Brigando A Gente Se Entende
**Vídeo novo no capítulo 1. E leiam a N/A pleaseee!
9 Brigando A Gente Se Entende
Oi outra vez pra você também diário! Daqui a uns 15 minutos eu vou ter mais um “encontro” com o loiro aguado pra ler mais um pouco daquele livro. São 9:45 e marcamos para as 10:00. Tem noção de um Romeu e Julieta adaptado pro mundo bruxo? Só que esse livro é bem mais trágico. William Shakespeare era bruxo talvez!
Sabia que já se passou uma semana de “namoro” com aquele estúpido? Oh sim, uma péssima semana. E o que é uma semana, afinal? Oras, uma semana é uma semana e pronto! Mas quer saber o que é uma semana pra mim? Uma semana é o simples significado de TORTURA! Sim, agora eu sei o que significa essa merda de palavra porque simplesmente eu estou vivendo isso. Essa semana se passou tão horrivelmente devagar que só de lembrar dela o meu estômago dá voltas. E sabe qual é a pior parte de lembrar que já se passou uma semana? É lembrar que ainda faltam três. Sim, TRÊS! Céus, quando isso vai acabar? Daqui a mais alguns dias de tortura vai faltar ainda duas semanas, e isso vai significar que eu posso ser considerada uma santa por estar vivendo algo que mais parece uma sessão de tortura digna de comensais, e com os piores feitiços possíveis. (Por favor, acelere logo o meu processo de canonização!) Mas droga, eu durmo ao lado de um filhote deles, não durmo? E o que eu vou fazer quando faltar uma semana? Com toda a certeza eu vou sair correndo pelada na chuva feito uma doida dançando e cantando as músicas da Shakira e comemorando, porque isso vai significar que ainda há salvação para a minha pobre alma. E eu não vejo a hora de chegar na parte ‘Ainda há salvação para a minha pobre alma’. Lógico que tudo isso só vai acontecer se Merlin me ajudar porque do jeito que eu passei uma semana inteira recebendo trocentas cartas de meninas revoltadas comigo me ameaçando das mais dolorosas mortes por estar “namorando” – e bota muitas aspas nisso – com o Draco! Digamos que 15% delas estavam me agradecendo por ter largado (como se eu tivesse feito isso) o canalha do Miguel solteiro pra elas avançarem feito um monte de urubus; outros 15% estavam dizendo que ainda vão me pegar na esquina por querer ser um (quase) caso de Harry Potter; e os outros 70% são somente algumas ameaçazinhas de morte por estar com o Draco. E essas ameaçazinhas são só sessões básicas de Crucios no café da manhã no almoço e no jantar e um Avada no Gran Finale pra aliviar logo de vez essa morte que elas prometem ser bem dolorosa.
Tá, eu tenho que admitir que tudo isso valeu a pena já que eu notei inúmeras vezes Miguel (o traste) me olhar de forma assassina. Aiii, será se essa palhaçada tá mesmo surtindo efeito? Tomara que todo esse meu sacrifício – sim, porque é um sacrifício enorme ter que ficar perto daquele nojento o tempo todo fingindo estar apaixonada – não seja em vão...
E também o que mais me consola é porque nessa semana toda eu não precisei beijar o nojento. E é CLARO que isso é bom, porque eu não vou precisar todo o tempo que ele me dê aqueles beijos péssimos já que ele beija muito mal, entendeu? MUITO MAL!
Caramba, não dá pra acreditar que eu escrevi tudo isso nesse diário e só se passaram 10 minutos. Não que eu esteja apressada para que o tempo passe logo. É CLARO QUE NÃO!! Eu vou é aproveitar que ainda me faltam 5 minutos pra ver aquele odiável. Ah, eu tenho que te falar uma coisa: o (traste) Miguel e a (cachorra) Chang assumiram o namoro. Ai que raiva!!!!! Só de lembrar deles dois eu tenho uma vontade imensa de arrancar página por página desse diário, que tá cheio de coisa idolatrando aquele cretino, e engolir tudo de uma vez. Mas eu tô avisando que aquela vaca da Chang me paga, eu ainda não sei bem o que fazer, mas que ela vai me pagar isso ela vai! MAS QUE MERDA É ESSA, AINDA FALTAM 2 MINUTOS?? Bom... o que eu queria dizer é que ainda faltam dois minutos de alegria entendeu?? Foi só isso! Não vai pensando que eu tô ansiosa pra olhar aquele verme PORQUE EU NÃO TÔ!!! E continuando... eu ainda não sei o que eu vou fazer com aquela vaca da Chang, mas alguma coisa eu vou ter que fazer. Dá pra acreditar que todas as vezes que ela me olha sempre dá um sorrisinho cínico e vitorioso? Se ela soubesse que a vontade que dá é de puxar tanto os olhos dela mais ainda até eles sumirem de vez! E ainda mais porque foi ela que desvirginou a boca do Harry. ELA! Antes o Harry era BV, e eu podia sonhar tranqüila que talvez eu poderia dar conta desse serviço, mas não, foi aquela vaca que fez! Eu também não posso delirar muito que eu sei que bem provavelmente não seria eu quem ele escolheria. Ahhh... infelizmente... MAS QUE DOIDERA É ESSA? AINDA FALTA 1 MINUTO E 10 SEGUNDOS!!! Olha bem diariozinho do meu coração, eu estou querendo dizer que é muita, mas MUITA felicidade mesmo saber que ainda falta isso tudo, eu queria dizer só isso, pra me encontrar com aquele imbecil, entendeu? Não vai pensando que de alguma forma estou ansiosa, PORQUE EU NÃO ESTOU! Toda essa minha ansiedade aqui não é pra encontrar ele não viu?! Eu só estou ansiosa pra recomeçar a ler o livro que é muito interessante e tem uma história muito feliz e engraçada e eu adoro histórias engraçadas, não é por causa daquele loiro cretino de jeito nenhum. Droga, eu já tava esquecendo que a merda do livro é totalmente trágica! Será se é impresão minha ou esse diário, um ser inanimado, está me contradizendo?
Bom, continuando antes que esse diário volte a querer me interromper: Eu me sinto tão vazia sem a minha correntinha. Sabe aquele vazio que você sente sempre quando coloca a mão no pescoço e vê que ela não está lá? Pois é, é assim que eu me sinto. Eu procurei no dia seguinte por todo aquele maldito Campo de Quadribol e simplesmente não tinha qualquer vestígio dela. Eu também não sei até hoje o que deu em mim pra pular daquele jeito da Arquibancada. Eu acho que foi mesmo o desespero! Eu procurei o Richard a semana toda pra agradecer o que ele tinha feito e quase eu não o encontro. Céus! Esse garoto se esconde em uma toca por acaso? Até pela mesa da Sonserina eu andei passando tentando encontrar essa criatura, eu fiz o sacrifício de colocar a minha cabeça à prêmio perguntando para um monte de vacas sonserinas se elas tinham visto o Richard. E sabe como me responderam? “Quem é Richard?” Claro que isso só veio depois de perguntarem “O que foi Sangue-Ruim? Perdeu alguma coisa?” Sabe como é... elogios que eu passei a receber com mais freqüência nessa semana. Mas como é que ninguém sabe quem é Richard? Tudo bem que eu não sou o melhor exemplo para reclamar disso já que eu só notei a existência dele há exatamente... deixe-me ver... UMA SEMANA! Mas por acaso eu tenho culpa se ele vive se escondendo? Acho que eu mereço um desconto então...
Sabia que quando o Rony e o Harry descobriram que eu estava lá na Ala Hospitalar eles ameaçaram linchar o Draco achando que eu caí por culpa dele? Hahahahaha, quando eu lembro disso começo a sentir dores abdominais de tanto rir. Foi hilário eles dois ameaçando jogar o Draco lá de cima da Arquibancada também. Mas aí, sempre vem uma certa boquinha maldita e diz que foi tudo um mal-entendido e que eu não caí por culpa dele. É nessas horas que eu me pergunto: Por que eles não jogaram antes o Draco lá de cima? Mas eu ainda descubro quem foi esse estraga prazeres, e aí sim ele vai tocar gaita lá na frente de Merlin.
Essa semana está completamente cansativa! McGonnagall voltou de viajem logo no dia seguinte do meu acidente (Que ainda rendeu 8 páginas no jornal. Céus, de onde eles arranjam tanta criatividade?) e quis que começassem logo os ensaios. Teve o maior barraco lá na sala dela depois que o Snape disse que ia me levar em detenção. E claro que ele usou os maiores argumentos possíveis explicando o porquê de levar a minha inocente e caridosa pessoa para uma sessão torturosa de limpeza. Mas lógico que McGonnagall, sendo McGonnagall, perguntou se ele não tinha vergonha querendo levar uma aluna recém-acidentada, cansada, traumatizada, triste, melancólica, pálida, doente, frágil, desanimada, sem vida, enfraquecida, depressiva, abatida, debilitada, (Há essa altura eu já estava me sentindo a própria pobre coitada que necessitava urgente de uma internação) com o semblante péssimo, infeliz, acabada, perturbada psicologicamente, (Aí ela já começou a pegar pesado!) e cheia de hematomas pelo corpo para limpar essa relíquia de Merlin todos os dias. Mas sabendo que o Snape, sendo o Snape, quis me levar a força pelo braço. E McGonnagall, sendo a McGonnagall, ameaçou o mais querido e idolatrado professor de Hogwarts a ficar sem as Masmorras tão queridas dele. E o Snape, sendo o Snape (Tá, isso já enjoou!), recuou na incansável tarefa de me fazer pagar por todos os meus pecados cometidos nessas e em outras vidas só porque ele morre de medo de ficar sem aquele antro de baratas (ou seria de serpentes?) dele. Eu só não entendo como depois do amplo discurso que ela fez, praticamente me aconselhando a preferir logo a morte antes de completar os meus 17 anos, ela me levou lá pra Sala de Teatro me forçando a ensaiar aqueles textos gigantescos com as minhas inúmeras feridas espalhadas pelo corpo, expostas, latejando de dor, jorrando sangue por toda a sala (Ok, ok! Eu só fiquei com um arranhãozinho na testa). Talvez ela não tenha coração...
Até hoje eu só tenho uma dúvida: Será se seria mais prazeroso limpar sem magia os mais de 200 cômodos de Hogwarts ou ter que ver McGonnagall dar voltas pela Sala de Teatro feito uma romântica psicopata e me mandando repetir mimimimimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii só porque ela quer que eu exercite a minha voz? Está aí uma coisa a se pensar...
AI DROGA, JÁ SÃO 10:15!!! O que eu quis dizer não foi bem isso, foi só que... que... AH, VAI SE CATAR DIÁRIO ESTÚPIDO!!! Eu só tenho que lembrar de nunca mais, mas nunca mais mesmo, usar essas penas imbecis de repetição rápida. E tudo o que tá escrito aqui é mentira, entendeu? Eu não disse nada daquilo, foi só essa pena mentirosa que tá escrevendo feito uma doida nesse diário que vive me contradizendo (lembre que ele é um ser inanimado). Quer saber, eu vou logo encontrar a doninha quicante. E EU NÃO ESTOU NEM UM POUCO APRESSADA PRA ISSO!! E seu diário estúpido, fique sabendo que provavelmente eu não escrevo mais em você e nem vou mais usar essa pena ridícula que só escreve coisas que nunca pensaria em escrever e... MERDA, EU TÔ ATRASADA!! Olha, foi só... bem, eu... eu não disse isso ok? Foi só que... foi... VAI PRO INFERNO!
Hermione levantou apressada da cama. Jogou de qualquer jeito a pena e o diário em cima da escrivaninha e se colocou para fazer uma rápida trança no cabelo. Ela calçou rapidamente as pantufas que estavam ao lado da cama e colocou o seu robe por cima da sua camisola.
Hermione foi correndo em uma espécie de desespero contido até o quarto de Draco, que ficava ao lado do seu. Nessa última semana já estava bem acostumada a entrar sem bater antes na porta, e isso de início o incomodava. Ela adentrou o quarto com uma expressão tediosa ao ver que ele não estava lá, mas ouviu barulho de água caindo e que a luz do banheiro também estava ligada.
– Ei Draco! – chamou, dando leves batidas na porta – Você tá aí? – tornou a bater na porta sem obter resposta – Draco! Dracooo!! Por que não responde?
– Eu sei Hermione que você está louca para olhar esse meu rostinho lindo e perfumado de bebê! – a voz de Draco soava abafada por trás da porta – Mas será se dar pra conter toda essa ansiedade e esperar ao menos que eu tome o meu precioso banho??
– Ô ego maldito! – resmungou.
Hermione andou até a janela do quarto. Ainda não conhecia outra forma de se sentir mais livre do que quando olhava para o céu. Era incrível a forma que se sentia mais leve ao ficar na inútil tarefa de contar as estrelas. Ela olhou para baixo onde ficava o Lago da Lula Gigante e era impossível não deixar que a sua mente fluísse para tantos lugares: em Miguel, na vingança, em Harry... E pensar que estava agora ali, no quarto de Draco, e tudo por causa de um acordo.
– O que tá olhando aí pela janela? – Draco interrompeu os pensamentos de Hermione ao sair do banheiro – Tá com uma cara de retardada!
Hermione já tinha na ponta da língua uma bela grosseria para disparar na cara do loiro. Mas toda e qualquer coisa que surgiu na sua mente naquele momento apagou de vez quando o viu saindo do banheiro, sacudindo os cabelos molhandos e, para piorar, só com uma toalha enrolada na cintura.
Ela desviou rapidamente o olhar dele, corando furiosamente. Hermione tornou a olhar para o céu, tentando se concentrar em olhar as estrelas novamente, olhou para o Lago tentando achar que a visão da lua refletida era bem mais apresentável que uma outra visão... Mas aquilo que pra ela era tão fácil tinha acabado de se tornar uma tarefa muito complicada. Ela escutava o barulho de gavetas sendo abertas e fechadas a todo o momento em algum ponto logo atrás dela. Hermione pressionava ao máximo o seu rosto contra o vidro da janela, para mais uma vez tentar se concentrar nas estrelas e não em uma pessoa que estava a pouquíssimos metros dela.
