Abril - A Namorada do Ralph
Disclaimer: Todo mundo sabe que nada me pertence. Não sabia? Sério mesmo? Pois fique sabendo que a tia J.K tem o Harry Potter (e o Draquinho lindo também) e a Helen Fielding tem a Bridget.
Capítulo VI
Domingo, 1 de Abril.
56 kg, 5 sapos de chocolate, 3 sacos de Feijõezinhos de Todos os Sabores, 0 aulas.
7h30. Acordei parecendo um zumbi. Quem ousa me acordar do meu sono profundo? Claro que o Skup.
8h30. Ontem Andy me puxou para um canto:
- Lily, PARE! – ela é louca?
- Eu estou parada Andy!
- Não! Pare de se martirizar! Você não gosta do Potter, Lie é sua amiga! Pare de agir como se fosse a coitadinha da história! Por Merlin! Você já dispensou ele várias vezes...
Como ela pôde ter me dito isso? Eu não gosto do Potter mesmo, o fato em questão é que a Lie não podia namorar ele. Ele é nojento, mulherengo, Merlin, ele é o Potter!
9h. Estava me preparando para um Domingo produtivo na Biblioteca quando Ralph surge do nada.
- O que você está fazendo aqui?
- Estudando? – o que ele pensava que as pessoas iam fazer na Biblioteca?
- Quando tem um sol maravilhoso ai fora e passeio de Hogsmeade? Nada disso! Você vai comigo!
21h. O passeio de Hogsmeade foi ótimo.
Eu, Andy, Tonks, o Bobão e Ralph entramos numa carruagem. Remo foi com seus “maravilhosos” amigos, mas nem por isso eu me irritei, eles realmente têm mais posse no Remo do que eu. Andy e Tonks, o Bobão (que voltaram há alguns dias) foram namorar na Madame Pufosa. Ralph me puxou para o Três Vassouras, eu realmente estava com trauma de cerveja amanteigada, mas aceitei uma.
- Lily, você está bonita... – talvez não tenha sido um elogio verdadeiro já que eu vestia uma calça jeans e uma blusa folgada, meus cabelos pareciam que não eram lavados desde o tempo das cavernas e meus olhos tinham olheiras profundas. Merlin, virei um Dragão!
- Obrigada... – respondi desconcertada com a minha aparência.
Ralph não parecia estar nenhum pouco envergonhado, “ótimo”, pensei. Sou um Dragão bem aceito na sociedade.
- Lílian, você gosta do Potter? – nossa, isso que eu chamo de pergunta simples e direta.
- Cl-claro que não! Por Merlin Ralph! O Potter é burro…
- Ele não é burro...
- ...Idiota...
- Talvez um pouco.
- ...Feio... – tudo bem, eu exagerei. Digo, ele é um pouco bonito.
- Lily, Lily... Mentir faz crescer o nariz – e eu sou a infantil.
- Ralph, sério... Eu não gosto dele. – me irritei.
- Irritação, colocações desconexas, choro há duas semanas atrás. Lílian, você está apaixonada!
- EU NÃO ESTOU! – a maioria das pessoas presentes olharam. Eu não estou mesmo! Merlin, eu estou?
Ralph deu um sorriso amarelo. Depois disso conversamos futilidades e saímos para olhar as lojas. Demos uma volta até na Casa dos Gritos, quase ninguém anda por lá, vimos só um enorme cachorro preto que me lembrou alguém. Ele tinha um olhar estranho.
É, o passeio foi legal. Mas fiquei pensando. Será que eu gosto do Potter? Como? Eu odeio o Potter! Ralph é engraçado com essas coisas, e ele estava tão bonito hoje. Um garoto como o Ralph nunca olharia para mim. Eu não tenho um cabelo bonito, meu corpo é ridículo, eu falo muito e sou chata. Merlin, morrerei solteira.
Segunda-feira, 2 de Abril.
56kg, 7 sapos de chocolate, 0 sacos de Feijõezinhos de Todos os Sabores, 7 aulas.
9h. Salão Principal. Acordei hoje desejando ter morrido durante o sono. Pelo ao menos morreria rápido (e não veria a Lie casar com o Potter). Por falar na Lie, estamos nos falando formalmente. Tamy anda com ela e Andy não sabe que partido assumir, coitada. O bom de toda essa história foi que o Potter parou de me atormentar esses últimos dias, até hoje.
