HAPPY DAYS II
CAPÍTULO 26
Eu estou beijando Gina enquanto o meu corpo se movimenta sobre ela em ondas suaves. Faço movimentos delicados, dando prazer à jovem ruiva e prolongando o meu. Olhos verdes cálidos nos observam. Harry me dá um beijo na face e acaricia o seio nu da nossa amiga. Ele também nos observa com um sorriso doce. Sem nos separarmos, eu e Gina o puxamos ao mesmo tempo. O beijo rapidamente se torna um beijo de três pessoas.
A maneira ao mesmo tempo doce e lasciva com que ele nos olha e toca o nosso corpo nos excita quase até o êxtase. Quando o atingimos, eu e Gina, de maneira quase simultânea, queremos retribuí-lo. Nossas bocas percorrem o seu corpo. A minha me detendo sobre sua ereção. Ele geme deliciosamente. Tenta me avisar que está próximo do auge. Eu não ligo. O beijo de Gina não deixa que ele fale. Mas eu conheço as reações do seu corpo. Sei que está vindo. Não ligo de recebê-lo na minha boca.
Após alguns úteis feitiços de limpeza, Gina descansa entre os braços do moreno, de costas para mim, que ainda acaricio suas pernas esguias.
- Vocês não têm pena de uma pobre moça grávida – diz a ruiva em tom de brincadeira.
- A pobre moça não estava reclamando muito – Harry diz sorrindo.
- Acho que já posso sentir a sua barriguinha – eu digo, alisando seu abdome, que no terceiro mês de gravidez ainda está lisinho.
- Por Merlin! Eu vou ficar gorda e feia e vocês vão me abandonar! – fala Gina, um pouco de brincadeira e um tanto séria. Ultimamente a possibilidade de ficar gorda é a sua principal paranóia.
Harry afaga o seu rosto com suavidade. Eu adoro seus gestos meigos, mesmo quando eles não são dirigidos a mim. Nunca consegui compreender como uma pessoa que passou por tanta coisa na vida pode ser tão amorosa. Estreitando mais ainda a jovem nos seus braços, ele a tranqüiliza:
- Gina, já falamos sobre isso. Gordinha você vai ficar mesmo. Afinal você está grávida. Mas você nunca ficará feia!
- Você diz isso pra me agradar – retruca a nossa amiga, fazendo um beicinho cômico – Aposto que você diz isso para todas as ruivas grávidas!
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Dois dias depois, no nosso apartamento, oferecemos um jantar para celebrar a recuperação de Rony. Todos os Weasleys (à exceção de Carlinhos, que mora na Romênia e Percy, que certamente não aprova a vida amorosa da irmã) compareceram. Harry esmerou-se, com a ajuda de Dobby, em preparar a massa que Rony gostava.
- Harry, meu chapa – brincou Fred – Vamos unir o seu talento culinário e o nosso tino comercial e ficaremos ricos.
- Se eu não me engano – respondeu Harry distraído, dando sobremesa na boca de Gina – você e Jorge já estão ricos.
- Sim, mas galeões nunca são demais...
- Estava delicioso, Harry querido – disse amorosamente Molly Weasley –Mas você não devia se cansar tanto...
- É o que eu sempre digo, Sra. Weasley.
- Fico muito feliz de saber que você cuida tão bem do Harry e da Gina – disse mais tarde a Sra. Weasley.
Isso me deixou encabulado e sem resposta. Devo acrescentar que estava pouco me lixando para a aprovação ou reprovação dos Weasleys. Não que eu os despreze como antigamente. Apenas não ligo para o que especulam a respeito da minha vida amorosa. Mas eu sei que Harry e Gina se importam. E a felicidade de ambos é uma das minhas principais prioridades.
- Sra. Weasley – eu digo respeitosamente – Acredite, eu tento cuidar dos dois, mas não é fácil.
- Não deve ser, querido. Mas ainda assim eu fico muito feliz de ver você se esforçando para isso.
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Devo dizer que as coisas nos meses seguintes andaram muito bem. A imprensa bruxa, a princípio, fez um carnaval enorme, estampando manchetes e editoriais falando da “estranha” relação Harry Potter/Draco Malfoy/Gina Weasley. Alguns lembravam que esse tipo de “relação especial” não era exatamente uma novidade no mundo mágico e davam vários exemplos de relacionamentos a três entre bruxos ao longo da história.
Havia também condenações moralistas, mas essas aos poucos iam caindo no vazio. Depois, passados os meses, bruxos e bruxas encontraram outros assuntos para fofocar nos jantares e nos almoços de família.
Nosso nome voltou à baila no quinto mês de gravidez de Gina, quando sabíamos que a ruiva esperava um garoto e quando os Tornados, principal time de quadribol do Reino Unido fez uma proposta milionária (mais uma!) para renovar o contrato de Gina Weasley, “A lança ruiva”. Havia boatos que equipes do exterior disputavam a brilhante artilheira dos Tornados. O relacionamento simultâneo de Gina comigo e com Harry parecia aumentar o interesse em torno da garota.
- Gina, querida, mais duas corujas chegaram hoje. Provavelmente com mais propostas do exterior – disse enquanto preparava poções para ela e para Harry, que acabavam de voltar de uma visita de rotina do St. Mungus.
