O SEGREDO DE DUDA



Harry estava mais uma vez em seu quarto na Rua dos Alfeneiros n° 4, só que desta vez com uma diferença... Não estava esperando o verão acabar para ir à Hogwarts, tinha de encontrar as horcruxes e destruí-las para assim poder enfrentar Voldemort, embora ainda não soubesse como. Anoiteceu rápido e Harry ficou olhando para a janela, que lhe dava uma boa visão da rua de ambos os lados, a espera que algo pudesse acontecer pois amanhã faria 17 anos e sua proteção acabaria conforme Dumbledore o avisou. Tinha que ficar.
Ouviu-se então um barulho de chave na porta de entrada, Harry sacou sua varinha desceu as escadas, e ficou esperando, quando a porta se abriu, era apenas seus tios e Duda seu primo que chegavam de sua casa de verão.
-Que é que você pensa que está fazendo moçinho? -rosnou Valter.
-Ah... Nada é que eu ouvi um barulho e resolvi vim ver o que era, só isso. -resmungou Harry.
Mas seu tio não o ouvia mais, o que foi um alívio porque a ultima coisa que ele queria era ter que continuar a dar explicações. Eles subiram para o quarto sem dizer nada ao garoto para desfazer as malas, e Harry ficou só na sala, mas antes que pudesse pensar em fazer algo, Duda, mais corpulento que nunca, chamou-o como se não quisesse ser escutado.
-Harry, vamos ao seu quarto, por favor, preciso te falar uma coisa.
Ele ainda perplexo com o que ouviu ficou paralisado. O Duda pedindo, por favor, era algo que ele jamais pensou que pudesse acontecer e ficou imaginando o que o primo teria de tão importante para lhe contar que o obrigaria a dizer, por favor.
-Anda Harry, não temos a noite toda! Vem logo!
O garoto saiu do transe em que estava e subiu as escadas tentando adivinhar o que seria dessa vez. Será que Duda pensava em encurralá-lo no quarto para se vingar do incidente com dementadores no verão anterior (que não foi culpa dele)?
Então ele sacou sua varinha e segui para seu quarto onde Duda já o esperava segurando a porta e depois a fechando cuidadosamente como se estivesse fazendo alguma coisa muito errada.

Após se certificar que a porta estava bem trancada e que seus pais já haviam ido dormir, embora fosse muito cedo para isso, Duda virou-se para Harry e o observou atentamente. Harry já incomodado com o silêncio perguntou:
-Afinal pra que você me chamou aqui? Concerteza não foi pra ficar me admirando.
-Fica quieto Harry, quer acordar meus pais!
-É que não sei se devo... - sussurrou Duda
-Ah, qual é! Já tenho muitos problemas pra resolver e você ainda vem brincar com a minha cara, fala logo ou vai embora e me deixa pensar - brigou Harry.
-É que... Ah deixa pra lá, se você não quer me tratar direito eu vou embora.
-Tá maluco foi você que sempre me tratou mal a vida toda!
-Harry, fala baixo! -sussurrou o primo.
Então Harry reparou que nunca tinha visto Duda daquele jeito, o que quer que ele fosse contar era algo muito importante, pois ele não parecia mais aquele Duda de antes... Não, parecia mais adulto como se algo muito sério tivesse acontecido e como se ele carregasse uma enorme responsabilidade. Mas o que poderia ser? O que poderia ter acontecido a Duda de tão grave? Ele que sempre teve tudo o que quis. Que sempre foi tão mimado.
Então Harry despertou para a realidade mais uma vez, e seu primo fazia uma enorme força para continuar ali e lhe contar o que quer que fosse, então Duda rompeu o silêncio:
-Harry, você lembra no verão dois anos atrás, quando aquelas coisas horríveis chegaram perto de mim?
-Claro que lembro, fui eu quem os espantou de lá, e quase fui expulso por isso! -desdenhou Harry.
-Hum... É que...
-Anda logo Duda, como você mesmo disse não temos a noite toda. - ironizou Harry.
-Tá bem então. É que quando eu estava vindo pra cá eu vi.
-Viu o que?
-Eles, com uma capa preta, flutuando, como se deslizassem e senti muito frio e...
-Sentiu como se nunca mais fosse ser feliz -acrescentou Harry sem emoção.
-É, bem, sim!-respondeu Duda.
Então harry de repente percebeu o que aconteceu e de súbito ele estava em sua audiência no ministério, lembrou que trouxas não podem ver dementadores.

