O Senhor Malfoy



O trem que trazia Antoine e outros alunos de Hogwarts parou na estação de Londres, apitou duas vezes avisando aos passageiros que poderiam descer. Antoine tivera muito tempo para pensar, durante a viagem, sobre o que conversara com Snape. Não acreditava que uma pessoa como ele poderia atrapalhar os planos do seu futuro. Contudo, Snape estava certo, a vida em uma cidade era cheia de possibilidades. Puxou seu malão para longe de trem, olhou em volta, e não reconheceu ninguém. Inconscientemente esperava por alguém, a fé era a última a morrer, mas seria enterrada ali mesmo, pois ficou sentada num banco, vendo pessoas passaram, até o anoitecer. Havia estado apenas uma vez em Londres, aos sete anos, agora mal se lembrava do grande relógio do centro da cidade, que era tão famoso. Esperou por mais de uma hora, já estava escuro demais quando resolveu que deveria procurar um lugar para ficar. Dirigiu-se até um senhor vestido de vermelho e lhe pediu instruções de como chegar ao endereço que estava escrito em um pedaço de pergaminho. O homem leu, não fazia idéia de que era a desenhada letra de Alvo Dumbledore, o maior bruxo de todos os tempos, apenas olhou para Antoine carismático e lhe disse que conhecia o lugar, mas que seria muito difícil explicar-lhe como chegar até lá, era muito longe e complicado. A primeira coisa que ela deveria fazer era ir até o bairro Georgtown, lá qualquer pessoa poderia informar onde ficava aquele endereço. Antoine agradeceu sorrindo e continuou a puxar o malão, agora, em direção à saída da estação, onde pegaria um táxi até o tal bairro.
– Senhorita Dimanchè? - disse uma voz arrastada e familiar. Antoine virou-se instantaneamente ao ouvir seu nome.
– Pois não? - respondeu a um homem alto, com cabelos platinados, muito compridos e lisos, que escorriam pelo paletó preto impecável.
– Sou Lúcio Malfoy, é um enorme prazer conhecê-la!
– Obrrigada e... igualmente! - respondeu olhando àquele homem que aparentava pouco mais de trinta anos. O pai de Draco.
– Desculpe aparecer assim, mas Draco não pôde vir recebê-la, está voltando duma viagem de negócios na Nova Zelândia.
– D-drraco?
– Sim! - disse Lúcio com ar de desentendimento - Ele sente por não poder vir, mas gostaria de lhe fazer uma surpresa levando-a até nossa casa.
A semelhança era inegável, era o pai de Draco e ele estava querendo levá-la para a casa dos Malfoy. Por quê? Draco mal escrevera para ela? Deveria estar interessado em outra pessoa a essa altura. Hesitou pensando que talvez Draco não gostasse da surpresa. Lúcio não esperou que respondesse, levantou a mão e logo dois homens carregavam o malão dela até um carro muito grande.
– Draco me disse que você não conhece ninguém por aqui!
– Não, mas eu...
– Não se importe, pode ficar em nossa casa o tempo que quiser, todo amigo de Draco é bem vindo.
– Obrrigada, senhorr Malfoy, - disse ela desajeitada - mas tem um lugarr parra onde devo irr.
Ele silenciou. Encarou-a por instantes, imaginando o quão ousado era em desmerecer, negar um convite como aquele.
– Ah... claro! - murmurou - Que pena! Draco ficará desapontado, há tempos vêm falando que não lhe mandava corujas e que talvez você estivesse zangada com ele! - continuou Lúcio abrindo a porta do carro e segurando-a para Antoine entrar - Será que pelo menos poderia lheoferecer uma carona até... esse lugar??
Antoine agradeceu e entrou no carro. O motorista deu a partida seguindo para Georgtown. Não conseguia parar de olhar para o pai de Draco, era um homem distinto, imponente, tinha um ar de superioridade que nenhuma outra pessoa tinha em Hogwarts, apenas ela mesma quando chegara àquela escola. Será que era o destino fazendo-a voltar as raízes? Era aquele tipo de pessoa que ela deveria ser? No meio do caminho, Antoine tocou a mão de Lúcio, que olhava para a paisagem. Os olhos azuis acinzentados dele fizeram-na se arrepiar, nunca havia sentido aquilo; pigarreou e disse-lhe que mudara de idéia, iria fazer a surpresa para Draco, se era o que ele queria. Imediatamente, o humor de Lúcio mudou, ficou muito entusiasmado e disse:
– Draco pode tê-la magoado, mas quando os homens são jovens não sabem nada da vida real e não pensam muito nos sentimentos dos outros, querem em primeiro lugar satisfazer seus próprios desejos. Perdoe-o e verá que pessoa ele se tornou! - Antoine sorriu balançando a cabeça afirmativamente.

