A “Eterna” Implicância
- Hoje temos nossa primeira aula com a Tonks, estou realmente curiosa para saber como ela vai se sair. É fantástico tê-la aqui no castelo, vocês não acham meninos? – perguntou Hermione para Harry e Ron que estavam praticamente dormindo na mesa.
- Eu acho que a Tonks anda séria demais, para ser franco, eu tenho medo do que ela pode fazer. – respondeu Ron, colocando uma torrada na boca.
- Não sei, eu também acho que ela vai cobrar bastante da gente. – completou Harry, tomando suco de abóbora.
- Francamente, o que vocês estão esperando? Temos que ser cobrados, devemos ser os melhores! – brigou Hermione.
- Tá bom Mione, mas não grita, ontem a Luninha brigou comigo e ficou gritando até altas horas, tô com dor de cabeça. – Rony contestou, colocando a mão na cabeça.
Harry e Mione riram gostosamente. – Ora, ora Rony, o que você aprontou com a nossa amiga? – zombou Harry.
- Diga a eles Rony, diga o que você fez!
Do nada apareceu a Luna, completamente diferente da que eles conheciam, com uma cara muito brava.
- Luninha, meu amor, eu já te pedi perdão! Me perdoa! – Rony falou, levantando-se em direção a namorada.
- Ele riu da noticia do meu pai! Vejam se tem cabimento! – ao dizer isso, ela colocou a revista “O Pasquim” na cara de Hermione.
A notícia falava basicamente que Malfoy havia abandonado os Comensais, e que estava se unindo a Ordem.
- Isso é um disparate! – brigou Mione. – Não tem cabimento, Luna, da onde seu pai tirou isso? – Hermione tentou não parecer grosseira no final da frase, ela tinha aprendido a gostar e respeitar as loucuras que a loira falava.
- Eu também não sei, - disse a garota calma - eu estava explicando ao Ronald que quem escreveu isso deve estar se baseando no fato de Malfoy ter voltado a Hogwarts, ou então, devem ter feito alguma magia para ele publicar essa baboseira. Então, o Ronald, começou a rir e disse que meu pai estava louco. – a garota terminou a frase praticamente berrando, o que chamou a atenção de muitos para eles.
- Meu amorzinho, calma, fale mais baixo. – Rony fazendo gestos com a intenção de acalmá-la.
- NÃO ME MANDE FALAR BAIXO!
Rony estava mais vermelho do que normalmente, foi então que Harry entreviu:
- Luna, acalme-se, acho que o Rony riu de nervoso. Ele tem esse problema, não é Rony? – Harry lançou um olhar significativo para o amigo, na esperança que Rony entrasse no jogo dele.
- Sim eu tenho. - disse Rony, com cara de bobo.
- Reconsidere, ele te adora!
- Ronizinho, porque você não me contou que tinha esse problema? Me desculpe, cajuzinho!
Rony ficou muito vermelho, parecia que ia explodir, ele não esperava que ela o chamasse assim na frente de todos, Harry e Mione conterão o riso.
- Está bem, só não me chame mais assim na frente de todos. – sussurrou Rony, Luna deu uma risada sem graça, e deu os ombros, sentando ao lado de Rony.
- Não fique tímido, eles sabem que você é um docinho! – Luna apertou uma bochecha de Rony, que ficou mais vermelho que o normal.
Harry e Mione não se conterão mais, riram muito, ficaram até com dor de barriga e Rony ficou sem saber onde enfiar a cara.
- Acalme-se “docinho”, ou vai virar tão ardido quanto uma pimenta, por que é o que você está parecendo agora, um pimentão. – zombou Harry, caindo na gargalhada.
Todos riram, ficaram lá um bom tempo, na verdade o mais importante para eles era que mesmo com a guerra, eles podiam sorrir, então soou o sinal da primeira aula, mas o que eles não perceberam que estavam sendo observados por um certo Malfoy.