– Vai acabar partindo o vidro desse jeito. – a voz de Draco soou arrastada e entediante – Acho que não precisa querer se jogar da janela só porque quer me olhar. – Hermione começou a se virar para soltar qualquer xingamento.
– Olha aqui seu imbecil...
– Se virar vai me olhar pelado! – Hermione fechou os olhos o mais depressa possível e virou o rosto de volta para a janela – Hermione, eu sei que está completamente louca para me olhar como vim ao mundo, mas isso é privilégio de poucas e, digamos, que ainda não decidi se você merece esse prêmio.
– Eu não quero te olhar pelado, idiota! – se irritou – Essa seria uma visão que ia me traumatizar pelo resto da vida!
– Certo, certo... Então se não quer ver é melhor ficar aí paradinha até eu terminar de me vestir. – Hermione resmungou um ‘É óbvio’.
Draco já havia se vestido, mas sentou querendo ver a reação de Hermione. Era particularmente interessante imaginar onde isso ia parar. Ele olhou o relógio que estava no pulso, marcando a hora exata que tinha começado.
– Já se vestiu?
– Ainda não! – respondeu calmamente.
Draco tornou a olhar o relógio. Ele viu que Hermione já começava a se inquietar, balançando os pés e soltando muxoxos. Ele olhou o relógio novamente para conferir o tempo que havia passado e viu que foi somente 5 minutos.
– E aí lesma? – perguntou impaciente – Está com algum problema pra se vestir?
– Por quê? Está a fim de me ajudar? – perguntou irônico
– Só se eu quisesse ficar sem mão! – respondeu, mal-criada.
Draco se espreguiçou calmamente. Já tinha se passado 7 minutos e nem sinal de Hermione explodir. Ele tinha certeza que quando ela virasse iria ficar completamente irada, e isso era tão bom...
– Caramba Draco, como você é lerdo! – Draco bocejou baixo – Tem um banheiro bem ali! Por que não vai se vestir lá?
– Porque esse aqui é o meu quarto e eu decido onde me vestir!
– Mal-educado!
– Antipática!
– Idiota!
– Infantil!
– Estúpido!
Hermione já começava a se inquietar. Ela mexia os pés tentando fazer o sangue circular por eles, e tentava esticar a coluna para melhorar as dores pelo tempo que estava ali em pé. Draco olhou o relógio e viu que já havia passado 10 minutos, e sabia que Hermione não resistiria mais do que isso. Ela já estava a ponto de virar a qualquer hora e, quando ela fez menção de fazer isso, ele fechou os olhos rapidamente fingindo dormir.
– É MUITA CARA-DE-PAU SUA! IA FICAR AÍ DORMINDO ENQUANTO EU FICAVA ALI PLANTADA É? – Draco não respondia – ME RESPONDE, IMBECIL! – ele continuava mudo – EU DUVIDO QUE AINDA VAI FICAR DORMINDO! – Hermione deu um murro com toda a força que tinha bem nas costelas de Draco.
– Sua assassina! – ele colocou a mão sobre as costelas, mordendo os lábios para não soltar palavrões – Ficou doida?
– Achou mesmo que ia ficar curtindo com a minha cara? – Hermione colocou a mão na cintura de forma superior, esperando o primeiro palavrão do loiro.
– Não resistiu hein? – ele começou a rir descontroladamente entre um gemido de dor e outro – Eu sabia que mais cedo ou mais tarde não iria resitir à tentação de me olhar! – disse convencido.
– Sabe o que eu estou resistindo até agora? – apontou o dedo para ele – À tentação de te azarar, isso sim!
– Me ajuda aqui a levantar. – Draco se apoiou com uma mão no chão e com a outra ele pressionava as suas costelas.
– Nem louca! Por mim você fica aí, rastejando no chão. – ela o olhou de esguelha – E saiba que eu não me importo nem um pouco se ficou roxo aí. Foi o mínimo que mereceu! – ele continuava no chão – Ah Draco chega de drama! Foi só um murrozinho de nada.
– Drama? Por sua culpa talvez eu fique em uma cadeira de rodas pelo resto de vida! – ele tirou a mão que estava na costela e se apoiou no chão, se levantando. Draco foi até o livro e atirou pra ela – Abre aí na página.
– Calma estressadinho! – ela pegou no ar o livro que ele atirou – Eu mal espero acabar logo de ler isso. – ela foi até a cama de Draco e se deitou preguiçosamente lá.
– Eu que o diga! – ele foi até a cama e se deitou ao lado dela, ainda com as costelas doloridas – Não agüento mais te ver aqui!
– Você vai é sentir saudades que eu sei! – ela deu um sorriso cínico enquanto Draco revirava os olhos.
Ele pegou o livro da mão de Hermione e começou a ler. Depois de muita discussão durante a semana, ele tinha concordado em ler só para si e falar em voz alta somente a tradução daquelas palavras estranhas que Hermione já começava a odiar. Não eram exatamente momentos prazerosos que ela passava ao lado de Draco lendo o mesmo livro, mas pelo menos todo o esforço que faziam estava valendo a pena. Já faltava pouco mais da metade do livro, e um já não via mais a hora de se ver livre do outro.
– Essa parte aqui me lembra a Pansy. – Hermione arqueou uma sobrancelha tentando entender o que tanto poderia lembrar Pansy. Talvez ele estivesse lendo algo sobre excrementos de trasgo. Isso sim lembrava Hermione o perfeito conteúdo do cérebro da sonserina – É uma garota que não larga do pé dele. É a Audrey, amiga da Sophie, que passa o livro todo tentando achar uma forma de colocar uma aliança no dedo de Anton. – ele pigarreou e começou a falar pelo nariz, imitando Pansy – Ain Draquinhoooo, por que você não quer falar comigo? Eu não sou mais interessante para você? Você não me quer mais? – começou um choro fingido – É por que eu estou gorda? São as minhas celulites? É a minha flacidez?
Hermione até que conseguiu controlar por toda a semana qualquer coisa que pudesse indicar que Draco a fez sorrir, mas Draco imitando a voz de Pansy era a gota. Ela enterrou o rosto no travesseiro dando início à uma crise de risos. Já sentia falta de ar, mas não conseguia parar de rir. Draco se colocou ao lado dela também já com lágrimas nos olhos. Era a primeira vez que os dois riam um com o outro, sem tentar esconder, ou sem se recriminarem. Hermione colocava a mão sobre a barriga com o intuito de diminuir a dor que já sentia. Draco parou de rir um pouco, notando como Hermione ficava corada daquele jeito, sem ar. Ele demorou o seu olhar contornando o rosto dela, enquanto ela ainda permanecia de olhos fechados tentando se controlar. Ele notou algumas pequenas sardas que tinham ali, e viu que ela tinha um sinalzinho no queixo que quase não dava para enxergar. O robe dela estava um pouco caído, deixando à mostra uma parte do ombro da grifinória. Draco parou o seu olhar lá, sem conseguir mais sorrir, e apenas olhando como a trança dela caía sobre as suas costas, ficando perto do ombro e dando a ela uma aparência angelical. Hermione ainda sorria, mas, notando que o sorriso de Draco não ecoava mais, abriu os olhos para vê-lo e viu que o olhar dele estava sobre si. Ele tinha uma expressão tão séria no olhar daquele jeito, era tão sedutor o azul-acinzentado dos olhos dele firme nela, com o cenho franzido como se analisasse algo.
E agora ele estava ali, ao lado dela, os dois agora sem sorrir. Ele desviou o olhar do ombro descoberto dela e deixou que se firmasse nos seus olhos castanhos. Ela sentia a profundidade dos olhos dele nos seus, não sabendo se eles pareciam como o mar azul ou com o céu acinzentado em dias de chuva. Só sabia que poderia ficar ali horas, ou talvez dias, tentando descobrir com o que os olhos dele pareciam. Nenhum dos dois ousava interromper o silêncio que tinha se instalado ali, tampouco se incomodavam com os olhares mútuos que lançavam, mas sabiam que essa aproximação não estava nos planos e que não podiam deixar que as coisas se tornassem mais sérias.
– Algum problema, Draco? – Hermione perguntou, ainda com os olhos nos dele.
– Não. – ela não deixou que escapasse um suspiro triste, não sabendo que, no fundo, talvez desejasse outra resposta – É só a sua trança que está torta.
– Ah, sim. – ela arrumou desnecessariamente a trança – É que eu pensei que...
– Acho que temos que ler o livro, não acha? – interrompeu a grifinória – Se não lermos logo não terminaremos nunca. – ele voltou a abrir o livro – É isso que nós dois queremos, não é?
Hermione só balançou a cabeça em sinal de afirmação tentando manter o semblante sério, mas internamente era impossível não sentir uma sensação de decepção. Não era exatamente estranho sentir isso, era estranho sentir isso com ele. Ela ainda se surpreendeu em pensar que, de alguma forma, queria ouvir outra coisa dele, não sabia o que poderia ser, só sabia que era para ser diferente.
Draco limpou a garganta e começou a ler o livro, sabendo que, há essa hora, a cabeça de Hermione deveria estar confusa, mas, talvez, não tanto quanto a dele. Ele lia cada linha ainda com a imagem dos olhos castanhos dela na mente. Poderia não admitir isso nunca, mas sabia que, naquele momento, estava ao ponto de fazer uma besteira e, por incrível que pareça, aquilo para ele soou tão certo que ele quase se deixou levar.
– “Ela não gosta de você como eu, Anton!” Audrey segurou a mão de Anton entre as suas, com lágrimas nos olhos “Um dia você vai perceber que eu sou melhor que a Sophie...” Anton retirou as mãos do aconchego das dela “Chega Audrey!” ele gritou “Eu a amo, e você sabe disso!” Audrey o olhou ferozmente “Mas ela não ama você! Conforme-se!” Audrey chegou até Anton, tomando novamente as mãos dele entre as suas, mostrando o seu amor com o olhar apaixonado que lhe dirigia, e, dessa vez, sem encontrar a resistência dele.
– A Audrey se faz de amiga da Sophie, mas ela é a mais invejosa que eu já vi. – Hermione voltou a bocejar – Esse livro já está ficando revoltante! Ela é a fim desse Anton que, sinceramente, parece que gosta quando ela se joga pra cima dele.
– Qual homem não gosta quando uma mulher bonita se joga para ele? – Draco deu de ombros.
– Homens! Todos iguais! – resmungou. Draco deixou o livro um pouco de lado para se alongar – Onde aprendeu a falar francês, Draco?
– Eu tinha uma namorada francesa. – ele se arrumou na cama deixando a sua coluna de forma ereta, enquanto Hermione continuava deitada ao seu lado prestando atenção – Era muito difícil entender o que ela falava. Sabe, era complicado. – Hermione sorriu sabendo muito bem do que ele falava – Então ela resolveu me ensinar francês.
– Sério? – Hermione sorriu, entusiasmada – E como ela te ensinava?
– Eu não era muito esforçado para aprender o que ela me ensinava, então ela resolveu fazer o seguinte: A cada palavra que eu acertava ela me dava...
– Não, eu não quero saber. – Hermione interrompeu Draco, tapando os ouvidos.
– Ela me dava os parabéns, ô mente poluída. – Draco cruzou os braços, levantando uma sobrancelha com divertimento.
– Oh sim! Então quer me dizer que você, o metido a gostosão dessa escola, tinha uma namorada que a cada palavra que você acertava só dizia ‘Parabéns loiro imbecil’? – perguntou irônica – Quer que eu acredite nisso?
– Bem, ela também me dava outras coisas que você não vai querer saber. – Hermione rolou os olhos.
Essa conversa foi suficiente para deixar Hermione emburrada pelo resto da noite. Cada vez que ele terminava de ler uma página e fazia qualquer pergunta, ela só respondia com ‘Hum’, ‘continua’, ou, na maioria das vezes, bocejos.
– “Eu ouvi falar que andou de encontros com a filha deles. Isso é verdade meu filho?” Vincent Valois dirigiu um olhar interrogador ao filho, Anton, que se sentava preocupado à sua frente “E claro que eu não acreditei em uma palavra do que me disseram. Eles não são sangue-puros como nós meu filho, eles são Lebretons! Uma raça de inferiores que abominamos, trouxas malditos que não chegam aos pés do que somos!” ele olhou firmemente para o filho, que continuava mudo “E a filha deles é pior. Uma raça inferior! Raça de ordinários!” cuspiu as palavras “E você sabe disso, não sabe?” Anton levantou o olhar para o pai, temeroso “Eu sei pai, eu sei.” O senhor Valois sorriu, e se levantou da sua poltrona dourada de caminho ao filho, batendo em seu ombro, como forma de apoio “Eu sei que sabe. E sabe também que se alguma dessas mentiras pudessem ter um pingo de verdade eu a mataria. E não pouparia esforços para isso!” Anton confirmou lentamente, sentindo cada palavra do pai descer de forma amarga pela sua garganta.
Draco se espreguiçou demonstrando cansaço. Ele fechou o livro e o jogou de qualquer jeito sobre a escrivaninha. Ele aproveitou para tirar a camisa e atirá-la para qualquer ponto do quarto, ficando somente com uma calça folgada.
– Acho que... – bocejou – já é o suficiente por hoje.
Draco não obteve resposta. Ele controlou outro bocejo para olhar Hermione e o que ele viu não lhe deixou nada satisfeito: Hermione apenas dormia, com certeza sem ter prestado atenção nas últimas páginas que ele tinha acabado de ler.
– Hermione! – Draco sacudiu a Castanha pelos ombros – Hermioneee! – ela só virou para o outro lado da cama, dando as costas para ele – Ótimo! Agora vai ficar aí dormindo na minha cama. E eu, onde é que vou dormir? – ele voltou a sacudir Hermione, mas ela apenas soltou um muxoxo baixo – Não vai pensando que eu vou te carregar pro seu quarto, porque eu não vou! – Hermione dormia tranqüilamente – Vai pedra, pode dormir! Parece até que tá morta!
