O Cupido Entupido e seu Sonho



- Lene? – chamou Sirius, enfiando a cabeça no local onde ela se arrumava. – Tá pronta?
- Tô sim. – sorriu ela.
O queixo de Sirius caiu. Marlene estava usando apenas um biquíni de bolinha amarelinha, com um robe por cima. Em volta do seu ombro, e caindo por ele, havia plumas amarelas. Ela sorriu ao ver a cara dele.
- Que foi, Black? – sorriu-se divertida. – Nunca me viu?
- Não assim, McKinnon. – disse ele, corando um pouco.
- O grande Sirius Black ainda cora ao ver uma garota de biquíni... tsc tsc tsc!
Ela se dirigiu para a porta, passando por ele e esbarrando por querer. Marlene tinha que aprender a não brincar com fuego.
Com as mãos ágeis de bons anos de canalhice e agarramento, ele a puxou pela cintura, deixando o rosto a poucos centímetros do dela.
- Eu não coro, lene. Eu apenas tento me controlar – ele sorriu – mas é bem difícil fazer isso com você.
- Ah é, é? E o que você pensa que vai fazer?
- Isso. – conclui ele, beijando-a.
Ela correspondeu durante três segundos, antes do Sirius Jr. sofrer as conseqüências. Bom... Ele não tinha culpa, mas... Levou um belo chute que, de acordo com a idéia de Marlene, era pra ele ficar desacordado por um belo tempo.
- Bora crianças! – gritou Dressa do palco.
Lene deu as costas para sirius e partiu em direção a um local muuuuito longe: o palco.

- Então... er... Do tempo da pedra veeeeem... - começou Leka.
- Lene e seu cupido estúpido – completou Dressa.
- É estúpido cupido – sussurrou Leka.
- Eu falo o que eu quiser! Sou eu que mando aqui!
Lene entrou pulando, correndo e tentando se equilibrar no salto plataforma que usava.

Ô ô cupido vê se deixa em paz
Meu coração que já não pode amar

Sirius entrou nesse momento, engatinhando com cuidado. Marlene já estava à frente do palco esfregando o salto na beirada.

Eu amei há muito tempo atrás
Já cansei de tanto soluçar

Ela deu passos pra trás e, não vendo Sirius, tropeçou nele e caiu pra trás. Levantou, revoltada, morrendo de vontade de dar um chute no meio das costelas dele, mas teve uma idéia melhor.

Heyhey é o fim
Ô ô cupido vá longe de mim

Sirius se levantou depois do susto que levou, por Marlene ter caído em cima dele. Com um aceno de varinha e um giro em volta de si mesmo, ele havia virado um cupido vestido completamente de rosa, carregando um pequeno conjunto de arco e flecha.
James chegou à beirada do palco gritando:
- Uiiii!

Eu dei meu coração a um belo rapaz
Que prometeu me amar e me fazer feliz

Marlene pegou umas das flechas e jogou pra platéia. Sirius, agora, tentava se livrar de uma pena que havia parado na boca dele.

Porém ele me passou pra trás
Meu beijo recusou e o meu amor não quis

A briga com a pena foi perdida. Agora ele parecia ter engolido-a. Marlene, entre as estrofes, riu da cara de sem ar que ele fazia. Ele se aproximou dela, apontando pra garganta e pedindo socorro.

Hey hey é o fim
Ô ô cupido vá longe de mim

A garota o empurrou pra longe e ele caiu duro no chão palco com um estrondo. Parecia morto.
- Sirius? – sussurrou Marlene. – Sirius, pára de palhaçada! Levanta!
Ele não respondeu e nem se mexeu. Ela ficou demasiadamente preocupada.

Eu vi um coração
Cansado de chorar
A flecha do amor
Só traz angústia e a dor

Ela se ajoelhou ao lado dele, pensativa. Ele parecia não estar respirando. Será que aquilo não era uma brincadeira?

