Encontro sonhado
N/A: Oi, pessoas! Tudo bem? Bom... o fim do quinto ano está aí... acho que mais dois capítulos e vivemos agitos nas férias!! Vocês nem imaginam o que aguarda os nossos marotos daqui pra frente!! Bem... é isso... boa leitura
Padfoot
O salão comunal da Grifinória, tão abarrotado de alunos ansiosos para o jogo de sábado e o mês dos exames, parecia uma prisão para Tiago, que não deixava de olhar para o relógio, contando os segundos para a meia-noite. No entanto, ainda eram nove, para a sua angústia e aflição. Não parava de encarar uma ruiva risonha, que discutia algo com uma Laila empolgada que só sabia assentir com a cabeça.
--Você não tinha desistido dela?—pergunta Remo, deixando seu livro de Astronomia de lado, marcando a página que estudava para o exame.
--Sim—responde Tiago, fingindo analisar seu mapa astronômico, junto das suas anotações—Por que pergunta?
--Porque seus olhos estão acompanhando movimentos de uma ‘estrela’ diferente da que vai cair no exame de segunda-feira—Dá de ombros, mas encarando seriamente o amigo. O exame de astronomia para qual os marotos estavam seria realizado mais cedo por causa das férias acumuladas pela professora Sinistra, para felicidade dos alunos.
--Bem... É que não a esqueci definitivamente. –dá de ombros, e Remo olha penetrante.
--Está acontecendo algo que não sei? –quis saber—Vejo a sombra da dúvida nos teus olhos, Pontas.
--Ora, Aluado! –corta Sirius. Ele sabia que fora Lily quem marcara um encontro com Tiago, mas preferia não contar, para não deixar o amigo com mais dúvidas que já estava. A escolha deveria ser dele –Pontas está assim desde que tomou a decisão de esquecê-la de vez, mesmo amando. É difícil conviver com a incerteza de que pode haver esperança ou não.
Lupin volta a estudar um pouco desconfiado. Não gostava do ar de mistério que pairava em torno de Pontas e Almofadinhas. Quando o relógio marcou dez horas, Tiago juntou seu material, subiu, guardou-o, passou pelo buraco do retrato alegando ir à cozinha, pois tinha jantado mal, o que era verdade, afinal, não conseguia comer pensado na hipótese de ter uma esperança com sua amada ruiva, algo que não acontecia todo dia.
“Não sei se devo ir”, pensava consigo descendo as escadas em direção à porta, “Estou com Alice... mesmo que não a ame, pelo menos ela é uma amiga preciosa... mas... é a Lily!... a minha Lily!... meu raio de sol!... o meu ser!!
Sei que para me procurar foi preciso deixá-la... quem não sente falta quando perde? E sim, mesmo perdendo, ele mostrou que sentia algo, porque me procurou... ela me procurou... a mim!!”
Tiago sentou-se na árvore próxima ao lago. Eram dez e vinte. Não tinha ninguém por perto. Ficou ali durante algum tempo, mirando seu reflexo, pensativo. Não sabia ao certo se estar ali mudaria sua decisão, mudaria o modo como a ruiva o tratava, somente queria dar-lhe uma chance de esclarecer as coisas de uma só vez. O sono começou a invadi-lo, juntamente com o medo de ninguém aparecer, de ter sido uma brincadeira, como as que ela fazia no quarto ano, dizendo que sairia com ele, mas mandava Érica em seu lugar, uma sonserina monstruosa, uma verdadeira sacanagem. Sem perceber, adormece encostado na árvore, com a calmaria do lugar.
Um cheiro muito doce invadiu suas narinas, no que lhe pareceu cinco minutos após ter fechados os olhos. Aquele perfume pareceu familiar, entretanto, seu cérebro continuava lerdo com o efeito do sono. Estava tão cansado do treino, e ia ter aula na manhã seguinte. Abriu os olhos, cogitando a hipótese de voltar para a Torre quando se viu deitado em algo macio e muito perfumado. Sentiu alguém mexendo em seus cabelos delicadamente. Ao olhar para cima, viu-se recostado o colo de...
--Lílian? –perguntou com a voz embriagada. Estaria sonhando?
--A mesma. –sorri, no que o menino coloca sentado ereto, saído de seus braços—Quando cheguei, há vinte minutos, você estava adormecido. –passou a mão pelo rosto do rapaz, com o mesmo sorriso doce
Tiago pisca diversas vezes para ter certeza de que estava acordado. Eram meia noite e vinte, pelo seu relógio. Então, estava realmente acontecendo.
Encarou a menina com um quê de assombro, enquanto esta ainda acariciava sua face, rindo do modo como o maroto a encarava. Lílian parou de passar a mão no rosto do moreno e passou a mirar o lago, corando um pouco, sentindo o olhar de Tiago, ainda muito surpreso. Por fim, passados uns dez minutos, ele perguntou:
--Por que me chamou aqui? –engoliu em seco. Aquele perfume doce que Lílian inalava estava deixando sua mente muito lenta, parecendo que não conseguia mover os músculos, como se dormisse.