- Bom-dia, o que você está fazendo?
- E isso interessa a você? – respondi mal-educada.
Ele ficou calado.
- Não enche Potter.
- Será que nós não podemos ter uma conversa civilizada por um momento? – ele falou de repente. – Você me odeia desde... desde sempre!
- Potter, se liga, pessoas como você nasceram para serem odiadas!
- Aff!
- E eu odeio você desde que você decidiu dedicar a sua preciosa vida a encher minha paciência.
- Mas eu não encho mais... Ou encho? Se liga você Lily, eu já to em outra...
- Você está enchendo agora e já que você está em outra por que não vai fazer companhia a ela? – indiquei Lie com a cabeça no momento que acabava de entrar no Salão. Ele não falou nada e saiu emburrado. Só essa que me faltava Merlin, ser amiga do Potter.
12h. Almoço. Acabei de receber um bilhete de Ralph:
“Lily,
Desculpe, não vou poder almoçar com você, tenho que terminar alguns trabalhos. Podemos nos encontrar a noite? Tenho uma coisa para conversar com você. Não se estresse muito, esqueça o Potter.
Beijos,
Ralph”.
Como assim não se estresse muito? Eu não sou estressada! E que história é essa de esquecer o Potter? Eu nem estava pensando nele.
“Ralph,
Ta desculpado. O que você quer falar comigo?
7 horas nos Jardins.
Beijos,
Lily”.
Estranho.
9h. Ralph me fez uma proposta indecente! Homens são todos iguais!
Desci como o combinado às sete horas para encontra-lo nos Jardins. E lá já estava ele me esperando debaixo da nossa árvore favorita.
- Oi Lily, obrigado por ter vindo...
- Não foi nada... Amigo é pra isso. O que foi?
- Preciso conversar com você... Uma coisa séria.
Fiquei preocupada, lógico. Odeio “coisas sérias”, elas me assustam.
- Fala...
- Você gosta do Potter? – lá vem ele de novo.
- Não Ralph!
- Lily, eu sei que você gosta! E ele gosta de você.
- Por Merlin, eu não gosto dele e ele não gosta de mim. Acabou. Pronto! Ele está com a Lie agora e não comigo!
- Esse é o problema... Ele está com a Lie... – disse pensativo.
- O que você quer dizer com isso?
- Lily... – parou, pegou minha mão e me olhou. Os olhos dele tinham um brilho diferente. – Eu estou apaixonado. Pela mulher da minha vida, o meu sonho, eu acordo todos os dias dando graças a Deus por tamanha perfeição existir e eu não posso viver sem ela. Eu não consigo! Se eu ao menos tivesse a esperança de que ela gostasse um pouquinho de mim...
“Merlin, será que chegou a minha hora?” pensei embevecida pelas palavras dele.
- E quem é ela? – respondi sonhadora.
- Ela é...
- Quem? – Merlin, encontrei meu príncipe encantado.
- Natalie Chang... – sussurrou sonhador.
Meu cérebro demorou para processar essa informação.
- NATALIE? – berrei incrédula e chateada.
- Sim... – ele pareceu sair do estado de transe profundo.
Fiquei arrasada. O que a Natalie tem que eu não tenho? Fácil... TUDO.
- E eu pensei... – continuou ele – que já que você gosta do Potter e eu gosto dela, agente poderia mudar essa situação...
- Do que você está falando?
- Nós dois podíamos namorar para causar ciúmes neles e...
- Sem essa!
- Por favor Lily!
- Eu não vou namorar com você... de brincadeira!
- Promete pensar Lily!
- NUNCA! É inviável e não toquemos mais nesse assunto.
Não disse que era uma proposta indecente?
Quarta-feira, 5 de Abril.
56kg, 7 sapos de chocolate, 0 sacos de Feijõezinhos de Todos os Sabores, 7 aulas.
