Isto só pode ser um sonho!



No dia seguinte, Draco acordou lentamente, mas não abriu os olhos. Cinco minutos depois de acordar, ele ouviu o barulho de passos no corredor.

- Deve ser o estúpido do elfo doméstico, que me vem acordar. - ele pensou, enquanto se "enterrava" dentro da sua cama.

Draco ouviu a porta abri-se e logo de seguida ouviu a janela a ser aberta. Depois disso, ele ouviu os passos a se aproximarem da cama e derrepente todas as cobertas que ele tinha na cama, foram puxadas para trás.
Draco sempre fora acordado com bastante delicadeza, mas pela primeira vez, ele quase tinha sido arrancado da cama e o pior de tudo, é que tinha sido um elfo doméstico.

- Estúpido elfo doméstico, quando eu abrir os olhos ele vai ter o pior castigo, da miserável vida dele! - ele pensou, mas antes de abrir os olhos, ele ouviu uma voz bem conhecida dele:

- Draco, querido, é melhor levantares da cama depressa, porque hoje é o teu primeiro dia de aulas e eu não quero que tu chegues atrasado.

Depois de ouvir aquilo Draco ficou na dúvida, a dona daquela voz nunca diria nada tão delicado. Mas quando abriu os olhos as suas dúvidas desapareceram.

- Mãe!?!?! - Draco nunca tinha apanhado um susto daqueles, em toda a sua vida. - Não, pode ser! Ela nunca falaria daquela maneira e nunca se vestiria igual aos muggles, muito menos em casa! Quando o pai a vir, vai ficar furioso. - Draco pensou, enquanto olhava pasmado para aquela mulher.

A mãe sentou-se à beira da cama e perguntou com um tom preocupado: - O que foi, Draco? Estás a sentir-te mal?

Narcisa estava bastante mudada, ela usava uma calça de ganga justa e uma bela camisa branca, que combinava com a sua pele clara. O que mais tinha mudado era o cabelo, Narcisa sempre tivera o cabelo comprido, mas agora ela tinha o cabelo pelo caixo, com um corte bastante moderno e rádical ao mesmo tempo.

- Eu estou bem, a sério! - Draco tinha ficado mesmo chocado, mas na verdade, ele até tinha gostado da nova versão da sua mãe, ela realmente parecia muito mais nova.

- Então, levanta-te e despacha-te!. - ela levantou e foi em direcção da porta - Vou preparar o teu pequeno almoço. - depois disso ela saiu.

- A minha mãe nunca preparia um pequeno almoço! Eu só posso estar sonhando! - ele falou para si próprio, enquanto se levantava.

Assim que se levantou, Draco reparou que não era só a sua mãe que estava diferente. Todo o seu quarto tinha mudado, as paredes que antigamente eram de pedra, eram agora de tijolos, completamente lisas e totalmente brancas. Os tons negros dos tecidos, tinham dado lugar a vários tons de azul e toda a móbilia que antigamente era negra e antiga, era agora bem clara e macia.
Draco foi até à janela e reparou que toda a rua tinha mudado. Antigamente a rua era sombria e práticamente deserta, nela só passavam feiticeiros com longas capas negras e mulheres com aspecto superior. Agora, a rua era repleta de casas coloridas e com grandes jardins florais. Algumas pessoas conversavam animadamente, outras andavam de bicicleta, outras guiavam os seus carros e ainda havia jovens a correr com mochilas nas costas.

- Draco, já estás vestido? - a sua mãe perguntou bem alto.

- Estou quase! - Draco afastou-se da janela e foi em direcção ao grande armário junto na parede. Abriu-o e mais uma vez ele se surpreendeu. Dentro do armário não estava nenhuma capa ou algo que tivesse a ver com feiticeiros, era tudo roupa muggle. Draco tirou uma calça de ganga e uma t-shirt branca. Quando vestiu as calças pode reparar que elas eram um pouco justas, o que o assustou um pouco. Depois disso, Draco começou à procura de uns sapatos, mas a única coisa que viu foi uns sapatos muito esquisitos por baixo da cama.

