Qu Yuan



Harry olhou para baixo deslumbrado. Tinha acabado de descer com Treva pelas nuvens. Não levou mais que uma semana para viajar até a China. Realmente os testrálios eram rápidos.

Tudo o que Harry viu lá do alto era lindo. As montanhas altas, lagos, vales, cataratas, águas transparentes, prados, nuvens brancas, tudo aquilo formava uma paisagem digna de um paraíso.

Harry podia ver alguns animais correndo por entre as árvores, sorriu ao ver um panda pela primeira vez. Olhando direito Harry percebeu que havia algumas casas ao estilo tibetano, uns poucos moinhos e um templo, espalhados entre as montanhas.

- Vamos Treva, siga até o templo. – Harry já não estava mais se sentindo estranho ao conversar com um testrálio. Aos poucos Harry foi percebendo que ele o entendia, e Harry aos poucos ia entendendo o animal.

Harry passou por várias quedas d’água que formavam um lindo teatro de cores caindo nos lagos, alguns grandes, outros pequenos, mas sem perder a sua beleza.

Harry começou a descer em círculos o céu azul límpido daquele paraíso em busca do templo de Qu Yuan. O templo era uma antiga construção ao estilo dos monges tibetanos.

Harry já estava ficando a poucos metros do solo quando feitiços começaram a ser lançados contra ele. Harry conhecia aquele feitiço, Dumbledore já havia usado na frente dele, e Harry sabia que um simples protego não o ajudaria.

- Vamos descer logo Treva, faça apenas os movimentos que eu mandar.

O testrálio olhou para Harry com os olhos cadavéricos testando seu cavaleiro, em busca de confiança.

Um momento de olhar mútuo fez com que o animal se soltasse no céu, pronto aos comandos de Harry. Vários anos na escola desviando de balaços o ajudaram, pois nenhum dos feitiços conseguia chegar perto dele.

Cada vez mais feitiços eram disparados de direções diferentes, o que significava somente uma coisa, mais bruxos o estava atacando. Mas Harry também notou uma coisa, a velocidade dos feitiços estava mais lenta. Ao que parecia o feitiço exigia muita energia de seu executor.

- Treva, vamos voar em círculos, eles não vão demorar para cansar. – Harry quando olhou para o testrálio viu que ele também não estava nas melhores condições.

Eles estavam sem descanso, pois estavam viajando à noite e descansando de dia. Pois não queriam ser percebidos facilmente. Mas isso estava custando muito ao animal que já estava exausto.

Harry sabia que não poderia continuar assim por muito tempo, mas não estava conseguindo fazer nenhum plano. Ele sabia que deveria fazer alguma coisa para provar que era amigo, mas não conseguia lembrar de nada que o pudesse ajudar.

Harry tentou se imaginar o que Dumbledore faria. Muitas imagens apareceram na sua cabeça, de várias coisas que eles fizeram juntos, mas Harry não estava conseguindo lembrar de nada.

Se Harry se descuidasse por um instante, ele sabia que cairiam e, cair das nuvens não era uma opção. Ele se lembrou de quando Vitor Krum fez a finta Wronski durante a copa. O apanhador conseguiu sair ileso, mas isso foi porque aquilo era apenas um jogo. Seus pensamentos voaram para quando eles foram conversar perto da floresta e Crouch apareceu e acabou morrendo. Dumbledore usou uma magia para chamar Hagrid. O patrono! Claro, essa é a magia usada na ordem da fênix para chamar por reforços ou para avisar que alguém da ordem esta chegando.

- Vamos Treva, eu preciso chegar mais perto. – o Testrálio já estava ficando sem forças, mas confiou que aquilo iria funcionar.

Harry concentrou todas as suas forças para executar o feitiço. Esse teria que ser um dos seus patronos mais fortes para poder ser notado. Vários pensamentos vinham na sua cabeça, era quase impossível pensar em uma coisa só. Harry lembrava de quando disso a Gina que a amava; dos fogos do casamento; de quando viu Kate pela primeira vez, do seu beijo; não havia tempo de tentar esquecer isso, nem era da vontade de Harry esquecer.

- Especto Patronum! – A varinha de Harry brilhou intensamente e por um momento tudo parou.

Parecia que Harry foi atingido, que os atacantes pararam, que os pássaros pararam o vôo no ar e as cachoeiras pareciam parar de correr. O brilho condensou na ponta da varinha e um grande raio saiu da varinha correndo pelo ar e se transformando.