O mundo só pode estar enlouquecendo. Eu só posso estar enlouquecendo. Decidi dar um basta nessa situação de loucura e tomei algumas decisões que condizem com o que eu li a respeito numa revista de “Equilíbrio Interior”:
a) Vou deixar as coisas na minha vida fluírem naturalmente. Não adianta eu me estressar.
b) Vou acordar às cinco da manhã para caminhar ao redor do Lago da Lula Gigante, procurando gastar todas as calorias a mais que eu ingeri.
c) Vou me dedicar plenamente aos estudos como forma de adquirir uma posição de mulher independente e bem-sucedida na sociedade.
d) Não vou dar atenção a homens, nem seres chamados de Potter, já que estes são uma classe burra que só tem por objetivo acabar com a sua vida.
e) Vou cortar o cabelo.
Essa minha última decisão demorou muito tempo para ser tomada. A única forma de mudar meu visual, Merlin, é cortado o dito cujo. Que triste! Acho que vou preparar um funeral para ele.
Quinta-feira, 6 de Abril.
2 dias para a Operação Apara Juba.
Vou cortar o cabelo no Sábado, pois assim, se ficar horrível, eu tenho um dia e meio para dar um jeito na minha vida, quem sabe até lançar uma moda de andar de chapéu. Comentei com o Remo a respeito do meu Equilíbrio Interior e de como eu estou disposta a fazer as coisas funcionarem ao meu favor. Ele riu e não disse nada. Procurei não ficar irritada.
9h. Salão Principal. Estou atrasada para a minha primeira aula, mas isso não vai acabar com o meu dia. Vou só terminar de comer minha torrada e partir calmamente em direção a sala de Transfiguração.
11h. Acabei de receber um bilhete de Ralph no meio do corredor.
“Então?”
Este foi o bilhete mais curto que alguém já decidiu me mandar.
“Não acho que essa seja a melhor forma de você conquistar sua amada.
Eu já disse que é inviável”.
Eu acho que senti uma pontada de ciúmes nessa frase Lílian Evans. Era só o que faltava Merlin, sentir ciúmes do Ralph.
12h. Almoço. Procurei o Remo esquecendo todas essa merda de alto controle e extremamente descabelada.
- Remo, você me acha feia?
- Como Lily?
- Feia Remo... Ridícula, estranha, horrorosa, que assusta até moscas...
- Claro que não Lily! Você é bem bonita, todo mundo acha... – e ele adquiriu uma coloração instantânea de vermelho no rosto.
- Sério? E porque será que eu não consigo achar um namorado decente?
- Não seja tão paranóica Lily... Quem sabe o amor pode estar do seu lado...
Preferi não pensar essa hipótese, já que quem estava do meu lado era o Petigrew, o Porco. Que horror!
Sábado, 8 de Abril.
54kg (Será que a 1 dia de caminhada já fez efeito?), 2 sapos de chocolate, 0 sacos de Feijõezinhos de Todos os Sabores, 0 aula. Operação On.
7h30. Acabei de acordar, só de nervosismo. E se não ficar bom? E se eu ficar com uma cara pior do que a que eu já tenho? E se eu for zoada pelo resto da minha vida? Equilíbrio interior, equilíbrio interior, Lílian!
8h30. É melhor eu conversar com a Andy antes de ir.
- Andy, preciso que você cuide de tudo... Se as pessoas perguntarem o por quê, se o Potter insistir em ter uma resposta, se o Ralph achar que foi uma atitude horrorosa, se eu não conseguir sobreviver a isso...
Então ela abriu uma cara de espanto e disse:
- Lílian você vai se matar?
Que idéia!
- Claro que não!
- E que drama todo é esse?
- Eu vou cortar o cabelo... – falei envergonhada.
- Só isso? – acenei que sim e ela suspirou – Ufa! Graças a Merlin...
Não gostei da atitude dela, isso é uma coisa muito importante pra mim! Me despedir dessa coisa que sempre me acompanhou. Acho que vou chorar.
10h. Como hoje não tinha passeio de Hogsmeade eu pedi a Dumbledore que me deixasse ir a Hogsmeade para realizar esse feito tão importante, gentilmente ele concordou. Merlin, ele é tão adorável! Contanto, lógico, que eu fosse com alguém... Convidei o Remo e ele não pôde vir, então decidi acompanhar outro garoto do segundo ano que também ia fazer compras.
- Por que você está nervosa?
- Eu nunca cortei o cabelo... – nunca mesmo! Quer dizer, ele sempre foi grande!