Draco olhou para a cadeira que estava ao lado da escrivaninha, mas não achou que lá seria muito confortável. Ele voltou a olhar para a cama e ficou desapontado: Hermione era muito espassosa e ocupava o espaço da cama quase todo. Ele olhou dessa vez para o chão, mas lá mesmo é que não teria o sono mais confortável do mundo. Draco tornou a olhar para a cama, e bufou.
– Será se não tem como afastar um pouco? – ele se encolheu na cama, tentando manter o máximo de distância possível de Hermione – Ah, eu já estava esquecendo que MORTO não fala! – Draco bufou o mais alto que pôde, mas Hermione não dava o mínimo sinal de vida.
Draco abriu os olhos devagar. Espreguiçou-se lentamente, esticando o braço até o outro lado da cama e sentindo o local vazio. Draco abriu os olhos agora com mais facilidade, e deu um sorriso satisfeito ao ver que Hermione não estava mais lá.
– Finalmente se tocou e foi embora! – ele ia tornar a fechar os olhos novamente, mas uma voz o interrompeu.
– Quem foi embora meu bem?
Uma Hermione um pouco mais velha saía do banheiro. Ela estava com os cabelos presos em um rabo-de-cavalo e com uma toalha em cima do ombro. Ela ainda usava um robe branco de seda, que ia até os pés fazendo ondas enquanto andava.
– O que faz aí, Granger? – ele sentou de uma vez na cama, assustado.
– Como Granger? – ela colocou as mãos na cintura com a sua usual forma mandona – Você não me chama assim desde a época da escola!
Draco esfregou os olhos tentando acreditar que nada daquilo era real. Ele olhou ao redor e viu que não estava no seu quarto de monitor-chefe. Estava em um quarto mais amplo, com uma enorme tapeçaria na parede oposta à sua cama e uma penteadeira, onde Hermione se sentara agora. Havia dois abajures, um de cada lado da cama, e que ainda permaneciam ligados. Uma janela ampla dava conta de deixar que toda a luz do sol entrasse no quarto. Ele desviou o seu olhar para a escrivaninha, que ficava próxima ao guarda-roupa, e notou que era a mesma escrivaninha que estava no seu quarto de monitor.
– Algum problema? – Hermione encarava Draco pelo espelho – Você não parece bem.
– Eu não pareço bem? – ele se exaltou passando as mãos pelo cabelo nervosamente – Acha que não estou bem? É claro que estou bem! Sabe por quê? Porque eu ainda estou dormindo e sonhando há uma hora dessas, e isso não é isso, entendeu? – Hermione ia abrir a boca em resposta, mas antes deixou escapar um sorriso que Draco não deixou de notar o quanto era sedutor.
– Ok Draco! – ela soltava os cabelos enquanto os separava para fazer uma trança – Você deve ter sonhado com a nossa época de escola quando nós faltávamos nos matar, estou certa? – ele arregalou os olhos, escandalizado – Você sempre tem esses tipos de sonho, eu também. Mas sempre damos muitas risadas lembrando disso e não ficando histérico do jeito que está.
Hermione começou a fazer uma trança pelos seus longos cabelos. Ela se olhava concentradamente no espelho, não notando que os olhos dele lhe analisavam, sentindo tudo aquilo familiar de mais, mas mesmo assim sem acreditar. Ela tinha habilidade em entrançar o seu cabelo e Draco se deixou olhá-la, notando que a sua face estava rosada, seu lábio estava avermelhado e sedutor de mais na opinião dele, notando o quanto ela era bonita com uma trança bem parecida com a mesma que usava na noite aterior, a única que ele realmente se lembrava. Draco observou que ela usava uma aliança no dedo, e que ele também usava uma parecida. Não, não podia ser! Lembrava de ter lido o livro com Hermione, lembrava que ela tinha dormido antes mesmo dele terminar de ler e lembrava também que tinha dormido ao lado dela. Mas isso não fazia dele um homem sem memória, casado e, pior, com a sua maior inimiga.
– Mas se arrume logo! – ela levantou da cadeira que ficava em frente à penteadeira e caminhou até a escrivaninha, recolhendo um livro que Draco notou que não era o mesmo que estavam lendo na noite anterior – Não esqueça que temos que ir ao Beco Diagonal comprar os materiais escolares do Adam. É o primeiro ano dele em Hogwarts e ele está super empolgado.
– Adam? – ele olhava para os lados, desesperado – Eu não conheço nenhum Adam.
– Como não conhece? Ele é seu filho! – Hermione mal tinha aberto o livro e tornou a fechá-lo, encarando Draco – Não adianta fazer corpo mole só porque ainda está com sono, Draco. Você prometeu, e se não for ele vai ficar triste.
– Mas eu não conheço nenhum Adam! – falava seriamente.
– Tem certeza que está bem? – ela tornou a colocar o livro sobre a escrivaninha – Você está bem estranho hoje de manhã. – ele bufou, irritado – Draco...
– Só... me deixa, está bem? – ele continuava sentado na cama com o olhar preso no chão – Eu preciso ficar sozinho agora, preciso pensar em algo!
– Você tem certeza que quer ficar sozinho? – ela se aproximou dele com sorriso malicioso nos lábios. Draco agora olhava para Hermione.
– E-Eu... – ele não conseguia formular nada racional com a proximidade dela.
– Ainda tem certeza? – ela deixou que o seu robe caísse no chão, deixando à mostra sua camisola de seda também branca, que deixava parte das suas costas nuas. Draco ficou mudo naquele momento, sabia que se tentasse pronunciar algo gaguejaria – Responde Draco! Quer mesmo ficar sozinho?
Ela foi andando de forma felina até ele, deixando que a alça de sua camisola caísse paro o lado. Ela sempre mantinha o seu sorriso sedutor nos lábios, deixando Draco pela primeira vez constrangido. Hermione se ajoelhou na cama, engatinhando até ele. Há essa altura, se ele tinha algum pensamento racional ainda sobrando na mente, todos fizeram questão de ir embora, deixando-o imóvel. Quando Hermione parou perto dele, a reação de Draco foi quase imediata: ele forçou-a a deitar na cama, passando o corpo por cima do dela...
Hermione ainda dormia, quando sentiu um braço, que antes estava repousado na sua cintura, escorregar para o outro lado, entrelaçando os dedos nos seus. Sentiu algo na sua nuca, lhe arrepiando e depositando beijos lá. Hermione sentiu alguém passar por cima dela, sem deixar de beijar o seu ombro. Inconscientemente ela sorriu, levando os seus dedos a acariciar o cabelo dele. Draco continuava de olhos fechados à depositar beijos no pescoço de Hermione, sentindo o perfume que vinha de lá, e, quase sem querer, sorrindo também. Agora ele deitava sobre ela, deixando que todo o peso de seu corpo ficasse ali, em cima dela. Hermione sentia as mãos dele na sua cintura, puxando-a o mais que podia para si, sem abandonar o pescoço dela, lhe causando arrepios. Mas o peso do corpo dele já estava lhe sufocando, e se fosse sonho não se sentiria assim. Ela conseguiu abrir os olhos, ainda um pouco embaçados, e viu que realmente acariciava a nuca de alguém, e que esse alguém também era loiro. Aquilo não era real, não podia ser real... Mas era real.
– AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!! – Hermione empurrou Draco fortemente, derrubando-o no chão – Seu tarado filho da mãe! O que pensa que estava tentando fazer?
– Ai, sua doida! – Draco tentava se levantar, mas só conseguiu sentar no chão, massageando o seu cotovelo – É a segunda vez que tenta me assassinar em menos de 24 horas.
– Eu não tentei te assassinar, mesmo sabendo que isso era o mínimo que merecia! E se seu tentasse você não estaria mais vivo há uma dessas! – ela ajeitou o seu hobby que estava um pouco caído – Pensando bem... POR QUÊ EU NÃO FAÇO ISSO AGORA?
– Ei, ei! Calminha aí Hermione! – ele levantou rapidamente do chão, pegando a cadeira que ficava em frente à sua escrivaninha para tentar manter distância dela – Será se dá pra tentar manter a calma primeiro em vez de querer me matar?
– E por que não te matar antes e manter a calma depois? – ela se aproximava ameaçadoramente dele – Me diz um motivo pra eu não te assassinar agora mesmo!
– Eu só sonhei, sua idiota! – tentou se explicar
– Sonhou? Como assim sonhou? – Draco continuava mantendo distância da Castanha – Tá querendo dizer que sonhou comigo? E QUE AINDA POR CIMA ME AGARRAVA, SEU CRETINO?
– Vê se te enxerga Granger! Você nunca apareceria em qualquer sonho meu, nem que a minha vida dependesse disso! E vê se coloca logo nessa sua cabeça de vento que EU-NUNCA-SONHARIA-COM-VOCÊ! – “É claro que eu não sonhei com ela, é óbvio que não! MAS QUE PORRA DRACO, VOCÊ SONHOU COM ELA!! Não, isso não foi um sonho, foi o PIOR pesadelo que eu já tive! O PIOR!!!”
– Então, seu imbecil, DA PRÓXIMA VEZ VAI TENTAR AGARRAR A VOVOZINHA! – ela pegou o primeiro tavesseiro que viu e jogou contra ele.
Hermione saiu do quarto de Draco, sem saber se gritava ou simplesmente corria envergonhada dali. A sua mente estava totalmente confusa, afinal, o que deu nela para estar com a mão na nuca dele daquele jeito? “Não Hermione, você não sonhou com aquele cretino! Você sonhou com um outro cara de cabelos loiro-platinados que também tinha uns olhos azul-acinzentados e que tinha o mesmo sorriso canalha e... DROGA, DROGA, DROGA! O QUE MERLIN QUER COMIGO AFINAL? QUER ME MATAR DE DESGOSTO OU TÁ QUERENDO QUE EU ME SUICIDE ANTES DE TER QUE OLHAR PARA AQUELA CRIATURA OUTRA VEZ?”
A primeira reação de Draco foi ficar mudo para depois soltar um ‘DROGA!’ contra a parede. Lembrar de tudo o que acabou de acontecer lhe corroía por dentro, e, pior, era lembrar que tinha sonhado com ela. Com ELA! Não, aquilo era terrível de mais para ele admitir para si mesmo! Saber que sonhou com ela, que a achava bonita e, para piorar mais ainda a situação, que iria beijá-la lhe transtornava. “Nunca eu vou me casar, nunca eu vou ter filhos, sou egosísta de mais pra querer deixar a minha herança para um pirralho sanguessuga!” Draco continuava a andar em círculos pelo quarto, com a sua mente trabalhando furiosamente para tentar achar uma razão lógica para tudo o que tinha acontecido nesses últimos minutos. “Sabe de quem é a culpa Draco? É óbvio que é da Granger! Mas que idéia idiota foi aquela de dizer que só tinha acordo se eu fosse fiel à ela? E agora, por culpa daquela aspirante à assassina, eu já estou há mais de uma semana nesse meu período de abstinência! Humpf, garota doida!”
Hermione entrou no quarto com a cara mais assassina que podia, e fechou com estrondo a porta atrás de si. “Ele só pode estar zombando de mim fazendo essas coisas!” Hermione pensou, enfurecida. Ela pegou a primeira toalha quie viu em uma de suas gavetas e colocou sobre o ombro. “O que deu nele pra ficar sem roupa em cima de mim? E ainda por cima receber piada daquele oxigenado? Isso não é justo!” Entrou no banheiro pisando forte e com vontade de pegar qualquer coisa e jogar contra a parede para extravasar a sua raiva. “Tome isto, Draco Malfoy!” Ela chutou com toda a força que pôde um pequeno cesto de roupas sujas que ficava embaixo da pia. “E isto, e mais isto, seu cretino!” Ela despedaçava o papel higiênico, imaginando o rosto de Draco ali.
Aquela manhã já não tinha começado muito bem para ela, era terrível de mais saber que dormiu a noite toda abraçada à Draco Malfoy. Aquilo realmente era o fim. Nem o banho frio, que ela tomou para tentar esclarescer as suas idéias, acalmava os inúmeros pensamentos assassinos que rondavam a sua cabeça naquele momento. Ela apanhou os seus materias escolares, em especial o livro grosso de Poções, e se dirigiu para a porta. Quando ela girou a maçaneta deu de cara com Draco do lado de fora com uma expressão impaciente.
– Eu queria saber o que faz para demorar tanto para se arrumar! – ele cruzou os braços – E olha que se arruma tanto e ainda continua com a mesma cara.
– Tirou a manhã mesmo pra me atormentar? – ela respirou pausadamente tentando se acalmar – Por que não foi logo para o Salão Principal ficar perto daquelas outras cobras criadas iguais a você e me fazer o favor de poupar a sua intragável presença até no café da manhã?
– Primeiro: eu sei que a minha presença é a coisa mais agradável que você tem pelas manhãs. Segundo: temos o primeiro horário juntos. Terceiro: há essa hora, já não tem mais café da manhã! – Draco deu de ombros.
– Eu não sei o que é pior, se é ter os horários da manhã contigo ou se é porque esses horários são com Snape.
– Eu fico com a segunda opção. – Hermione resmungou um ‘Metido!’.
Eles foram andando na direção das Masmorras um ao lado do outro, mas sem pronunciarem nenhuma palavra. A única coisa que passava pela cabeça de Hermione eram pensamentos assassinos para Draco, e, na cabeça dele, eram pensamentos assassinos para ele mesmo.
Eles caminhavam no mesmo silêncio o caminho até a aula de Snape, enquanto dezenas de olhares caíam sobre eles dois na desconfiança de que alguma briga tinha acontecido ali. Hermione bufou impaciente com toda aquela curiosidade desnecessária e que só piorava mais ainda o seu péssimo estado de humor naquela manhã.