Um cervo prateado corria pelos céus fazendo os pássaros voltarem a voar e a cantar, a água voltou ao seu fluxo e um brilho podia ser visto por toda a montanha. O cervo prateado corria pelos céus até o templo. Quando chegou ao chão ele explodiu em energia, iluminando toda a região.

Os feitiços já não mais subiam pelo céu. Harry percebeu que tinha dado certo a sua idéia. Parecia que os que estavam lá embaixo entendiam o significado do patrono para a ordem da fênix.

- Já podemos descer. Desça no pátio Treva. – Lentamente testrálio começou a voar para o chão, sua exaustão era percebida por Harry, mas esse sabia que ambos poderiam descansar quando chegassem lá.

Apesar da baixa velocidade do testrálio, eles conseguiram chegar ao chão em pouco tempo. Harry pode ver vários monges ao redor dele. Muitos deles não conseguiam entender como ele conseguia ficar parado no céu sem uma vassoura ao algo do tipo.

Em um instante todos os monges foram para os lados abrindo espaço para que um monge mais velho aparecesse.

- Seja bem vindo a Qu Yuan jovem da ordem da fênix. – O monge que falava aparentava ter mais de oitenta anos, ele tinha olhos castanhos e o cabelo raspado. – Meu nome é Yangtsê Chu. Fiquei sabendo que Dumbledore morreu. Então gostaria de ajudar no que fosse preciso para a ordem da fênix.

- Muito obrigado Senhor Chu. Eu tenho essa carta aqui comigo. Espero que ela possa lhe ajudar a entender o que e preciso aqui.

O monge pegou a carta nas mãos e começou a lê-la ali mesmo.

Harry, eu gostaria de tê-lo ajudado a aprender oclumência e legilimência. Mas parece que o tempo me foi curto para isso.
Existe um lugar que seria excelente se você visitasse, chama-se Qu Yuan. É um templo que fica na china na região Jiuzhaigou. Lá eu aprendi as artes da mente e mais algumas magias com os monges de lá. Escute muito bem eles, pois sua sabedoria é enorme. Não tenha medo de nada, pois você será aquele que acabará com todo o mal.
Gostaria também que você aprendesse a lutar com espadas leves como a catana que existe aí, dois feitiços seriam essenciais. Erump e Light Force. Fique aí por apenas três meses, seu tempo de estudos é curto. Nem preciso dizer a você que você precisa aprender tudo o mais rápido possível, pois se eles tiverem mais alguma coisa para lhe ensinar, eles o farão.

- Parece meu jovem, que Dumbledore o tinha em alta conta. Para ter lhe dado o trabalho de vir da Inglaterra até aqui. Qual é o seu nome?

- Harry senhor, Harry Potter.

- Harry Potter? Acho que já estou entendendo o porquê de você estar aqui. Dumbledore queria que você continuasse a sua jornada.

- Acho que sim. Eu preciso ficar forte, mas eu só tenho um ano pra isso.

- Aquilo que será seu, chegará na hora que for necessária. Não tente apressar as coisas. Acho que por hoje seria melhor que você e seu companheiro de viagens descansassem.

- Você consegue vê-lo? – Harry estava espantado ao saber que um monge podia ver um testrálio, animal que possuía invisibilidade a todos os que nunca havia visto alguém morrer.

- Sim Harry. Entrei para o monastério depois que entrei em algumas batalhas. Vi muitos amigos meus morrerem ao meu lado. Venha comigo e eu vou mostrar onde vocês dois podem ficar.

- Treva, venha comigo para acharmos um lugar para você descansar.




Harry acordou no outro dia totalmente refeito. Logo que levantou da cama, foi até os jardins, onde o testrálio havia ficado durante a noite.

Harry ficou olhando para o animal que o estava acompanhando pela sua viagem. Ele não esperava que o animal pudesse ser tão confiável quanto ele tinha sido.

Por varias vezes Harry deixou ele solto enquanto descansava e o testrálio sempre voltava quando ele o chamava. Talvez ele sentisse que se estivesse com Harry, não teria uma vida calma. E era isso o que ele queria.

Harry deixou o testrálio dormindo e saiu para dar um passeio pelo jardim enorme. Andando por lá, ele viu que não havia apenas monges velhos, havia crianças lá também, alguns tinham até idade dele.