- Por que você vai cortar?
- Porque ta feio...
- Por que você mesma não corta?
- Porque eu não sou cabeleireira...
- Hum...Por que você não pinta?
Eu acho que esse garoto é louco. Equilíbrio Lílian!
- Pintar de quê?
- De ruivo!
- Ei, eu sou ruiva!
- Mas é uma ruiva feia... Parece que queimou o cabelo.
Tem alguma possibilidade desse garoto ser parente do Potter? Por Merlin!
- Seu nome é Potter?
- Não... Mas queria ser... Ele é o cara mais popular do colégio, não?
- Não queira! – Merlin, por isso que o mundo dos bruxos não vai pra frente.
- Ei, espera! Você é a ex-namorada dele!
- Eu não o namorei! – grunhi muito chateada esquecendo tudo relacionado com equilíbrio interior.
- Namorou sim!
- Não namorei não!
- Namorou sim!
- N-ã-o n-a-m-o-r-ei! – soletrei pra ver se ele entendia.
- Dizem que ele ainda gosta de você!
- Nunca gostou...
- Há-há então admite que namorou!
Então eu peguei, pulei em cima dele, arranquei sua cabeça e arremessei pela janela da carruagem. Tudo bem, eu não fiz isso.
- Cala a boca.
- Não calo!
- Cale a boca agora! Eu sou monitora e maior que você!
- E o que isso tem haver?
Mas que garoto petulante!
- Petrificus Totalus!
Pronto. Estamos chegando já.
22h. Ah Diário, vou tentar ser impessoal para que você só descubra o que aconteceu no final. (Eu sou má! Há-há!).
Retirei o Petrificus do Garoto-Irritante-Que-Parecia-Ser-o-Potter e na verdade descobri que seu nome era Artur. Tudo bem, até que ele não era tão irritante assim e me acompanhou antes de fazer suas compras, já que nós dois não podíamos nos separar.
A bruxa cabeleireira, segundo eu fui informada tinha uma lojinha pequena no fundo da rua de Hosgmeade, quase imperceptível, eu desconfio que as pessoas só conseguem olha lá dentro quando necessitam realmente cortar seu horroroso cabelo grande. Demorou um tempão pra Artur conseguir percebe-la, pensando bem, ele é meio lerdo mesmo.
Ela era bem simpática, mas um pouco velha, nessa hora eu fiquei com medo do meu cabelo ficar parecendo com o da minha Vó, mas ela logo me tranqüilizou dizendo que não. Que saco, nunca consigo fechar minha mente por Legilimência, até simples velhinhas cabeleireiras conseguem me derrotar.
Artur falou alguma coisa no ouvido dela, que eu fiquei muito irritada por não poder saber também, mas que para o meu desespero (ou alívio - depende do ponto de vista) ela sorriu e disse que achou uma boa idéia. Tive vontade de gritar: “Hey, EU JÁ SOU RUIVA!”, nem sei porque.
No final, ela fez tudo em menos de 20 minutos e meu novo look inclui um cabelo extremamente vermelho-alaranjado nos ombros (sim, ela coloriu meu cabelo!), mas que ressalta muito melhor meu rosto e não tem aquele aspecto seco de antes. Fiquei tão feliz! Dei até um beijo na bochecha de Artur, deixando-o da cor dos meus novos cabelos!
Depois fizemos as compras dele que eu não entendi e nem perguntei pra quê serviam, pois ele só colocou um envelope rapidamente no correio de Hogsmeade. Quando cheguei no colégio, já estava tudo deserto e corri logo pro quarto pra ninguém me ver, ainda.
E agora só to fingindo que estou dormindo, enquanto na verdade estou escrevendo em você. Que felicidade Merlin! Feliz por uma coisa que eu fiz e por outras que não sei porque vou fazer.
Nossa, deve ser o sono.
Domingo, 9 de Abril.
54kg (Já que eu cortei metade do cabelo seria justo que metade do peso fosse embora. Humpf), 4 sapos de chocolate, 1 saco de Feijõezinhos de Todos os Sabores, 0 aula. De Cabelo Novo.
Poucas pessoas vagando pelo castelo. É melhor eu colocar um gorro na cabeça.