Mas seu cupido o meu coração
Não quer saber de mais uma paixão

Ela suspirou. Teria que fazer o que ela estava pensando que tinha que fazer. Respiração boca a boca.
Respirou fundou, curvou-se sobre ele, tampo-lhe o nariz, abrindo levemente a boca. Encostou os lábios nos dele de leve, fazendo a transferência de ar dela pra ele.

Por favor vê se me deixa em paz
Meu pobre coração já não agüenta mais

Levou um susto quando ele transformou a respiração boca a boca em beijo de verdade. “Canalha” pensou quando sentiu ele levantar o corpo e jogar-se sobre ela. Um, dois, três tapinhas. Resistência comum de quem não quer resistir nem um pouco.

Hey hey é o fim
Ô ô cupido vá longe de mim

- Ex... pel... –foi sussurrando ela entre um beijo e outro. – ... liarmus!
Sirius voou do palco para os camarins. O público aplaudiu com gosto.

Mais tarde, no dormitório masculino...
Sirius remexia-se incansável na cama. Virava de um lado para o outro, enrolava-se nos lençóis, pulava, sinalizava rendição, batia os braços querendo voar... definitivamente, estava tendo um sonho muito movimentado.
- O que será que ele tá sonhando? – ecoa a voz enciumada de Leka.
- A gente não pode tudo? Bora invadir! – ecoa a voz animada de Dressa.

SONHO DO SIRIUS

Sirius estava vestido elegantemente e parecia esperar por alguém no meio de um salão vazio, exceto por ele, uma banda que tocava uma música calma e agora, Leka e Dressa.
- Uaaau. – diz Dressa, encarando o aposento bela e ricamente decorado. – Que chique, hein?
- Uaaau. – diz Leka, encarando Sirius bela e sedutoramente vestido. – Que chique hein?
- Mas esse sonho não faz sentido. Ele parece um poste deprimido pela “atenção” do cachorro, não o cachorro safado que dá “atenção” ao poste.
Leka avança decidida.
- Hey, cachorrão! – ela passa a mão veementemente à frente dos olhos de Sirius. – Tá esperando o que, hein?
- Não o que. Quem. – Dressa aponta para as portas duplas do Salão, que se abriram para deixar uma bela e imponente em seu vestido preto Marlene McKinnon entrar.
Sirius virou-se e um sorriso sincero e aberto apareceu em seus lábios. Leka ofegou e tentou agarrar-se ao vento.
- LEKA! – Dressa corre pra ajudar a amiga caída. Enquanto isso, Sirius avança galante para Marlene.
Sacudindo a poeira, Leka se levanta e começa a ficar vermelha.
- Leka? Leka? LEKA?
Leka aponta e Dressa vê Sirius beijando a mão de Marlene. Eles conversam, mas não dá para ouvir nada.
- O-ow... – faz Dressa.
Leka fecha os punhos, ergue as mangas e começa a ir até o cas... okay, okay, até os dois, não precisa se irritar, Leka... MAS, naquele exato momento, a música calma foi substituída por um ritmo mais... caliente. Sirius puxou Marlene para mais perto (lê-se grudou seu corpo no dela querendo desafiar as leis da física) e começou a conduzi-la pelo Salão, ambos embalados e entorpecidos pelo tango.
Leka os encarava, desolada e tristonha, sentada no chão, as costas apoiadas à parede. Dressa a seu lado tentava consolá-la.
- Ora, veja pelo lado bom... é só um sonho...
- Mas ele sonha com ela...
- Mas é a ordem natural da fic... a gente não pôs Sirius/Marlene? Então! Tem que dar Sirius e Marlene! Levanta daí! Se anima! É o tangoo! – e se põe a dançar com um parceiro invisível.
- Não seria melhor dançar acompanhada, Dressa?
Elas se encaram.
- EU NÃO VOU DANÇAR COM VOCÊ! – dizem simultaneamente.
- Idéia, idéia, idéia! – diz Dressa, pulando. Ela saca a varinha e a estende. Aos poucos, um lindo jovem de longos e sedosos cabelos loiros materializa-se. Ele encara confuso o lugar e as garotas.
- ORLYYY! – Leka rapidamente esquece Sirius e avança para o Orlando Bloom versão Legolas que Dressa havia conjurado e gruda-se a ele, no que ela achava que estava dançando tango. Dressa observa os dois “dançando” e depois Sirius e Marlene, esquecidos do resto do mundo, não desgrudando os olhos um do outro.
- Eu não vou ficar aqui sozinha não! – diz Dressa. Assim como há um minuto, ela estende a varinha e materializa outro loiro, dessa vez mais jovem.
- What’s the bloo...? – ele diz, com seu sotaque britânico, mas Dressa pula nele antes que ele pudesse terminar.
- TOOOOM! – e começa a conduzi-lo, no começo, mas ele logo se acostuma e “assume o controle”. Até que eles não dançavam (tão) mal assim.
Então, os três casais dançavam seu tango, entretidos um no outro. Até que começa a movimentação do sonho de Sirius.

