Na calada da noite
Capítulo 11: Na calada da noite
A noite estava fria e os cabelos de Harry esvoaçavam com o vento, dando calafrios no menino, mas sua determinação e incredulidade o fazia perseguir Draco e Gina com atenção. A cada guinada que Draco dava na vassoura, Harry o seguia no movimento, até que o loiro projetou-se para baixo preparando-se para pousar.
Harry não conseguia distinguir onde estava, acabara de esconder sua vassoura atrás de uma árvore perto de onde Draco ajudava Gina a desmontar. A raiva começou a subir dentro de si, e ele começou a adentrar uma casa escura e sombria, seguindo os sussurros dos dois.
- Draco, onde estamos indo?
- Shii! Não faça barulho, é surpresa. No andar de cima você saberá do que estou falando. – E ele sorriu.
Neste momento Harry sentiu uma terrível dor em sua cicatriz e não pôde controlar a altitude de sua voz. Levou as mãos à testa seguido de um ‘Ai’ um pouco alto. Draco parou.
- Você disse alguma coisa? – perguntou à Gina.
- Não.
Ele franziu a testa e olhou na direção onde Harry estava coberto pela capa. Fez cara de intrigado, mas prosseguiu um pouco mais rápido.
Eles saíram do hall e seguiram por um correr estreito que dava numa escada cheia de teias de aranha. Foram subindo e viraram à esquerda. Draco parou e assim Gina também.
- Me desculpe Gina.
- O qu...? – Mas Draco abriu a porta rápido e empurrou a garota. Um lampejo de luz vermelha abrangiu o ambiente e Harry apertava com força sua testa. Com dificuldade, ele pôde enxergar a salinha que fora aberta. Haviam uns três homens lá dentro e Gina estava caída no chão. Draco estava entrando e Harry teve que se apressar para se espremer pela porta antes que Draco a fechasse e sem encostar no garoto.
Ainda atordoado com o que estava havendo, Harry reconheceu na sala Lúcio Malfoy, Severo Snape e Bellatrix Black. Lúcio perguntava a Draco a todo momento de ele havia se ferido e se corria tudo bem com sua saúde. Bellatrix estava impaciente num canto mal iluminado da sala e Snape conferia se Gina estava mesmo desacordada e amarrava-a numa corda encantada.
Harry já estava se descontrolando com a situação quando Bellatrix soltou um berro esganiçado.
- Afinal, Lúcio, você já avisou o Lorde que tudo ocorreu como o esperado?!
- Estou providenciando, Bella.
- Deixe seu filho de lado e haja logo! Não podemos deixar o Lorde das Trevas com Rabicho por muito tempo, aquele imundo poderia aprontar alguma coisa. – Disse Snape num tom severo.
Lúcio aparatou naquele mesmo momento, deixando Draco um pouco assustado.
- Muito bem, Malfoy, realizou sua missão com êxito. – Disse Snape seco.
- Significa então que já se recuperou daquele incidente à um ano, quando amarelou na frente de Dumbledore. – disse Bellatrix entre dentes.
Passos foram sendo ouvidos cada vez mais perto e Harry se espremeu num canto contra a parede da sala mal iluminada. Quando a porta se abriu seus receios se tornaram reais e sua cicatriz estava lhe dando a sensação de que sua cabeça iria explodir! Tudo que acreditara fora por água a baixo. Voldemort não estava morto, ele acabara de passar pela porta, mais vivo do que nunca, e Rabicho vinha atrás, com a cabeça baixa, seguido por Lúcio.
- Muito bem.... Vamos ver qual a situação por aqui... A menina está inconsciente?
- Sim, mi lorde. – respondeu Lúcio prontamente.
- Bem, se queremos que o plano corra como o esperado teremos que acorda-la. – continuou Voldemort.
Harry, estava pressentido o pior, teve que pensar rápido: teria que entrar em contato com a Ordem da Fênix. Mas como? Tudo parecia fora de seu alcance: não poderia aparatar e deixar Gina ali sozinha, ele estava com os dois espelhos na mala na sede do Puddlemere, então não havia como contactar ninguém! Foi aí que lhe ocorreu: Fawkes. Ele poderia chamar Fawkes com o instrumento que Dumbledore lhe dera, uma espécie de apito que emite um som inaudível aos seres humanos. Fawkes sabia o que aquele som significava e iria buscar ajuda na mesma hora.
Harry colocou a mão no bolso do jeans e logo o encontrou, o “apito” de madeira. Soprou com força e guardou-o. Agora era só aguardar.
Mas quando Harry voltou a si do que estava acontecendo não teve certeza se poderia simplesmente esperar por ajuda. Snape acabara de acordar Gina.