8h. Salão Principal. Odeio perguntas idiotas como essas:
- O que você está fazendo com isso na cabeça?
Eu respondo: dançando tango.
- O que um gorro faz na sua cabeça?
Eu respondo: talvez eu quisesse ser papai-noel.
- Que cara é essa?
Eu repondo: a mesma de ontem e antes de ontem.
Aff.
9h. Coisas estranhas aconteceram.
Fui caminhar com o Ralph pelos jardins, em direção a um lugar bastante deserto só pra mostrar meu cabelo a ele.
- Aonde você está me levando Lily? – ele falou com uma cara de safado.
Lembrei do meu ex-equilíbrio interior e foi isso que me impediu de dar uma resposta atravessada para ele.
- Quero mostrar uma coisa pra você.
- O quê?
Grahn. Vamos, raciocine comigo! Se eu estou levando ele para um local deserto eu não quero que ninguém veja. E se eu vou mostrar pra quê exatamente ele pergunta “O que é?”. Muito estressada hoje. (O meu inconsciente acabou de gritar um ESTRESSADA SEMPRE na minha cabeça. Aff).
Chegamos num local atrás de uma arvorezinha bem distante do castelo. É, ali ninguém me veria.
- Tanrannn! – Sim, eu fiz esse barulho teatral.
Ralph quase caiu para trás. Quando olhou meus cabelos curtos e extremamente coloridos ele abriu um olho maior que uma coruja poderia abrir. Mas, então, nós ouvimos um barulho estranho vindo das árvores, uma espécie de galho se partindo. Só sei que me agarrei no suéter do Ralph numa tentativa em vão de esconder meu cabelo (sim, isso foi estranho, eu sei). Enquanto tentava me esconder do campo de visão de onde veio o ruído e tentar, simultaneamente, enfiar o gorro abaixo pela cabeça, Ralph sacou sua varinha e fez uma cara de sério extremamente fofa que me lembrou alguma pessoa que eu não quero lembrar (que pensamentos são esses dona Lílian Evans?).
Cinco minutos depois vimos uma pessoa correndo desesperadamente para o castelo. A julgar pela altura e pela aparência de rato eu queria saber o que Pedro Pettigrew estava fazendo dentro da floresta em um lugar perto de onde eu estava. Por Merlin, eu não acredito que o Potter tem espiões agora atrás de mim!
Segunda, 10 de Abril.
55kg (de onde veio 1 kg?), 5 sapos de chocolate, 2 sacos de Feijõezinhos de Todos os Sabores, 6 aulas.
8h. Salão Principal. Ainda com o gorro na cabeça, sem coragem de me declarar completamente ruiva.
Graças a Merlin Remo não perguntou porque eu estava com um gorro na cabeça, já basta, deixa eu ver, metade dos alunos de Hogwarts? Isso não é bom para o meu ex-equilíbrio interior, acordar estressada.
- Bom-dia Remo.
- Bom-dia Lily. Visual novo? – tudo bem, isso não foi um “o quê significa essa coisa de lã na sua cabeça?”.
- Sim... – respondi tentando parecer casual. De repente meu olhar se dirigiu às irmãs Patil, as maiores fofoqueiras de toda Grifinória, que cochichavam furiosamente.
- Lily, eu preciso daqueles relatórios...
- Oh Remo, me desculpe... Eu ando tão ocupada... – ocupada com o quê? Peso, seres irritantes e meu próprio nariz. Que horror! Sou uma mulher terrível. – Mas vou te entregar o mais rápido possível.
- Tudo bem, não se preocupe. Tudo passa...
Han? Como assim tudo passa? As nuvens passam, o tempo passa, as águas mudam, mas de que diabos eu estou falando? De que diabos o Remo está falando?
- O que você tem Lily?
- Nada.
- Nada?
- Alguém morreu Remo? – cochichei furiosamente.
- Como?
- Alguém morreu? – falei um pouco mais perto dele.
- Não Lily, por quê? – ele perguntou assustado.
- Babado novo. – e apontei com a cabeça as irmãs Patil.
- Ah, você não sabe?
- Como assim? Saber o quê? – Aiai. Isso não ta me cheirando bem.
- O Ralph.
- O que tem o Ralph? – falei espantada. Será que ele morreu?