- É um belo lugar não acha? – Harry viu que ao lado dele estava o monge que havia falado com ele no dia anterior.

- A visão que eu tive daqui pelos céus foi magnífica. Como vocês mantêm um santuário tão belo ainda inteiro?

- Existem alguns feitiços que impedem que criaturas das trevas entrem. Sem contar que o governo trouxa tem ajudado bastante.

- Isso é bom. Eu não gostaria que um lugar assim deixasse de existir. Mas tem uma coisa que eu gostaria de perguntar para o senhor.

- Diga, e se eu puder responder o farei com satisfação.

- Como você chegou sem eu perceber? Eu não havia visto ninguém e não percebi nenhum tipo de magia de transporte.

- Meu jovem, nem todos os meios de se locomover sem ser notado consistem em feitiços de transporte como chaves de portais e aparatação. Aqui mesmo não usamos isso.

- Agora parece que ficou mais difícil ainda de entender o que foi que houve.

- No momento certo você entenderá. Mas agora acho melhor entrarmos para termos uma conversa. – Os dois começaram a andar pelos gramados de volta para o templo.

- Em quanto tempo eu poderei aprender oclumência? Eu preciso aprender isso o mais rápido o possível.

- Você não deve apressar as coisas. Tudo tem uma hora certa. Imagine um casulo de lagarta. Se você visse que a borboleta não estivesse conseguindo sair, pois o buraco que ela fez no casulo é muito pequeno e ela não consegue fazer um maior. O que você faria?

- Eu a ajudaria, abrindo o casulo para ela poder sair. Assim ela conseguiria sair não é mesmo?

- Sim, ela conseguiria sair. Mas ela irá morrer.

- Como assim? – Harry estava tentando ver onde ele queria chegar com essa conversa. Mas não conseguia entender o que isso tinha a ver com uma lagarta.

- Se você a ajudasse, isso quer dizer que ela mesma não está pronta para sair sozinha. Se você a ajudasse na hora errada, ela sairia com as asas ainda incompletas e, portanto não poderia voar. Na pior das hipóteses, seu corpo não estava preparado para a vida aqui fora e ela morreria. Você entendeu aonde eu quero chegar?

- Não senhor, na consigo ver onde isso me ajudaria a entender a legilimência e a oclumência.

- Pois bem, pense da seguinte forma. A lagarta seria você. O casulo a sua mente. Se você não estiver preparado para o que vai vir, você poderá morrer. Se alguém tentar fazer com que você pulasse alguma das etapas, isso faria com que você se descontrolasse.

- Não sabia disso. Meu professor antigo de oclumência não me disse nada sobre isso.

- Provavelmente seu professor jamais soube usar a mente da maneira que nos daqui a usamos. Por aqui.

Eles haviam chegado ao templo. Yangtsê o estava guiando pelo templo. Havia várias estatuas de ouro reverenciando o Buda. Algumas delas mostravam figuras de dragões e outras criaturas de lendas.

- O que realmente o senhor querendo dizer? – Harry não entendia. Apesar de ele ter ódio de Snape, ele sabia que ele era um dos melhores oclumentes que existiam. – Snape é um dos melhores oclumentes que eu já vi.

- Severo Snape?

- Ele mesmo. O senhor o conhecia?

- Sim. Ele passou por aqui para aprender oclumência e legilimência. Ele só conseguiu aprender o básico. E muito mal por sinal. Ele não importa o quanto tenha tentado, não conseguiu aprender as ilusões mentais.

- Ilusões mentais o que é isso? – Harry estava ficando interessado nas magias que os monges possuíam.

- Podemos fazer uma pessoa ver imagens que não existem dentro da sua mente enquanto elas acreditam que são reais. Também é possível prender uma pessoa dentro da sua própria mente a fazendo viver durante um tempo dentro de uma ilusão.

- Isso parece complicado. Acho que não vou conseguir aprender isso em pouco tempo.

- Talvez não, mas poderá aprender as bases e tentar aprender o resto sozinho. Existe também entre nos o conhecimento de se tornar invisível sem o uso de feitiços com a varinha ou capa, um feitiço que nos foi deixado pelo próprio merlin.

- Eu vi Dumbledore fazer isso uma vez. Foi na época em que eu estava no primeiro ano na escola. Foi quando eu tinha descoberto o espelho de Ojesed.

