Fuego



Capítulo 2 - Fuego

- Eu amo esse velhote! – dizia James sem parar, acompanhado dos outros Marotos, indo em direção ao Salão Comunal da Grifinória, após o jantar. – Ah, como eu AMO esse velhote!
- Pontas, nós já sabemos desse seu lado influenciado pela animagia, mas bem que você podia poupar o resto do mundo de suas declarações de amor pelo diretor – fala Sirius, mal-humorado.
- Eu vou fingir que não ouvi o que você disse, Almofadinhas. – retrucou James, ainda com um sorriso no rosto. – Será que você ainda não percebeu, Sirius?
- Leia meus raivosos, perfeitos e sedutores lábios: NÃO.
- Qual o problema com o cachorrão aí, hein, Remus?
- Ta nervoso desde que a Sonserina com quem ele se encontrou hoje voltou ao Salão Principal.

FLASHBACK DO SIRIUS

Sirius, James, Remus e Peter estão jantando, animados, rindo e comentando uns com os outros a notícia que haviam acabado de receber. Quando James cutuca Sirius e diz:
- Aquela não é a sua Sonserina?
Sirius vira a cabeça rapidamente e vê Ruby, com a maquiagem borrada lhe dando ares de maluquice psicopata, acentuados pelo sorriso maníaco e maléfico que ela dirigia ao maroto. Ela tira algo do decote. Sirius arregala os olhos ao ver o pedaço que faltava em sua blusa no rosto da garota, como um véu de uma dançarina do ventre. “Ela não está achando que é uma dançarina do ventre, está?”, pergunta mentalmente. “Se você considerar ela se contorcer feito uma cobra no cio, se é que cobras ficam no cio, e fazer essas coisas estranhas com a língua, eu diria que ela acha.”, responde Orlando.

FIM DO FLASHBACK DO SIRIUS

- Se você tivesse visto o que eu vi, também ficaria nervoso. Pra não dizer paranóico com a possibilidade dela voltar. – comentou Sirius sombriamente.
- Heey, você não vai se amarrar com essa cobra morena vai? – pergunta James.
- Merlim me livre de me encontrar com aquela doida de novo! Eu tenho amor à vida e à mim mesmo! E você sabe que meu negócio é outra garota.
- Marlene McKinnon. – responderam os outros três, entediados.
- Como vocês adivinharam? – sorriu Sirius.
- Suas brigas e investidas na Lene só perdem pras do Pontas na Lily. – disse Remus.
- Lene? – espantou-se Sirius.
- Lily? – espantou-se James.
- Vocês deviam ter se acostumado com a preferência das comandantes do Universo. Só um maroto pode ser amigo das mocinhas no começo. E o Escolhido (não Eleito, isso não é um processo democrático), foi o Lupin aqui, então parem de se lamentar. E de quererem minha colaboração! Nem vem!
- Okay, okay – rendeu-se Sirius. – Afinal, o que você percebeu James?
- Acompanhe meu genial raciocínio – começou o apanhador, dando uma certa sensação de Dejà Vú no amigo. – Dumbledore acaba de anunciar um Show de Talentos pra animar esse castelo praticamente deserto das férias de Natal.
- E?
- E? E! E que não há animação que não inclua os Marotos! Nós estamos dentro! Nós vamos ganhar aquela taça com a NOSSA banda!
- Hum... – Sirius tocava o queixo, interessado. – Prossiga...
- E, com isso, nós aumentamos nosso fã-clube e nossas chances com Lily e Marlene.
- Ah não, não, não, James – interrompeu Remus. – Isso é incoerente. Como esperam ter mais fãs e ainda as garotas que gostas? Lily e Lene vão se afastar de vocês, isso sim.
- Remus, Remus, Remus... – disse Sirius, entendendo o que James queria dizer. – Que garota não gosta de uma música dedicada? Ou até uma serenata original, com guitarras e baterias?
- Isso, Almofada! Você captou o espírito da coisa! Nós praticamente já ganhamos esse concurso!
- NÓS? – exclamaram Remus e Peter.
- Sim, nós! Ou vocês não são Marotos? – perguntou Sirius, meio ameaçador.
- Sabia que ia sobrar pra mim... – resmungou Remus, já imaginando as cenas e ficando escarlate, conseqüentemente. – Eu vou logo pro Salão.
- E nós vamos a Hogsmeade!
- Como é, Sirius?
- Uma notícia dessas precisa ser comemorada!
- Uma música cantada pelos Marotos, yohoho e uma cerveja amanteigada! Duas músicas cantadas pelos Marotos, yohoho e uma cerveja amanteigada! – cantou James, arrastando o amigo para uma das passagens em direção ao povoado.
- Como eles pretendem ganhar um show de talentos cantando desse jeito? – espantou-se Peter.

