Inimigos, cumprimentem-se!
A noite se seguiu dessa forma. Parecia tudo perfeito para os outros estudantes, o breve discurso de Dumbledore, apresentando a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, senhorita Elizabeth Wilcock; a comida farta surgindo magicamente sob seus olhos, as deliciosas sobremesas...No entanto, não era tão perfeito assim.
Danniel comeu em silencio, ignorando os colegas ao redor, e saiu para a sala comunal da Sonserina no momento em que os primeiros estudantes começaram a se levantar. Chegou a acenar para o irmão e o amigo, antes de descer para as frias masmorras embaixo do castelo.
-Serpensortia. – Disse ele sem emoção, passando pela passagem secreta escondida na parede. Atravessou a sala sem sequer olhar para os lados e entrou no dormitório. Nenhum dos colegas tinha chagado até agora. Pensou em ir direto para cama, mas por instinto, tirou a varinha do malão ao lado e a ergueu até a altura dos olhos, murmurando um feitiço para conjurar uma proteção invisível. Era sua garantia de um sono tranqüilo. Trocou de roupa e se enfiou entre os lençóis. Danniel ainda demorou a dormir, mas ficou com os olhos fechados o tempo todo.
-Minha nossa, você parece mesmo péssimo!
Esse foi o comentário de Peter pela manha, ao ver a expressão cansada do irmão. Já estava acostumado, mas mesmo assim, sentia pena.
-Cadê o Ed? – Perguntou o mais velho, sentando-se ao lado do irmão na mesa da Griffinoria e enchendo um prato de mingau, emburrado.
-Ainda não apareceu, estava falando qualquer coisa com a outra monitora.
-É mesmo? – Danniel parecia estranhamente desinteressado. – E como ela era?
-Ah...Ela era... – Resmungou Peter, encarando seu prato de ovos mexidos, como se tentasse se lembrar. – Ah, eu não sei, era bonita.
-Isso com certeza exclui muitas garotas. – Respondeu Dan com uma careta mal-educada, quando duas sonserinas que mais pareciam trasgos passaram por ele com uma expressão debochada. – Mas se for bonita vai ser melhor, tenho que convence-la a me deixar ficar com vocês.
-Você ainda vai se dar mal com essa de comer com os griffinorios, mano. Não dá pra fugir dos sonserinos sendo da mesma sala comunal.
-Isso eu resolvo depois. – Depois de acrescentar varias colheres de caramelo ao mingau, Danniel começou a comer vorazmente.
-Sabia que isso é muito nojento da sua parte, Danniel?
Ele se virou, limpando um fio de mingau do queixo, para dar de cara com Ed e uma menina que ele nunca havia visto antes.
-Desculpe, não sabia que teríamos companhia hoje. – Respondeu ele, sorrindo sarcástico.
-Aff...Tudo bem, esqueça, Dan, essa é Melaney MacDenn, minha parceira de monitoria. – Disse Edward, indicando a garota com a mão. – Melaney, esse é o meu amigo, Danniel Spedler.
A menina ergueu uma das sobrancelhas, surpresa, e sorriu incerta. Melaney tinha longos cabelos de um negro azulado, presos numa trança frouxa, que deixava pequenas mechas escaparem e emoldurarem seu rosto. Seus olhos eram verde-água, grandes e brilhantes, contrastando com a pele clara.
-Acho que já nos conhecemos, Edward.
Foi como se Danniel recebesse uma forte luz sobre si novamente, ouvindo aquela voz, foi quase como voltar algumas horas no tempo, para a cabine escura.
-Ora, se não é a jovem arrombadora de portas! – Exclamou ele, ainda surpreso.
-Melaney, por favor. – Respondeu, com um olhar contrafeito. – Edward...
-Ed, por favor.
-Como!?
-Ed, é como me chamam. –Edward explicou rapidamente, ao ver um brilho divertido e sádico nos olhos de ambos com o comentário de Danniel. O clima começava a ficar tenso, como os olhares que os dois trocavam.
-Pois bem, o Ed me contou que você tem o habito de freqüentar a nossa sala comunal, Danniel. Ou seria Danny? – Insinuou a menina, sem desviar os olhos.
-Danniel, pra você. – Respondeu o outro, mantendo o sorriso cínico.
-Mesmo assim, você é um sonserino, estou certa, Danny? – Melaney ignorou o comentário, deixando transparecer seu descaso.
-Você parece ser bem informada, senhorita MacDenn. – Danniel se levantara vagarosamente. Era mais alto que Melaney, mas ela não pareceu tomar conhecimento.
-De fato, e sei que isso não é permitido pelo regulamento.
-O regulamento não diz que alunos de outras casas não podem freqüentar as casas dos amigos.
-O regulamento diz que os alunos devem freqüentar a sala comunal da casa a qual pertencem, e alem disso... – A menina não sorria mais, apenas encarava o outro. – Se fosse assim, para que as senhas?
-Para alunos que não tem amigos na casa não possam entrar.
-Isso é discriminatório.
-Mas faz sentido não faz?
Peter e Edward apenas assistiam, Peter, surpreso, tinha esquecido a colher no ar, e Edward parecia indeciso se interferia entre os dois antes que a situação ficasse séria e Dan botasse tudo a perder ou se apenas observava o desenrolar da discussão sem se envolver (mais para o seu próprio bem).