As aulas aconteceram normalmente, todos adoraram Tonks como professora, ela com o seu jeitinho distraído realmente fizeram a diferença. Ela até era brava, mas sem deixar a aula chata ou monótona.
Na hora do jantar, Harry tentava convencer Hermione a deixá-lo ir com ela na monitoria.
- Vamos Mione, eu vou a com a minha capa, ele nem vai me ver! – insistiu.
- Não, não tem motivo, já falei milhões de vezes que o Malfoy não vai me fazer nada. – Mione enfatizou a palavra “nada” e acrescentou rápido antes que Harry a cortasse. – O máximo que ele pode fazer é me chamar de sangue-ruim, mas já estou tão acostumada que nem ligo.
- Mas Mione...
- Olha Harry, se eu achasse necessário, realmente não hesitara em te levar como meu segurança, mas não há porque, entenda! Tem certas coisas pelas quais temos que passar, e EU tenho que passar por isso. Eu não posso enfrentar Voldemort, você terá que fazê-lo, mas fazer essa merda de monitoria com Malfoy é algo pelo qual eu tenho que passar, e não vou morrer por isso. – Hermione explicou a Harry como se ele fosse uma criança. – E Harry, se eu imaginar que você irá comigo, vou ficar muito, mas muito brava.
- Está bem, mas qualquer coisa, use nossas moedas, ok?
Harry se referia a moeda que a AD usará para marcar suas reuniões, criação de Hermione, que eles mantinham.
- Se isso for deixar você mais tranqüilo, tudo bem! Agora eu tenho que ir. – ao dizer isso, Hermione se levantou, dando um belo sorriso para os garotos. – Afinal, depois de dizer que não tolero atrasos, não posso me atrasar. E vocês, não deixem de procurar pistas, estão me ouvindo! – ordenou Hermione, em um tom mandão.
- Sim comandante! – respondeu Rony, batendo contingência para Mione.
- Muito bem soldado, continue assim! – brincou Mione, respondeu a contingência e saiu do Salão Principal.
Quando Hermione chegou à sala da monitoria, Draco já estava lá.
- Não era você que não tolerava atrasos? – a voz de Draco, exalava ironia.
- Mas eu não estou atrasada, Malfoy, você que chegou adiantado!
- E nós vamos ficar discutindo isso aqui, vamos fazer o que temos a fazer de uma vez! – provocou Draco sorrindo como se tivesse ganhado um jogo.
Draco e Hermione já estavam monitorando há trinta minutos, quando Draco começou um assusto.
- Você é sempre tão mandona?
- Só quando estou perto de pessoas como você! – na verdade a garota se surpreendeu com o fato de Draco puxar um assunto.
- E o que te faz pensar que pessoas como eu, te obedeceriam? – retrucou Draco, provocante.
- Pessoas como você, Malfoy, sempre são volúveis e tem medo.
- E porque eu teria medo de você, sua Sangue-Ruim? – Draco ficou visivelmente irritado com a provocação da garota.
- Porque você é fraco, tão fraco que nem o objetivo de matar Dumbledore você conseguiu cumprir. – Hermione teve medo do efeito daquelas palavras, mas seu sangue estava fervendo e a raiva que sentia por ele, aumentando.
- Isso quer dizer que eu não sou um assassino, e não que sou um covarde! – Draco estava próximo a Hermione e sua voz e seu olhar eram ameaçadores, quando de repente ele se afastou. – Mas eu não quero brigar com você, não foi para isso que eu voltei.
- E voltou para que então? – a lembrança de Dumbledore fez com seu rosto queimasse de raiva.
- Granger, eu sei que não te devo satisfação, mas por algum motivo, que eu não sei qual, preciso te dizer uma coisa.
- E o que é? – perguntou Hermione, intrigada, levantando as sobrancelhas.
- Bem.... é.... eu não queria ter feito, bem.... o que eu fiz no ano passado. Nunca quis matar Dumbledore, nem entregá-lo a ninguém. – quando terminou a frase, Draco parecia ter tirado um peso enorme de suas costas.