- Lily! Senta aí! - era a milésima vez que se ouvia Marlene falar isso em meio à confusão do salão comunal.
- Eu preciso ir atrás deles! - Lily gritou de volta.
- Se acalma, Lily!
Lily se levantou num pulo e começou a falar, atropelando as letras:
- ME ACALMAR? Eu ouvi o que eles disseram, Lene! Potter e Black estão aprontando pelo colégio ou ilegalmente por Hogsmeade enquanto você me prende aqui e VOCÊ QUER QUE EU FIQUE SENTADA E QUIETA COMO UM SER INANIMADO?
- SE ACALMA, MULHER!
PÁ PÁ
Marlene dera dois tapas na cara de Lily.
Lily levou a mão até o rosto, mantendo a cara de choque e voltou a se sentar.
Nesse momento o quadro da Mulher Gorda se abriu, deixando passar os dois culpados por aquela discussão com um carregamento um tanto suspeito. Instantaneamente, todo o salão comunal se calou para ver os dois garotos se aproximarem da grande mesa no centro do salão.
Eles depositaram as caixas e se entreolharam sorrindo. Então tiraram as tampas e puxaram algo de lá, levando ao ar como um troféu e pode-se perceber que havia quatro caixas de uísque de fogo sobre o poder de vários adolescentes entre 11 e 17 anos.
Lily arregalou os olhos e pôs a mão na cabeça.
- Eu... eu... eu vou chamar a professora McGonnagall!
- Não Lily! - disse Marlene calmamente - Hoje não! Deixa a gente se divertir um pouco, vai! Só dessa veeez! Ah, diz que sim, diz que sim, diz que siiiiiiiiiiiiiiiiiiiim?
- Só dessa vez?
- Só dessa vez!
- Mas só a partir do quinto ano!
Marlene emburrou, Lily não mudava. Caminhou batendo os pés até James e Sirius.
- Venho vos informar - começou ela, fazendo James parar de encher um copo - que Sua Majestade Monitoresca, Lily Charlotte Evans - o copo de Sirius parou na metade do caminho - mandou avisar que ela não quer nenhum aluno abaixo do quinto ano nesta festa ou vai avisar a professora McGonnagall!
- Ela não faria isso, faria?
- Faria!
James e Sirius arregalaram os olhos. Se entreolharam e James começou a gritar:
- OOOOOOOOOOOOU! Ô PIRRALHADA!- os alunos olharam pra ele- Quem não for do quinto ano pra cima, pode ir dormir!
Após alguns resmungos infantis e um pouco de gritaria da parte de James e Sirius, o salão estava livre de pirralhos e eles podiam festejar.
Marlene olhou pra Lily, emburrada no canto da sala e decidiu que queria se divertir dessa vez.
- Me dá um copo, Black! - ordenou ela.
Sirius olhou pra ela como se ela fosse um E.T.
- Não mesmo, McKinnon! - ele bebeu mais um gole - Meninas não agüentam bebidas tão fortes assim! Que tal um chá?
Marlene ficou muito vermelha.
- Eu disse que vou beber, então eu vou beber!- ela arrancou o copo da mão de Sirius, que a encarava duvidoso.- Você está duvidando?
Sirius sorriu de lado.
- Estou!
Ela deixou o líquido descer pela garganta e teve uma leve vontade de gritar, mas se controlou e abriu um pequeno sorriso. O líquido desceu queimando enquanto Sirius ria da cara dela. Isso desafiou Marlene ainda mais.
Dez copos de uísque de fogo depois...
- 2, 8, 7, 4, 10! - contou Marlene.
- Não - Sirius, definitivamente, estava bêbado também - 1000, 5, 9, 32, 7, 5, 10!
Marlene tentou dançar a música do radinho enfeitiçado, mas tropeçou nos pés. Sirius a segurou.
- Aizzz! Esperazz aí, Lene!
Sirius subiu em cima da mesa central do salão comunal.
- HEEEY! - gritou ele - Ou todu munjho aê! - o salão se calou - Eu queiruu pedir a atençon de voceisss porque eo vo xamar a menina maiz gostozza da Grixinoria pra danxar pra noiiz! MARLENE MCKINNON!
Alguns garotos gritaram. Marlene caminhou até a mesa, mas tropeçou no radinho que estava, de acordo com ela, no meio do caminho. Então a música que estava tocando parou e começou uma outra que, por sinal, Marlene adorava. Com um feitiço ela fez a musica ser apenas instrumental e fez da varinha microfone.