- Calma Lily.
- Fala logo.
- Ele ta namorando.
- O QUÊ?
- Isso mesmo.
- COMO?
- Ora como Lily...
- QUER DIZER, COM QUEM?
Remo riu.
- Ninguém sabe.
- Como assim ninguém sabe?
- Pedro disse que nunca tinha visto ela.
- Pedro?
- Sim, Pettigrew.
Pedro. Namorada. Menina nova. Meu cérebro demorou a unir essas informações. Oh Merlin!
12h. Almoço. Corri desesperadamente pelos corredores de Hogwarts atrás de Ralph depois de uma aula completamente entediante de História da Magia. Eu tinha coisas mais importantes para fazer, como, por exemplo, esclarecer uma situação.
Mas Ralph não estava em canto algum! Por Merlin! Onde ele se meteu?
De repente uma mão me puxou para dentro de uma sala no terceiro andar. Que absurdo! Que ultraje! Comecei a espernear.
- Hey, calma Lily! Sou eu!
- Uee uem?
- Han? Sou eu, Ralph!
Parei de me desesperar e me comportei como uma pessoa normal que raciocina numa situação normal.
- O que você está fazendo aqui?
- Ora o quê! Me escondendo!
- Escondendo de quem?
- De todas as garotas loucas de Hogwarts que querem saber quem é minha namorada afinal!
- Mas que história mais maluca Ralph!
- É, eu também acho! Mas...
- Mas o quê?
- Até que eu to gostando.
- Aff. Síndrome de Potter no ar.
Ralph riu.
- Sério Lily. Agora você aceita a proposta?
- Ta ficando louco Ralph? Todos pensam que você tem uma namorada, mas ninguém sabe que sou eu, quando na verdade eu não sou sua namorada e isso foi um tremendo engano daquele, daquele, Pettigrew, o Porco que virou meu espião e eu não ia ficar nenhum pouco surpresa se ele tivesse me espiando a pedido do Potter, o Ser Inútil, que não me deixa em paz.
- Hey, pára um pouco.
- Ah! O que nós vamos fazer?
- Que tal, seguir com o plano?
- NÓS NÃO TEMOS UM PLANO. VOCÊ TEM UM PLANO. ESTÚPIDO POR SINAL.
- É um bom plano.
- Eu não vou confabular nisso com você! Ainda mais quando a recompensa é um, um, um POTTER! O que eu vou fazer com um Potter?
- Confia em mim. Vai dar tudo certo.
O irônico é justamente que nada comigo dá certo.
Segunda, 17 de Abril.
56kg, 15 sapos de chocolate, 8 sacos de Feijõezinhos de Todos os Sabores, 6 aulas.
Passei uma semana andando entusiasmadamente com o meu gorro, o meu refúgio, na esperança de que toda aquela poeira abaixa-se, Pedro, o Louco descobrir que estava sonhando, Ralph negando a todos que tinha uma namorada desconhecida e ao mesmo tempo se empolgando porque se tornara o mais popular depois do Potter num curto período de tempo.
E agora eu olho pro meu café e me pergunto se algum dia eu ainda poderei olhar meus cabelos à luz do dia. Toda a minha obra de arte e trabalho foi por água abaixo. Aff. Melhor ir para a aula de Transfiguração.
10h. Eu mato ou não mato?
“Evans, você está com piolho?”.
Mas isso era só o que me faltava.
“Mesmo que eu tivesse isso não diz respeito a você”.
Chato.
“Claro que me diz respeito. Eu tenho cabelos lisos e saudáveis, quero saber se não estou perto de um foco de dispersão de piolhos que podem acabar com ele todo”.
“Te toca Potter”.
- Srta. Evans! – bradou a professora McGonagall de repente. Levei um susto, viu?
- O-oi...
- Queira, por favor, me passar esse bilhete intrigante que ousa circular durante a minha aula e tirar esse gorro ridículo da cabeça.
- Ah não professora! Por favor! – parece que quanto mais desesperado nós parecemos, mas eles se divertem.
- Você se recusa Srta. Evans?
Já dizia Shakespeare. Ser ou não ser?
- Accio bilhete! Accio gorro!
