TPM: Tempo Para Matar
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Sigo os princípios Weasley á rija: Não gosto do meu cabelo. Não gosto das minhas sardas. Também não gosto da idéia de ter que compartilhar a atenção com meus irmãos. Odeio sonserinos, e sou uma grifinória. Mas acima de tudo: eu simplesmente detesto Draco Malfoy.
A idéia de cair de uma árvore com ele, graças a ele, em cima dele, também não me agrada.
Não me importo se vou para o inferno, mas eu, com toda a sinceridade que há em mim, desejo todo o mal do mundo para esse garoto. Não quero que ele supere seus traumas, e vire uma pessoa melhor. Não quero que ele peça perdão por todos os seus erros, e abra instituições carentes. EU QUERO QUE DRACO MALFOY SE EXPLODA – longe de mim.
Agora aqui estamos, acabamos de despencar de uma árvore enorme por conta da fantástica idéia dele de ir torrar a minha paciência, que diga-se de passagem, não é a das mais dimensionais. Tudo bem, eu não me machuquei pelo fato dele ter caído em uma enorme poça de lama, e eu em suas costas. Mas eu estava em uma magnitude plena de paz, antes de Draco Malfoy dar o seu ar de desgraça.
– Weasel, tudo bem que você parece um tronquilho ressecado, mas isso não significa que não incômoda. Então, será que dá pra tirar a sua bunda sardenta de cima de mim?
Essa voz. Maldita voz. Tudo nele é maldito. Cada fio de cabelo, até mesmo esse perfume com essência picante que me dá vontade de fazer coisas; é inevitável deixar de imaginar qual seria o gosto dele.
Minha mãe sempre me dizia que quando o cheiro da comida atrai olfatos, o sabor leva o paladar á loucura. Neste momento estou tentando de todas as formas tirar esse conceito da cabeça.
– Weasley...
Apressei para me levantar, tendo cuidado para não me sujar mais ainda. Pelo menos nisso eu saí por cima; O Malfoy está cuspindo lama e gravetos pelo nariz. Seria adorável ter o Collin e sua máquina fotográfica ao meu lado agora.
A poça em que caímos era particularmente grande e funda. Antes de eu subir na árvore, tinha visto ela sim, mas nunca imaginaria que iria parar dentro dela. Hipoteticamente falando, já que só as minhas canelas se sujaram enquanto eu caminhava até a terra. Seca, por vez.
O Malfoy ainda terminava de se levantar quando eu encostava-me ao tronco da árvore. O observei sacudir os cabelos, balançar a camisa no próprio corpo; olhando enojado para o estrago que havia acontecido, e torcer a cabeça para trás; confirmando que o seu traseiro estava em estado pior que a camisa. Tudo isso enquanto resmungava uma série de coisas, que eu com certeza não desejaria ouvir.
Garotos sempre têm que ser tão rudes?
– Vai ficar aí me olhando? Vamos, faça alguma coisa!
Este em particular consegue bater seu próprio recorde, dia após dia.
O observei cuidadosamente com a sobrancelha erguida. Veja bem, eu ainda não estou exaltada.
– Acho que a lama afetou o seu cérebro, – passei a mão no cabelo bagunçado, que agora tinha textura sedosa, enquanto acomodava-me melhor no tronco da árvore – está mesmo falando comigo? Você está realmente – involuntariamente passei a sibilar – se dirigindo á mim? Não, espera, deixa-me tentar reformular essa pergunta...
Dei dois passos para o lado ficando ao lado da árvore quando o vi se aproximar de mim. Não que tenha medo do Malfoy, mas eu apenas quero ter um espaço livre para correr caso ele surte de vez. Cruzei os braços e mantive minha expressão “Você acha que está falando com quem, idiota?”
– É, estou falando com você – andou mais três espaçosos passos, estreitando os olhos. Eu tenho certeza que aquela seria uma visão ameaçadora, se a cara pálida dele não estivesse coberta de lama, folhas, e pedaços de graveto. Mas, inexplicavelmente eu não sinto vontade de rir. E isso não é bom sinal.
– E o que quer que eu faça? – perguntei ironicamente, desta vez sem recuar. Com um suave movimento da cabeça joguei o cabelo curto para o lado. Sim, eu estava descaradamente o provocando.
E o por quê disso? Oras, estamos falando de Draco Malfoy e uma Weasley impulsiva. São necessários motivos mais explicativos?