Não havia sinal de trem ou qualquer passageiro bruxo na estação àquela hora. Era tarde demais, não haveria como adivinhar onde Antoine estaria, onde teria ido, e Dumbledore já não estava mais disponível a qualquer pergunta, viajara naquela manhã mesmo, junto com o alguns integrantes do Conselho Bruxo, para resolver assuntos relacionados à Hogwarts. Os braços cruzados sobre o peito, na tentativa infrutífera de fazer o frio passar, não esquentariam seu corpo nem mesmo se estivesse próximo a maior lareira do mundo. O coração lhe doía, era isso que o gelava, que o enfraquecia, e, daquele momento em diante, longe dela, viveria num eterno inverno, numa interminável nevasca. Snape moveu o maxilar involuntariamente, suspirou e deu meia volta seguindo para longe dali.

O caminho até a casa dos Malfoy foi feito em silêncio, porém, o sorriso nos lábios de Lúcio falava por si só. Ao entrarem no jardim da casa, Antoine ficou maravilhada, era tudo muito grande e bonito. Havia muitas árvores, bancos e fontes que jorravam água cristalina. Ao longe, avistava-se uma casa de pedra gigantesca. O carro parou em frente à escadaria onde elfos acuados esperavam impacientes. Lúcio abriu a porta para Antoine sair e logo entraram na casa. O hall era imenso, parecia a sala comunal sonserina; passos adiante e uma sala cinco vezes maior que o hall se abria para uma janela de parede a parede adornada por vitrais. Uma lareira muito grande aquecia quem passava o tempo ali no inverno. Tudo naquela mansão era enorme, os corredores, as salas. Andaram mais alguns metros e chegaram a mais uma sala, nesta havia instrumentos musicais. Uma mulher alta, loura e muito bonita veio sorridente cumprimentá-los.
– Então esta é a famosa Antoine Dimanchè! - disse a mulher, mãe de Draco - É um prazer conhecê-la! E já não era sem tempo!
– Obrrigada! É um prrazerr conhecerr a senhorra também! - disse Antoine estendendo a mão para apertá-la.
– Oh, o sotaque dela! Maravilhoso! Sou Narcisa Malfoy.
– Qualquerr semelhança não é merra coincidência! - disse Antoine à Narcisa - Draco é muito parecido com a senhorra!
Os três sorriram, conversaram ainda por alguns instantes, puras trivialidades, e então Lúcio pediu que Antoine o seguisse. Enquanto subiam por uma escadaria de mármore forrada por um tapete vermelho, falava:
– Bem, você pode descansar por agora, mandarei alguém lhe chamar quando for hora do jantar. Gostaria que usasse algo formal, tem alguma coisa do tipo em seu malão?
– Sim, senhorr Malfoy.
– Agradeço, estaremos recebendo alguns convidados importantes esta noite, que virão para conversar com Draco. Ele está concorrendo a uma vaga no Ministério, espero que se saia bem.
– Não é prreciso que me dê explicações, senhorr. A casa é sua e o senhorr me acolheu, tenho a obrrigação de pelo menos me comporrtarr!
– Obrigado - respondeu simplesmente, sorrindo para aquele comportamento, abriu cordialmente a porta do quarto onde Antoine ficaria e afastou-se.
– Drraco chegarrá quando?
– Mais tarde, acredito. Vai vê-lo no jantar, com certeza.
Aquele era o quarto mais lindo que Antoine já vira, se bem que viu poucos em toda sua vida! Em sua infância viveu numa casa grande, mas seu quarto ficava no sótão e, muitas vezes, era trancada em um porão escuro onde havia apenas um colchão de palha jogado ao chão e cobertores velhos para que ela se aquecesse. Aquele quarto era arrumado, parecia brilhar e cheirava a flores. A grande cama ficava entre duas janelas de baía; ao pé da cama havia um baú onde caberiam todos os pertences dela e ainda sobraria lugar; ao lado esquerdo havia uma lareira e um espreguiçadeira de veludo vermelho muito confortável; ao lado direito um guarda-roupa de mogno antiqüíssimo e todo trabalhado, e uma última porta igualmente adornada com os mesmos motivos do guarda-roupa levava ao banheiro. Este era de ladrilhos escuros, mas impecavelmente limpos. Havia um chuveiro espaçoso e uma cuba onde toalhas, sabonetes, xampus e escovas esperavam para serem usadas. Mais adiante havia uma banheira, duas pessoas deitadas caberiam dentro e ainda sobrava espaço.
– Mas o que é isso? - perguntou-se Antoine, ainda maravilhada, relembrando as palavras de Snape - Conhecerr pessoas novas?