Olha me dá teu telefone tô afim
Depois vou te ligar pra gente ficar
Foi a primeira vez que eu te vi e me apaixonei
Que bom que eu te encontrei

Foi o que saiu da boca de um malicioso Sirius. “Como ele sabe o que é um telefone?”, pensam Leka e Dressa.
Marlene se separa bruscamente e põe as mãos na cintura. Ela põe o dedo na cara de Sirius, meneia a cabeça reprovando e meio que rebola dos ombros ao quadril.

Eu não entro na lábia de homem paquerador
Conheço o be-á-bá foi minha mãe que me ensinou
Melhor você dá meia volta
Pode se mandar, já sei seu repertório pode economizar
Ela desfilava pelo Salão, com um ar provocante para Sirius, que não podia mais se mexer.

Quer se fazer de santo mais é só pra me ganhar
Me levar pra cama e depois já espalhar
Contar pros teus amigos como foi que aconteceu
Contado fabulagem
Vai dizer que me...

Marlene estava realmente abusando. Só porque Sirius estava com os pés pregados ao chão e não conseguia mover os braços, ela passava os seus próprios pelos ombros dele e cantava ao ouvido dele. Ou então dançava à sua frente.
- É verdade que você canta 2ndback? – pergunta Dressa, ainda dançando.
- That guy looks exactly like me. – diz Tom, que não entendera o que Dressa falara.
- Já que você não pode entender mesmo... até que vocês são parecidos, mas eu nunca ouvi rumores de que ele cantava, então você tem até um ponto a mais...
Leka e Orlando ainda “dançavam”, mas sem se comunicar. Não pela boca pelo menos. Leka fazia uns sinais estranhos, mímica, língua dos surdos, mas até que seu parceiro parecia estar entendendo. O que significa que as pobres, mas no momento sortudas autoras não estavam nem aí para o dilema do pobre Sirius.
Ou não tão pobre Sirius assim. Marlene inclinava-se sobre ele...

FIM DO SONHO DO SIRIUS

Sirius acorda, assustado e ofegante. Leka e Dressa saem quicando da cabeça dele.
- Aiaiaaaai, minha b... – começa Leka, mas é calada pela mão de Dressa.
- A fic é censurada, lembra?
- Me...
- CENSURA, LETÍCIA!
- Ui, chamou de Letícia, a coisa tá braba...
- SIRIUS BLACK! – Dressa avança e pula na cama do garoto.
- Censura, Dressa!
- POR QUE VOCÊ TINHA QUE ACORDAR LOGO AGORA? LOGO AGORA? Tava tão bom com o Tom...
- Ele nem entendia o que você falava!
- Orlando também não entendia muito os seus pulos!
“Que que tem eu?”, ecoa a voz da consciência de Sirius na cabeça do mesmo.
“Nada, esqueça, coisa de mulheres.”, responde Sirius, sensatamente.
- NÃO IMPORTA! – berra Dressa. Como é que Peter ainda roncava tanto? – O fato é que você acordou na hora errada! MONTINHOOO!
- EEEEEEEEEEEE!
Leka e Dressa pulam em Sirius e só saem de cima quando Remus acordou com o barulho e as convenceu gentilmente de não esmagarem seu amigo.
Quando as duas sentiram a porta batendo em suas costas, Leka deu-se conta?
- Cadê o Jamie?