- Você viu o espelho? O que você via lá?

- Eu me via junto com toda a minha família.

- Entendo. Mas tem uma coisa que eu gostaria de falar com você. Sobre suas intenções contra Voldmort.

- Podemos conversar livremente aqui? – Harry estranhou o fato de que Yangtsê falasse o nome de Voldmort tão facilmente.

- Podemos. Nenhum dos que estudam aqui tem más intenções.

- Mas como o senhor sabe?

- Simples. Durante o inicio dos estudos deles, eles são testados. Começamos a fazer isso depois de um tempo, pois alguns dos que vieram aqui não tinham boas intenções, mas conseguiam as esconder. Então em vez de testarmos sua mente, hoje testamos sua alma e seu coração.

- Mas esse teste pode falhar. Como vocês podem ter tanta certeza?

- Porque os que aqui estudam, tem seu coração e sua alma testada. E é exatamente isso que eu quero saber. Você está pronto para esse teste? Você será testado de corpo e alma e não existe nenhuma chance de mentir.

- E se eu não estiver pronto?

- Então você deverá ir embora.

Aquelas palavras não foram ditas de forma autoritária, mas mesmo assim, não deixavam dúvidas no que diziam.

- O que acontece se eu falhar?

- Você morre e seu corpo sumirá para sempre. Você acha que está pronto para isso?

Harry estava parado naquela sala pensando se deveria seguir em frente, ele realmente queria aprender a controlar a sua mente, mas esse teste parecia ser muito difícil.

- Se você não estiver pronto, poderá voltar uma outra hora. – Yangtsê calmamente olhava para Harry, esperando pela decisão dele. – vá para junto de seus amigos se agora ainda não for à hora de você testar o quanto você esta pronto para enfrentar Voldmort.

- Sim, eu estou pronto. – Todas as dúvidas sumiram quando Harry se lembrou dos seus amigos e de sua luta contra Voldmort.

- Muito bem, vamos por aqui. – os dois começaram a caminhar em silêncio por dentro do templo. Até que depois de um tempo eles pararam em frente a uma grande porta - chegamos.

Yangtsê ficou parado olhando para as portas. Então estendeu sua mão para frente com a palma voltada para cima.

Harry pode ver pequenas luzes azuis vindo em direção da palma da mão dele. Elas rapidamente se modificaram tomando formas no ar.

Em um instante elas se transformaram em uma pequena borboleta que sai voando rapidamente pelo ar e bateu com força na porta e com um estrondo alto a porta se abriu.

Harry atravessou a porta excitado e se deparou com uma enorme sala de armas. Existiam todo o tipo de espadas, lanças e arcos. Havia também, uma grande quantidade de armaduras ao estilo medieval chinês.

- Harry. Se Dumbledore o mandou aqui, quer dizer que ele precisava que você o ajudasse com alguma coisa. Não vou perguntar o que é, mas vou ajudá-lo no que for preciso.

- Muito obrigado senhor Chu. Essa sala é incrível.

- Nós monges somos pacíficos. Gostamos da paz, mas fomos avisados pelo próprio Buda, que sempre estaríamos no meio da guerra. Então, ele mandou que sempre estivéssemos prontos a ajudar aqueles que precisam da nossa ajuda. Não tivemos nem nunca teremos duvidas que devemos ajudar a ordem da fênix.

- Quando esse aviso apareceu? – Harry estava espantado ao saber que todos pareciam estar ao seu lado nessa guerra. Primeiro uma casa desabou para impedir que Voldmort tivesse em suas mãos um dos livros de magia mais fortes que já foi escrito. Agora fica sabendo que até Buda o estava ajudando.

- Há séculos. Então podemos dizer que estamos suficientemente prontos. Não ajudamos apenas vocês. Estamos sempre prontos para o que precisarem de nós. Quero que você receba uma coisa. Feche os seus olhos e repita aquilo que eu vou lhe dizer na sua mente. Concentre a sua energia na sua mão que você usa a varinha.

- Entendi. Podemos começar. – Harry não se importava nem um pouco de saber que iriam entrar na sua mente e lhe dizerem o que ele tinha que fazer. Ele estava pronto para o que precisasse.

