou outro. Harry notou que ele tinha ficado pensativo depois que leu a carta, mas resolveu não perguntar nada por hora. Fawkes já tinha ido embora. Quando faltavam quinze minutos para meia-noite eles se arrumaram para sair.
Chegaram ao jardim do número 4 em silêncio. Harry virou-se para a casa para dar uma última olhada. Lupin ficou parado com uma expressão estranha. De repente virou-se para Gui e perguntou:
- Você está sentindo?
Gui ficou mais quieto do que já estava. Harry já havia parado de olhar a casa e agora observava os dois amigos.
- O que foi?
- Greyback. – Responderam juntos.
- Ele está por aqui? Como vocês sabem?
- Estamos farejando ele. Ele está próximo. Fiquem atentos. – Sussurrou Lupin.
- Vamos embora Remo. Talvez ele esteja com mais Comensais.
- Não podemos Gui. Temos que esperar até meia-noite.
Logo que Lupin parou de falar, eles escutaram passos pelo asfalto. Os três se viraram para o lado da rua e então viram. Iluminado pela claridade laranja dos lampiões, um homem alto, de cabelos desgrenhados e grandes costeletas vinha andando tranquilamente. Parou a uns dez metros dos três e deu uma risadinha. Começou a girar a varinha entre os dedos longos.
- Ora, ora, ora... Senão são os meus dois cachorrinhos, Remo Lupin e Gui Weasley! Vejo que você ficou mais bonito Gui. Foi uma pena não ter sido lua cheia. Estão aqui para proteger o Potty?
- Vá embora Lobo. Não queremos confusão. Você está em desvantagem.
- Me desculpe Lupin. – disse dando um sorrisinho sarcástico. – Você não quer confusão? Mas eu quero confusão.
Greyback assumiu uma feição maníaca. Parou de girar a varinha. Tanto Harry como Remo e Gui já estavam com as varinhas em mãos. Greyback virou-se e deu uma olha para Remo e disse:
- E não estou sozinho Lupin. morsmordre
Um raio verde saiu da varinha. Quando Harry olhou para o céu a Marca Negra já estava pairando sobre a casa.
- Coloque a capa de invisibilidade Harry. Faltam dez minutos para que possamos ir embora.
Harry obedeceu rapidamente enquanto Gui sibilava:
- Que droga.
Quando Harry olhou para rua, vinte bruxos com vestes negras aparataram em volta de Greyback. Um deles se adiantou, deu uma risada aguda e retirou a máscara. Era Bellatriz Lestrange.
- Então viemos pegar o bebezinho Potter e ganhamos de brinde dois cachorrinhos? Mas isto é maravilhoso. O Lorde das Trevas ficara muito satisfeito. Ganhar de bandeja o “Trapo” Lupin e o traidor do sangue Weasley! Onde está o Potter Lobo?
- Está escondido, mas não se preocupe. Eu farejo ele.
- Não será tão fácil assim. – gritou Lupin. Ele girou a varinha e gritou novamente - Cumulus Máxima!!!
No mesmo momento uma enorme nuvem começou envolver os três. Curiosamente eles se viam apesar dos comensais não verem nada.
- Gui, conjure um escudo mágico. Temos que sair deste lugar, mas não podemos sair de perto da casa. Harry fique perto. Já está quase na hora.
Gui fez alguns movimentos de varinha e fez surgir um globo dourado em volta deles.
- Vamos!
Eles começaram a andar devagar. Os Comensais corriam de um lado para outro pedindo instruções para Bella. A nuvem estava prejudicando até o olfato de Greyback.
- Que droga Bella. Que vamos fazer agora.
- Calma Lobo. Vamos pensar. Se falharmos nesta missão o Mestre nos mata.
- ENTÃO FAÇA ALGUMA COISA!!! – berrou Lobo.
Bellatriz começou a girar a varinha rapidamente. O movimento causou um rodamoinho que começou a sugar a nuvem que Lupin havia conjurado. A nuvem sumiu rapidamente deixando os três somente com a proteção que Gui estava mantendo.
- ATAQUEM! – Bella estava contente por ter descoberto eles.
Vários feitiços atingiam o globo. Gui já demonstrava sinais de cansaço. Bem breve não conseguiria manter o escudo.
- Remo, não vou conseguir segurar por muito tempo. Falta quanto tempo? – o suor escorria pelo rosto devido ao grande esforço.
- Faltam dois minutos. Quando der nós desaparatamos para Toca com o Harry.