– Use um feitiço para tirar essa sujeira de mim! – esclareceu, como se estivesse falando da coisa mais óbvia do mundo. Deixei escapar uma risada muda quando o vi fazendo gestos frenéticos para tentar explicar o seu ponto de vista – Para sairmos logo daqui e eu te dar uma detenção, á altura da burrice que acabou de fazer – terminou a frase entredentes. Uma mudança brusca de comportamento, visto que antes ele estava totalmente desconcertado.
– Não estou com minha varinha – resmunguei – Mesmo que tivesse, não iria te limpar. Tenho cara de elfo doméstico? – foi como dar o machado ao meu carrasco. No mesmo instante que terminei a frase o vi sorrir sadicamente. Adiantei-me – Não, não responda. Além do mais, foi você que veio me provocar. Nem pense em me dar detenção – terminei firme, mas tremendo por dentro ao ter a visão da lula gigante.
– Maravilha! Você é uma bruxa ou o quê? – bufou, jogando ás mãos pro alto.
– Se está tão incomodado assim, se limpe você mesmo – sorri, enquanto ele passava hesitante a mão no rosto para tirar o excesso de lama – Ou esqueceu o feitiço?
O vi abrir a boca duas vezes seguida, sem emitir nenhum som. Logo em seguida abaixou a cabeça - para a minha surpresa -, e tive a leve impressão de ouvir-lo murmurar algo.
– O quê? – perguntei, balançando levemente a cabeça atordoada. Sem notar, levei a mão á barra da saia pregueada, para torce-la em seguida. Isso se chama “Os primeiros sinais de que você está conseguindo deixar um Weasley impaciente” .
Ele virou-se de modo que ficou de costas para mim e resmungou novamente, desta vez consegui entender alguma frase:
– Não trouxe a sua bolsinha? – naturalmente minha voz saiu incrédula e gozadora. Meu cenho franziu em direção á franja, pelo mesmo motivo que meus lábios contorceram-se estranhamente á seguir.
Malfoy grunhiu novamente, mas desta vez saiu mais como um ruído. Ele ainda permanecia de costas e imóvel.
– Não alimentou a Naninha? – OK, esta conversa estava ficando cada vez mais estranha. E ele não coopera poupando a voz dessa maneira.
– ESQUECI A VARINHA! – o ouvir berrar inesperadamente, e virar-se de uma só vez para mim em seguida. Os reflexos concedidos pela prática constante de Quadribol acentuaram-se, e instintivamente dei dois pulos para trás, assustada.
– Trasgo! – grunhi, a palma da mão apoiando a testa em busca de estabilização – Para quê tudo isso? Garoto, você precisa de uma terapia!
Levantei os olhos, á tempo de ver-lo me fitar de modo que deixava bem claro que a sua intenção mais ansiada naquele momento era degolar-me. Hipócrita, eu que quase morri do coração aqui.
– Concordo com você Gina! Quem sabe uma terapia em casal com a Pansy não deixe o clima mais agradável lá na Sonserina...
Não precisei olhar para o ponto acima do ombro de Draco para saber que quem se aproximava era Blaise. Soltei o ar pelo canto da boca exasperada quando vi que logo atrás dele vinha a Parkinson, Crabbe, Goyle e... A garota-espinho? Ah, ela parecia ser tão boa pessoa...
Onde é que foi parar meus minutos de relaxamento sem qualquer coisa atiçando meu gênio Weasley? Será que é pedir demais querer passar um tempo sem namorados sentimentalistas, irmãos esquentados, amigos sádicos e colegas hostis?
Qual será a forma mais fácil, menos nojenta e dolorida de se suicidar? Pulsos cortados? Não, definitivamente; muito drama e sangue. Envenenada nem pensar, tenho terror á dores no estômago. Acho que ainda não sou tão articulada á ponto de conseguir lançar um Avada Kedavra em mim própria.
É fato: Nem morrer em paz as pessoas conseguem.
Sem me importar com os olhares nocivos que o Malfoy e a Parkinson lançavam, nem com o comentário de Blaise, dei poucos passos em direção ao tronco da árvore. Ficando de costas para todos, comecei a bater a cabeça repetidas vezes na madeira.
– Eu só quero paz na minha vida... – choraminguei com a cabeça baixa, sendo chocada cada vez com mais intensidade no tronco – Não fiz tanta travessura assim para merecer isso! Quer dizer, os gêmeos eram muito piores, e agora vivem de mordomias e mulheres... E o Gui? Oh meu Merlin, o Gui era uma encarnação de Tom Riddle quando criança, e ainda assim, hoje em dia tem uma francesa que limpa a sua baba vinte e quatro horas por dia!