- Eu, Harry James Potter, aquele que foi escolhido como igual pelo assassino dos próprios pais, peço pela ajuda das armas dos ancestrais para que me guiem no caminho certo pela honra daqueles cujo sangue corre em minhas veias.

Após dizer isso, uma grande energia pode ser sentida por todo o local. O chão tremia de modo que parecia que o mundo iria rachar ao meio. Uma energia azulada desprendia da mão de Harry e buscava alguma coisa no grande salão que existia ali.

Uma das armaduras começou a brilhar de um modo diferente. Suas peças começaram a voar e se montaram no ar. Ela estava brilhando com a mesma energia que estava saindo da mão dele.

Harry não estava conseguindo acreditar no que via. A armadura estava se movendo olhando na direção dele. Seu rosto dava medo até a aqueles que já tinham visto todo o tipo de criaturas temíveis. Ela tinha quase três metros de altura e estava carregando uma grande espada no estilo samurai, que estava presa na sua cintura.

- Quem é você e o que quer aqui sozinho?

Harry olhou para os lados e percebeu que Yangtsê não estava mais ali. Ele estava sozinho e teria que enfrentar aquele obelisco. Harry estava com medo. Como nunca esteve. Parecia que a estátua era feita da mesma coisa que os dementadores.

Ele sabia que a chance de morrer era grande, mas ele sabia também que se ele morresse ninguém mais poderia ser páreo a Voldmort. Harry procurou no fundo da sua alma a coragem necessária para enfrentar a estátua.

- Meu nome é Harry James Potter. Estou aqui por que eu quero uma arma que possa destruir as orcruxes. Eu preciso disso ou eu não poderei salvar os meus amigos que são a minha nova família.

- O que houve com a sua antiga família? – A armadura falava pausadamente com ele e fazia com que ele se sentisse corajoso e assustado ao mesmo tempo.

- Foram todos mortos. Sobramos apenas eu e minha tia.

- Mortos por quem? – apesar de parecer poderoso e inatingível, a armadura estava tentando entender o que estava se passando na vida daquele que estava a sua frente. – Por aquele que possui as orcruxes?

- Sim. Ele mesmo. – Harry começou a achar que a armadura achasse que ele estava naquilo por vingança.

- Talvez você possa estar querendo vingança. Mas pode ser também que exista algum outro motivo para a vinda. Diga me.

- Eu preciso que você me de alguma coisa que me ajude a destruir as orcruxes. Uma profecia uma vez falou que eu sou o único capaz de matar ele. Não estou aqui por vingança. Seu eu não o fizer, ninguém mais poderá acabar com o mal que ele está fazendo.

- Esse alguém possui um nome?

- Sim. Tom Servoleo Riddle.

- Eu serei agora o juiz e o júri e talvez o carrasco. Isso dependerá de você. Está na hora de você ser realmente testado e julgado.

Assim que essas palavras foram ditas, a energia desprendeu da armadura. Desta vez pareceu a Harry que tudo aconteceu com mais força. Ele sentiu que a energia da armadura estava entrando dentro dele.

Parecia que a energia passava por todo o seu corpo. Ela parecia testar cada fibra do seu corpo, cada parte da sua alma.

Harry caiu de joelhos no chão. A dor era intensa, parecia que ele iria morrer. Cada vez mais a energia o empurrava para baixo. Seus olhos estavam entrando para dentro da sua cabeça, a pele parecia querer virar ao contrario.

Ele estava quase se entregando. Estava desistindo da sua vida. Ainda havia dúvidas na sua cabeça sobre se ele seria capaz de sobreviver ao combate final. Ele pensou na carga que teria que deixar para os seus amigos.

Sua mente clareou ao lembrar dos seus amigos. Ele sabia que não poderia deixar isso para eles. Suas duvidas pareciam acabar. A dor estava ficando mais fraca. Já era suficiente. Harry já tinha novas forças.

Muitas lembranças apareciam na mente dele. Ele se lembrou de quando viu Cedrico cair morto pelas mãos de Petigrew. Sua luta contra o dragão na floresta. A luta entre Sirius e Belatrix.

Lembrou-se de quando foi possuído por Voldmort, que conseguiu escapar. Harry se lembrou do que Dumbledore tinha escrito na sua carta. “Não tenha medo de nada, pois você será aquele que acabará com todo o mal”.