Evans ficou em silêncio durante uns cinco minutos. Aproximou-se dele, pegando sua mão e entrelaçando seus dedos, apoiou sua cabeça no ombro de Tiago, suspirou profundamente. O menino ficou ainda mais confuso. O perfume deveria estar fazendo o mesmo efeito em Lily, pois ela não estava sendo a mesma. Claro que não podia negar que estava gostando, mas aquilo tudo estava estranho demais para ser real.
--Am... será que... você poderia me responder? –a ruiva lhe dá um beijo estalado na bochecha, torna a se sentar normal, soltando outro suspiro. Respondeu:
--Te chamei porque preciso ter mais de você, sentir mais do que apenas estar, algo mais, sem ser apenas mais um amigo. –olhou no fundo dos olhos o maroto. Os olhos verde-esmeralda dela estavam tão brilhantes que humilhavam as estrelas ao longe. Eles expressavam um sentimento que Tiago jamais a vira mostrar por ele, era algo tipo... mas não podia ser... mas era... amor. Potter sentiu-se completamente derretido, algo que nunca lhe acontecera por nenhuma outra, e era por deixá-lo sem ação que amava Lily.
A ruiva deu outro suspiro, mirando o lago, como se este lhe desse força para continuar algo particularmente complicado.
--Tiago... –pegou a mão do menino, que estava entrelaçada à dela, colocou-a no peito. O maroto corou levemente, não entendia o que ela estava fazendo –Se ouvir as batidas do meu coração saiba que é por você, e se um dia ele parar de bater, lembre-se que já bateu só por você!! –lágrimas surgiam nos olhos cintilantes de Evans, que quase transbordavam o amor que dizia sentir. Tiago que se encontrou sem voz até aquele momento disse:
--Lily... por que demorou tanto para perceber isso? –o menino estava completamente hipnotizado pelos olhos e pelo perfume, que agia feito veneno, paralisando tudo em seu corpo. Ele apenas podia sentir.
--Esqueça!! –Lílian o abraça forte, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto – Esqueça se te fiz sofrer, se aconteceu é porque não deveria te ter... mas...tenho tanto para falar, meu mundo para te dar!! –olhou para cima, penetrando seu olhar com o dele – É com você que quero ficar, não teria por que te enganar... eu só... tenho medo de ser mais uma na sua coleção caso não dê certo...
Aquelas palavras fizeram Tiago abraçá-la ternamente, e sua voz soou carregada de infelicidade, aquela que estava nas suas entranhas havia tempos:
--Me ofende quando duvida que posso te amar... não sabe o quanto dói... essa sua incapacidade de ver que é única. –passa a mão pelos cabelos lisos, enquanto a menina se aconchegava docemente em seu abraço quente. O perfume de Lílian continuava a tornar tudo surreal – Olhe para nós dois... o tempo não varreu o que vivemos juntos... a gente precisa se entender... eu nasci pra te amar, Lily... e agora tenho certeza de que você tem amor por mim... então não podemos mais nos esconder... temos que superar nossas diferenças... –Lílian parou de abraçá-lo e ficou na sua frente, mostrando os olhos que sorriam a cada palavra que Tiago dizia. Pegou sua mão e começou a andar em direção ao castelo, sendo acompanhada pelo maroto, que não conseguia entender como podia andar estando tão tonto com o perfume... parecia que andava sobre nuvens... como em um sonho.
Tiago nem se deu conta quando se viu dentro do salão comunal da Grifinória. Não sabia como tinha parado ali, afinal estava no lago.
Lílian abraçou-o novamente, deu-lhe um novo beijo estalado na bochecha, e disse, pegando um frasco que trazia dentro do bolso da sua capa:
--Mesmo que seja um sonho, prometa-me que ao acordar terá feito sua escolha. Você me ama. Não pode desistir de mim!! Quem mais terá coragem de lutar por nós?! Por favor não me esqueça!! Pelo menos, fique comigo como amigo. –a ruiva borrifa mais perfume. O nariz de Tiago arde, e faz seus olhos lacrimejarem. Era muito perfume para um só nariz cheirar, assim, o menino fica muito tonto, mas sobe as escadas para o dormitório masculino, enquanto Lily para o feminino. Ao entrar no quarto, vê um embrulho em cima da sua cômoda de cabeceira, pega e vê o pequeno presente com um bilhete que dizia: ‘beba-me’.Tiago entra debaixo dos lençóis de sua cama, tira os óculos. Estava sem sono. Queria repassar tudo que aconteceu mentalmente. Pegou o frasco de dentro do embrulho e bebeu o que continha em seu recipiente. Estava sem nenhum pingo de sono, porém seus olhos pesavam...
--ACORDA, VEADO!! –Tiago se sobressalta com o berro e olha para seu lado direito, onde uma sombra mal definida se encontrava de pé. Esticou a mão, pegou e colocou seus óculos. Era Sirius.