Tomou banho e colocou seu vestido longo preto, mas sem as luvas, ajeitou os cabelos, que não estavam mais tão curtos, não chegavam aos ombros, mas escondiam-lhe o pescoço, e sentou-se à janela. A vista era muito bonita. Notou que o jardim continha um extenso labirinto de arbustos. Um lugar onde sempre tivera vontade de estar era um labirinto. Ouvira inúmeras histórias sobre pessoas que nunca saíram deles, era assustador, mas sua curiosidade era maior. Conseguia ver também a entrada de carros e uns três ou quatro haviam entrado e saído. De repente, alguém bateu à porta. Uma elfa vestida com um deplorável trapo de roupa, se é que se podia chamar de roupa, pediu que Antoine a acompanhasse. Desceram até a sala de estar que era ainda maior que a sala da lareira, na entrada da mansão. Havia cinco pessoas conversando, o senhor e a senhora Malfoy; um casal mais velho, Adam McCorman, que trabalhava no Ministério, no Controle de Feitiços e Alice, sua esposa, e ainda um homem de costas, apoiado no batente da janela, olhando para fora. Era alto, imponente, tinha cabelos louros curtos, penteados para trás combinando com o terno de cor escura que vestia; batia nervosamente os dedos na madeira. Quando Lúcio apresentou Antoine aos amigos, o homem se virou e aproximou-se dela quase que correndo. Ele estava muito sorridente. Antoine teve que olhá-lo duas vezes para poder reconhecê-lo: era Draco. O queixo dela estava perdido em algum lugar da sala.
– Antoine... - disse pegando a mão dela e beijando-a - Eu não pensei que viesse!
– Eu... - gaguejou ela, mas as palavras não saíram. Ela pigarreou, soltou um riso curto e baixo e apertou forte a mão dele. Draco a puxou para bem longe das pessoas e continuou:
– Perdoe-me pelas besteiras que fiz quando estava na escola... nunca quis magoá-la, era o Potter...
– Não querro mais pensarr no que passou, vamos pensarr no dia de hoje! - disse sorridente.
– E nem me despedi de você em meu último dia. Foi imperdoável, fui um tolo!
– Drraco... - murmurou ainda sorrindo e não acreditando que aquele homem era o rapaz que junto a ela perambulava por Hogwatrs - Eu quase não reconheci você! Está tão diferrente! Está se parrecendo muito com seu pai!
– Sim. Estou. - ele sorriu maravilhosamente e olhou para a grande sala. Outras pessoas haviam chegado e Lúcio foi recebê-las.
Não demorou a chegar a pessoa que os Malfoy esperavam. Era um homem sinistro, que chamava a atenção por seu jeito soberbo e olhar ameaçador. Ele cumprimentava as pessoas como se elas lhe devessem algo. Draco e Lúcio quase ajoelharam diante dele, aquilo deixou uma sensação desagradável em Antoine, se lembrara de que já fora como aquele homem. Olhava as pessoas de cima, esperando ver a cara delas, e dependendo do que falassem, do jeito que agissem, as humilharia. Então Draco, Lúcio e o homem seguiram em direção a Antoine, que conversava com Narcisa e com a senhora McCorman. O homem cumprimentou as duas últimas por primeiro e depois parou em frente a Antoine mirrando-a com um olhar arrogante, observando-a de cima a baixo. Ela rangeu os dentes, ergueu a sobrancelha, esticou o pescoço e o encarou, como se dissesse: “Sei muito bem o que está tentando fazer!” Ele pasmou e desviou o olhar para Lúcio murmurando algo.
– Sim, esta é Antoine Dimanchè, ela é... - disse Lúcio.
– ...minha noiva! - irrompeu Draco. Antoine arregalou os olhos, não falou nada, não sabia se ria ou se zangava. Draco se aproximou dela, a enlaçou com o braço e a beijou na testa. Era bem mais alto que ela.
– Bom, muito bom! Uma ótima escolha para a continuidade da sua magnífica família, Malfoy! - disse o homem a Lúcio - Duas famílias puro-sangue se unindo!
Antoine olhou para Draco percebendo qual era a intenção dos Malfoy: a família precisava casar o filho com alguém de nome bom, para que conseguisse o trabalho no Ministério e para que perpetuasse um clã de “sangue bom”!
– Garranto que serrei muito útil aos Malfoy, mas também serrei educada ao ponto de me aprresentarr a uma pessoa antes de dirrigirr qualquerr crrítica à mesma!
Os olhos horrorizados da senhora Malfoy caíram em Draco, petrificado com a ousadia de Antoine, que aguardava com um leve sorriso irônico e braços cruzados a apresentação do homem.
– Sou Trevor Ivengreyt III. - disse ele com mais soberba e sorrindo - Ministro da Defesa.
– Muito prrazer. - respondeu surpresa, mas sem demonstrar qualquer alteração - Sou uma menina que acabou de se forrmarr em Hogwarrts e não tão bem conceituada apesarr de meu nome semprre querrer que eu seja! - disse Antoine fazendo uma pequena reverência, depois olhando-o de cima a baixo. Ele riu larga e gostosamente, em seguida, deu de ombros e voltou-se para Lúcio, afastando-se dali. Draco agarrou Antoine pelo braço e a puxou para outra sala.