- Você quer dizer que foi obrigado, ou coisa do tipo?
- Na verdade ou fazia aquilo, ou minha mãe morria. – Draco parecia estar sendo sincero e Hermione ficou um tempo sem saber o que dizer.
- Mas porque você não pediu ajuda? – foi a única coisa que veio a cabeça dela.
- A quem? A você ou ao Potter? – perguntou ironicamente. – O que vocês diriam se eu dissesse que o Lord ordenou que eu ajudasse os Comensais a entrar no castelo e que eu matasse Dumbledore.
- Não sei, mas tentaríamos ajudar de alguma maneira, você podia ter pedido ajuda ao próprio Dumbledore, ele com certeza pensaria em algo. Harry disse que Dumbledore sabia que você estava sendo controlado por Voldemort.
Draco abaixou a cabeça de vergonha. – Tive medo Hermione, quando eu faço bobagens não tenho amigos, pais ou o Dumbledore para me dar respaldo, estou sempre sozinho, meus atos, minhas responsabilidades, minhas conseqüências, meus medos são sempre só meus, e não há ninguém com quem eu possa dividir.
Hermione entrou em um pequeno choque em ouvir o seu nome saindo da boca do Malfoy, que quase não prestará atenção no que Draco havia dito.
- Co...mo...? – gaguejara ela!
- Como o que? Ah desculpe, eu falei seu nome, não foi por mal! – Hermione então saiu do choque.
- Não, tudo bem, quer dizer, só não tente me chamar de nada mais íntimo. – brincou a grifinória. – Eu imagino que não deve ter sido fácil, afinal é a vida da sua mãe.... Mas você tem amigos Malfoy, Crabbe, Coyle, Parkinson.
- Belo exemplo, o que me admira é que alguém que acredite tanto em amizade quanto você, e diz tanto que seus amigos são os melhores, me diga que essas pessoas possam apoiar alguém. – Hermione ficou desconcertada com a resposta de Draco, ele estava coberto de razão.
- Mas então quer dizer que você ainda está do lado deles? Afinal, a vida da sua mãe ainda está em jogo! – Hermione fez essa pergunta com medo da resposta, por algum motivo que ela desconhecia, ela não gostaria que fosse afirmativa.
- Não, quer dizer, eles pensam que sim, mas eu não estou, nunca quis estar, nunca quis essa guerra. Na verdade, eu quero mais é que o Potter vença logo essa guerra e o ELE desapareça de vez.
Hermione franziu o cenho com a resposta de Malfoy, ela sabia que não deveria perguntar, mas a curiosidade não deixou escolha.
- Draco, você tem alguma missão agora?
Eles estavam em frente ao lago da Lula Gigante, o rapaz ficou um momento em silêncio e olhando para a garota com um meio sorriso.
- Vê se não vai ficar mal acostumada, não é todo dia que eu permitirei que você me chame pelo meu primeiro nome, e também não é todo dia que eu te chamarei pelo seu primeiro nome. – Hermione também sorriu. – Granger, sempre tem missões, talvez até meu pai, em Azkaban tenha alguma. – terminou ele, derrotado.
- Você tem que matar alguém agora? – Hermione não conseguia se controlar, ela pensava e as coisas saiam da sua boca, quase que automaticamente. Ela já pensava em algum tipo de tortura para tentar diminuir a culpa que sentia em estar tendo uma conversa civilizada com Draco.
- Na realidade eu não passei nesse teste, - ele sorriu triste. – minha missão não é tão simples assim dessa vez! Devo enfraquecer Potter, de qualquer maneira, mesmo que seja, - disse ele olhando para a garota sorrindo – roubando você dele.
- E é por isso que você está conversando comigo agora? – Hermione ficou estarrecida. Por Merlim, ela estava caindo no plano dele, o que ela tinha na cabeça? Ou o que ele tinha na cabeça para falar isso para ela?
- Sim Granger! – respondeu ele, um pouco alterado. – E é por isso que eu estou te revelando todo o plano DELE!
