Meu erro - 2ª parte
Bruny, ao ver a inteligência do garoto na aula de Poções, saiu a sua procura por toda a escola. Dirigiu-se ao Salão Principal, pois estava na hora do almoço. Passou pela porta olhando para todas as mesas. Não o vendo ali, correu para os jardins em busca do garoto. Atwood o procurou pelo resto da tarde, porém, sem sucesso em sua busca, decidiu voltar para o Salão Comunal da Grifinória. Subiu as últimas escadarias, enxergando o retrato da Mulher Gorda.
- Ele seria perfeito para ajudar a pôr o meu plano em prática! – murmurou Bruny em frente ao retrato. – Drops de Limão. – o retrato se abriu, mas antes que passasse ouviu a voz que ela mais esperava ouvir.
- Estava me procurando, Atwood?
Ao se virar, a morena deparou-se com o garoto encostado na parede, com uma das pernas apoiada na mesma, de cabeça baixa, cabelos no rosto e com um olhar penetrante, observando-a por baixo da franja que cobria seus olhos.
A morena sorriu.
- Sim, estive! Mas como sabia... – foi interrompida pelo garoto.
- Diga-me... – disse Jimmy desencostando da parede e indo em direção a garota. – O que queria de mim, Atwood?
- Que isso, Anonimmous. Chame-me de Bruny! Afinal viemos da mesma escola
- Esteve me procurando a tarde inteira apenas para me pedir para chamá-la de Bruny?
- Não! – exclamou a garota. – Claro que não, bom eu queria pedir pra você... – de novo foi interrompida.
- Pedir? Atwood, você se quer me dava bom dia na outra escola, nem sabia de minha existência e agora vem me fazer um pedido!? Ora essa, qualquer que seja o pedido, a resposta é não! – o garoto virou e saiu lentamente. A morena bateu com a própria mão na testa lamentando-se. Jimmy se virou bruscamente, olhando para a garota e dirigiu a ela algumas palavras. – Álias, é Sir Anonimmous pra você! – dirigiu-se a garota com um tom de nojo na voz, olhando-a com desprezo, da cabeça aos pés e continuou andando pelo corredor vazio. Bruny olhou para o lado e quando voltou o rosto para o corredor por onde Fletcher se afastou, ele já não estava mais ali. Ela se virou para o retrato da Mulher Gorda, repetiu a senha e passou por ele desaparecendo. Contudo, o corredor não se esvaziou. Logo passaram por ali Remus, James e Sirius.
- Ah! Remus, não seja malvado! Empreste a lição. – insistia Potter
- É Remus! – Sirius também implorava pela ajuda do amigo
- Não. Ninguém mandou vocês não fazerem.
- Mas Remus foi por um bom motivo! – James persistia
- Ah é? Então por que não querem me falar?
James e Sirius se entreolharam.
- Porque você é monitor! – respondeu Sirius, parando em frente ao retrato que escondia o Salão Comunal.
- Estavam azarando o Snape de novo? Vocês não têm jeito mesmo!
- Mas foi tão engraçado. – disse James rindo.
- Foi mesmo. Acho que foi a maior humilhação da vida dele. – completou Sirius, acompanhando James na risada.
- Drops de Limão! – sussurrou Remus, passando pelo buraco do retrato, logo que este aparece. – Olá Atwood. – cumprimentou a garota que estava deitada no sofá do outro lado do retrato, e subiu rápido as escadas.
- Oi Lupin! – disse a garota, procurando Black. – Ele deveria estar junto, cadê ele? – murmurou, ouvindo a voz de Sirius logo depois que se calou.
- Ele tem que nos emprestar. – comentou o moreno para James.
- Sim! Afinal nós precisávamos azará-lo! Há dias que não fazíamos isso! – devolveu o outro. – Ah! Olá Atwood. – disse James sorrindo, acenando de leve para a menina, fazendo a mesma retribuir. Esta procurava um meio de falar com Sirius.
- Oi Potter. – responde Bruny. – Ahmm... Black.
- Oi Atwood. – respondeu Almofadinhas.
- Vocês fizeram a lição de Transfiguração que é pra amanhã? – perguntou a menina com uma expressão de preocupação e um traço de falsidade no rosto.
