Fim
Azkaban recebeu de braços abertos a trupe de Perla ou Arpel, seja lá qualquer que fosse sua verdadeira identidade. Ninguém estava muito interessado em saber dos detalhes, sentiram-se satisfeitos quando a mulher fora mandada para a prisão, apesar de Antoine achar que era castigo demais viver rodeada por Dementadores.
Os Malfoy recuperaram a fortuna, infelizmente, Narcisa Malfoy não sobreviveu ao rapto e foi enterrada com a maior pompa que o mundo bruxo já vira. Draco pareceu mais arrasado depois do enterro do que quando achara certo que ficaria sem um centavo para o resto da vida.
Justus e Minna deram uma festa de noivado, alguns dias depois do funeral. Casar-se-iam dali a três meses, mas ainda discutiam sobre a lista de convidados. Minna insistia que seria errado não convidar Draco Malfoy, que fora pai de Justus por muito tempo, muito menos deixar de convidar a própria mãe. Minna achava aquilo uma birra. Achava que os dois deveriam resolver o assunto, mas também sabia que se fosse por Antoine tudo já teria sido esclarecido. Justus, porém, não aceitava a mãe vivendo novamente com um Malfoy.
Era bem verdade que Antoine voltara para Hogwarts logo depois do crime ser desvendado e tudo regularizado, mas Justus sabia que Draco a visitava, sabia também que a mãe, quando vinha a Londres, se hospedava na mansão Malfoy. Aquilo simplesmente não passava pela goela de Justus. No dia de seu noivado, depois de beber além da conta, ele tentou esclarecer os fatos. Mas causou muito transtorno e ofendeu publicamente a mãe. Não que Antoine tivesse levado a mal quaisquer palavras que Justus dissera, não! Isso nunca. Foi o embaraço diante dos convidados que a fez perceber o caminho que seguira.
O casamento precoce, a tentativa de fuga de seu coração, os vários encontros e reencontros com Snape e, por fim, a desistência de tal desejo. Sim, chamava de desistência, mas já não sabia mais o que sentir ou fazer. E o comportamento do filho em nada ajudava, apenas criava mais distância entre ela e Snape.
Mesmo depois dos feitiços sobre todas as cartas serem desfeitos e tudo clarificado, Antoine via o casamento como sagrado. Draco jamais a traíra, não antes de ela o fazer. Ele jurou amor eterno e foi o que deu a ela, jurou protegê-la, e mesmo nas dificuldades ele a amou. E ela? O que fizera? Traíra Draco na primeira oportunidade. Traíra o homem com quem casara por causa de um amor platônico. Era isso mesmo, platônico era a palavra certa para descrevê-lo, era o que ele significava para Antoine depois de vinte anos. Vinte anos de tentativas frustradas, tentativas cansativas e doloridas.
Seu presente e futuro estavam em sua frente, nítidos, resplandecentes, cheios de orgulho com a mulher que se tornara, com a vida que estava por vir, mesmo com percalços a alcançando, mesmo que alguns não gostassem, mesmo que o próprio filho custasse a se acostumar: ela era uma Malfoy.
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