A carga estava ficando cada vez mais fraca. Harry já podia sentir o corpo. Mas as lembranças cotinuaram a aflorar na sua mente. Viu o basilisco caindo morto no chão e sentiu novamente a dor do veneno. Pode ver Quirrell olhando para ele e voando em sua direção, seus olhos brilhavam de raiva e de dor. Mas ao tocá-lo Quirrell não pode suportar e acabou perdendo as mãos. Harry ao perceber isso se atirou contra o antigo professor.

Lembrou-se de quando estavam fugindo da caverna e Dumbledore disse que não estava preocupado com ele, pois Harry estava junto dele.

Uma ultima lembrança apareceu. Era ele, estava diante do espelho de ojesed. Viu a própria imagem piscando para ele e deixar cair a pedra filosofal no seu bolso.

Aquilo pareceu mudar tudo.

Lentamente Harry começou a se levantar do chão e pode olhar a sua frente. A armadura estava mandando a energia na direção dele, mas agora estava ficando cada vez mais fraca.

- Parece que você não estava mentindo. A sua vida e a dele estão ligadas. Um de vocês irá matar o outro disso eu tenho certeza. – a armadura estava exibindo um sorriso de satisfação ao olhar para ele. Toda a arrogância tinha sumido. Dando lugar a uma energia que beirava a energia divina. – Aqui está a sua recompensa por lutar pelos outros e por ser leal a aquele em que você acredita.

A armadura tirou da cintura a espada de samurai. A espada que possuía mais de dois metros de comprimento diminuiu de tamanho até ficar com um pouco mais de um metro.

- Esta espada servirá a você nas suas dificuldades. Eu considero você justo o suficiente para portá-la. Você desejou ter a pedra filosofal apenas para protegê-la, nenhum humano que eu já vi faria isso. Pegue.

Harry ficou maravilhado olhando para a espada. Ela era vermelha e carregava desenhos de vários animais místicos ao seu redor.

Ele estendeu a mão para pega-la, mas quando seus dedos a tocaram, ela se transformou em chamas. Elas dançavam por todo o salão até voltarem para ele. As chamas o rodearam até irem parar no seu braço direito, onde ficaram gravadas com o desenho de um dragão milenar.

Harry ficou olhando para o seu braço, metade da sua roupa tinha sido queimada naquilo e seu braço estava latejando de dor, mas Harry não se importava com isso. Já estava acostumado com a dor.

- Você deveria tê-la negado. Ela considerou isso errado da sua parte, ela o achou arrogante demais ao achar que estivesse pronto para portá-la. Ela irá aparecer quando julgar você pronto. Mesmo assim ela assumiu você como dono desde o momento em que ficou presa ao seu corpo e a sua alma. Você poderá usar ela, quando ela contar a você o seu nome. Quando ela fizer isso você poderá usar os poderes arcanos dela.

- Muito obrigado eu tenho certeza que ela me ajudará. Mas quem é o senhor?

- Sou um dos deuses que governam o mundo. Meu nome é Alderon. Saiba que sou seu amigo e isso irá contar bastante um dia. Apesar de vocês dois terem sujado as mãos de sangue, você matou por justiça, ele por cobiça. Até outra hora meu jovem amigo.

A armadura se curvou em reverencia a Harry. Este ao ver o gesto da armadura se ajoelhou em posição de reverência diante dela.

- Nunca se esqueça por quem você luta. Isso trará mais poderes do que você pode sonhar.

Mais uma vez houve a explosão de energia, mas dessa vez, Harry pode suportar. Apesar de sentir o mundo se partindo aos seus pés, ele sabia que a partir de agora as coisas seriam diferentes.

A armadura calmamente retornou ao seu lugar de origem. Voltando a ser uma armadura normal. Mas Harry sabia que nada mais seria normal.

Ele abaixou os seus olhos para a manga do seu braço que tinha sido queimada pelas chamas e pode ver claramente um dragão desenhado nela. Dentro do seu coração ele sabia que esse dragão o iria ajudar.

Harry olhou novamente para o seu braço e para seu espanto o dragão se mexeu olhando para ele e piscou ambos os olhos. Harry ficou olhando o dragão no seu braço até perder os sentidos e cair no chão.

N.A: Bah presente de natal atrasado.... maus a demora mas eh que era fim de ano e eu tava enrrolado em algumas materias... espanhol é mto chato... mas eh isso aih, Feliz Natal Atrasado e Feliz 2008

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