– Vai ficar muda para sempre? – a voz de Draco nunca tinha soado tão irritante ao ouvido dela.
– Vou. Por quê? – perguntou seca.
– Por nada. – deu de ombros – Realmente não tem nada melhor do que não ouvir a sua insuportável voz. – Draco esperou tranqüilamente que a Castanha soltasse qualquer um dos seus palavrões, mas, ao contrário, continuava andando ao lado de uma Hermione muda – Ainda pretende continuar com a vingança depois que o Corner te salvou daquela queda?
– Eu pensei ter ouvido que era melhor não ouvir a minha voz.
– Tem algum problema querer esclarecer uma dúvida minha ou vai querer ficar histérica pra sempre? – Hermione se limitou a lançar um olhar de desprezo para Draco – Eita cabeça-dura! Eu só fiz uma pergunta inocente.
– E idiota! – ela continuava a olhar para frente, não encarando Draco – Já que eu pretendo com toda a certeza continuar a minha vingança. – Draco sorriu, enquanto continuava na sua incansável brincadeira de jogar para cima um nuque com a mão que tinha livre – E quem me salvou não foi ele, foi o Richard. – Draco ficou automaticamente pasmo, deixando a sua moeda e os seus livros caírem no chão.
– Richard Doherty? – Hermione respondeu com um simples ‘Aham’ – Da Sonserina? – respondeu com outro ‘Aham’ – Que estava tentando a vaga de artilheiro? – Hermione tornou a responder com um ‘Aham’ – Aquele sonso?
– Quanto a isso eu já não posso dizer nada. – Draco, com o semblante sério, se abaixou para pegar os livros que tinham caído no chão, mas deixou a moeda lá mesmo, afinal, ele nunca se abaixaria para pegar uma moeda, e ainda mais um mísero nuque – Que cara de idiota é essa?
– Você que dizer cara raivosa, não acha? – ele tornou a seguir o caminho na mesma seriedade.
– Se você diz. – deu de ombros – Mas pra mim vai continuar sendo cara de idiota!
Hermione notou que Draco realmente tinha ficado muito sério depois de saber que Richard que a tinha salvado, e não Miguel. Mas por quê? Ele odiava Miguel, não odiava? Mas no fundo nem ele mesmo sbia a razão da raiva...
– Posso saber o que deu em você? – Hermione perguntou impacienemente.
– Nada. – ele continuava sem olhá-la – Só estou pensando em uma forma de como matar o Richard.
– E posso ao menos saber o porquê? – Hermione fechou a cara para Draco, mas no fundo, lá no fundo mesmo, implorava para que fosse ao menos um pinguinho de ciúmes.
– Por que simplesmente ele não fez um favor para a humanidade e te deixou cair lá de cima dando um fim à sua irritante vida? E, com um pouco de sorte, eu me privaria agora da sua presença insuportável que insiste em me atazanar.
– Olha seu imprestável – ela parou em frente à porta da Sala de Poções fazendo com que Draco também parasse – se não fosse por mim você não iria ganhar a aposta. Então não reclama.
– E quem te disse que eu já ganhei a aposta? – Draco deixou escapar sem querer.
– Como assim ainda não ganhou, Draco? – Hermione olhava para ele desconfiada anquanto o próprio Draco tentava arrumar algo convincente – Está escondendo algo de mim?
– O que eu quis dizer foi que o Leonardo e o Zabinni ainda não estão muito confiantes nesse namoro, então eu ainda não ganhei completamente a aposta.
– Mas como não? – Draco suspirou aliviado ao ver que Hermione parecia acreditar no que ele tinha contado – Eu sou obrigada a ficar ao lado da sua irritante presença todos os dias e ainda ficar com cara de apaixonada, pagar mico com uma entrevista que nunca existiu, assistir aos mais insuportáveis treinos de Quadribol da face da Terra fingindo ser a namorada mais atensiosa do mundo e eles ainda não acreditam? Merlin, eu já nem sei mais o que fazer!
– Pois é, Hermione. – Draco já ia abrindo a porta – Acho bom caprichar nesse teu teatro, ele está pouco convincente. – Hermione já ia abrindo a boca para rebater, mas Draco continuou – E hoje você vai ter uma ótima oportunidade: aniversário do Zabinni às 11:00! Esteja pelo menos apresentável.
Draco entrou na frente de Hermione, sem deixar que ela ao menos entrasse primeiro. Ela ainda continuava com a mesma cara embasbacada, parada em frente à porta e, se possível, com mais raiva ainda de Draco por ele querer mandá-la fazer as coisas sem ao menos perguntar se ela concordaria em ir ao aniversário de uma dos sonserinos mais arrogantes de Hogwarts.
– VOCÊ NÃO PODE ESTAR DECIDINDO COISAS NA MINHA VIDA DE ÚLTIMA HORA SEM AO MENOS ME CONSULTAR ANTES! – a voz de Hermione ecoou estridentemente pela sala, fazendo Draco parar no meio do caminho. – QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA TENTAR CONTROLAR A MINHA VIDA DESSE JEITO, DRACO MALFOY?
– COMO QUEM EU PENSO QUE SOU? – Draco riu sarcasticamente – EU SOU O SEU NAMORADO! E COMO SEU NAMORADO EU DECIDO O QUE FAZER DA SUA VIDA! – Hermione respirou várias vezes tentando buscar calma onde não havia, sem perceber que a sala lotada ficou completamente muda para prestar atenção na discussão.
– Eu – apontou o dedo para si – não sou um animal que você – apontou o dedo para o peito dele – quer adestrar impondo horários e compromissos sem ter a decência de me comunicar antes!
– Eu não disse que você era um animal, mas EU sou o CARA da relação e aqui EU que decido as coisas! – Draco já tinha a face vermelha de fúria.
– O cara da relação? Há-há-há, faça-me rir, Malfoy! VOCÊ – ela voltou a apontar para ele – não faz nada sem a MINHA ajuda! – a sala encheu de UI, mas, naquele momento, eles pareciam estar alheios a qualquer presença na sala tamanha a fúria que se apossava dos dois.
– E quem te disse que eu preciso da sua ajuda pra qualquer coisa? – Draco tinha um tom desafiador na voz.
– Então, ô mente loira? – Hermione inclinou o seu tronco mais para frente na direção de Draco, fazendo biquinho na intenção de irritar o sonserino – Me diz aí uma coisa que você faz sem a minha ajuda, claro que não vale dizer coisas básicas como vestir a roupa. Se bem que... olhando aí para essa gravata torta, acho que nem isso você sabe! – Draco arqueou uma sobrancelha do jeito que Hermione mais se irritava.
– Eu acho que não preciso de você para fazer isso...
Hermione já tinha uma ironia na ponta da língua para jogar na cara de Draco, mas não teve tempo pra isso. Ele largou o seu livro de Poções no chão e agarrou a cintura de Hermione, tomando os lábios dela em um beijo feroz deixando a Castanha completamente sem ação, só sentindo as mãos de Draco na sua cintura lhe beijando daquela forma que lhe deixava sem ar, fazendo o seu livro de Poções também ir ao chão e deixando a sua mão livre para encontrar somente o caminho da nuca de Draco. A sala toda se entreolhava confusa, mas prestando atenção em cada detalhe. Harry e Rony se revezavam na tentativa de um segurar o outro impedindo de pular no pescoço de Draco, socando-o por estar beijando a amiga deles, uma menininha tão ingênua e inocente... Hermione sabia que o seu cérebro não estava trabalhando direito. Era péssimo se sentir daquele jeito, se sentir inútil quando ele fazia isso, se sentir a garota mais imprestável do Planeta por simplesmente não conseguir parar o beijo na hora que queria, fazendo Draco se sentir no comando e deixando espaço para ele decidir onde isso iria terminar. Ela sabia o quanto isso acabava internamente com ela, mas também não conseguia reunir forças para fazer a simplicidade de afastá-lo, nem que fosse alguns centímetros.
Eles pararam o beijo com as suas faces a milímetros de distância uma da outra, com a respiração ofegante e ainda anestesiados. Draco, ainda um pouco sem fôlego, deu um sorriso sarcástico para a Castanha, deixando-a muito irritada.
– Vai me dizer que isso eu não sei fazer bem? – Draco sorria com o canto de seus lábios enquanto a sala estava atônita com o beijo sem aviso e de tirar o fôlego de todos ali.
– Mais que merda, Draco! – Hermione o empurrou, enraivecida – Você acha que pode sempre calar a minha boca me beijando?
– Ainda não descobri outra forma melhor de calar a boca de um ser insuportável que fala pelos cotovelos.
– Ei, você está me ofendendo por acaso?
– O que você acha? – perguntou irônico.
– Quer saber mesmo o que eu acho? – Hermione colocou as duas mãos na cintura – Eu te acho um grande babaca, mimado, egoísta e, sinceramente, me dá nojo esse teu ego todo. E, por Merlin, essa foi a pior semana que eu já passei em toda a minha vida!
– Quer saber de uma coisa, Granger? – ele fez questão de frisar bem o Granger – EU que não agüento mais te olhar todos os dias! Você me chama de mimado, mas a mimada aqui é você. Sempre com esse jeito de sabe-tudo irritante que sempre tá certa e todo o resto tá errado. Mas eu tenho que concordar contigo em uma coisa: essa também foi a pior semana que eu já passei na minha vida! E, sinceramente, acho que isso não tá dando certo.
– Certo Draco, eu quero o divórcio! – Hermione disse firmemente.
– Como divórcio se nem somos casados?
– Pois então pode ter certeza que esse namoro acaba aqui!
– Ótimo! – Draco deu de ombros.
– Ótimo! – Hermione deu de ombros também, indo apanhar os seus livros.
Uma das meninas da Sonserina que estavam na sala pegou urgentemente o livro de Draco que estava no chão e estendeu para ele de orelha a orelha enquanto ele passava.
– Ei, ei, ei minha filha! – Hermione foi furiosa até a garota e tomou o livro da mão dela antes que Draco pegasse – O que pensa que está fazendo com o livro do MEU namorado?
– Todo mundo aqui ouviu muito bem que vocês acabarm o namoro! – a menina encarava Hermione – E ele não é mais o SEU namorado!
– Esse não é um assunto seu, querida! – Hermione jogou com força o livro na direção do rosto de Draco, que agarrou no ar – É uma pena que não tenha acertado o seu nariz!
– Garota insuportável! – ele ainda disse antes de ir na direção do fundo da sala, onde estavam Leonardo e Zabinni sentados em dupla.
A turma toda já estava organizada em duplas e o professor Snape ainda não tinha chegado na sala de aula. Draco saiu bufando na direção de Leo e Zabinni, fazendo questão de derrubar o que estivesse na frente dele. Ele não ligava, ou pelo menos fingia não ligar, para todos os olhares que viravam em sua direção enquanto ele passava e não estava nem um pouco atento aos olhares esperançosos que todas as meninas porque naquele momento só o que existia para ele eram pensamentos nada amigáveis envolvendo Hermione.
– Ok! Um de vocês dois vai ter que levantar. – Draco e Leo se entreolharam – SERÁ SE NÃO TEM COMO ALGUM DE VOCÊS DOIS ME FAZER ESSE FAVOR? EU NÃO QUERO SENTAR COM ELA! – ele apontou para a figura furiosa de Hermione que ainda estava procurando por um lugar sem deixar de olhá-lo assassinamente. Zabinni lançou um olhar significativo para Leo que levantou da carteira à contragosto, indo sentar ao lado de uma pessoa que só de olhar fazia o seu estômago dar voltas: Pansy Parkinson – Eu hein! Pensei que o casalzinho nunca iria querer se separar! – Draco disse irônico enquanto se jogava na carteira.
– Que barraco hein Draco? – a voz de Zabinni estava naquele momento irritantemente cômica na opinião de Draco.
Hermione ainda continuava na frente da sala, procurando um lugar para sentar. Resmungando todo o tempo um ‘Perdeu alguma coisa?’ para quem lhe olhasse com curiosidade. Ela rodou o seu olhar por toda a sala e não encontrava sequer um lugar vazio. Hermione olhou para onde Harry e Rony, que tinham um sorriso largamente feliz estampado na cara, estavam sentados e viu que tinha uma cadeira perto deles que estava vazia, e ao lado de Richard. Mas, como nada é perfeito, a cadeira ficava logo bem na frente de Draco e Zabinni. Hermione ignorou qualquer crise raivosa que poderia ter naquele momento e foi até lá.
– Não adianta vir implorar para sentar comigo agora só porque não tem par, Granger. – Draco tinha estampado no rosto uma feição vitoriosa por ver Hermione bem ali, perto dele, com os livros na mão e prestes, na opinião dele, para implorar – Então pode ir tirando o seu hipogrifo da chuva, porque com você eu não sento! – Hermione deu um sorriso sarcástico de canto de lábio, que Draco achou muito parecido com os seus, e colocou os seus livros sobre a carteira vazia ao lado de Richard.
– Você, Malfoy, seria a última pessoa que eu poderia querer por perto. – ela voltou sua atenção para Richard – Será se posso sentar com você, Ricky?
– Ricky? Como assim Ricky? – Richard ruborizou pela atenção da sala está agora voltada para ele – Quer dizer que já está íntima dele? – Hermione sentou na carteira não dando atenção para Draco – Eu exijo saber qual o seu grau de intimidade com ele, Hermione! – Draco bateu na mesa com fúria, atraindo a atenção da sala agora pra ele.
– Quer dizer que eu voltei a ser a Hermione? – Hermione virou o rosto para trás, encarando Draco – Pois fique sabendo que eu não te devo explicações da minha vida! – outra vez uma onda de UI irrompeu na sala.
– Como assim não deve? – Draco arregalou os olhos com raiva – Você é MINHA namorada!
– Ex-namorada, você quer dizer!
– Ótimo Hermione! – Rony sorria bobamente para a amiga – Essa foi a melhor coisa que você fez desde o começo do ano letivo! Cara, eu já tava até me perguntando quanto tempo ia durar essa lavagem cerebral que ele fez em você! – Rony continuava a sorrir – É bom saber que a minha Hermione está de volta!