- O que é isto? - pensou ele, mas derrepente ele ouviu uma voz dentro da sua cabeça dizer: - São ténis e são os sapatos que os jovens muggles gostam de usar.

Draco nem teve tempo de pensar se deveria usar ou não os tenis, porque calculou que já deveria estar muito atrasado, então decidiu calçar logo os ténis e se despachar o mais depressa possivel. Antes de descer para a cozinha, Draco passou pela casa de banho e foi se arrangar. E mais uma vez, Draco apanhou outro susto. Primeiro, porque o seu cabelo estava mais curto, chegando só até aos olhos, segundo porque não havia gel e terceiro porque ele tinha um brinco na orelha esquerda. Draco ficou paralizado, olhando para o espelho durante vários minutos, até que sua mãe voltou a chamar:

- Draco o pequeno almoço já está pronto!

- Estou a descer! - ele saiu da frente do espelho, ainda meio assustado e desceu as escadas a correr.

Assim que entrou na cozinha ele sentiu o cheio de torradas e panquecas acabadas de fazer. A cozinha era branca, mas todos os objectos que esta tinha eram de azul marinho, o que fazia lembrar o mar.
Draco se sentou na mesa e começou a tirar algumas torradas, onde barrou com doce de morango. A sua mãe colocou-lhe um copo de sumo natural à sua frente e depois começou a colocar panquecas num prato. Ela colocou o prato no lugar à frente de Draco e depois voltou de novo para a bancada, onde estava a fazer o pequeno almoço.
Enquanto comia, Draco ia pensando em tudo que tinha acontecido. De como tinha ido ali parar, de como as pessoas bruxas tinham ficado totalmente muggles e de como a sua vida tinha mudado muito. Aquilo só podia ser um sonho!

- Se eu mudei, se a minha mãe mudou, então o meu p...

Mas Draco não acabou a frase, porque nesse momento, um homem muito bem disposto atravessou a porta da cozinha.

- Bom dia familia. - disse o homem jovialmente.

Draco não sabia como é que conseguia aguentar tantos sustos no mesmo dia. O homem que tinha acabado de entrar na cozinha, era sem dúvida nenhuma seu pai, mas com algumas diferenças.
Lucius Malfoy continuava um homem alto e bem parecido, mas o seu longo cabelo loiro tinha desaparecido. Ele tinha o cabelo bem curto e suas feições que sempre tinham sido frias, eram agora amistosas e mostravam um belo e sincero sorriso. Lucius usava um smoking negro e uma camisa branca.
Lucius deu um beijo amoroso, na bochecha da sua mulher, pousou a pasta que trazia consigo numa cadeira e depois sentou-se na frente de Draco.

- Está tudo bem Draco? - Lucius olhou preocupado para o filho, que tinha os olhos muito esbugalhados.

- Ele está preocupado comigo?!? Isto só pode ser um sonho! - ele pensou enquanto se recompunha. - Sim, está tudo bem!

- Filho, tens a certeza que estás bem? Hoje de manhã, também estavas meio esquisito! - Narcisa também o olhou preocupada.

- Estou óptimo mãe! É que eu tive um pesadelo! - ele se desculpou.

- Assim fico mais descansada! Agora, despacha-te, porque já estás muito atrasado!

Draco levantou-se, foi até ao corredor, pegou a sua mochila e o seu skate que lá estavam, e antes de sair pela porta, ouviu a sua própria voz dizer: - Até logo!

Quando saiu Draco montou o skate, deu balanço e foi em direcção à escola. Enquanto ia a caminho, Draco se deu conta que desde que se levantara do seu lugar na cozinha, que o seu corpo tinha feito tudo automaticamente. E isso era verdadeiramente estranho!

- Será que isto é realmente um sonho? - ele pensou, enquanto dava balanço no skate.

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