- Não. – respondeu Potter. – Você fez?
- Também não. Eu entendi bem, mas não sei explicar, faltam-me palavras!
Black e Potter se entreolharam.
- Posso te ajudar, se você quiser! Mas se não quiser, não tem problema. Afinal, nunca faço nada que uma garota não quer. – disse Sirius com um sorriso encantador.
Bruny conseguiu começar a pôr seu plano em prática.
- Quero sim. É sempre bom ter uma ajuda, ainda mais quando ela vem de garotos como você.
James e Sirius riram.
- Espera um pouco. Preciso mandar uma coruja. Já volto pra te ajudar. – Sirius subiu as escadas, correndo, para o dormitório, sendo seguido pelo moreno de óculos que sorriu para a garota antes de sair do salão. Bruny esperou os rapazes desaparecerem de vista para subir até o dormitório feminino. Retocou a maquiagem, abriu três botões da camisa, afrouxou a gravata, bagunçou um pouco os cabelos, passando a mão sobre eles em seguida, para abaixar os fios rebeldes. Desceu correndo, ficando de joelhos na cadeira, ajeitando os livros e pergaminhos sob a mesa. Sentou numa das poltronas para esperar o maroto, enquanto Sirius escrevia uma carta para sua amada:
Kammy,
Não consegui te encontrar a tarde e não sei por onde estás. Por isso estou mandando a coruja. Espero-te no Salão Comunal as 9:30, agora são 8:30, por isso se apresse.
Beijos,
Sirius
Ele amarrou a carta na perna da coruja e a soltou pela janela, observando-a um instante. Então se lembrou que deixou a garota esperando no Salão.
- Pontas, meu amigo, consegui nossa lição! – sorriu marotamente. – Eu a ajudo, ela faz, eu copio dela e você copia de mim.
- Você não presta, Pad! – comentou James rindo.
- Não tenho culpa se Merlim me fez lindo e gostoso.
Sirius piscou para Potter, pegou seus livros, pergaminhos, sua pena e desceu para o Salão Comunal, onde a garota o esperava ansiosa.
- Demorei? – perguntou Sirius à garota que parecia estar longe em seus pensamentos.
- Não, não. – respondeu Bruny sorridente, levantando-se e indo para a mesa onde estava tudo arrumado. – Podemos começar? - disse sentando-se na poltrona e olhando para o maroto.
- Sim, claro. – ele se sentou ao lado da garota, a qual sorriu ao ouvir a resposta.
A menina pegou seu livro de Transfiguração e abriu na página desejada, mostrando ao moreno. Black sorriu ao ler a matéria. Não era tão difícil assim, porém, naquele dia, realmente não estava prestando atenção no que a professora falava. Estava mais ocupado em conversar com Prongs, além do que, tinha uma maravilhosa visão naquele momento da aula.
- Black? – Atwood o chamava.
- Sim? – Sirius voltou à realidade e percebeu que deveria estar ajudando a menina. – Desculpa, estava no mundo da lua.
- Percebesse. – abre o sorriso maroto que ele costumava usar.
- Voltando... Nada mais é do que uma introdução a Transfiguração que logo vamos estudar. Começamos transfigurando pequenos animais em objetos e vice-versa.
- Pra quê isso? Poderíamos muito bem ir direto ao ponto.
- Transfiguração não é fácil. É um dos ramos mais difíceis da Magia. Começamos do início e com o tempo vamos evoluindo.
- Ainda acho mais fácil ir direto ao ponto. – contestou a menina.
O maroto sorriu, tirando uma caixinha do bolso de suas vestes, revelando que havia um ratinho dentro.
- Que nojo! – a morena olhou com desprezo para o bicho.
- Isso é pra nossa aula. – disse segurando-o pelo rabo, colocando-o em cima da mesa. – Agora tente transfigurá-lo em uma agulha.
- Mas por quê? – assim que ela perguntou, o moreno lhe repreendeu com um olhar. A menina pegou sua varinha e tentou inutilmente transfigurar o bicho em agulha, fazendo Black sorrir com seu o fracasso.
