Cara a Cara com o Inimigo



Pelas ruas de uma gelada Londres nada se podia ver devido a uma forte chuva que por incrível que pareça vinha de encontro a um garoto de 16 anos, alto, cabelos rebeldes e negros como a noite, corpo bem definido graças ao quadribol, olhos verde esmeralda e marcado a vida toda por uma cicatriz, o início de seus problemas.
A chuva competia com suas lágrimas, lágrimas de tristeza por saber que o único motivo pelo qual ainda sentia vontade de viver, de matar Voldemort para viver, acabara há pouco tempo atrás.

Flashback
--Gina!!!- disse Harry ao encontrá-la em seu quarto na Toca --Recebi sua coruja e vim o mais rápido que pude, foi difícil convencer os Dursley sabe... – Harry tentou beijá-la mas foi impedido pela mesma.
--Sem problemas, Harry. Sente-se, precisamos conversar...sério. – Gina sentou-se e puxou Harry para o seu lado.
--Eu não estou gostando disso, Gina, nem um pouco... – Harry, confuso, acabou aceitando o convite e sentou-se.
--Então...hum...eu não sei como dizer isso Harry, você é uma pessoa maravilhosa e a minha intenção nunca seria machucar você, mas... – Nesse momento Gina começa a chorar de cabeça baixa.
--Ei... –Harry, delicadamente, fez os olhos de Gina ficarem na mesma altura dos seus. –Gina...se acalma...nada do que você disser vai me magoar, eu te adoro...
E então Gina chorou mais ainda, deixando um Harry muito confuso ao seu lado.
Quando finalmente conseguiu conter o choro, olhou bem nos olhos de Harry, talvez essa seria a última vez que o fizesse, e disse:
--Acabou Harry... – Gina olhou para baixo.
--Eu...O QUÊ?? – Harry estava perplexo com o que ouvira.
--Me perdoa Harry, eu não quero perder a nossa amizade e se continuarmos com esse namoro eu ficarei pior do que já estou, vamos terminar, vai ser melhor pra todo mundo... – disse Gina com a cabeça baixa.
--Melhor pra todo mundo??? VOCÊ NÃO TEM SENTIMENTOS, GINA WEASLEY!!!
Aquela frase partiu seu coração em mil pedaços, quem ela pensa que é pra decidir o que é melhor para o mundo? Ele fazia parte do mundo, não fazia? No entanto, isso não estava sendo nada bom pra ele, estava sendo doloroso.
--Harry, eu... – Gina nem terminara de falar e Harry já havia batido a porta atrás de si.
Fim do flashback