Enquanto isso, na Torre de Astronomia...
Um vulto alto de cabelos espetados estava sentado, iluminado pela lua Minguante. Encarava uma folha de papel amassada e sussurrava continuamente, balançando a cabeça:
- Every breath you take… Every move you make… Every bond you break… Every step you take… I'll be watching you…

Enquanto o “Enquanto isso”, no Dormitório Feminino do Sétimo Ano da Grifinória...
- VOCÊ O QUÊ?- berrou Marlene.
- Eu nos inscrevi no Show de Talentos para bandas, já que os shows individuais já acabaram. – respondeu Lily, ainda com um sorriso enigmático no rosto. – Nem venha, você teve uma idéia perfeita para provocar o Black e nem me disse nada! Eu tinha o direito de contar com a sua participação na minha provocação!
- Não era uma vingança? Já passou para provocação, é? – perguntou a outra, maliciosa. Mas rapidamente sacudiu veementemente a cabeça para os lados e berrou: - COMO VOCÊ SE ATREVEU SUA MALUCA? O QUE DIABOS NÓS VAMOS FAZER?
- Cantar e dançar. Não deve ser tão difícil assim.
Lily pulou em sua cama, começando a remexer-se de um jeito que não poderia ser considerado dança.
- Provavelmente vai ser difícil, Lily. Mas... eu acho que nós devíamos começar a praticar, se vamos mesmo nos apresentar. Amanhã á tarde, por exemplo.
- Bom, a coreografia nós temos que ver com Narcisa ainda, mas a música eu já...
- NARCISA? NARCISA BLACK?
- É. Ela está no nosso grupo. Junto com Bellatrix e Mandy Jet.
- A Barbie, a sk8er girl e namorada maluca/zen paradoxo abismal e constante do Zabine?
- Sim. Se nós queremos vencer os Marotos, temos que engolir o orgulho e nos unir aos de objetivo comum!
- Mas temos que cantar ISSO mesmo? – disse Marlene, olhando a letra da música.

Um pouco depois do “Enquanto isso...”, no Dormitório Masculino do Sétimo Ano...
- É amanhã à noite... é amanhã à noite... – repetia Peter. O nervosismo atacando em pesadelos lhe acordara e ele esfregava as baquetas da bateria uma na outra.
- Calma, Rabicho. Vai dar tudo certo. Nós ensaiamos a tarde inteira e amanhã faremos a mesma coisa. – tranqüilizou James, parado á porta, como se estivesse sempre estado lá.
- É o que eu espero – disse Remus, também muito nervoso. – Porque eu estou com um pressentimento muito ruim sobre esse ensaio à tarde.

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n/as:
- sor… snif... vete de... snif... chocolate – choramingou leka

dressa resmundou alguma coisa inteligível e “tom”

- bom pra fossa, decepções amorosas e pra engordar. - completou dressa

- eu vou bebeeer... sorvete derretiido... pra esqueceer... os meeus probleeeeeemaaass...

- toma – leka enfiou meio copo de sorevete na boca dela.

Dressa engasgou, tossiu e tacou o pote de sorvete na cabeça de leka.

- mas que disperdicio! - resmungou leka

- nha... não foi por mal – disse dressa, fazendo cara de culpada.

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