Abortos como a senhora Figg podem ver apenas em esboço deles e sentir sua presença, mas trouxas.
Então finalmente despertando algum interesse pelo que o primo lhe contava fitou-o atentamente e disse demonstrando preocupação, algo que jamais pensaria em sentir por seu primo ou por qualquer Dursley que fosse:
-Mas como isso aconteceu, onde, preciso saber?
-Calma Harry, também estou assustado, eu os vi aqui por perto, há alguns quilômetros, mas pareciam estar vindo pra cá, então resolvi te avisar porque... Bem, acho que vieram atrás de você de novo. Percebi que minha mãe também os via, mas o papai não, então ele sentiu-se mal, muito triste sabe, e veio o mais rápido que pode pra casa e se trancou no quarto.
Harry sentiu como se tivesse levado um soco no estômago com a notícia. Como pode seu primo e sua tia, os troxas mais conservadores que existem, os que mais odeiam o mundo mágico, vendo dementadores, algo de muito errado estava acontecendo, ele precisava descobrir o que era, precisava contar a Dumbledore.
Mas a súbita lembrança de que o diretor estava morto, morrera na sua frente sem que ele pudesse fazer nada, o desanimou pois ele percebeu que agora estava sozinho, sem Sirius, sem Dumbledore, sem seus pais...
-Harry o que você tá pensando em fazer?
Harry havia esquecido que o primo estava ali, esperando que ele fizesse alguma coisa e então uma idéia passou por sua cabeça:
-É isso!
-Isso o que? -perguntou Duda.
-Amanhã eu faço 17 anos e o feitiço de proteção se acaba, os dementadores estão esperando pra atacar, depois da meia noite não é mais seguro ficar aqui, temos que sair. - falou Harry decidido
-Mas pra onde? Papai não vai querer ir pra casa de verão de novo!
-É claro, a Toca, porque não pensei nisso antes!
Antes que Duda pudesse fazer outra pergunta Harry pegou um pergaminho, sua pena, o tinteiro e escreveu:


Querida Sra. Weasley

Amanhã eu faço 17 anos gostaria de pedir sua autorização para que eu vá passar um tempo por aí, só que tem um problema, há muitos dementadores esperando a proteção que eu tenho enquanto estou aqui terminar para atacar.
Eu ficaria grato se pudesse levar meus tios e meu primo também, é que apesar de tudo não quero que nada de mal aconteça a eles, por favor mande a resposta por Edwiges o mais rápido possível.
Desde já agradeço por tudo.

Atenciosamente Harry.

Harry amarrou o pergaminho na perna de Edwiges e disse para a coruja ir o mais rápido que pudesse e que não saísse de lá sem uma resposta, abriu a janela e ela se foi.
-O que você escreveu?
-Em breve você vai saber Duda.
Era muito estranho, estar ali conversando com Duda sobre o mundo mágico que ele sempre desprezou e temeu, como se fossem grandes amigos, mais ainda, como se ele estivesse pedindo ajuda. Então Harry deitou em sua cama e ficou pensando, nem reparou quando o primo saiu percebendo que a conversa terminara.
E então ele voltou a pensar no que Duda lhe disse sobre os dementadores, mas ele tinha coisas mais importantes pra pensar do que como o primo trouxa consegui ver dementadores. Coisas como horcruxes, como Voldemort...
Sem perceber caiu num sono profundo, sono que ele precisava, que não pôde controlar.

#FIM DO 1° CAPÍTULO#

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