Gemi chorosa, torcendo para que quando eu me virasse estivesse de volta ao meu quarto antes do começo do ano letivo. Nada de garotos, jamais. Vou me assegurar de virar uma carola ao sair daqui. Produtos químicos no cabelo, nem sobre tortura. E quem precisa de amigos, afinal? Neste momento, eu só quero o colo da minha mãe e uma generosa dose de Whisky de fogo com quilos de chocolate..
Fechei os olhos com força, tentando deixar de ouvir os chamados assustados e hesitantes dos sonserinos. Se há algo que seja encarregado por 50 % do meu desespero são eles. Eu só quero ter uma convulsão cerebral e morrer tragicamente, já que não posso voltar para casa antes do final do ano letivo. É pedir demais?
– Não que eu queira uma francesa limpando minha baba, ou ninfetas se esfregando na minha cintura pra baixo – choraminguei exasperada. Antes de prosseguir pude ouvir um débil "Mas eu quero!" atrás de mim – Sabe, eu ficaria satisfeita com uma ilha deserta e particular. Com uma piscina de chocolate derretido e cachoeiras de Whisky de fogo. Um latino moreno e sarado com lindos olhos verdes não cairia mal também. Talvez um castelo privado feito de diamante e vestidos de pele de unicórnio. Não, definitivamente não é pedir demais.
– E eu que me achava exigente – a voz incrédula de Malfoy chegou aos meus ouvidos, contra a minha vontade.
– CALA A BOCA! – senti algumas folhas caindo ao bater com muito mais força a testa na madeira. Nunca me disseram que era tão dolorido morrer de uma convulsão cerebral – O Rony é muito mais exigente! Afinal, é mais fácil Merlin vim lecionar em Hogwarts do quê Hermione largar os livros e ir passar o resto dos seus dias consumida em uma selvagem atividade hormonal com ele.
Um estampido saiu da garganta de alguém quebrando o silêncio das minhas palavras e tentativas de suicídio gratuito. No momento em que ouvi risadas eloqüentes e gemidos enojados chegarem ao meu ouvido, concluí que se eu não morresse ali com certeza Rony faria isso por mim.
– Olha por favor, saiam daqui... Saiam.. – pedi em um fio de voz, enquanto deixava meu corpo escorregar até eu me dispor ajoelhada enfrente ao tronco .
Entre as batidas da minha cabeça contra a árvore não consegui distinguir o som de nenhum passo, contradizendo o meu pedido todos continuavam imóveis
– JÁ! – vociferei, só me dando conta de que eu ainda torcia a barra da saia quando senti os nós dos meus dedos sendo estalados sobre o punhado de pano.
Na mesma hora em que sons de passos sincronizados, pequenos estalos de galho e folhas pisoteadas chegaram ao meu ouvido, parei de chocar-me contra o alvo sólido. Entretanto, permaneci ajoelhada e com a cabeça voltada para o tronco.
Mãos quentes e grandes envolveram minha cintura escorregando limitadamente por baixo da minha camisa, e logo em seguida fui suspensa. Apesar de não poder evitar que meus olhos se abrissem instantaneamente não fiquei surpresa com o movimento repentino, eu já esperava que o Blaise ficasse por ali para me pedir explicações.
E é intolerável eu me sentir obrigada a dar-las. O Blaise, além de ser o único sonserino que consigo manter um contato mais ou menos instável, foi quem me ensinou a ver o mundo como uma grande comédia sádica em que eu estrelo. Nos aproximamos sem sequer notar e quando vi já havia me tornado uma grande manipuladora e monopolizadora de fatos, como ele...
Mais ou menos na época em que Harry derrotou Voldemort e passou a me notar, eu e o Blaise estávamos totalmente envolvidos. Pensávamos até estar um apaixonado pelo outro; daí foi inevitável que surgisse um namoro relâmpago.
Relâmpago por dois motivos: Éramos parecidos demais para nos dar bem como um casal, e o Harry não parava de dar descaradamente em cima de mim. Terminamos e, sem dar uma pausa para respirar, iniciei um relacionamento com Harry. Daí o resultado foi aquele presenciado há poucos dias...
O que importa é que hoje em dia eu e o Blaise gostamos de denominar nosso caso como uma amizade com benefícios.
– Gina, não faça mais isso. Nós quase que precisamos te estuporar... – ele me tirou dos meus devaneios com sua voz austera, mas momentaneamente exausta.