Num movimento rápido o gorro e o bilhete foram parar nas mãos de McGonagall. Mas num movimento gracioso meus cabelos caíram levemente sobre os ombros. Ainda tentei esconde-los, em vão.
“Evans?”, “Essa é a Evans?”, frases e cochichos começaram a circular instaurando uma balburdia. No meio da multidão, o que eu ouço?
- É ELA! A NAMORADA DO RALPH WILFRED!
Ah não!
Quinta, 20 de Abril.
Em dez dias eu consegui: mudar meu visual, arranjar um namorado que não é meu namorado e ser uma das garotas mais odiadas do colégio. Por Merlin, quem consegue entender essas garotas? Quando o Potter dava em cima de mim eu era odiada. Quando o Ralph parece ser meu namorado, elas ficam chateadas. Ah meu saco!
O Potter continua o mesmo ser irritante de sempre só que ao cubo, como se eu devesse alguma coisa a ele. Outro dia eu peguei o cafajeste do Black perguntando ao Ralph se “a Evans estourada pelo ao menos é jeitosinha?”. Jeitosinha é a Senhora sua mãe. Tenho ímpetos de esganar Pettigrew, o louco por espalhar esses boatos ridículos. O único que parece acreditar ainda em mim é o Remo.
Pelo ao menos uma coisa positiva eu posso tirar dessa horrível e constrangedora situação: eu voltei a estudar e cumprir com os meus deveres na monitoria. O que deve ter deixado o Remo extremamente feliz, coitado, estava extremamente soterrado de serviço e patrulha dos corredores. Será que ele tava certo? Era só uma fase?
Fase ou não eu fico feliz de que esteja passando. Será, será? Responsabilidade Evans, responsabilidade!
Terça-feira, 25 de Abril.
Como uma forma de agradecer ao Remo, eu dei uma semana de folga a ele e assumi o comando nos turnos de monitoramento dos corredores de Hogwarts. E cá estou eu, pronta para mais uma ronda. Espero que o Potter não esteja aloprando hoje por aí, minha paciência ta bem diminuta.
23h. Ouvi uns sons estranhos no quarto andar. Talvez seja um duelo ilegal. A se eu pego esses baderneiros!
3h. Muito estranho.
Fui verificar o que estava acontecendo no quarto andar como uma boa monitora. Cheguei minuciosamente no local, tentando pegar quem quer que fosse! Cheguei até a ver sua sombra, mas ele sumiu! Ele desapareceu! Do nada! Que estranho! Só vi um ratinho pequenininho que passou correndo do meu lado, parecendo louco.
Mas eu tenho uma prova da infração! Um pergaminho sem palavras. Estranho, não? Não para mim! Ainda vou descobrir o que ele estava aprontando. Essas coisas parecem se típicas de uma pessoa que eu conheço bem.
Quinta-feira, 28 de Abril.
Não deu tempo de mostrar o pergaminho sem palavras ao Remo e eu sei que esse é o tipo de coisa que nós devemos levar para que um professor mais experiente analise, mas eu realmente sinto que posso desvenda-lo sozinha. O problema é que ele parece só um pergaminho normal e irritante sem nada! Que ódio.
- Meu nome é Lílian Evans e eu exijo que você se revele.
Espera aí. Acabaram de surgir linhas nele. Por Merlin!
“O Sr. Almofadinhas gostaria de saber o que a monitora mais chata de Hogwarts está fazendo com esse pergaminho.
O Sr. Pontas concorda em partes com o Sr. Almofadinhas e gostaria de acrescentar que a Srta. Evans fica extremamente linda quando está brava.
O Sr. Rabicho espera que não seja culpa sua.
O Sr. Aluado prefere não externar sua opinião”.
Almofadinhas, Pontas, Rabicho e Aluado. Esses nomes são familiares.
Há-há! Potter. Peguei você.
xXxXx
N/A:AHHH. Muito tempo tentando atualizar, mas o site estava fora do ar. Nhame. Vocês ainda lêem essa fic por aqui? Se sim, comentem, senão, paro logo de postar. =) Agradeço a todos que comentaram no capítulo anterior! Sério mesmo! =)) Não vou fazer o agradecimento individual porque tenho outras fics pra att. =))
Beijinhos,
Comentem.
Ellen-Potter.
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