- Ótimo! – ela fala contente – Deixe que eles aumentem as propostas!
- Tudo bem? – eu pergunto para os dois.
- Sim! – eles respondem animadamente.
- Sirius está ótimo! – me informa Gina com um grande sorriso,
Decidimos dar ao garoto o nome do falecido padrinho de Harry. Sirius Draco Weasley Potter. O nome foi motivo de debates acalorados entre nós. Harry e Gina queriam acrescentar o meu sobrenome à criança. Recusei.
Não me entendam mal. A homenagem sinceramente me emocionou. Muito! Harry e Gina são (para usar uma expressão de Hermione) freqüentemente muito fofos. Apesar de ter ficado tocado com o gesto deles, expliquei a ambos o quanto era difícil possuir o sobrenome Malfoy nos dias atuais. Eu já amava o pequeno Sirius como se fosse meu filho e não poderia, por simples vaidade, permitir que o menino carregasse esse peso para o resto da vida.
Grifinórios teimosos que são, os dois tentaram de todas as formas me convencer que eu estava errado.
- Daqui a algum tempo esses sobrenomes bruxos de hoje não terão a menor importância! – disse Harry de maneira obstinada.
- Harry... – eu suspirei – Infelizmente o mundo não todo feito de pessoas cheias de bons sentimentos como você e Gina. Daqui a cinqüenta anos todos se lembrarão que Harry Potter liquidou o Lorde das Trevas. Você já é, aliás, figurinha nos sapos de chocolate. E todos lembrarão que havia um Malfoy entre os Comensais da Morte. Se o primeiro nome dele era Lucio ou Draco, não fará a menor diferença. Mas, era Malfoy, entendeu? Não quero isso para o nosso filho!
Harry e Gina me olharam sorrindo.
- Você falou “Nosso filho”! – disse a ruiva.
- Certo, desculpe... – eu disse, ligeiramente embaraçado.
- Não, Draco, você não deve ficar envergonhado de dizer “nosso filho” – falou Gina, me abraçando.
- Ele é o “nosso filho”, Draco – confirmou Harry.
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O inverno poderia ser um pouco difícil se Harry voltasse a ter as crises de hipotermia. Grodjian continuava insistindo que as crises eram um bom sinal. Nessas horas eu tinha vontade de dar um “bom sinal” no meio das fuças do sujeito!
Hermione, que cada vez mais se especializava em medicina bruxa, continuava intrigada com a visão (que ela insistia em chamar de percepção) que o moreno havia tido quando Rony foi ferido. Apesar de vasculhar vários livros, ela não havia encontrado nada que explicasse a “percepção” do amigo.
Alguns amigos nos visitam. Há poderosos feitiços no apartamento que garantem a nossa privacidade e nos protegem de bruxos maléficos em potencial, mas não de pessoas que tem estima por nós. Recebemos freqüentemente a visita e Malcolm Stevens e Stela Anderson, antigos colegas de Harry da casa Grifinória.
Ambos estão se profissionalizando no quadribol e são considerados o casal mais bonito do esporte. E possuem, desde a época de Hogwarts, quando Harry salvou a ambos de uns sonserinos tarados, uma adoração quase religiosa pelo moreno. E a maneira como se tocam e se olham deixa claro o quanto se amam e são felizes. Jovens como o casal me dão alguma esperança sobre o futuro do mundo bruxo...
Neville Longbotton e Luna Lovegood, amigos de Gina e Harry, também nos visitam às vezes. Foi a maluquinha da Luna que propôs (e Harry e Gina aceitaram entusiasmados!) dar o meu nome como segundo nome do pequeno Sirius. É verdade que essa sugestão ocorreu depois de um discurso confuso a respeito de vibrações especiais que três amantes produzem e outras coisas que eu fiz questão de não prestar a mínima atenção, mas percebi que o discurso da loirinha estava quase matando Harry, que se segurava penosamente para não cair na risada.
O mais importante para nós é o fato que essas pessoas continuam a ter pela gente o mesmo afeto que tinham nos tempos de Hogwarts e não nos julgarem pela vida que levamos. Assim como Pansy Parkinson e Blaise Zabini, que como sonserinos cínicos que continuam sendo, acharam engraçadíssimo a história da minha relação com Gina e Harry, mas também não fizeram julgamentos. Tudo estava bem demais naqueles dias.
Harry me perguntou um dia no café da manhã se eu não tinha medo daquela aparente paz.
- Você não tem medo de alguma coisa ruim acontecer? Desculpe – disse o moreno depois de alguns segundos de reflexão – Acho que é a força do hábito...
- Algo ruim vai acontecer com você não se alimentar direito! – disse Gina, que acabava de entrar na cozinha do apartamento, de maneira maternal para o moreno.
Depois ela nos brindou com o seu mais belo sorriso de grávida e beijou os meus lábios e a face de Harry carinhosamente.
Como eu poderia naquele momento esperar que algo ruim acontecesse? Infelizmente, escondidos por um eficiente feitiço de camuflagem perto dali, algumas pessoas más estavam dispostas a contrariar as minhas expectativas otimistas.
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