– Seu amigo azedo não colabora. Não sei como você consegue conversar com alguém que tem uma expressão tão flexível quanto à de inferi vinte e quatro horas por dia. – repliquei furiosamente.
– Você não é a única que vê ele assim, para falar a verdade, acho que toda Hogwarts vê ele assim. Draco Malfoy é humano, Gina. Como todas as outras pessoas ele bebe, come, dorme, sente dor e até ama. Não me olhe assim – acrescentou, diante do meu olhar gozador – Não acho que ele sinta mais que atração por Pansy, mas deixa claro para quem quiser ver o que sente por sua mãe..
– Raiva? Nojo? Desprezo? – conclui convicta – Me poupe Blaise!
– ... e pode a vim sentir por qualquer outra pessoa.
Lancei a ele um olhar reprovador por baixo da franja desalinhada que cobria minha testa, para logo em seguida ser abraçada. Ainda bem que ele entendeu que não é exatamente sobre aquilo que eu preciso discutir naquele momento.
– Sua figura loira e cheia de luxúria não combina com atividades masoquistas – riu-se ele sobre o meu ombro.
– Devo falar obrigada...? – murmurei sem lhe dar atenção, naquele momento eu só queria continuar a desfrutar do colo que eu ansiava já há algumas semanas.
– E esse seu corte fica bonito em seu rosto fino, mas o cabelo longo realçava seu corpão muito mais – opinou, com uma nota maliciosa sendo visível em seu tom. Suas mãos se escorregaram em minha silhueta tendo como partida as laterais do meu busto.
– Onde estava hoje de manhã? – questionei chorosa, o apertando com mais força.
Optei por ignorar seu comentário, se não resultaria em um desentendimento desnecessário. Porém controlei suas mãos, quando estas alcançaram um ponto um pouco mais á baixo do meu quadril.
– Só você me entende nesses momentos críticos.
– Apenas nos críticos...?
– A Lizzie não me dá a atenção que preciso, – prossegui sem ligar para a sua pergunta – e o Will apesar de calmo, atencioso, gentil, carinhoso...
– OK Gina, não preciso ouvir isso – Blaise resmungou, se desvencilhando do meu abraço.
– ...ele não me entende – terminei chorosa, um bico acentuando-se em minha expressão. A expressão rabugenta dele desmanchou-se em questão de segundos.
– Se eu soubesse que você está de TPM iria te consolar antes. – consolou carinhosamente – Mas agora eu...
– Que eu estou de quê? – precipitei-me, lançando-o um olhar hostil e me separando bruscamente de seu corpo.
Se há uma sigla que NUNCA deveria ser exposta aos homens é TPM. Só porquê nós, mulheres e garotas, somos vulneráveis á ela e eles não, a espécie masculina se acha no direito de usa-la para qualquer caso de mudança de temperamento.
Ela está chorando á toa? É a TPM!
Ela quer que você assuma um compromisso concreto? Não precisa se preocupar, é apenas a TPM!
Ela está tendo crises de ciúmes porquê aquela loirona está se esfregando em você? Aaah, meu amigo! Logo passa, é só uma crise chamada TPM.
E eles ao menos sabem o que significa TPM!
– Que você está com TPM Gina, oras, achei que já estivesse acostumada com isso...
– Com isso o quê, Zabine? – rugi, literalmente falando. Meu rosto com certeza já estava tomado por estranhas tonalidades vermelhas e minha expressão contorcida de forma hostil, pois a palidez no rosto dele não pode ter sido algo espontâneo.
– Você precisa se controlar mais nesses períodos, essa suas explosões devem fazer mal a saúde... Já procurou saber se não tem algum caso de problemas cardíacos em sua família?
Aquela foi à gota d’água para mim. O tom ínfimo e casual do Blaise, e até mesmo gozador, me fez sentir um verdadeiro...trasgo. Seu sorriso irônico deixando á mostra seus dentes brancos, não me deixaram a ponto de o matar. Eu sentia algo totalmente contraditório naquele momento, me sentia pequena...pequenina...inferior.
A Gina dona de si esvaiu-se no momento que eu meu debulhei em lágrimas e joguei-me nos braços acolhedores do Blaise. Quem sou eu para criticar a única pessoa que me tolera em todas as diversas personalidades que me tomam? Da Gina perversa á inofensiva, ele é o único que se mantém ao meu lado em todas as alterações.
Continuei a chorar enquanto ouvia as palavras dele me consolando. Tentei me auto-ajudar, lembrando-me que logo chegariam as ansiadas férias, não só de colégio, mas da parte infernal da minha vida. O que inevitavelmente me fez lembrar...