Sua vontade era chegar o mais rápido possível em casa, mas o único jeito era pegar um ônibus, já que ainda faltava uma semana para o seu aniversário e aparatar estava fora de cogitação.
Ao chegar no ponto de ônibus Harry reparou que logo atrás vinha um homem meio esquisito com um sobretudo preto e um capuz tampando-lhe o rosto.
Cinco minutos se passaram e o homem perguntou:
--Que horas são, por favor?
Não houve resposta, Harry estava pensando no quão irônica era a vida, de manhã acordou todo feliz, tinha uma namorada, esperança e coragem para acabar com Voldemort e sua corja, mas agora ele era apenas Harry Potter, o-menino-que-sobreviveu-a-um-fora.
--Ei, garoto! Que horas são? – perguntou o homem sem paciência.
--Ah! Desculpe-me senhor....são 4 e 20 – respondeu Harry
--Errado... – o homem falou baixo para apenas Harry poder ouvi-lo.
--Como? – O que ele havia feito de errado agora?
--É hora de você morrer, Potinho!!! – e nesse instante o homem tirou o capuz revelando seu rosto, revelando ser Bellatriz Lestrange.
--Sua...VOCÊ VAI PAGAR PELA MORTE DE SIRIUS!!! – bradou harry para sua inimiga.
--Nossa Potinho, você está muito nervosinho, sabia? Vai acabar como meu querido e tolo primo...morto!!! – provocou Belatriz olhando nos olhos de Harry e dando uma gargalhada escandalosa.
Harry deu uma rápida olhada ao redor para garantir que não havia trouxas no local, e logo em seguida gritou:
--Expelliarmos!!!
--Ui!! Que medo você me dá!! Seu tolo, vou levá-lo até meu mestre, serei eternamente recompensada pelo “presente”. – debochou Bellatriz desviando do feitiço.
--Isso é o que vamos ver... – Encarou-a Harry.
--Cruccius!!! – bradou Bellatriz triunfante, enquanto Harry se contorcia de dor no chão.
Se Harry achava que nada podia piorar naquele “longo dia” com certeza ele estava totalmente errado.
--Vamos heróizinho de meia tigela! LEVANTE-SE!!!! – ela gritou fazendo Harry levantar ao mesmo tempo em que ainda sentia as dores da maldição imperdoável recebida há pouco.
--Nunca irei me entregar, nunca me curvarei a você! – e cuspiu na comensal.
Belatriz limpou sua roupa e a luta começou.
Luzes eram vistas indo para todas as direções, a luta estava equilibrada, de vez em quando um acertava um feitiço, errava outro.
Quando Harry ia desarmar Bellatriz, ele ouviu:
--Reforço chegando, Bella! – era a voz de Rodolfo Lestrange, marido de Bellatriz e comensal da morte como ela.
A partir desse momento era Harry contra Bellatriz e Rodolfo, era chegada a hora que vingar seu padrinho e alguém teria que pagar.
Bellatriz e Rodolfo tentavam acertar Harry com as maldições imperdoáveis, várias vezes ele desviou do “Avada Kedavra”, ser apanhador do time da grifinória lhe rendeu bons frutos e dentre eles estava a agilidade e rapidez nos movimentos.
Como ele estava lutando com duas pessoas ao mesmo tempo ele não tinha muito tempo para fazer muita coisa, era apenas torcer para que algum daqueles feitiços os acertasse. E assim aconteceu. Rodolfo foi atingido por um Expelliarmos, fazendo-o voar alguns metros de distância e bater as costas no tronco de uma imensa árvore.
“Menos um...agora a luta é entre você e eu.” - pensou Harry aliviado indo pra cima de Bellatriz.
Harry pulou em cima de Bellatriz, fazendo-a soltar a varinha e deixando sua no bolso de sua jaqueta, uma luta “corpo a corpo” iniciou-se.
Bellatriz empurrou Harry para trás fazendo-o dar uma cambalhota, ela foi em direção a Harry e chutou seu estômago, Harry deu um passo para trás e quando conseguiu recuperar o equilíbrio deu uma rasteira em Bellatriz fazendo-a cair, golpeando-a com vários socos. Ela deu uma cotovelada nas costelas de Harry e ele caiu para o lado, dando uma brecha para ela revidar os socos.
Os dois estavam sujos de sangue, machucados e exaustos. A comensal deu um chute no nariz do garoto, quebrando-o, o sangue não parava de escorrer e nem ele de lutar. Harry deu vários chutes e socos, seguidos de rasteiras, fazendo com que Bellatriz ficasse meio inconsciente, ele a largou no chão e ela cuspiu sangue em seus sapatos. Ele pegou sua varinha, mirou no coração da comensal e em seguida disse:
--Não vou ter compaixão com você, Bellatriz, você matou meu padrinho, minha única família, e agora vou te matar, vingarei a morte de Sirius.
--Garoto...voc...devia ter...m..matado...log.. –disse Bellatriz rindo com dificuldade.
Quando Harry olhou para trás, viu que estava cercado por comensais da morte, eles abriram a roda que se formou em volta de Harry e Bellatriz para Rodolfo Lestrange passar, com a varinha em punho ele lançou um feitiço no garoto.
No instante seguinte Harry não viu mais nada, apenas uma luz muito forte e branca vindo na sua direção, em seguida desmaiou.
Passos eram ouvidos no piso de madeira e ecoavam por todo salão:
--Milorde – Belatriz fez uma reverência exagerada – Trouxemos um presente para o senhor...
--Presente? Hum...Deixe-me ver, Bella – disse Voldemort mandando Bellatriz levantar-se da reverência.
--Aqui está, milorde. – Bellatriz fez sinal para Rodolfo trazer o garoto.
Os olhos de Voldemort brilharam quando viu Harry caído aos seus pés, presa fácil de se eliminar, sua risada ecoava o salão.
--Leve-o para a fortaleza e lá acabarei com ele na frente de todos os outros comensais, mandarei os pedaços que restarem para o ministério, use esse cadarço como chave de portal, o destino é o ministério da magia de Londres, andem! – ordenou Voldemort, sem parar de rir.
Harry estava com sua cicatriz queimando como nunca acontecera antes, mas tinha de permanecer calado, ou então Voldemort era capaz de matá-lo ali mesmo.
--Accio!!! – bradou Harry, concentrando-se ao máximo, a dor era imensa e estar cara a cara com seu inimigo não era o fim de dia que ele havia planejado.
Harry nem ao menos olhou para Voldemort ou ficou preocupado em saber onde estava, a única coisa que queria mesmo era sair daquele pesadelo e continuar a se lamentar pelo fim de seu namoro com Gina.

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