- Entendeu agora a importância de começarmos do início? – sorriu marotamente, dando um toque com sua varinha no rato, que se transfigurou imediatamente em agulha.
- Como você consegue?
- Merlim me fez assim! Lindo, gostoso e inteligente por natureza. – fazendo a menina rir. – Agora escreva a importância no pergaminho. – Sirius parou por breves instantes. – Lembre-se que a profª Minerva pediu 30 cm.
Almofadinhas se debruçou sobre o pergaminho e começou a escrever. A morena o olhava esperançosa, mas ao ver o maroto tão concentrado, resolveu fazer os deveres primeiro, antes de começar a pôr a segunda parte em prática.
- Pronto... acabei! – a menina se espreguiçou depois de tanto escrever.
- Também terminei. – o moreno se ajeitou na poltrona. – Agora só falta uma coisa.
- O quê? – a menina estava curiosa.
- A senhorita praticar. – responde como se fosse uma coisa óbvia, transfigurando a agulha em ratinho novamente, colocando-o na caixinha e o entregando a Atwood. – Aqui está.
- Obrigada Sirius. – a menina agradeceu sorrindo.
- Ah, foi nada. – retribuiu o sorriso. – É a primeira vez que me chama de Sirius.
A menina aproveitou a distração do moreno e aproximou seu rosto ao dele.
- O que... – a menina o calou beijando-o. O maroto, mesmo não esperando esta atitude dela, retribuiu colocando as mãos na cintura da morena, que o deitou no sofá em seguida, sobre ele. Eles ouviram o retrato se abrir. Passos rápidos que foram se aproximando. Os dois pararam o beijo e olharam assustados para o lado, encontrando Lily, Addie e Kammy paradas observando a vergonhosa cena que acabaram de presenciar.
- Kammy! – disse o menino assustado, olhando para Bruny sério. A garota saiu de cima dele, fechando os botões da camisa. – Não é o que você tá pensando! – continuou Black se levantando logo atrás da garota.
- Como não, Sirius? – disseram Kammy e Bruny em coro.
O moreno olhou para Bruny enfurecido e voltou a olhar para Kammy, vendo a decepção estampada em seu rosto. Evans e Apple olhavam de um para outro sem entender nada. Evans puxou Apple em direção as escadas, contudo a loirinha resistia bravamente. No fim, a ruivinha conseguiu levar a outra para o dormitório.
Mesmo querendo
Eu não vou me enganar
Eu conheço seus passos
Eu vejo seus erros
- Por que você não me deixou ficar lá? – indagou a corvinal.
- A não ser que você queira levar muitos feitiços no rosto, eu deixaria você ficar lá sem problemas! – enfureceu a ruivinha.
- A gente conversa depois Sirius. – a morena deu um selinho nele, provando a loirinha, ao mesmo tempo em que Kammy sacava sua varinha. A menina subiu as escadas correndo, encontrando as duas escutando.
- Você acha que a Kammy seria capaz de azará-lo? – perguntou a loirinha aparentemente sem notar a morena.
Evans olhou em direção ao salão, finalmente notando que Atwood estava ali.
- IMPEDIMENTA! – ouviram a voz de Engels gritar. Lily virou-se para sua amiga.
- Eu não acho, eu tenho certeza. – falou a ruiva rindo. – Álias, acho melhor você passar a noite aqui. – Addie concordou com a cabeça.
- COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO! – berrou Kammy, fazendo a morena dar um sorriso triunfante nas escadas.
- Não é nada disso que você está pensando! – o maroto tentou aproximar-se da menina.
- ESTUPEFAÇA! – o moreno foi obrigado a se desviar de sua azaração.
- Não complique as coisas. Só me escute.
- Não! Como eu pude pensar que algum dia você poderia tentar se endireitar? Você continua galinha, idiota, insensível... Pegou a primeira que viu pela frente.
- Não é isso! – Black pegou sua varinha e tentou mais uma vez se aproximar da loirinha.
- PETRIFICUS TOTALUS. – novamente o raio de luz deixou de o atingir por pouco.
- Expelliarmus. – a varinha da menina voou de sua mão, parando em algum canto do Salão Comunal. – Escute-me? – se aproximou dela, encarando-a nos olhos. – Eu precisava ajudá-la...