– Blaise, vai passar as férias em casa? – minha voz saiu abafada contra a curva de seu pescoço, molhado pelas minhas lágrimas.
– Em Harlequin? Provavelmente, até agora não recebi nenhuma proposta.... – respondeu sugestivo, enquanto apertava seu braço ao redor da minha cintura.
– Dessa vez não vou poder lhe chamar lá pra casa... – recebi um muxoxo em resposta antes de prosseguir – Vou para a de Will, bem próxima á sua!
Mais uma vez ele se separou de mim, mas agora de forma brusca e repentina.
– Daquele metido á irlandês? – questionou irritado, enquanto passava a mão repetidamente no cabelo castanho escuro.
– Ele É irlandês...
– Não importa! – vociferou, fazendo com que eu me assustasse e o olhasse chocada – Por quê não a minha casa?
– Porquê o Will me chamou primeiro, Blaise! Não estou entendendo o motivo desse alvoroço... – ergui as sobrancelhas, olhando-o indignada.
– E eu não te chamei antes porquê sabia que você não iria aceitar, o Malfoy vai estar na mansão dele nessa temporada. Agora se é com o irlandês calmo, atencioso, carinhoso...
E então ele começou a expor, de forma bem irônica, todos os adjetivos que eu já denominei o Will. Naquele momento eu quase dei saltos quando conclui o motivo daquilo, eu acabo de descobrir um sonserino com...
– Blaise! – o interrompi, ele me lançou um olhar irritado mas parou de listar as qualidades do Will – Blaise, você está com ciúmes! – sorri radiante.
– Não, não estou. – replicou com severidade.
De certa maneira, sua expressão rabugenta só serviu para aumentar meu sorriso. Pelo menos nisso os sonserinos são iguais á qualquer homem na face da terra; mostram as mesmas características quando sentem ciúmes.
Pego-me imaginando o quanto seria excitante, se o Blaise tivesse cabelo loiro platinado, olhos azuis acinzentados, pele gelada com perfume picante e... Oh oh.
– Vamos lá Malf... Blaise, desmanche esse bico – corrigi-me nervosamente, mas mantendo meu tom divertido – Ele pode ser um grande amigo, e com todas essas qualidades que você citou – não evitei que o riso escapasse quando o vi bufar exasperado –, mas você é o único com benefícios.
Lancei-lhe um sorriso malicioso e em uma fração de segundos senti suas mãos envolverem minha cintura. Uma expressão perversa cortando o rosto com traços fortes.
– Espero que continue assim. – ordenou ainda com severidade.
Não pude me dar ao luxo de mostrar indignação, os braços de Blaise colaram o meu corpo ao seu, e seus lábios exigiram a minha atenção.
Após uma prolongada seção de beijos, esfregações e mãos em lugares que o Rony ou qualquer outro irmão meu surtaria só de imaginar, eu e o Blaise estávamos novamente vestidos e recompostos em um dos vestuários masculinos.
– Blaise – chamei manhosa, meus olhos fixados na parede á frente enquanto o sentia aliciar meu cabelo. Ele estava sentado no chão próximo á porta, com as costas encostadas na parede, enquanto eu deitada com a cabeça em seu colo.
– Sim?
Levantei efetivamente minha cabeça para conseguir olhá-lo. Parecia bem sonolento, mas um sorriso satisfeito cobria seus lábios. Pelo menos foi como eu classifiquei.
– Como a Parkinson ficou sabendo dos nossos rolos? – procurei deixar a voz neutra, embora estivesse me corrompendo por dentro há dias. Senti imediatamente o corpo dele ficar tenso ao meu lado, suas mãos pararam com os movimentos entre minhas mechas – Estávamos sendo discretos...
– Ah Gina..., a Pansy deve ter me visto saindo á noite e estranhou. Deve ter me seguido, e ai descoberto tudo. Sabe como ela é curiosa, e sedenta de fofocas.
O observei atentamente, deixando que meus olhos se estreitassem. Blaise empertigou-se visivelmente nervoso, apesar de ter me respondido tranqüilamente. É claro que ele não havia me convencido.
– Blaise, eu duvido que a Pansy se embrenhasse atrás de você na floresta proibida. Nem o fato do século faria ela arriscar suas unhas e penteado.
Sem que eu esperasse, ele levantou-se bruscamente e conseqüentemente minha cabeça chocou-se contra o chão. Além de desconfiada ele conseguiu me deixar irritada.