– Sua Hermione? – Draco arregalou mais ainda os olhos já não conseguindo mais segurar a sua raiva – Ela não é a sua Hermione, porque ela é a minha Hermione!
– Ela não é a sua Hermione, Malfoy! – Harry sorria vitorioso – Sabe por quê? Porque ela é a nossa Hermione! – Harry voltou o olhar para a Castanha – Essa foi a melhor decisão que já tomou na sua vida Mione, e fico feliz por você!
– Eu não lembro de algum ser nessa sala ter chamado o Quatro-Olhos ou o Coelho Acidentado pra dar opinião aqui! – Draco bufava de ódio.
– Se você quiser Hermione eu posso explicar tudo e... – Ricky já ia começar, mas foi interrompido pela voz furiosa de Draco.
– Não se mete Doherty! Já basta aqueles dois indivíduos serem amigos da minha namorada, e outro eu não permito, oviu bem?
– Ex-namorada, Draco, ex-namorada! – Hermione relembrou, enquanto dava novamente as costas para Draco – Não se preocupa com ele não, Ricky. Deixa pra lá!
– Ele te salva de uma quedinha besta e já sai por aí enchendo a boca pra falar Ricky? – a sala, que estava silenciosa prestando atenção na briga, se encheu de um ‘NOSSA!’.
– Quedinha besta? – Hermione virou para trás novamente, com o rosto vermelho de raiva – Chama 40m de quedinha besta? Você não estava lá quando eu caí e tampouco se importou comigo! E ele – apontou para Richard, que se encolhia na carteira – me salvou dessa quedinha besta enquanto você estava lá, voando naquela vassoura idiota e imprestável, dando atenção para aquele monte de brutamontes, que têm um pomo no lugar do cérebro, ao invés de mim!
– Agora vai ficar dando chilique só porque eu não posso ser seu o tempo todo? – Draco levantava as mãos, impaciente. As meninas suspiravam indignadas pela “sorte” de Hermione – Eu não tenho culpa de ser o capitão do time. E você deveria ser ao menos um pouco mais atenciosa comigo!
– O que você chama de atenção, seu cretino? – Hermione já tinha o corpo quase completamente virado para trás e gesticulava sem parar – Deixar de ir à biblioteca para assistir ao treino daquela inutilidade pública que atende pelo nome de Quadribol? EU fiz isso! Sentar do seu lado em todas essas aulas? Sim, EU sentei! Ir todas as noites àquela Sala de Teatro, ficar respirando o mesmo oxigênio que o seu e ter que fazer um par romântico com você? EU estou fazendo isso! Ficar acariciando a porcaria do seu cabelo enquanto essa sua cabecinha de vento ficava deitada no meu colo? – as sonserinas e grifinórias já não escondiam mais as suas feições invejosas ecoando vários ‘OHHH’ pela sala – Esse sacrifício EU fiz!
– Hermione, – Lilá, que estava do outro lado da sala, chamou uma Casatanha furiosa – se você quiser eu faço esse sacrifício pra você, e olha que eu prometo de pés de juntos não reclamar nem um pouquinho!
– AH, CALA A BOCA! – Hermione gritou indignada.
– Mas é você quem está dizendo que odeia fazer tudo isso! – Lilá dizia inocentemente, enquanto todas as meninas a apoiavam – Se você não faz questão nós fazemos, Hermione!
– Eu queria saber é quem são as doidas dessa sala que fariam o sacrifício de acariciar o cabelo desse oxigenado! – Hermione dizia para a toda a sala com um olhar incrédulo – Eu não disse! É óbvio que ninguém em sã consciência vai qu... – uma fila de meninas já se postava atrás de Draco esperando a vez de acariciar o cabelo dele.
– Está bom assim, Draco? – uma grifinória, sem conseguir conter um sorriso feliz, massageava os cabelos de Draco, enquanto as outras reclamavam da demora.
– Alguém já te disse que tem as mãos de fada? – Draco perguntou todo galanteador para a garota, que ameaçava um desmaio.
– Ei sua oferecida! – Hermione levantou indignada da carteira tirando grosseiramente as mãos da grifinória que acariciava os cabelos de um Draco sorridente – Solta o cabelo do meu namorado!
– Ex-namorado, Granger, ex-namorado! – Draco relembrou.
– Cala a boca, Malfoy! – se dirigiu para o grupo de meninas – Se vocês têm algum pingo de amor à vida é melhor saírem daí e tratarem logo de procurar a merda do lugar de vocês, porque a MINHA varinha está a poucos centímetros da MINHA mão, e posso cometer um crime em segundos se eu quiser! – Hermione voltou a sentar na sua carteira ao mesmo tempo em que as meninas se dissipavam, irritadas.
– Olha Hermione, – agora era a vez de Parvati levantar da sua cadeira e demonstrar toda a sua indignação com as ameaças da Castanha – se você não quer mais o Malfoy não seja tão egoísta e deixa pra quem quer, oras!
– Eu não vou deixar ele pra nenhuma de vocês! Quer saber por quê? Porque ELE – ela ficou em pé ao lado da carteira de Draco, o puxando pela gravata – é MEU namorado! – Hermione deu um selinho rápido em Draco, talvez temendo não reisitr... – E ai de quem chegar perto dele! – Hermione foi bufando até a sua carteira, não dando atenção aos comentários da sala.
– Isso por acaso é um pedido de reconciliação? – Draco perguntou com o seu famoso sorriso canalha, inclinando o seu rosto até a carteira em frente à sua.
– Entenda como quiser. – respondeu seca.
– Isso não é justo, Mione! – Rony reclamou – Você nos enche de esperanças nos fazendo acreditar que já voltou ao seu estado normal e tem logo uma recaída dessas? – Hermione já ia abrir a boca para dar qualquer desculpa, mas Draco foi mais rápido.
– Nunca ouviu falar que casais brigam, Weasley?
– Casais normais brigam! – rebateu.
Draco ainda pensou em outra resposta para dar a Rony, mas o professor Snape entrou na sala, fazendo todo o burburinho cessar. O professor estava pálido, com um lenço em mãos pronto para limpar as gotas de suor frio que desciam vagarosamente pela sua testa. Draco virou o seu rosto na direção de Leo, ao que eles trocaram olhares cúmplices, repreendendo uma eventual gargalhada.
– Eu, uh... Eu estou atrasado porque... uh – O professor apertava o lenço contra as mãos tentando não gaguejar – É que... er... Eu estava... er... – ele voltou a limpar o insistente suor da testa, direcionando um olhar frio para a turma – Na verdade, eu não devo satisfação nenhuma a vocês! – alguns alunos se entreolharam resolvendo não questionar o atraso de mais de meia hora do professor – Abram o livro na página 530. – ordenou, dando as costas para a turma e indo em direção ao seu armário.
– Professor. – Hermione chamou. Snape, como de costume, fingia não escutá-la. – Professor Snape, nós, como alunos dos sexto ano e interessados em tirar boas notas nos NIEM’s, – Draco rolou os olhos – exigimos saber a razão do seu atraso.
– Esta – ele ergueu um pequeno vidro ao ar, chamando a atenção dos alunos para o líquido negro que tinha dentro – é uma pequena amostra de uma poção amplamente vendida em toda Londres. – Snape cotinuou, ignorando a mão levantada de Hermione pedindo o direito de voz – É uma poção muito complicada de ser feita por isso ela somente pode ser manuseada quando estão no seu sexto ano, que, acredito eu, já tenham pelo menos um pingo de responsabilidade para lidar com ela. – ele olhava diretamente para a turma, com o mesmo semblante pálido – Isso é o que nós chamamos de Fluido Explosivo.
– Até quando vai ficar com o braço levantado? – Draco perguntou tediosamente em um sussurro.
– Em vez de fazer perguntas idiotas poderia ao menos fazer o favor de me apoiar. – reclamou.
– Se quiser amarrar a corda no seu pescoço siga em frente e fique aí, plantada, com o braço horas e horas levantado. Mas faz um favor: não tente me enforcar junto, ok?
– Covarde! – Hermione resmungou inaudível, abaixando o braço, contrariada.
– Como diz o nome, e eu creio que não sejam tão idiotas de não perceberem, faz explodir tudo o que tocar. Isso acontece porque o principal ingrediente é Secreção de Erumpente e... – Snape hesitou, sentindo o suor descer mais frio ainda pelas suas têmporas – Er... Como eu dizia, a Secreção de Erumpente é o principal ingrediente, e sendo ela um... – o professor colocou uma mão discretamente sobre a barriga, sentindo-a borbulhar. Ele pigarreou – E sendo ela um Artigo Comerciável Classe B, torna a Poção difícil de ser feita. – ele voltou novamente as costas para a turma, mas dessa vez indo sentar em sua cadeira – Quero que comecem já a fazê-la. – ele olhou o relógio e Hermione pôde notar que os olhos dele estavam opacos – Vocês têm exatamente 1 hora.
A turma toda abriu o livro na página sobre Poções Explosivas. Hermione como sempre era a mais rápida, podendo jurar que já sabia o livro todo de Poções de trás para frente. Richard manuseava com cuidado a Secreção Erumpente deixando Hermione cuidar do restante do preparo inicial da Poção. Não era exatamente agradável estar ali, em frente aos dois garotos mais metidos e arrogantes de Hogwarts. A única conversa que saía da boca dos dois era sobre garotas, como sempre. Hermione já estava a ponto de ter um ataque de nervos com os comentários de Zabinni e da forma que Draco complementava ainda mais aquela sessão absurdamente machista. ‘Você já viu aquele par de coxas? Eu nunca tinha visto nada assim!’ ‘Ela é burrinha, mas é gostosa!’ ‘O que adianta ter o rosto bonito se não tem onde agarrar?’ ‘Cara, a bunda dela é o que eu realmente posso chamar de um investimento muito bem aplicado em Gringotes!’ Ela já nem prestava atenção nos ingredientes que colocava na Poção, se contorcendo a cada besteira ou a cada risada maliciosa que eles deixavam escapar, mas, mesmo assim, suspirou um pouco aliviada por Leonardo não estar ali, ao lado dos dois, imaginando o tanto de besteiras que deveria sair quando os três se reuniam.
– O que eu faço com isso, Hermione? – a voz de Ricky surgiu tirando Hermione de uma breve sessão mental de xingamentos para um Draco imaginário – Eu sinceramente não tenho a mínima idéia do que fazer com essa Secreção.
O professor Snape levantou da sua cadeira, com um olhar que denotava um certo desespero. Ele caminhou até o seu armário, onde guardava inúmeras poções, e mexia desesperadamente como se estivesse a procura de algo. As mãos dele tremiam enquanto ele se revezava na tarefa de limpar o suor das têmporas com o já encharcado lenço, ou procurar o seu vidro de Poção para Dores. O tremor das suas mãos era tão intenso que ele não conseguia segurar os vidros em que mexia, fazendo alguns irem ao chão chamando a atenção dos alunos e deixando o ar impregnado pelo cheiro de algo muito parecido com formol onde eram mergulhados os cadáveres de pequenos animais. Snape, desistindo de procurar um frasco inexistente que ele jurava ter guardado ali, voltou a sua atenção para a turma de forma forçada.
– Eu quero essa poção terminada assim que eu voltar! – ele relutava a apertar a sua barriga com força devido às dores que já sentia lá – Eu tenho agora um compromisso muito importante e... uh, eu quero e... er, exijo essa poção feita assim que eu voltar! E... – ele continuava a limpar insistentemente o suor da testa – Er, o professor Dumbledore está me esperando para uma reunião. – Hermione deixou seu olhar ficar estático no lugar onde um Snape pálido, suado e tremendo estava há poucos segundos.
– Como assim ele vai ter uma reunião com o professor Dumbledore? Será se ele esqueceu que ele já está viajando há quase dois meses? – Hemione perguntou para si mesma.
– Eu não acredito que o Leo conseguiu! – Zabinni dizia a Draco em meio a gargalhadas, chamando a atenção de Hermione – Eu podia jurar que ele não passaria da porta das Masmorras.
Hermione olhou cuidadosamente para trás, onde Leo sentava ao lado de Pansy, e viu que, enquanto os outros alunos se entreolhavam com uma feição naturalmente curiosa sobre o que poderia estar acontecendo com o professor, Leonardo já tinha praticamente convulsões de tanto rir, fazendo com que os seus olhos negros se destacassem na sua face já vermelha. Mas não era só Leo quem ria, Draco e Zabinni davam altas gargalhadas logo atrás dela.
– Vocês estão metidos nisso, não é? – ela olhava acusadoramente para os dois, desviando a sua atenção da Poção e deixando Richard cuidar do restante – O que vocês fizeram com o professor Snape?
– Ah não! – Draco rolou os olhos – Com licença Zabinni, mas acho que a mamãe está me chamando.
– Trate logo de se explicar, Draco! – Hermione cruzou os braços – Anda! O que tá esperando?
– Ok, Hermione... – Draco rerpirou pesadamente, se dando por vencido – Já ouviu falar no Removedor Mágico Multiuso da Sra. Skower? – Hermione girou os olhos como se aquilo fosse óbvio.
– É claro que já! Esse é um produto de limpeza que se usa para remover manchas difíceis e... – ela parou um poco para pensar e arregalou os olhos – Não, não... espera lá! Não estão querendo me dizer que...
– Foi isso que o Snape bebeu? – eles riram – Sim, foi! Está satisfeita agora?
– Oh Merlin! – Hermione pôs a mão sobre a boca, pasma – Vocês dois têm noção do que tem dentro desse produto? É uma mistura de várias substâncias tóxicas, entre elas a Secreção de Bandinho Diluída, que, se ingerida, dá dor de barriga por uma semana. E, pior, não tem uma poção para reverter esse quadro! – Hermione ficou satisfeita por lembrar tudo de cor.