El calor de mi cuerpo, que se eleva casi sin control
(O calor de meu corpo que se eleva quase sem controle)
solo verte
(Por só ver-te)

Já em cima da mesa, que subiu com dificuldade por causa da saia, Marlene cantou as primeiras estrofes se rebolando, para pânico de Lily. Sirius, não se sabe se foi pela bebida, pela música ou por ter visto Marlene cantando e dançando, puxou Marlene pelo braço, abraçando-a pelas costas antes de ambos perderam o equilíbrio e caírem da mesa.

Comienza por mis manos y termina en mi corazon
(Começa por minhas mãos e termina no meu coração)
cuanto te extraño
(Quando tenho saudades)

Se aproveitando de estarem embolados no chão, Marlene tentou arrancar a blusa de Sirius (“A segundia num dia shó, a genti tá lucrando hoiji...”, dizia Orlando, também bêbado na cabeça do garoto), mas a jaqueta que ele usava a impediu, deixando-o apenas com a blusa branca (mais) rasgada e a jaqueta de couro aberta. Ele fez cara de inocente; se não fosse pela música, muitas meninas diriam que Marlene estava bem sóbria por ainda não ter levantado.

Particulas de amor que nadan en mi interior
(Partículas de amor que nadam em meu interior)
pretenden incendiar el hielo de tu corazon.
(Pretendem incendiar o gelo do seu coração)

Com um pulo, ela desvencilhou-se de Sirius e subiu na mesa novamente para cantar o refrão pulando que nem a bêbada que era.

Y tengo miedo de perder el control
(E tenho medo de perde o controle)
y no espero por volver a ti
(E não espero, pra voltar a ti)
cada vez que te encuentre volveras a ser
(Cada vez que te encontrar voltaras a ser)

Marlene levou as mãos à frente e apontou pra todos do salão, da direita pra esquerda. Bom... ela não tinha noção do que era esquerda nem direita naquelas condições.

Como el deseo
(Como o desejo)
que arde lento con mi fuego.
(Que arde lento com meu fogo)
Fuego.
(Fogo)

Lily correu até o mesa-palco e tentou puxar Marlene pelo pé, mas Marlene deu um chute e soltou-se da amiga, que ainda tentou subir na mesa, mas foi puxada pela cintura por James, que a botou sentada em uma cadeira e conjurou cordas para prendê-la.
Enquanto isso, na mesa-palco, Marlene dançava a parte instrumental passando dois dedos, formando um V na horizontal, pelos olhos e fazendo uma dancinha estranha com o pé.

El pulso se acelera con tu forma de fijarte en mi
(Meu pulso se acelera com tua forma de fixar em mim)
y con el tiempo.
(E com o tempo)
No se si estoy cansada de quererte solo para mi
(Não sei se estou cansada de querer-te só pra mim)
si estas tan cerca.
(Se estas tão perto)

Continuando o festival de passos estranhos, Marlene começou a deslocar seu pescoço para os lados ritmadamente. “O que estão ensinando em Estudos dos Trouxas, afinal?”, gritou Charlotte na cabeça de Lily. “Isso é puro Fat Family!”.

