PRÓLOGO (novo, pós-DH)
~~ Prólogo~~
Harry acordou assustado, dando um pulo na cama, e acabou batendo a cabeça na lâmpada da mesinha. A dor da pancada fez com que ele despertasse de vez e percebesse que tinha acabado de ter um pesadelo, como nos velhos tempos. Era estranho, porque, desde o duelo com Voldemort e o fim da guerra, ele nunca mais havia tido pesadelos daquele tipo. Ou de qualquer outro tipo, na verdade.
No sonho, Harry estava lá, de novo, na torre de Astronomia e, mais uma vez, não conseguia salvar Dumbledore, que morria assassinado pelo professor Snape, bem na sua frente. Ao observar melhor a fisionomia horrorizada, enojada, de Snape, ele podia ver a sua própria angústia, a sua própria dor, refletiada no rosto feioso do professor de Poções que, antes, ele odiava.
Suando, triste e abatido, Harry se sentou numa ponta da cama. O seu cabelo estava em desordem, as roupas amassadas, o estômago meio embrulhado, confuso com a penumbra do quarto que deixava tudo difícil de distinguir. Ficou esperando a sensação melhorar, tentando se orientar na escuridão e lembrar onde estava. E, aos poucos, conseguiu perceber onde estava, ao enxergar os pôsteres de garotas trouxas de biquini e as flâmulas da Grifinória na parede. O antigo quarto de Sirius Black era, agora, o seu quarto.
Ele tinha resolvido morar na velha casa em Grimmauld Place. Aos poucos, ele estava conseguindo apagar os vestígios dos pais de Sirius, e dos antepassados Black, tornando a mansão mais acolhedora. E a companhia do Monstro não era de todo ruim, agora que eles haviam se entendido, e o elfo parecia querer adivinhar os seus pensamentos para agradá-lo.
É claro que os Weasley ainda insistiam para que ele fosse morar na Toca com eles, mas Harry não achava a idéia muito... segura. Ficar lá significava sentir a presença de Gina em tudo, o tempo todo, e distrair-se pensando nela dia e noite. Mais do que já acontecia no normal. Já que ela ainda estava em Hogwarts, era melhor tentar manter a sanidade nesse meio tempo. E visitar a Toca, agora que ele tinha conquistado a liberdade, longe dos Dursley, era a sua principal atividade social, nas poucas horas de folga que sobravam no esquema puxado de preparação para Auror.
As lembranças do último ano, com as descobertas sobre o passado de Dumbledore, dos seus pais, a luta contra Lorde Voldemort e os seus Comensais, a busca das horcuxes, a descoberta das relíquias da Morte...tudo ainda era tão recente, mas parecia que tinha sido em outra vida.
Realmente, aquela agora era outra vida.
Mas ainda havia alguns assuntos mal resolvidos, algumas perguntas sem resposta, que voltavam agora para assombrá-lo. Tudo estava bem, é certo. Mas havia ainda tanta coisa que ele gostaria de saber! Mesmo depois de tudo, ele ainda ansiava por respostas sobre o passado.
Inquieto, Harry não se sentia confortável para dividir suas dúvidas com ninguém, pelo menos por enquanto. Agora, com o fim da guerra e a derrota de Voldemort, todos tinham tantas coisas mais urgentes na cabeça, ocupados em comemorar a vitória, em refazer suas vidas, enterrar seus entes queridos. Ele só podia esperar que, com o tempo, o resto da história fosse revelado, de algum modo.
Com o coração disparado, ele logo que reconheceu a coruja cinzenta que entrava voando pela janela como sendo de Hogwart. Havia um pergaminho com o lacre da escola e um pacote embrulhado em papel pardo. Cheio de curiosidade, ele abriu de qualquer jeito o pergaminho. A carta, pouco mais do que um bilhete sucinto e misterioso, era da professora Minerva, agora a nova diretora de Hogwarts:
“Caro Harry,
Espero que você esteja bem, e que esteja aproveitando bastante a preparação para Auror.
Ao arrumar as coisas aqui no Castelo, encontramos isso, endereçado a você. Espero que aqui, nesse pacote, estejam algumas das respostas que você com certeza ainda deve precisar. Conte conosco, sempre
Minerva MacGonagall”
Harry ficou ainda mais curioso. Rasgou rapidamente o papel grosso que envolvia o misterioso volume e abriu. E, então, surpreendeu-se com o conteúdo. O que estava ali dentro era um conjunto de manuscritos, escritos com uma letra pequena e apertada que ele conhecia muito bem. Na primeira página, como se fosse uma capa, estava um título breve
“Diários de Severo Snape”
E, numa folha à parte, um bilhete, como dedicatória:
"Harry Potter:
Se você está lendo isso, significa que Dumbledore morreu e eu estou foragido. Porque fui eu que o assassinou.
Sempre soube que esse dia chegaria. O dia em que seria necessário deixar para você as informações que lhe faltam. Aquilo que você precisa saber sobre o que aconteceu nesses últimos dezessete anos. Cumprindo uma antiga promessa, escrevi esses volumes, esperando que você leia quando chegar o momento certo. Espero que encontre aqui as respostas que precisa. Escrevi tudo isso para você, Harry Potter. Espero que seja útil.
Severo Snape”
Snape, o assassino de Dumbledore. Snape, aquele mesmo professor que tinha passado todos esses anos demonstrando uma mistura de ódio e desprezo por Harry. O Comensal da Morte. O professor que ele tinha detestado e desconfiado durante todos aqueles anos em Hogwarts. O aliado fiel de Dumbledore, o agente duplo da Ordem. O homem enigmático e amargo, que havia amado sua mãe durante toda a sua vida. E que havia morrido daquela maneira triste, nos seus braços.
Cada vez mais curioso, abriu o primeiro volume e começou a ler...
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Pois é, moçada, eu voltei!! Depois de ler (e reler) DH, eu me animei de novo a escrever essa fic. Reescrever uns pedaços pra que combinasse com o livro 7, mas aproveitando minhas antigas idéias pra preencher os "buracos" deixados pela JKR sobre o passado. Espero que gostem!!
Meninas, muito obrigada pelo apoio, pelas reviews maravilhosas, pelos recadinhos felizes por eu estar de volta. Obrigada por não desistirem de mim! Eu amo vocês!! E estou muito feliz por estar escrevendo de novo!! Quanto tempo, né? Prometo correr atrás do prejuízo, indo lá ler as fics de vocês!! Beijão!!
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