– Cinco pontos para a Grifinória! – Zabinni disse sarcástico, ignorando o olhar assassino de Hermione.
– Mas o Snape não seria tão idiota de beber algo assim. – falou obviamente.
– É claro que não! – Draco falou com seriedade – O Leo fez isso por ele. – Hermione arregalou os olhos diante de dois garotos em plena crise de riso – Foi só uma aposta simples. Ele colocava o Removedor dentro do café-da-manhã, depois ele tinha que vir correndo tirar a Poção de Dores do armário. Viu como foi simples? Eu ainda disse que ele ia conseguir, mas o Zabinni não acreditou! – Blaise deu de ombros, não dando importância ao comentário de Draco – Era pra ter sido algo mais pesado! Da próxima vez a gente tenta com outro professor, talvez alguma coisa que deixe em coma e não só uma dorzinha de barriga por uma semana.
– Como vocês podem ter tamanho sague frio? – ela não sentia exatamente pena de Snape, na realidade ela tentava esconder o quanto isso lhe deixou mais leve, mas o que ela sentia era raiva de Draco... Na verdade, desde que acordou – Como é que podem ter a coragem de apostar a vida dos outos assim? – ela lembrava de ser o próprio exemplo.
– Isso foi só uma aposta, Granger. Aposta simples sabe? – Zabinni falou tediosamente – Devia experimentar um dia, você ia gostar.
– Por que vocês três não fazem o favor de apostar um dia pra ver quem consegue decapitar a cabeça mais rápido? Seria bem mais interessante!
– O que acha, Zabinni? – Draco fingia uma expressão pensativa – Até que seria uma boa idéia... Pode deixar Hermione, quando a gente apostar eu vou te chamar pra participar, tá bom?
– Vocês são uns delinqüentes, isso sim! – Zabinni e Draco giraram os olhos tediosamente – Tem idéia de quantas regras vocês infrigiram com essa bricadeirinha de mau gosto? Vocês têm que pensar em um jeito de reverter isso!
– Você é muito corretinha, Hermione! Sempre preocupada com as regrinhas aqui com as regrinhas dali, se agradou algum professor, se fez o trabalho correto! Agora, vê se dá um tempo e deixa de ser tão mandona assim, ok?
– Como mandona? – ela fechou a cara para Draco – Regras foram feitas para serem obedecidas e não quebradas!
– Sim General Granger! – Zabinni brincou, prestando continência e arrancando gargalhadas de Draco.
– Cala a boca Zabinni! – o sonserino levantanou os dois braços de forma rendida – E você Draco, trate de honrar esse distintivo de monitor-chefe, que eu não sei onde Dumbledore estava com a cabeça quando te deu, e dar um exemplo que preste para os outros alunos, ou vai acabar se dando mal! – Richard cutucou discretamente Hermione, livrando-a da vontade de voar no pescoço de Draco enquanto ele fazia uma péssima encenação de medo.
– Acho que já está pronta! – ele apontava para a poção. Ela olhou um pouco desconfiada para o pequeno caldeirão que estava em cima da sua carteira e passou a mexer a poção, analisando a consistência dela.
– Tem certeza que é uma namorada que você arranjou? – Zabinni perguntou para Draco – É que às vezes eu tenho a impressão de que é a McGonnagall em um perfeito disfarce de adolescente neurótica e problemática. Sei lá cara, até que parece, não acha? – eles riam descontroladamente enquanto Hermione continuava a mexer a poção se controlando para não fazer logo um uso imediato dela explodindo a cabeça dos dois.
– Você mexeu bem? – ele confirmou com um aceno de cabeça, fitando a poção com as suas orbes azuis – Aqui diz que quando desgrudar do fundo vai estar pronta. – Richard olhava a poção com o cenho franzido.
– Er, acho que não está desgrudando muito, não acha?
– Desgrudando muito? Não está desgrudando nada! – Hermione bufou. Nunca tinha errado o preparo de uma poção qualquer na vida, e aquilo pra ela parecia representar o fim de toda a sua vida escolar. “Convença-se Hermione: hoje é o pior dia da sua vida!” – Droga! Eu nunca errei uma poção na minha vida!
– Não precisa ficar assim, Hermione. Olha, pelo jeito ninguém da sala também acertou. – Hermione estava estática diante da poção, pensando no que poderia ter errado – O professor mesmo disse que era difícil o preparo dela. Então eu acho que isso não é o fim de tudo. – Richard ponderou, diante da feição arrasada de Hermione.
– Pra mim isso é o fim de tudo! – Hermione continuava com o seu olhar preso na poção, revendo tudo o que tinha feito. Hermione aproximou mais a face do caldeirão, ainda analisando a poção – Isso aqui é uma gosma! Olha pra isso! É totalmente noj... – ela só teve tempo de fechar os olhos quando uma bolha de ar explodiu, espalhando algumas gotas da poção mal-sucedida pela sua bochecha – Pode dizer, Richard, eu mereço! – ela passou furiosa a mão pela bochecha na tentativa de limpar, mas isso só fez espalhar mais como uma mancha preta. Richard sorriu.
– Sabe, se continuar limpando assim acho que daqui a pouco não vou mais conseguir enxergar o seu rosto. – falou em um tom cômico, arrancando um sorriso tímido de Hermione.
– Já saiu? – Hermione perguntou, recebendo uma negativa de Ricky – E agora?
– Ainda falta bem aqui... – ele apontava para a própria bochecha tentando mostrar para Hermione o local ainda sujo – Não, não é aí! É bem ali... Não Hermione, é ali! Não, não... Mais em cima... Isso! Tenta limpar para a esquerda... Não, a sua esquerda! Isso... Não, não é aí, é mais um pouco para a direita agora... Você foi muito para a direita! Vai um pouquinho só pra esquerda... É, só mais um pouquinho... Assim você tá sujando mais, Hermione! – A Castanha bufou.
– Certo! Eu desisto! – bufou novamente – Eu só posso mesmo ser uma inútil! Nem pra limpar uma manchinha no rosto e não presto!
– Não precisa ser tão dramática assim. – Richard pôs a sua mão sobre o rosto de Hermione, tentando limpar a mancha preta que ela só conseguia espalhar mais – Se você tiver paciência a gente limpa isso em um instante.
Richard limpava cuidadosamente o rosto de Hermione, com seus olhos fixos na mancha que ela provocara limpando desesperadamente. Ele não se dava conta do olhar fixo dela em seus olhos. Ela não sabia a razão de querer olhar daquele jeito nos olhos dele, na tentativa de buscar um cinza que não existia lá. Ela lembrava das imagens vagas que ainda surgiam na sua mente, de quando Richard a pegou no colo, da vontade que ela tinha de ver uma outra cor de cabelo... Não a de Draco, lógico que não! A de Harry, só podia ser dele... Afinal, ainda era apaixonada por ele, não era? Pelo menos ainda tinha que ser... Mas por que ela tinha sonhado tanto com um garoto de cabelos loiros enquanto ainda estava desacordada na Ala Hospitalar? E por que ela insistia em olhar para Richard buscando uns olhos que não eram deles, mas talvez de outra pessoa que estava logo atrás? Hermione ficou tonta com todos esses questionamentos que vinham em sua mente agora. Será se tudo isso era só porque ela queria que Draco a tivesse salvo? Ela sorriu desse pensamento idiota que tinha passado na sua cabeça, afinal, desde quando ela pensaria que Draco pudesse fazer algum papel de herói na vida dela?
Draco ainda sorria, anestesiado por toda aquela situação que ele, Zabinni e Leo tinham arranjado. Mas o seu sorriso logo se desfez ao ver Ricky com a mão sobre o rosto de Hermione. Para ele não existia razão daquilo acontecer, não queria saber se ele estava limpando ou não, só que a mão dele estava ali, no rosto dela, e ela sorriu para ele. E logo uma sensação que ele nunca tinha sentido na vida, pelo menos com tanta intensidade, tomou conta dele. Era uma sensação estranha, que lhe deixava vagar por inúmeros feitiços assassinos que vinham em sua mente, onde ele via a si próprio empunhando uma varinha em direção a um Richard ajoelhado pedindo clemência. Era a pior sensação que ele já tinha sentido na vida, era algo que lhe sufocava, que lhe corroía por dentro, era... ciúmes. Só que ele ainda não sabia disso... ou pelo menos não admitia.
– Ok! Estão todos dispensados! – Draco levantou da sua carteira, falando em voz alta para a turma. Todos olharam espantados pra ele, inclusive Zabinni, mas ele notou que Hermione não estava realmente atenta. Ele se aproximou bem da carteira dos dois e fechou a cara – Tem alguém surdo aqui? Eu disse que todos estão dispensados! – Hermione parecia estar em uma espécie de transe.
– Ah, claro que sim Draco e... O QUÊ??? – Hermione levantou rapidamente da carteira, furiosa – O que você pensa que está fazendo, Draco? Tem noção da burrada que você aprontou?
– Realmente não me interessa os seus sermões agora, sabe. – Draco sentiu-se internamente aliviado, só não sabia bem o porquê... – Agora continua aí, nessa cena melosamente romântica, que eu já estou indo.
– Você não vai a lugar algum! – ela virou para o restante da turma que já estava se aglomerando
na saída da sala – Na verdade, ninguém aqui vai a lugar algum! – a turma toda virou para encará-la, soltando ruídos indignados.
– Quem você pensa que é pra impedir uma ordem minha? – Draco virou para ela, mas o seu olhar foi diretamente para Richard, fuzilando-o – Esqueceu que eu sou o monitor-chefe por aqui?
– Esqueceu que eu também sou a monitora-chefe por aqui? – ela pôs as mãos na cintura, encarando Draco com o seu costumeiro ar mandão – E ninguém aqui vai sair até o professor chegar, me entenderam? Absolutamente NINGUÉM!
– O que impede de todos saírem já que o professor não vai mais voltar agora. – Draco deu de ombros, recebendo o apoio de Leo.
– E quem te garante que ele não volta agora? – Hermione pôs a mão na testa como se lembrasse de algo – Ah, claro! – ela deu um sorriso sarcástico – Eu quase esqueci que ele não vai mais poder voltar por culpa...
– Por culpa da reunião que ele tem com Dumbledore! – Draco interrompeu Hermione, lançando a ela um olhar significativo – E por isso ele não vai mais voltar. – Hermione arqueou uma sobrancelha, dando um sorriso cínico para o loiro.
– Mas isso não significa que os alunos vão poder sair da sala sem ordem expressa do professor! – Draco olhava para outro canto da sala sem dar atenção aos argumentos de Hermione – Você não pode agir assim, irresponsavelmente, achando que tem o direito de decidir o que fazer ou não no lugar de um professor e...
– Oh sim, senhorita-sabe-tudo-certinha Granger! – Draco interrrompeu a Castanha levantando as mãos para o alto em sinal de impaciência – Não tem como parar de ter esses ataques constantes de menina correta e obediente? Sinceramente isso é péssimo!
– Péssimo? – ela riu ironicamente – Você é péssimo! Um péssimo namorado, um péssimo ser humano, um péssimo aluno, um péssimo monitor! Quer que eu liste mais alguma coisa?
– Então, exemplo de namorada, de ser humano, de monitora, de aluna... – Hermione rolou os olhos – O que acha que eu tenho que fazer para deixar de ser péssimo? Vou ter que seguir agora a cartilha ‘Aprenda Como Não Quebrar Regras E Ser Um Exemplo De Vida Com Hermione Granger’?
– Será se dá pra resolver logo isso? – Leo perguntou impaciente, se encostando contra a parede – Ninguém aqui parece muito a fim de ouvir briga de casal!
– Certo, certo... – Draco pareceu meditar, tentando acalmar a sua raiva – Então é o seguinte: quem ainda insistir em ficar na sala eu vou tirar 100 pontos. – todos correram para sair enquanto Draco lançava um sorrisinho vitorioso para Hermione.
– Pois então quem inventar de sair da sala eu vou tirar 100 pontos! – Hermione disse apressadamente, enquanto os alunos já bufavam irritados.
– Olha só... – Zabinni se intrometeu – vocês dois são monitores-chefes aqui, certo? Então, o que acham de entrarem logo em um acordo? Porque sinceramente se continuar assim nós aqui é que vamos ter que tomar uma providência, e acho que vocês não iriam gostar muito...
– Eu tenho algo a propor a vocês. – Hermione levantou mais a voz, se dirigindo para os alunos – Eu peço aos alunos responsáveis dessa sala permanecerem sentados e esperarem o professor chegar ou outra pessoa que tenha ordem superior. Mas aqueles que não dão a mínima para o que é certo e insistirem em trilhar pelo mau caminho concordando com ele – apontou para Draco, que estava ao seu lado – eu permito que se retirem. – Hermione terminou de falar com um sorriso no rosto, achando que todo o seu discurso tinha adiantado em alguma coisa. Mas logo o seu sorriso sumiu ao ver que todos os alunos estavam indo embora.
– Será se eu tenho que dizer quem venceu? – Draco sussurrou para Hermione, tentando manter a sua face séria ao ver a cara de decepção da grifinória, mas aquilo já era covardia de mais... Como era possível ficar sério ao ver Hermione derrotada? Ainda mais caindo do salto da sua pose de Certinha de Hogwarts?
Os alunos da Grifinória saíam da sala murmurando desculpas para a Castanha, que se limitava a olhar fixo para a porta, vendo os alunos, um por um, saírem. Ela tentava deixar a sua mente livre, mas não era uma tarefa muito fácil impedir que a sua imaginação fluísse para um lugar ao lado dela e azarar Draco com um Crucios e vê-lo se contorcer por isso, fazendo terríveis caretas de dor. Ela já imaginava que naquele momento Draco se segurava para não soltar gargalhadas, mas talvez ele também soubesse que ela se segurava para não voar no pescoço dele.
Harry, Rony e Richard, além de Draco, eram os únicos que continuavam na sala. Harry e Rony se entreolhavam, tentando decidir quem iria arriscar o pescoço e ir tentar falar com uma Hermione completamente emburrada, com um olhar vago e triste.