Particulas de amor que nadan en mi interior
(Partículas de amor que nadam em meu interior)
pretenden incendiar el hielo de tu corazon.
(Pretendem incendiar o gelo do seu coração)

E da beirada da mesa podia se ver um Sirius Black tentando ver algo por debaixo do pedaço de pano que Marlene chamava de saia.

Y tengo miedo de perder el control
(E tenho medo de perde o controle)
y no espero por volver a ti
(E não espero, pra voltar a ti)
cada vez que te encuentre volveras a ser
(Cada vez que te encontrar voltaras a ser)

“Lily, que tipo de amiga é você?”, vociferou Charlotte. “Tome uma atitude, AGORA!” Lily, amarrada na cadeira, saiu pulando entre o povo, chegou até Sirius e deu um chute na cara dele. James saiu correndo, pegou Lily e a cadeira e a colocou do outro lado da sala, sentando-se no colo dela para impedir de que ela saísse pulando outra vez. Lily ficou da cor dos cabelos e bufou de raiva com o sorriso cínico que James deu para ela.

Como el deseo
(Como o desejo)
que arde lento con mi fuego.
(Que arde lento com meu fogo)
Fuego.
(Fogo)

Marlene deu um chute no ar fazendo o seu tênis voar longe, acertando a cabeça de Sirius e a derrubando na mesa.

Siento fuego en mi interior
(Sinto fogo em meu interior)
fuego que viene de ti
(Fogo que vem de ti)
y es mas de lo que pediiii
(E é mais do que pedi)

Empolgada, ela começou a andar pra trás numa perfeita imitação de um bruxo decadente bastante conhecido no mundo trouxa. Ele já fora até advertido pelo Ministério por suas demonstrações de magia e enganos aos trouxas, mas nunca aprendia. “Michael Jackson é o cúmulo, Marlene!”, berrou Lily.

Y tengo miedo de perder el control
(E tenho medo de perde o controle)
y no espero por volver a ti
(E não espero, pra voltar a ti)
cada vez que te encuentre volveras a ser
(Cada vez que te encontrar voltaras a ser)

Marlene não parecia escutar os gritos da amiga, ou se escutava, estava fazendo de tudo para incentivá-los, como, por exemplo, jogar o cabelo para frente e começar a dançar de uma forma que fez Lily ficar da cor dos cabelos. “Onde é que ela aprendeu a dançar Calypso?”, perguntou baixinho.

Como el deseo
(Como o desejo)
que arde lento con mi fuego.
(Que arde lento com meu fogo)
Fuego.
(Fogo)

Marlene se aproximou do local onde ela havia caído com Sirius e o encontrou de sobrancelha levantada, ainda tentando olhar por debaixo da saia dela.

voy perdendo el control
(Vou perdendo o controle)
y no espero por volver a ti
(E não espero por voltar a ti)
cada vez que te encuentre volveras a ser
(Cada vez que te encontrar voltaras a ser)
como el deseo
(Como o desejo)
que arde lento con mi fuego.
(Que arde lento com meu fogo)

Então ela o puxou para cima da mesa e se dependurou no pescoço dele para, enfim, terminar a música com um melódico...

Fuego.
(fogo)

N/AS:

Vêem-se duas garotas em cima de uma caixa de som, que ainda toca “Fuego”

Dressa cantando com um microfone imaginário: Particulas de amor que nadan en mi interior/
pretenden incendiar el hielo de tu corazon.

Leka, rodando a gravata do uniforme da Sonserina: Y tengo miedo de perder el control / y no espero por volver a ti / cada vez que te encuentre volveras a ser

Juntas, com o microfone imaginário e a gravata na cabeça: Como el deseo / que arde lento con mi fuego / FUEGO!

As duas caem da caixa de som

Eu disse, chega de bebida púrpura por hoje, mas ela me escuta? Nãão! Agora sei porque Char se demitiu!

Você ainda não viu NADA, Rave.

OBS: BASEADO EM FATOS REAIS

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.