- NÃO PRECISAVA NÃO! – gritou a loirinha.
- Silencio. – murmurou o rapaz, calando-a por feitiço. – Precisava sim. O Remus não quis emprestar a lição, então eu e o James precisávamos copiá-la de alguém. Ai apareceu a Atwood pedindo ajuda, dizendo que havia entendido a matéria. Então ajudei-a pra copiar a lição dela. – o moreno deu um toque com sua varinha, desfazendo o feitiço que havia lançado na menina. – E também Kammy você disse que queria o velho Sirius. Quando eu mudo você pede que eu volte, quando volto você quer que eu mude.
Lágrimas agora escorriam pelo rosto da morena. Não acreditava que tinha sido enganada a esse ponto. Não pensou que o maroto se aproximou, somente por causa da lição.
- Devia ter explicado melhor. Quero o velho Sirius, maroto e bagunceiro, porém que não seja galinha. Eu cansei de ter que te dividir com as outras. É pedir demais?
- Claro que não.
- Por que não prestou atenção na aula, não fez a lição?
- Não muda de assunto.
- Responde.
- Estava ocupado demais conversando com o Prongs e prestando atenção em uma pessoa maravilhosa. – disse acariciando o rosto da menina.
- Por que a beijou?
- Ela me beijou depois que terminei de ensiná-la. Confesso que retribui o beijo e quando vi, ela já havia me deitado no sofá...
- E AINDA ADMITE! – berrou, retirando a mão do garoto de seu rosto.
- E você quer que eu minta? Porque em todas em enxergo você. Quando as beijava, pensava em como poderia ser você, sonhava em te beijar, abraçar... Em cada uma delas eu tentava achar um pouco de você. Foi-se o tempo em que só pensava em pegar todas, agora eu só penso em você! Em como és linda, perfeita... – Black a enlaçou pela cintura.
Não há nada de novo
Ainda somos iguais
- Mas elas gostam de você! – encarou o rapaz nos olhos, quase afundando naquele mar azul.
- Não tenho culpa se sou lindo e marav... – ele parou ao perceber a expressão no rosto da loirinha. - Do que adianta se quem eu gosto é você!? – Engels ficou impressionada, não conseguia desviar o olhar dele.
- Muita coisa mudou.
- Nada mudou, ou quase nada. – o rapaz aproximou seu rosto do dela, quase a beijando. – Me perdoa? – com expressão de cachorro abandonado.
- Não é assim.
O maroto intensificou a expressão.
- Volta pra mim? – perguntou para ela, que a todo custo tentando resistir, porém estava ficando cada vez mais difícil.
- Mas... – ele a beijou, esperando só uma brecha para aprofundar o beijo, no que a loirinha não negou. Black se afastou por um instante, ainda muito próximo da garota, fazendo-a se perder em seus olhos. A menina suspirou antes de lhe dar uma resposta. – Claro que aceito você de volta. – ela o abraçou tão forte, que deixou o garoto sem ar.
- Sabia que você não resistiria aos meus encantos.
- Olha que eu posso mudar de idéia. – ameaçou a menina séria.
- Você não consegue viver sem mim! – disse o moreno sorrindo marotamente, desarmando a expressão séria da loirinha, fazendo-a sorrir junto com ele.
- Afinal, por que você queria me encontrar?
- Pra poder ter beijar antes de dormir.
- Só beijar? – indagou a menina. – Duvido.
Black a puxou, colando seu corpo no dela.
- A princípio sim. – disse marotamente, beijando-a em seguida. – Mas se você quiser, pode ser mais que isso! – completou sorrindo.
- Você não tem jeito!
- Justamente por eu não ter jeito que você me ama. – Black a deitou no sofá, ficando em cima dela.
- Você é louco! Você não sabe que conseqüências isso teria.
- Sou louco por você. – a beijou ardentemente. – E sinceramente, não me importo com as conseqüências, desde que você esteja ao meu lado.
A menina fitou os olhos dele, esquecendo até mesmo o orgulho e se entregando de corpo e alma para aquele maroto que tanto amava.
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