– Hermione, nós vamos ficar aqui com você, ok? – Harry falou primeiro, recebendo um sorriso fraco de volta.
– É Mione, – Rony foi andando até ela e lhe deu um abraço apertado – eu vou ficar tomando conta de você, viu? – ela abraçou Rony de volta, recebendo um beijo em cada lado da bochecha – E nós dois vamos ficar aqui até você dizer que podemos ir. – Draco fingia não se importar com a aproximação de Rony olhando para o outro lado da sala, mas ele voltou a observar notando a aproximação de Harry.
– Você é a nossa monitora, não é mesmo? – Harry foi até Hermione, brincando com ela enquanto também lhe dava um abraço – E também é a aluna mais brilhante que eu conheço. Então não fica com essa carinha tristinha que eu não gosto.
Richard olhava para os próprios pés, se sentindo deslocado com toda aquela cena. Draco... bom, Draco fingia não olhar para nada ao seu redor, na verdade fingia não se importar com nada, se limitando a repetir em voz baixa e de forma infantil cada coisa que saía em forma de consolo da boca de Harry e Rony. Hermione simplesmente se deixou ser abraçada pelos dois amigos. Aquilo já não acontecia há muito tempo, e se sentir assim, abraçada pelos seus dois melhores amigos, era muito reconfortante.
– Tá mesmo querendo me obrigar a ver essa cena ridícula? – Draco reclamou, finalmente se manifestando – Não quer também que o Richard participe dessa festinha? – perguntou sarcástico.
– Você está melhor agora? – Harry perguntou, dando um longo beijo na testa de Hermione. Eles continuavam conversando como se estivessem alheios a presença de Draco.
– Ah Potter, – Draco colocou o dedo na garganta fingindo um vômito – isso já tá meloso de mais!
– Você se lembra quando vivíamos brigando? – ela sorriu gostosamente – Em pensar que eu não gostava nem um pingo de você e agora eu já te amo tanto hein? – Rony brincou, arrancando sorrisos da amiga.
– Isso já foi longe de mais! – Draco chegou, empurrando Rony e Harry – Isso não é hora pra agarramento na minha frente, não é amor? – perguntou cinicamente fazendo Hermione revirar os olhos – Caso não tenham percebido, a turma já foi liberada há séculos.
– Se você quiser a gente fica, Hermione. – Rony se manifestou.
– Não é preciso. – ela tentou forçar um sorriso – Eu vou ficar bem. É melhor vocês irem logo ok?
– Isso mesmo, vão logo ok? E deixa que eu consolo a minha namorada!– Draco praticamente empurrava sob protesto os dois até a porta, batendo-a logo em seguida – Vaza Richard! – Draco ordenou, ao virar de volta para Hermione.
– Quer que eu saia Hermione? Você vai ficar bem? – Draco bufou.
– Não se preocupe comigo Ricky! – ela foi até ele dando um rápido abraço, fazendo o estômago de Draco dar voltas – É melhor que você vá logo, pois eu tenho que ficar sozinha um pouco, pra pensar. – ele acenou com a cabeça, concordando.
– Então, a gente se vê. – ele disse, antes de sair.
– ‘Então a gente se vê!’ – Draco imitava em uma voz infantil – Fala sério! Quem esse cara pensa que é?
– Você vai mesmo ficar estragando todas as minhas amizades? – ela sentou na primeira cadeira que viu – Assim não dá, Draco! Desse jeito esse nosso namoro, que é tão firme quanto as rugas da McGonnagall, não vai durar até o final do mês! A gente tem que conversar logo e decidir um jeito de não se matar até tudo isso acabar.
– Tá a fim de discutir a relação agora? – pergutou entendiado – Por que as mulheres são sempre tão inseguras assim?
– Não é insegurança, idiota! É que você não sabe respeitar o espaço de ninguém. Sabia que está arruinando a minha vida? Ser monitora-chefe foi sempre o que eu quis desde que entrei nessa escola! Sempre fui uma aluna organizada, responsável e compromissada com os meus deveres. Não é à toa que eu tenho esse distintivo aqui! – ela apontava para o distintivo de mobitora-chefe que estava pregado na sua farda – E tudo isso pra quê? Pra chegar um imbecil que se acha o tal e virar todos os alunos contra mim? – Draco rolou os olhos, respirando pausadamente.
– Olha Hermione, se tem uma coisa que eu odeio em você além desse seu cabelo de vassora ambulante e dessa sua cara que me dá náuseas, é essa mania de ser sempre certinha demais, a sabe-tudo da sala! Nossa, isso é muito chato sabia? – ele fez uma careta de tédio – Deveria, sei lá, aproveitar mais essa sua vida inútil enquanto ainda pode!
– Mas eu vou aproveitar a minha vida! – falava seriamente – Vou gastar até os meus últimos dias tentando encontrar um meio de te matar da forma mais dolorosa possível, e vou me divertir muito, pode acreditar!
– Gaste suas energias para hoje à noite! – disse com simplicidade não dando atenção à ela – Já está combinado: 11:00 em ponto! E trate de não se atrasar, odeio atrasos, sabe disso! – avisou.
– Só pra constar: Quem te disse que eu vou pra essa maldita festa de um sonserino arrogante e, pior, amigo de outros dois sonserinos babacas? Não vai esperando que eu vá lá ficar em pé, cantando parabéns para um ser que eu preferia que nem passasse dos 10 anos de idade! Quem sabe se você me chamar pra colocar uma bomba nessa festa ridícula eu até concorde.
– Você é quem sabe. – Draco deu de ombros – Seria uma ótima oportunidade. Eu me beneficiaria com a sua infeliz presença, e você se beneficiaria tentando achar uma maneira de fazer ciúmes no Corner.
– Sim, mas o que isso tem haver e... O QUÊ? – ela riu nervosamente – Eu juro que tinha escutado você falar que o Miguel ia estar lá...
– E eu falei! – ele interrompeu – Caso você não saiba, e sei que não sabe, o melhor amigo dele, John Prescott, é amigo de infância do Zabinni.
– E daí? – perguntou, não muito interessada.
– E daí que também a atual futura ex-namorada do Zabinni, Marietta, é muito amiga da Cho Chang. Ou seja, eles não vão deixar de ir.
– E como sabe que eles vão?
– Ora, eu mandei o convite! – falou como se fosse óbvio – E eu sei que a sua amiguinha, essa mesma que namorou o Potter e te tomou o seu quase ex-namorado, – Hermione sentiu o seu sangue ferver – não vai deixar de ir, e vai levar também o namorado.
– Só pra relembrar: aquela vaca NÃO é MINHA amiga, ok?
– Se você diz... – ele deu de ombros, com um sorriso divertido.
Hermione parou, perdida em pensamentos. O que ela iria fazer exatamente nessa festa? Ela não sabia, tampouco sabia o que lhe traria de bom se no final das contas Miguel também fosse. Ele iria estar lá, acompanhado da sua namorada que, com certeza, estaria muito bem arrumada se exibindo ao lado dele. E ela, o que faria? Estaria lá, no seu canto, com a mesma cara de sempre, as mesmas roupas de sempre, fazendo inveja para extamente quem? Não ele, com toda a certeza! Sempre disputando a popularidade, sempre chamando a atenção de qualquer garota que ele quisesse só com um sorriso ou com palavras bobas, era o garoto mais disputado da Lufa-Lufa, um dos mais dispuados da escola, e ele teria ciúmes de quem? De uma garota feia e com os cabelos de vassoura assim como Draco adorava lembrar? É claro que não!
Ela pensou em dar logo uma desculpa qualquer a Draco, ou simplesmente dizer a verdade: que não queria ir. Quando ela procurou por Draco, ele já estava de mochila nas costas, saindo da sala.
– Às 11:00 em ponto! Nem mais, nem menos!
Foi a única coisa que ele se deu ao trabalho de dizer antes de fechar a porta logo atrás de si. Adorava fazer isso sabendo que a cabeça dela ficaria fervendo tentando analisar todas as possibilidades de ganhos ou perdas. E isso era bom, porque sabia que no final das contas ela sempre concordava com ele, e ele se vangloriava de ser tão bom manipulador quanto o pai.
Hermione ficou estática, com o olhar perdido no mesmo lugar onde Draco estava há segundos. O que faria agora? Iria à festa? Ela respirou fundo sabendo que a única coisa que iria acontecer seria apenas se humilhar diante deles, dos sonserinos, de Draco, e de Miguel junto com Chang. Faltavam menos de três semanas para todo esse pesadelo acabar. E três semanas onde ela ainda não tinha obtido resultados mais expressivos do que olhares assassinos. Talvez essa festa se apresentasse como uma possibilidade de conseguir algo mais, algo um pouco mais forte, fazê-lo perceber o que tinha perdido. Mas se fosse, precisava agir rápido. Como, ela ainda não sabia, mas aproveitar a oportunidade lhe parecia uma boa idéia...
N/A: Olá queridas leitoras!! Eu sei que eu prometi dar um up na Mione nesse cap, mas não deu! E eu sei que eu atrasei esse cap demais, mas eu estou desde a semana passada com o meu papy, que ficou internado. E aí hoje eu revezei com a minha irmã e ela vai ficar lá com ele por essa semana. Eu espero que realmente entendam. Mas foram 27 páginas de word dessa vez, uma espécie de desculpas ok? Apesar de ter sido uma semana triste pra mim foi também bastante alegre, já que eu vi os coments perfeitos de vocês, e a Lola_pottermaniaca (Thanks Lola!) me indicou lá para As + Louks Autoras da FeB, uma comu lá do orkut! E também a fic está lá nos destaques do 3Vassouras, e também no 1º lugar nos dois rankings. Esse capítulo é mais que dedicado à Carol Cardilli, que já acompanha essa fic desde os primórdoios dela e que fez niver agora no dia 8 e escreveu um coment gigantesco de uma página e meia de word. É muita paciência! Feliz Aniversário pra você Carol e se eu pudesse eu te emprestava por algumas horas o Draco com um martini ou o Ricky montado em uma lhama (hauhauhuahuhauhau), mas sabe como é né? Eu não os tenho, e se tivesse era só emprestado viu? Afinal, eu também sou filha de Deus! Hauhauhauha...
O que acharam do sonho do Draco? E do ciúme dele? E do vídeo também?
Descupem os erros de português, mas não deu tempo pra revisar mesmo! E espero meninas que vocês tenham gostado também do vídeo! Deu um trabalhão! A música é Under The Tracks, também do Coldplay! Eu amei os coments de vocês e muito obrigada por não terem me assassinado antes de atualizar a fic viu? E vamos lá aos coments que eu não posso deixar de jeito nenhum de responder! Eu simplesmente os AMO! :)
** Se alguém quiser dar uma idéia sobre o visual "arrasador" da Mione para o próximo capítulo, aceito sugestões ok?
hgranger: pois é né, a FeB apagou o seu coment, mas como você mandou pro e-mail deu pra me deliciar lendo-o. Eu também gostei desse PO que surgiu na minha imaginação. Sei lá, eu acho que o Ricky é o meu sonho de consumo, sabe? Lógico que depois do Rony, do Harry, do Draco... hahauhuahuhauhua Por favor, não me tome por pervertida ahn! Você não tem idéia do quanto me deixou feliz com os teus elogios à essa fic viu? Cara, estou até agora emocinada, sério mesmo! Obrigada por ter comentado na fic e obrigada mesmo por ainda lê-la! :)
LuanaH²: oie!!! Sabe, eu também amei ver o Draco preocupado com a mione, mesmo ele não querendo demonstrar! Ai ai, que loiro perfeito... ahhhh... Sabe como é... eu também amo o Harry, mas ele bobeou com a Mione, então, por mais que eu ame aquele moreno, ele tem que sofrer nem que seja um pouquinho assim! Vingativa, não? Mas vamos combinar uma coisa: o Harry Às vezes é bem aéreo não é mesmo? E o Ricky? Bem, ele não é malvado não, não se preocupe. Sei lá, eu imagino o Ricky assim, tão fofinho, com cara de anjo melancólico... aiai, pq um anjo desses não cai aqui em casa? E ele vai dar uma certa irritação no no queridíssimo Draquinho (para os mais íntimos certo?). Eu fico muito feliz quando eu vejo um coment tão gigantesco como o seu e eu simplesmente AMEI o seu coment! Muito obrigada mesmo pelos seus elogios viu? Eu fico babando aqui no teclado quando eu leio! Hauhauhauhauhuah E muitíssimo obrigada mesmo por comentar! :)
miione_: que bom que gostou do outro cap!! E sim, o Draco mais cedo ou mais tarde vai descobrir esse sentimento... pena que não é por mim! aahuahuahuahuhauh
Sonekinha_89: é... a Pansy é realmente uma retardada! Continua vindo aqui ok??
Jacque Malfoy: putz, amei o seu coment viu? E essa merda (falando palavrões de mais hoje!) da FeB que ainda resolveu apagar todos os outros coments. Cara, eu quase tive um treco quando eu entrei no site e não achei a fic! Achei que tinham deletado ou coisa do gênero. Já pensou? Acho que eu já tava mortinha uma hora dessa.... hahuahuahuah Exagerada hein? Ei também fiquei com pena do draco no final do capítulo, mas acho que isso foi necessário para deixá-lo um pouquinhotocado sabe. Eu amo esse loiro né? Fazer o quê? Hauhauhuahu Brigada pelo coment lindo que você fez viu? Espero que você continue vindo aqui na fic! :)
B.Black: cara, essa FeB é muito foda, não?? Não deu nem tempo pra olhar os outros coments, aí quando eu entro eles vão e simplesmente deletam TUDO!! Mas tudo bem, amei o seu coment viu?? Espero continuar te vendo aqui!