-Pretende mesmo me convencer a deixa-lo freqüentar a torre da Griffinoria com um discurso desses, Senhor Spedler?
-Não preciso da sua permissão para isso, na verdade, só estou tendo essa conversa por que o Ed fez questão de nos apresentar.
Edward prendeu a respiração. Acabara de ver uma centelha perigosa nos olhos dos dois; lembraram-se de por que estavam ali.
-Muito bem então. - Respondeu a jovem, se virando para Edward contrariada. - Eu não faço idéia do porque essa...Cobra é tão popular entre os nossos, mas você deve saber o que eu acho disso tudo!
-Não, por favor, conte-nos, sua opinião é incrivelmente importante! - Disse Dan, sarcástico, segurando um dos ombros de Melaney.
-Agora escute aqui você! - A menina afastou a mão dele com violência e ergueu o dedo a poucos centímetros do rosto de Danniel.- Não toque em mim! Nem um dedinho viperino, está me entendendo? Eu não tolero pessoas como você, e não estou disposta a ter que te agüentar mais do que esses minutos detestáveis!
-Pessoas como eu, você diz. - Respondeu Danniel, abaixando a mão dela com um olhar frio. - Pois então que tipo de pessoa eu sou?
Melaney pareceu hesitar.Respirou fundo uma; duas vezes, e voltou a olhar para Danniel, parecendo mais controlada.
-Escute...Não quero ofender ninguém, mas tendo em vista que a Sonserina, casa a qual você pertence, não tem um histórico de grande amizade com a Griffinoria, não sei se seria confiável continuar com isso.
-Sabia que eu freqüentava a sala comunal antes?
-Ah...Sabia, mas as pessoas pareciam gostar de você então eu achei que não seria justo prestar...
-E por que só decidiu mudar de opinião agora?
Os olhares duros tinham se desfeito. Agora eram, no máximo, desconfiados. Danniel e Melaney tinham esquecido a mão da menina, ainda segurada por ele.De certa forma, finalmente era uma conversa, e não uma discussão.
-Não mudei de opinião, mas agora ela tem algum valor!
-Quer dizer que já não gostava de mim antes.
-Pare de distorcer o que eu digo!
-Ah... Será que eu posso interromper? - Era Peter, que finalmente largara a colher de mingau e erguia a mão timidamente. - Por que vocês não fazem um teste?
-Um teste? - Perguntaram Dan e Melaney em uníssono, parecendo curiosos.
-Que tipo de teste, Peter? - Desta vez tinha sido Ed que perguntara, encarando o menor.
-Bom... Deixem o Dan ficar na sala comunal por uns dias, pra ver o que acontece. Se der tudo certo e ele não atrapalhar ninguém...
Dan e Ed trocaram olhares antes de se voltarem para a menina, como quem pede uma opinião.
-Certo...Mas eu vou julgar se ele está atrapalhando ou não. E se alguém reclamar da sua presença, vai ser um ponto a menos para você.
-Ninguém vai reclamar, tirando os meus "amigos" sonserinos.
-Eu sei me fazer de surda quando quero, você deve ter reparado.
Danniel sorriu satisfeito e soltou a mão dela, estendendo a sua logo depois.
-Temos um trato, então?
A menina estudou a mão que lhe era oferecida por alguns segundos, antes de aperta-la com um sorriso difícil de interpretar.
-Com certeza que temos.
E saiu, depois de afagar a cabeça de Peter e dar um “Até mais” para Ed.
-Foi melhor do que eu esperava. – Comentou Dan, subindo a escada de mármore para a sala de Transfiguração. – Quer dizer, é só fazer o que eu sempre faço, não?
-Na verdade, explodir fogos de artifício no meio da sala comunal pode atrapalhar algumas pessoas.
-Isso foi ano passado, ia ficar batido se eu fizesse de novo, Ed. Alem disso, sapos vivos são muito melhores!
Ed deu ombros e entrou na sala. Não havia muito que fazer a respeito da atitude do amigo; só quando levasse uma prensa da monitoria é que iria aprender, então, por que não deixar o trabalho para sua parceira? Agora, vamos tentar transformar esses pintinhos em ovos!
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Oi! Sou eu, a autora! Prazer, sabem, estou me intrometendo um pouquinho, mas só para dar uma palavrinha rápida! Tá bom, talvez mais de uma, mas não vai demorar!
1. Eu queria agradecer a Aline Dumbledore Black e Anna Júlia16 pelos comentários, por menores que sejam, significam muito para mim, então, por favor, comentem e deixem sua opinião! (ou sugestões também, se quiserem!)
2. Sinceramente, o que vocês preferem como apelido para o nosso querido Danniel, Dan ou Danny? Na verdade, eu já tinha citado esse ultimo, no primeiro capitulo, com o Peter, mas não pensei em usa-lo de novo, até a Melaney aparecer, sabem...Então, é uma pesquisa, o que é melhor? Deixem sua opinião em forma de comentário, please!
3. O que acharam da Melaney? Digam que não a odeiam, por favor!!! As coisas vão mudar, prometo!!!
Acho que é só. Obrigada a todos os leitores pela força, eu adoro ver quantos de vocês já leram minha humilde historia...
Perai, eu esqueci mais uma coisa...
FELIZ NATAL!!! ESPEREM PELO NATAL DE HOGWARTS, NÃO VÃO SE ARREPENDER!!!
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