- Desculpe Malfoy. - respondeu Hermione, sem graça, aquilo era óbvio, mas porque então ele estava contando tudo aquilo para ela?
- O fato é, ele tem que achar que eu estou fazendo alguma coisa para prejudicar o Potter, então, como eu não quero fazer isso, e somente assim minha mãe não correrá riscos, eu pensei em falar com você, para te pedir.... te pedir ajuda, afinal você é o gênio, não!? – Draco respirou aliviado, como a muito não fazia.
Hermione fitou o rapaz por longos minutos, pensando em algo.
- Eu não sei o que dizer, bem talvez você possa se aproximar da gente como se fosse um agente duplo, como quem só quer informações.
- Você acha que o Potter e o Weasley vão aceitar isso?
- De verdade? Não! Mas eu vou tentar falar com eles, então quem sabe eles aceitam.
Draco pegou a mão de Hermione sorrindo. – Muito obrigado, Granger, mas não acredito que isso vá funcionar, eles me odeiam.
- Eu também te odiava...
Como assim odiava? Hermione Granger você está louca?
Pensou Hermione, e soltou as mãos de Draco.
- Ou melhor, odeio, mas a situação é diferente agora, não somos mais crianças brigando para tirar a nota mais alta.
Draco sorriu olhando para baixo e depois para Hermione. – Você tem razão, mas de qualquer maneira, você é diferente deles, Dumbledore tinha razão. – Hermione pediu silenciosamente para que Malfoy parasse de sorrir daquele jeito.
- Como assim? – ela estava exasperada.
- É meio louco - o sorriso de Draco estava maior agora. – , mas já é bastante louco eu estar aqui me abrindo para você. Então, dizer isso ou não definitivamente não vai mudar a situação, - Hermione tentou se concentrar no que Draco falava e não no sorriso dele. – Dumbledore, ele apareceu para mim. Na verdade, foi ele quem falou para eu confiar em você, e eu disse a ele que você sequer me ouviria, então, ele me disse que você era diferente. Eu não devia subestimar tanto aquele velho!
- Você está querendo me dizer que Dumbledore apareceu para você e mandou você me pedir ajuda?
- Sim, foi isso que eu disse.
- O que mais ele falou? Ele virou um fantasma? – Hermione estava afoita.
- Não, quer dizer, eu sonhei com ele, mas foi bem real! Ele só me disse para te pedir ajuda e que eu era mais capaz do que eu imaginava. O problema dele sempre foi confiar demais nas pessoas. – Draco parecia chateado agora. – De pensar que ele confiou no Snape até o último segundo! – Draco ficou extremamente alterado ao falar de Snape.
Hermione continuava de boca aberta, aquilo era verdade? E se fosse, por que Dumbledore pediu para Malfoy procurá-la? O que ela poderia fazer?
- Draco, quer dizer, Malfoy, eu preciso de um tempo para pensar nisso tudo! Você me parece sincero, mas eu não sei! É arriscado confiar assim em você depois de tudo. Quero dizer, tantas coisas aconteceram que eu não estou certa se devo.
Draco abaixou a cabeça no mesmo momento, a cara que ele estava, fez com que Hermione pensasse em abraçá-lo e dissesse a ele que tudo estava bem, mas ela não podia.
- Eu entendo Granger. – Draco deu um sorriso derrotado para ela. – Eu não deveria ter esperado outra coisa. – Bem, disse ele olhando no relógio, o horário de monitoria acabou, posso ir?
Hermione fez que sim com a cabeça, ela precisava pensar, ficar sozinha, decidiu que ficaria ali mais um pouco. Draco estava indo embora quando perguntou:
- Você não vem? Pode ser perigoso!
- Não, vou ficar um pouco mais, não vai acontecer. – e Draco se foi.
Hermione ficou olhando para o lago por quase uma hora, quando decidiu voltar, e fazer o que ela mais desejava, dormir! Quando chegou na sala comunal encontrou um Harry sentado e com cara de poucos amigos.
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