Carol Cardilli: primeiramente: parabéns pelo seu niver, viu? Muitos anos de vida, muitas felicidades e que você encontre um Draco maravilhoso na sua vida. E agora: CAROL, VOCÊ QUER ME MATAR? Você vem aqui, comentar, e me dizer que vai para o show do Coldplay?? E me deixa aqui, morrendo de inveja de você (como você mesma disse, uma inveja saudável, certo?) chupando dedo, e imaginando – veja bem, SOMENTE imaginando – eles cantando In My Place e Under The Tracks, duas músicas que eu A-M-O!!! *agora, recuperada do acesso...* Certo, certo... fazer o quê né? Espero que você tenha pelo menos lembrado dessa pobre fic aqui como você prometeu hein!! E eu simplesmente adorei o seu coment gingantesco. Cara, tem noção do que é ler um comente gigantesco? Tô até agora babando aqui, em um estado simplesmente letárgico na frente do computador. Eu também concordo contigo com a história do Rony... tipo, eu odeio fics nas quais ele é o chato, mala e sem-noção que faz de tudo pra acabar o relacionamento D/Hr, até mesmo pq eu sou meio R/Hr sabe? Lógico que só depois de D/Hr, mas antes de H/H! E eu odeio isso assim como eu também odeio nas fics D/G, que leio muito poucas, quando o Harry é o malvado ou simplesmente morre no final. O Harry foi meio machista mesmo, sabe? Mas isso é a típica dor-de-cotovelo. Só sabe quem sente... e ele tá sentindo muito! E o Ricky... ahhhhh... sinceramente ele está nos meus sonhos, sabe? Ele e o Draco, lógicooooooo!!! E aquela do Corno ->> Corner... hauhauhauhuhuah... Foi demais, sério mesmo! Muito obrigada por ter comentado viu??!! E Felicidades!
Carol Souza Potter Radcliffe: oi migaaa!! Oh Céus! Você citou no coment que adorou o Draco sem camisa. Aí eu me pergunto? Quem não adora, meu Merlin? É uma pena que ele não exista de verdade, não é mesmo? Mas tudo bem! Enquanto houver mentes pervertidas como a nossa, desejosas de ver um Draco Malfoy sem camisa (só sem camisa? ahuahuhahauhuahuhua) ele ficará bem vivinho! Eu também amei o Miguel com ciúmes. Ele merece não é? Ele que não pense que só pq é gostoso e fofinho (pelo menos é assim que o imagino!) ele vai se fazer de engraçadinho distribuindo par de chifres por aí! Aiai, te enchi muito o saco, não? Hauhauahuahu Brigada por ter comentado miga! E ainda espero te ver por aqui hein?!
Hermione J. granger: olá dona da fic mais-que-perfeita!! Muito obrigada pelos seus elogios ao vídeo e à música tbm. É, deu um trabalhão pra fazer, mas fico muito feliz que já tenha gostado!! Desculpa nunca mais ter dado as caras lá na sua fic, mas acho que você entende não é?? E obrigada por continuar vindo aqui!!
Lola_pottermaniaca: fico feliz que ainda leia essa fic! Afinal, ela não seria nada sem vocês. E muitoooo obrigada mesmo pela indicação na comu do orkut viu?? As mais loucas da FeB... Thankss
Christine Martins: a Mione é muito sortada e ainda reclama não é?? Cara, se eu tivesse no lugar dela eu nem sei o que faria com tantas beldades como aquelas me rondando!! Bem, na verdade eu acho que saberia muito bem o que fazer... hhauhauhauhauhauhuhaua... É, eu também gostei do Miguel no cap passado. Fazer o que se o cara mesmo sacana é lindooo!! Esse mundo não é perfeito não é? Obrigada por ter comentado!!
Miss Padfoot: oh Miss! Eu fiquei tão feliz lendo o seu coment! Que bom que vc ama a minha fic, porque eu simplesmente AMO o seu coment! Hauahuahuhauhauau É uma pena que o Ricky não tenha um irmão gêmeo hein!? Aí quem sabe (veja bem, eu sou muito egoísta... BRINCADEIRINHA!!) eu deixaria para minha queridas leitoras dividirem! Obrigada pelo seu coment viu?! E espero te ver outras vezes aqui na fic!
Thaís Potter Malfoy: aiiii, fico tão feliz que tenha gostado do outro cap!!! E quanto aos shippers, bom, na verdade eu sou meio inconstante, sabe... amo R/Hr como um casal engraçado e interessante, curto de mais H/Hr como uma dupla fofa e que tem tudo haver, e AMO, simplesmente AMO D/Hr... acho que vc sabe não é?? hauahuahuhauhauhuahuah Pode deixar que o Richard não é bem o que eu posso chamar de “cara do mal” ok?? Eu também amo os ataques do Harry. Sabe, eu amooooo aquelas duas esmeraldas brilhantes... ahhhh... com aquele cabelo bagunçado que só o Harry tem... mas sabe como é, pode ser lindo o que for mas tem que sentir um pouquinho o que é ser deixado pra trás! Nossa, eu estou começando a ficar com medo de mim! Ahauhauhauhahuhauhau E pode deixar que assim que der eu passo de novo lá na tua fic que é simplesmente PERFEITOSAAAA!! :)
Reena Turvalick: olá Reena!! Pois é né! Essa história de ter uma consciência meio pirada não sei se dá muito certo não hein?! Huahuahuhauhuaha Mas tudo bem, o Lipe não precisa me ralhar por causa disso não! Olha lá Lipe, não vai me azarar ok? Eu te amo tá! (bajuladora, não?) Mas agora deixando o Lipe um pouqunho de lado, mas só um pouquinho, amei o seu coment, melhor, o coment de vocês! Bem gigantesco! Amei viu? E já estou amando também a sua fic. Esperando por atualização! Muito obrigada mesmo pelos elogios à fic viu?? O muitíssimo obrigada mesmo miga por ter comentado! Espero que você, melhor dizendo, vocês continuem a vir aqui! :)
taaa_hp: obrigada pelos elogios à fic, viu?? E muito obrigada também por ter comentado! :)
Hanna Black Malfoy: oh Céus! O seu coment foi mais-que-perfeito hein? O Draco? Tudo? Aquele loiro, lindo, perfeito, sarado, com aquele sorriso canalha e sexy, TUDO? Magina... E a sua mãe hein?? Você não quer emprestá-la pra mim? Ou então pedir pra ela ligar aqui pra casa e falar com a minha mãe pra explicar que Harry Potter é simplesmente D++!! Quem sabe a minha mamy escuta ela... Acho que se eu tivesse cara a cara com o Harry naquela hora que ele estava “desabafando” com a Mione eu diria assim: Não é hora para lamentações, não é Harryzinho querido? Fala sério! Eu amo mesmo o Harry, mas tipo, agora já era, não é? O Rony é seu ídolo? Pois me inclui aí na lista també pq eu sou simplesmente tombada por aquele ruivo! E, sério mesmo, eu não quero uma leitora desnutrida não viu? Já não basta todas aquelas modelos anoréxicas morrendo aí direto? Sabe, acho que não é uma boa hora para receber processos da família de uma leitora! E, por favor, não vamos chamar comensais para tomar partido dessa história não, ok? Eles não costumas ser gentis quando se trata de donas de fics com atualizações beeem atrasadas... hauhauhauhahauhauhuahu... Obrigada por comentar! Amei mesmo o seu coment! :)
Mireille: eu espero que você não tenha enfartado viu??!! huauhauhahahuahu Desculpa aí pela demora do cap, mas eu espero que você entenda! Eu acho que o Draco falando francês e tocando piano é um sonho meu, sabe... hahauhahauha Quem sabe um dia a gente não encontra um Draco assim... ahhhh...
Dyone Smith: não se preocupe por ter demorado a comentar, eu é que te peço desculpas por não aparecer há um mó tempão lá na sua fic! Espero que entenda os meus motivos... Você casou foi? O maridão não fica com ciúmes do Draco não hein? Hauhahahauhauhauhuahuah... Fala pra ele não se preocupar que o Draco é só meu tá? Hauhaahahuahuah Quem me dera... ahhhhhhhhh... Muito obrigada pelos elogios à fic viu? E a sua também é espetacular! Obrigada por comentar!
tanne: o Miguel tem que pagar por todos os pecados dele, não é mesmo? E traição é uma coisa imperdoável, pelo menos pra mim! Muamuamuamuamauamuamuaaaaa Não liga não! Essa aí foi a minha risada maléfica não muito bem sucedida. Hahahuauhau E aí miga? Que bom que gostou do outro capítulo! Tipo, o Draco é uma gracinha não é mesmo? Canalha, mas é uma gracinha! Ahhh... é uma pena que esse ser perfeitoso só exista na nossa imaginação. Mas é assim mesmo, nem tudo o que é bom, é de verdade. E isso se aplica bem à ele! Foi mal mesmo a demora pela atualização da fic, mas espero que você entenda os meus motivos! Então tá, miga! E muitíssimo obrigada mesmo por ter comentado viu?? :)
Malu Chan: eu também amo o Miguel com ciúmes!! Ele merece não é?? E o Draco... ahhhhhh o Draco... ele é TUDO de bom e com ciúmes é PERFEITO! E eu não duvido nem um pouco que o Draco é o mais perfeito também! Eu também amo o Rony e o Harry, eles são lindos, fala sério né?? Bom, obrigada por ter comentado!! Espero te ver aqui outras vezes!
s2• ♥*KARYNA_DRACO*♥• s2: aiii, que bom que você está gostando da fic!! Eu fico tãããããooo feliiiizzz! E quem não tem o sonho de ter o Draco como namorado? Eu sei que, tipo, ele não existe, mas ele tá bem vivinho nessa nossa mente atormentada de adolescentes não é mesmo?? Boa sorte aí no seu sonho de beijar o Tom Felton, quando você conseguir me avisa que eu vou correndo tentar agarrar ele também... ahuahuahauhuahahhau... Nunca desista dos sonhos!! Um dia a gente consegue!
Anna Style: o capítulo está aí, e espero muito que tenha gostado!
Júlia Weasley: eu também adoro quando a Mione fica “de bem” com o Rony e o Harry! E essa história Mione estar pensando em outro hein... huahauhauhahauh Não se preocupa não, o Draco é só dela mesmo, infelizmente... Fazer o quê, não é? Já que ele não pode ser nosso... buáááááááá!!!!
Licca_Weasley_Malfoy: aquela música ficou bem com eles, não ficou? Fico feliz que tenha gostado do outro cap e da música! Tomara que tenha gostado desse cap aqui também! :)
Bella Caminoto XXXX: o cap está aí! Espero que tenha gostado! :)
Vivian Alves: Obrigada pelos elogios à fic viu?? E espero que tenha gostado desse capítulo aqui!
Debyh Wood: oii!! O capítulo está aí, e espero que tenha gostado dele! Obrigada por ter comentado!
jady jane malfoy: oiii!!! Demoreia postar não é??!! Foi mal mesmo! Mas espero de todo o coração que tenha gostado desse capítulo! E muito obrigada por comentar! :)
Hermione Granger Luxo: oiii!! Poxa, muito obrigada mesmo pelos seus elogios à fic! Cara, eu fico voando aqui, você não tem idéia. E eu também ADOREI conversar com você no msn, viu??!! E obrigada por ter comentado!
Yasmin Kakos: aiii, que bom! Uma leitora nova na área hein?! Seja muito bem vinda! E obrigada pelos seus elogios è fic viu?? E agora o Rony e o Harry achando que são os pais da Mione? Eles não têm jeito mesmo! Mas fazer o quê se eu amo esse dois? Obrigada por ter comentado viu? Epero te ver aqui mais vezes!
Flávia Medeiros: olá Flávia! Primeiramente, obrigada mesmo por estar lndo a fic! Eu espero de coraão que tenha gostado desse capítulo! E obrigada também por comentar!
Priscila Strawberry: oi Priscila!! Minha xará hein! Fico muito feliz que esteja gostando dessa fic e muito lisonjeada mesmo por estar sendo a primeira que você lê! Espero que tenha gostado desse capítulo viu? E espero te ver aqui mais vezes também! :)
Belzitah Black: oie amore!! Nossa, AMEI os seus coments! Dois? Puxa, lisonjeada, não? Pois é miga, o cap foi mais que atrasado hein? Pois é, foi mal mesmo! Ô miga, desculpa não estar indo com muita freqüência lá na tua fic, mas não tá dando muito sabe? Mas eu deixei um coment lá viu? E eu morri aqui de rir com os seus! Difícil saber quem seria melhor né? Um Corner, um Ricky? O Miguel é um tremendo safado, mas é um trmendo gostoso! O Ricky é superfofinho, ahhhhhh.... é o meu docinho! Ahuahhauhauhauhauh! Pois é né, amei o seu coment viu? Espero que continue passando aqui viu? Afinal, você também é uma das minhas leitoras mais fiéis! :)
Patricia Cristina Nalini: o capítulo está aí! Espero que tenha gostado dele!
Giovana Augusta: oi Giovana! Euestou lendo a sua fic estou gostando muito dela! Você é a menina do 3Vassouras também, não é? Bom, esperoque esteja gostando da fic! E obrigada pro comentar!
Se eu esqueci de alguém eu peço mil perdões! Se quiserem podem jogar um Crucios que é mais do que merecido!
Depois de tantos recados idolatrando o Ricky, quem sabe eu crie um fã-clube pra ele, ou, então, crie um clone dele e divida entre vocês! (Ahhhh, pena que não pode!)
Só pra constar: o sobrenome do Ricky foi tirado do rockeiro Pete Doherty. Sabe como é, falta de imaginação! O da Sophie é de um artista francês e do Anton veio mesmo lá dos livros de história. Sim, eu sei, FALTA DE IMAGINAÇÃO MESMO!
Bem, pra quem gosta de ver uma Hermione bêbada não perde o próximo capítulo, porque as coisas vão esquentar muito! Muito obrigada de novo pela força de vocês e espero ver os comentários de vocês para esse capítulo! Um beijão para vocês meninas e ME DESCULPEM outra vez! Um beijo e até o capítulo 10!
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