– Gina, você está novamente sendo neurótica – mau, muito mau. Eu detesto quando ele usa esse tom profissional para designar falhas da minha personalidade – Não há nada.
Claro que há algo. Se ele não estivesse me escondendo algo estaria rindo da minha cara, não apontando meus defeitos sem que eu exigisse. E com certeza me daria uma resposta mais convincente.
– Zabine – falo reprovadora. Apesar de ainda manter o tom de voz controlado, ele está me irritando cada vez mais –, você pode conviver com o Malfoy e toda a corja sonserina a maior parte de sua vida, mas espero que tenha consciência de que não consegue mentir para mim. Porquê se você perdeu essa noção, meu amigo, está lenhado.
Levanto-me da parede sem desviar o olhar dele, que está muito mais endurecido que o normal. Agora o olhando a menos de um palmo de distância suspendo as sobrancelhas, impaciente e querendo uma resposta.
– Gina... – ele choraminga. Bom sinal. Para mim, claro.
– Zabine. – lanço com severidade. Mantenho a expressão ameaçadora, mesmo quando os traços dele exibem um desespero que não é nem um pouco comum quando estamos lhe dando com Blaise Zabine.
E então, como eu já previa, ele solta tudo de vez:
– Eles estavam falando que você era a boneca imaculada do Potter, e eu apenas disse que não era, uma vez que nossos encontros iam bem além de confissões de melhores amigos. Eles não acreditaram e eu tive que mostrar minhas lembranças, ficaram pasmados, óbvio.
Blaise puxa o ar que faltou em seus pulmões durante o relato, eu tento associar tudo o que ouvi e prever as conseqüências daquilo.
– Eles... eles quem, Blaise? – pergunto cautelosa. Talvez eu ainda não tenha ligado os pontos.
– Os sonserinos, incluindo a Pansy e...o Malfoy. – ele tem o desespero na voz, não gosto daquilo.
Para um momento pra pensar no que aquilo vai influenciar no meu temperamento. E apenas 5 segundos depois foi como se um raio atingisse em cheio uma parte do meu cérebro denominada “reputação”.
O mundo ficou vermelho diante dos meus olhos.
– ZABINE! SEU GRANDE FILHO DA...
Descontrolada demais para ter qualquer noção da situação, sinto Blaise segurar meus ombros bruscamente e quando me dou conta estou dentro de uma das cabines de chuveiro.
– COMO VOCÊ PÔDE? SEU...
Novamente sou cortada. Da pior forma que poderia imaginar. Água gelada escorre sobre meus ombros e Blaise me olha como me pedisse desculpas. O que posso dizer? Alguém morrerá hoje se eu não fizer alguma coisa para evitar que eu faça alguma coisa.
– Gina você precisa se controlar, juro que isso é para o seu...
– Zabine. Esse é o momento que você sai correndo daqui antes que eu acumule raiva o suficiente para criar um feitiço que faça você morrer da pior forma possível.
E ele sai, tão rápido como se tivesse aparatado.
Agora é só eu, minha raiva, minha reputação pisoteada. E meus gritos já nem um pouco controlados.
N/A: Olha quem ressurge x______x; e eu disse que não ia demorar ._____.~ Demorei de montão dessa vez, e ainda esse capítulo, totalmente insosso. Foi só para enrolar a falta de inspiração...
Mas ó, pelo menos postei esse e já já posto o do Handel :~. E apesar de bem chatinhos, os capítulos vão influenciar bastante no andamento do restante (potencialmente grandes e indefinidos) das fics.
AVISO: O capítulo está sem betagem sim, como acredito que devem ter percebido. O FB está me tirando do sério com todas essas regras novas e ladainhas, e estou comunicando que á partir do 6º capítulo essa fic será postada e atualizada apenas no fanfiction.
Na próxima atualização irei deixar o link. Apenas ressaltando que não precisa ser registrado no fanfiction para ler as fics de lá.
Depois irei editar com imagens e respostas do comentários o/
Malenkaya.
Editando, 15/04/2007
Não vou responder os comentários ainda, mas aí segue a imagem prometida o/
(a de Gina loira fica pra próxima #D)
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Comentários (2)
MTO MARAVILHOSO! amei de verdade, foi perfeito! A raiva dela é mto engraçada. Não demora a postar não, ta? to curiosa pra saber o que vai rolar! Paabens pela criatividade.
2011-07-14Adorei! Continue logo, hein? Foi perfeitoooo! beijoss
2011-03-11