– O que foi aquilo? - perguntou ele.
– Esse homem não é boa coisa! É com ele que você vai trrabalharr?
– Eu pretendia, mas depois disso acho que não vou mais!
Antoine deu as costas para Draco e foi até a janela, ele saiu da sala, indo se encontrar com seu pai e com Trevor. Mais uma vez ela estragara as coisas. Quando será que agiria de forma adulta e discreta? O jantar estava à mesa e um elfo convidou todos a se sentarem. Os casais sentavam-se cada um de um lado da imensa mesa de vidro, ficando frente a frente. Trevor cochichou algo no ouvido de Lúcio. Draco já havia, com cavalheirismo, acomodado Antoine quando Lúcio pediu ao filho que se sentasse mais adiante, deixando o lugar em frente à Antoine para Trevor. Esta olhou para Draco e os olhos dele fumegavam. Lúcio fez um breve discurso, o fazia sempre que convidados importantes jantavam em sua casa. Terminou brindando àquela noite. Trevor não tirava os olhos de Antoine. Ele era um homem alto, pele não tão branca e cabelos marrons e longos até os ombros, bem lisos e penteados; tinha mais de quarenta anos e aparentava sempre conseguir o que desejava. Draco parecia saber disso e não parava de olhar para Antoine. De vez em quando ele tentava falar, mas seu pai o cortava. Trevor, por sua vez, não falava nada, não queria se expor na frente das muitas pessoas que conversavam aleatoriamente, mas tinha os ouvidos ligadíssimos em qualquer coisa que falassem.
Já era muito tarde quando o último convidado deixou a casa dos Malfoy e só então a família iria se retirar.
– Antoine? Parabéns, você causou uma ótima impressão no ministro. - Lúcio tinha um sorriso contente nos lábios enquanto falava - Ele quer ver Draco na terça-feira pela manhã, bem cedo!
– Ótimo! - rosnou Draco sentando-se no sofá, parecia aliviado, mas demonstrava desgosto.
Sabendo que os pais iriam se recolher, Draco olhou para Antoine e pediu baixinho que o esperasse à noite, queria muito conversar. Ela assentiu sorrindo e foi para seu quarto. Vestiu uma leve camisola de cetim salmão e deitou-se de costas na cama. Não demorou e alguém bateu à porta. Ela correu para abri-la.
– Se-senhorr Malfoy? - disse envergonhada. Lúcio a olhou de cima a baixo, como que examinando o corpo por baixo da camisola.
– Amanhã iremos ao escritório de Ivengreyt, ele quer vê-la!
– Me verr? Parra quê?
– Iremos cedo, antes mesmo que o resto da família acorde. Um elfo virá acordá-la. Boa-noite! - ela respondeu ao cumprimento e ia fechando a porta quando Lúcio voltou-se e falou - Não espere acordada por Draco, ele não virá vê-la esta noite!
Curto e grosso, ofendendo sem perceber, mas era assim mesmo que o senhor Malfoy era: sempre direto, sem rodeios, tudo preto no branco. Antoine se deitou e adormeceu. Sonhou com Hogwarts, no tempo que chegara lá, quando conhecera Snape.
– Antoine? Antoine?
– Ãh? - respondeu sonolenta ao chacoalho.
– Escute-me, Antoine! - Draco estava em seu quarto, sentado à beira de sua cama, segurando-a pelos braços. Era quase manhã, uma pontinha do sol podia ser vista pela janela - Escute, eu sei que meu pai vai levá-la para ver Trevor. Eu prometo que lhe darei tudo o que quiser, tudo o que está aqui dentro! - disse ele batendo no peito - Você pode apostar, não importa o que eu tiver que fazer, não se preocupe que nada lhe faltará, mas seja minha!
– Drraco... o que querr dizerr? - resmungou esfregando os olhos.
– Ele quer você! Mas eu também e não importa se eu não tiver aquele cargo! Não quero saber o que meu pai vai dizer, vou embora se for preciso, só quero que você seja minha!
Antoine sorriu e o beijou. Foi um beijo que reviveu tudo o que Antoine sonhara, lembrou-se do primeiro jogo de quadribol quando azarará o time da Corvinal ao lado de Draco e os dois se divertindo juntos. Será que isso que sentia agora, naquele exato momento, era amor? Antoine não sabia dizer, havia estado com alguns homens, tinha certeza de que gostara deles... mas como saberia o que era amar se nunca fora amada antes? Draco abraçou-a uma última vez e saiu rapidamente do quarto. Logo depois, um elfo bateu a porta para levar Antoine até o carro onde estava Lúcio Malfoy.


Continua...

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