Harry estava cansado de ficar escondido. Ele queria ajudar e já estava ficando preocupado com a situação, pois Gui não agüentaria muito tempo. Foi quando um dos comensais lançou um feitiço negro que desfez o escudo. Os três pularam atrás de uma sebe baixa. De repente os feitiços pararam.
- Fareje o Potter, Lobo. – ordenou.
Neste momento Lupin pulou de trás da sebe e estuporou Greyback. Dois comensais tentaram estuporar Lupin, mas Harry resolveu agir e rolou pelo chão já gritando protego. Os feitiços voltaram e os dois comensais caíram desacordados.
- Obrigado Harry!
Harry que havia tirado a capa sorriu e escutou Bella gritando:
- VAMOS SEUS MOLÓIDES, ELES SÃO SÓ TRÊS!
- Harry, Gui! Falta um minuto. Quando contar três agente levanta e ataca.
Os dois confirmaram e se prepararam.
- Um... dois... TRÊS.
Eles pularam e começaram a lançar feitiços para todos os lados. Cinco comensais já estavam caídos quando Gui foi derrubado e começou a sangrar.
- Proteja ele Harry! Gellus! - O feitiço atingiu um comensal que congelou instantaneamente.
Enquanto Harry protegia Gui, Bellatriz esquivou-se de um feitiço de Lupin e estuporou ele. Todos pararam. Bellatriz foi andando calmamente.
- Chegou sua hora Potter. Crucio
O jato esta chegando perto de Harry e então aconteceu. A base da casa começou a brilhar intensamente. Raios começaram a subir pelas paredes. Um canto que Harry identificou como sendo o canto da Fênix começou a soar. Os raios começaram a se concentrar no topo da casa formando uma bola de fogo.
- Mas que diabo! – Exclamou Bella quando a bola explodiu em raios multicoloridos e dentro dela saiu uma Fênix de fogo.
A Fênix começou a voar em círculos deixando um rastro de fogo por onde passava. Seu canto estava ficando cada vez mais alto. Ela deu um rasante e voou diretamente para Harry, que estava estupefato devido a beleza da ave de fogo e seu canto, atingindo-o diretamente no peito. Ele foi arremessado para trás, mas não chegou a cair no chão. Começou a levitar dentro de uma bola de energia. Seus cabelos agitavam como se ele estivesse no meio de um furacão. Raios de energia percorriam a periferia da bola. Seu corpo começou a inclinar para frente de forma que ele estava ficando na vertical. Um dos comensais lançou uma maldição contra Harry. Porém quando o feitiço se aproximou da bola, começou a mudar de cor e desacelerar. O feitiço que era negro tornou-se branco quando ficou pairando próximo à Harry que já estava totalmente na vertical. Nenhum dos comensais entendia o que estava acontecendo. Nunca tinham visto um feitiço ser parado da forma que este parou e ainda ser modificado.
Harry foi descendo lentamente até alcançar o chão. Quando abriu os olhos, todos se assustaram. Um brilho verde emanava deles. Harry observou o feitiço que estava parado e olhou para o comensal que havia lançado. Fez um movimento como se estivesse empurrando alguma coisa e o feitiço começou a deslocar em direção ao comensal. A velocidade ficou tão alta que o comensal mal teve tempo de se mexer e foi atingido e arremessado a mais de dez metros. Harry fez um gesto com os braços abrangendo toda a bola como se tivesse puxando toda a energia dela para ele. Os raios começaram a se desprender da bola e percorrer seu corpo até que ela sumiu por inteiro. Harry começou a andar em direção dos comensais calmamente. Parou perto deles e ao falar parecia que a voz estava vindo por todos os lados:
- Vão embora senão quiserem sofrer as conseqüências.
- Nunca Potter! Nunca! – Gritou Bella - Crucio
Harry apenas se esquivou da maldição e falou:
- Eu avisei. – e sumiu.
Quando apareceu ao lado de Bellatriz já estava com a varinha na mão. Lançou um feitiço branco em seu peito lançando-a longe. Outros comensais tentaram atacar, mas ele simplesmente desfez os feitiços com um gesto de mão. Depois fez um movimento com a varinha como se estivesse usando um chicote, fazendo com que uma corda brilhante amarrasse os comensais deixando todos presos. Olhou para a Marca Negra que estava sobre a casa de seus tios e murmurou - Finite - fazendo com que ela desaparecesse. Caminhou até Bellatriz. Chegando próximo a ela, apontou a varinha:
- Enervate
Quando ela abriu os olhos ele disse:
- Diga a seu mestre que não descansarei enquanto ele estiver vivo. – sumiu e apareceu perto de Remo e Gui. Remo já havia despertado e acompanhara tudo. Harry pegou sua capa que estava caída e a varinha de Gui. Levantou Gui que estava sangrando muito e foi até Remo.