--Meus tímpanos agradecem. –riu sentando-se na cama. Sirius já estava vestido para ir para o café da manhã.
--Por nada. Aluado e Rabicho já desceram. Vá se arrumar rápido. –Sirius senta em sua cama, pegando um espelho, analisando sua imagem. Isso fez Tiago se lembrar...
--Almofadinhas, tenho que te contar uma coisa!! –e disse tudo que ocorreu na noite passada. Quando acabou, Sirius olhava com um tom de pena para o amigo, mordendo o lábio inferior –O que houve? Não está feliz por mim?
Sirius evitou olhar Tiago. Mirava novamente seu reflexo no espelho.
--Sabe... é meio... impossível isso ter acontecido, Pontas.
--Eu sei!! Também não acreditei...
--Quando eu digo impossível, é porque... –Sirius corta Tiago, definitivo – você estava aqui no quarto à meia noite. Na verdade, desde as dez e vinte. Você saiu durante uns vinte minutos e voltou, falou com Laila e veio para o dormitório. Vim atrás, mas quando entrei você disse que ia dormir. Perguntei se não ia se encontrar com a Lily, mas você não respondeu, só se cobriu e dormiu.
Tiago deu uma gargalhada. Sirius mirou-o preocupado com sua sanidade. Tiago olhou pra o amigo e se calou.
--Então... foi um sonho? –realmente parecia ter sido um... entretanto algo, dentro de seu ser dizia o contrário.
--Sim. –Sirius tinha a expressão de quem sentia muito.
--Tudo bem... já esperava por isso. –parecia desolado. Estava tão esperançoso.
--Bem... talvez o sonho tenha sido para mostrar que sua decisão seja a errada, que não deve se esquecer de Lílian... –Tiago reflete nas palavras ditas pelo seu amigo canino.
--Tem razão. Tenho e falar com a Alice. –se levanta, pega o uniforme e vai para o banheiro se trocar.
--Bem... ela saiu e demorou bastante. –Tiago colocou sua cabeça para fora.
--Como assim?
--Quando você saiu, Alice foi atrás, mas só voltou por volta das onze horas, segundo Remo que ficou lá estudando.
Tiago saiu do banheiro vestido e pega sua mochila, coloca nas costas e abre a porta.
--Depois eu converso com ela. –disse esperando Sirius passar para fechar a porta e ir enfrentar o dia.
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Estavam todos reunidos na aula de Poções. Tiago, Sirius, Remo e Pedro sentaram em uma mesa perto de Laila, Lílian, Luanna e Vanessa, uma corvinal que passou a andar com as meninas para tirar notas mais altas a pedido da professora Sprout. Vanessa era bem legal e entendia muito sobre poções, assim como Lily.
--Nunca pensei que estudar em conjunto seria tão divertido. –comentava mexendo seu caldeirão.
--Realmente. –sorriu Laila. Ela não parava de laçar olhares na mesa dos rapazes, rindo de Tiago que não conseguia se concentrar em sua poção, por estar tão absorto em seus pensamentos e na ruiva.
--Ele ainda está olhando? –pergunta Lílian para Laila.
--Não. Disfarçou agora. –cochicha.
--Nem acredito que tudo saiu perfeitamente conforme o planejado. –ri baixo.
--É. Nem foi difícil fazer a ilusão do Tiago voltando para o salão. O complicado foi entregar para o ‘falso Potter’ o presente e dar as instruções do que ele devia fazer com o Sirius vigiando.
--Sirius sempre teve ciúmes de você com o Tiago.
--Uma bobagem! Somos apenas amigos.
--Mas não foi sempre assim...
--Detalhes de um passado distante agora, Lily? Não, por favor.
--Mas pelo menos todos viram o Tiago ir se deitar.
--É. E o Sirius já deve ter falado isso, pois ele ainda não veio falar com você sobre a noite de ontem.
--Eu usei uma poção usada para confundir como perfume. O Potter terá que concordar que parecia um sonho.
--Foi tudo muito bem bolado, Liloca. Impossível desconfiarem.
--Lalita, me empresta sua concha? Eu esqueci a minha. –Alice, que estava sentada com Endora, Marlene e, para a surpresa de todos, Frank. Laila entrega a concha sorridente, e Alice troca algumas palavras c Lílian.
--Voltaram a se falar? –quis saber Lua.
--Sim!! –responde tirando um pouco da sua poção para entregar para o professor Slug.
Ao final da aula,Tiago se levanta e vai até Lily.
--Precisamos conversar. – ruiva faz que sim com a cabeça e o segue até um canto da sala –Nos encontramos ontem à noite?
--Acha mesmo que me encontraria com você? –respondeu dando uma risada, mas piscou o olho e saiu acompanhada por Laila, deixando Tiago sozinho.
--E então? –quis saber Sirius, se aproximando.
--Vamos ter que aprontar com... certos corvos. –sorriu maroto.
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