- VOCÊ! – Disse a ruiva quando viu Snape em primeiro lugar. – Mas como Drac...? – E assim ela girou a cabeça e percebeu o que realmente estava acontecendo. Gina abriu a boca, mas não saíram palavras, apenas um grito abafado.
- Pequena Weasley, como é bobinha.... Caiu de amores por um filho de comensal... tic tic tic... Mas os jovens de hoje em dia não aprendem mesmo... – dizia Voldemort numa expressão medonha de sorriso.
Gina olhou para Draco, esperando alguma resposta em controversa, mas o menino parecia estar se divertindo.
- Draco, você não...?
- Weasley, Weasley... É tão difícil juntar dois mais dois? Você caiu numa baita de uma armadilha! Tomara que nos seus últimos momentos de vida você aprenda de uma vez por todas que as pessoas não mudam. Sabe... foi um erro desde a primeira vez que me procurou durante a noite. Eu não pude acreditar na minha sorte, pensei que fosse ser mais difícil convence-la, mas você caiu como uma tonta na minha ladainha de pedir ajuda! – Ele ria muito e Gina estava deixando cair grossas lágrimas de seus olhos.
- Eu... Eu acreditei em você! – Ela soluçava como nunca – Você não está falando sério! Não... não é verdade...
- Não ERA verdade, sua bobinha, não ERA verdade na hora em que eu te pedi ajuda, isso sim! Ai, e como eu lavei minha boca com sabão depois disso! – Malfoy realmente se divertia.
- Acho que já chega, Draco, matará a menina de tristeza antes que quem queremos chegue! – disse Voldemort acompanhando Draco numa boa risada.
Se ninguém soubesse poderia se chegar à conclusão de que estava tendo uma reunião de amigos naquela casa, todos felizes e sorrindo, com exceção da peuqena Gina, desiludida e um Harry bastante preocupado e desesperado. A raiva que sentia de Gina por ter mentido para ele desapareceu completamente e ele só pensava em como poderia salva-la.
- Mestre, acho que já podemos avisar aos outros. Daqui a pouco podemos precisar de reforços.
- Muito bem então, Severo, chame todos, e exite, quem se recusar, elimine!
Snape se curvou diante do Lorde e saiu.
- Draco, me ajude... Você tem que me ajudar a sair daqui, Draco, eu sei que ainda há bondade em você!
Houveram várias gargalhadas, mas Harry não suportou, retirou a varinha do bolso e gritou:
- Sictusempra! – Mas ele errou o alvo e o feitiço não atingiu Draco, e sim Bellatrix, que começou a respingar sangue.
- Ora, o nosso convidado de honra chegou! Vamos dar-lhe as boas vindas!
- Cale a boca, seu amante de cobras imundo, não temo nada que possa fazer! – Virou-se para Draco e gritou: - Expelliarmus!
Mas Draco defendeu-se com um agito de varinha e Harry percebeu que falara demais, a raiva estava lívida no rosto de Voldemort.
- Não sabe a hora de calar a boca não, seu idiota? – Disse Draco limpando suas vestes.
- Ora, você...
- Não! Harry não! Não faça isso! Eu sei que ele é um canalha, mas eu o amo!
- Você o ama? Gina, está louca? Olhe em volta! Olhe para onde ele te trouxe, ele não liga a mínima para você! EU é que te amo!
- Ai, essa ladainha já está me enchendo... Vocês querem por favor CALAR A BOCA? – E dizendo isso, Draco empunhou sua varinha na direção de Gina e gritou: - Avada Kedavra!
Houve um relâmpago verde e Gina caiu imóvel no chão, com os olhos arregalados.
-NÃO!!! O QUE VOCÊ FEZ? – Harry debruçou-se sobre o corpo de Gina, as lágrimas correndo-lhe o rosto.
- Vamos Harry, levante-se e lute com o que lhe resta de coragem! – Disse Voldemort.
- EU TE ODEIO! – Harry voltou a gritar para Draco. – Crucio!
E os joelhos de Draco cederam e ele começou a se contorcer no chão.
- Pare! – Gritou Voldemort, enterrompendo o feitiço de Harry enquanto Lúcio ajudava Bellatrix com um contrafeitiço para faze-la parar de sangrar. Harry estava fraco e a raiva estampada no suor que lhe escorria.
- Então, Voldemort? O que pretende? O grande Lorde das Trevas vai me matar e acabar com a profecia? Não percebe que nada disso adianta? Não vê que você conta apenas com alguns comensais, enquanto eu tenho todo o mundo bruxo ao meu lado?
- É assim que vê sua situação, Harry Potter? Pois eu vejo mais um moleque magricela contra vinte comensais nervosos. – E dizendo isso, Voldemort se virou para a porta, que neste exato momento revelava muitos homens encapuzados.
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