- Harry, o que aconteceu?
- Depois Remo. Temos que levar o Gui. Segure-se em mim.
Quando Remo tocou o braço de Harry, sentiu uma poderosa onda de magia. Não era uma energia ruim. Foi como se estivesse renovando suas energias. Todos as boas lembranças passaram por sua mente em poucos momentos. Então Harry desaparatou levando os dois.
Haviam muitas pessoas na sala da Toca. Todos estavam lá supondo que Harry poderia chegar a qualquer momento, pois Lupin avisou que ele e Gui trariam Harry na véspera de seu aniversário. Só não entendiam por que estavam demorando tanto.
- O que será que aconteceu Arthur? – perguntou pela vigésima vez Molly.
- Calma querida. Eles já devem estar chegando. – respondeu o marido, mas totalmente inseguro.
Num canto da sala, Gina, Rony e Mione conversavam:
- Será que aconteceu alguma coisa com Harry, Mione? – Gina já estava com os olhos injetados.
- Claro que não Gina. O Harry já saiu de muitas enrascada. Se eles entraram em alguma eles vão se safar.
- Se acalme Gina. Logo, logo aqueles três estão aqui. – completou Rony enquanto acariciava os cabelos da irmã.
Em outro canto, alguns integrantes da Ordem conversavam em voz baixa:
- Por que Lupin está demorando tanto Moody? Eles já deviam ter chegado. – questionou Minerva Mcgonagall.
- Nós devíamos ter ido também. – a voz ressonante de Quim destacou-se.
- Eu falei isto para o Remo, mas ele disse que não precisava, pois iria ser rápido e Gui estaria com ele. Por que ele despachou a bagagem de Harry tão cedo então? – Rosnou “olho-tonto” Moody.
- Eu disse que ia com ele. Mas não. “Espere-me na Toca, querida”. Aquele lobisomem desgraçado. Ele me paga e... ops!
Tonks acabara de derrubar um vaso do console da lareira. Quando abaixou para juntar os cacos do vaso, uma bola de luz irrompeu no meio da sala.
- Por Deus, o que é isso?
A luz se extinguiu revelando Harry, Remo e Gui. Remo já estava totalmente recuperado devido a energia que recebeu de Harry, porém Gui estava muito mal. Quando a Sra. Weasley notou o estado de Gui, começou a chorar e gritar pelo filho. Gina que vinha correndo para ver como Harry estava foi impedida por seu pai, bem como Rony e Mione que foram impedidos por Lupin.
- Afastem-se! – gritou – Saiam de perto! Deixem que Harry cuide dele.
- Como assim Remo, deixar o Harry cuidar dele? – Gritou Minerva – Temos que levar ele para o Saint Mungus.
- Olhem! – apontou Hermione
Os olhos voltaram a ficar de um verde extremamente brilhante. Uma aura dourada começou a crescer em torno dele. A medida que a aura expandia, raios vermelhos começaram a circular por ela. Todos estavam tendo a mesma sensação que Lupin sentiu quando tocou em Harry. Harry levantou as duas mãos e todos os raios se dirigiram para o corpo de Gui. Gui começou a levitar. Os raios começaram a percorrer o corpo. Os ferimentos começaram a fechar, não ficavam nem cicatrizes. As cicatrizes dos ferimentos feitos por Greyback também estavam desaparecendo. Quando Gui abriu os olhos, Harry começou a fechar as mãos. A aura foi diminuindo até acabar. Harry virou-se para Gina e disse:
- Ele vai ficar bem. – Deu um sorriso e desmaiou.
- HARRY!!! – Gina abraçou seu amado. As lágrimas corriam a toda agora. – FALA COMIGO HARRY!!!
Lupin se adiantou e retirou Gina de cima de Harry.
- Não se preocupe Gina, ele vai ficar bem. Ele só está muito cansado. Usou muito de sua energia.
- Remo, o que está acontecendo? Como Harry fez isto? O que é isto?
- É o amor Molly! É o amor! – respondeu sorrindo Lupin.
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