A Espera de Harry



A Espera de Harry

Na rua dos Alfeneiros não havia mais aquele brilho surreal. Antes, os belos jardins chamavam atenção pela conservação e por suas lindas flores. Mas agora havia algo que trazia uma sensação de medo e mal-estar. As ruas estavam vazias e cobertas de folhas e lixos que se misturavam com animas que perambulavam sem destino: cães , gatos , ratos, e diversos tipos de aves podiam ser visto por toda Londres. Parecia que a prefeitura tinha soltado todos os animas que estavam no Centro de Controle de Animais.
No número 4, o jardim , antes conservado, agora tinha a grama alta e várias cadeiras para piquenique encontravam-se jogadas no chão. Tio Valter estava sentado à mesa da cozinha, que estava lotada de contas e remédios. Fizera um mês que fora despedido, e um dos motivos da demissão fora o grande nível de estresse e nervosismo. O Sr. Dursley aparentava ter envelhecido uns 10 anos, e ao mesmo tempo que fazias as contas, assistia ao telejornal:
“...diversas bombas explodiram em Londres, deixando vários cidadãos mortos e feridos. As autoridades continuam investigando, contudo não se sabe quem planejou tais ataques. Fontes ligadas à polícia informaram que estes ataques podem ter sido organizados por um grupo revolucionário. O serviço secreto dará uma coletiva hoje...”
Tio Valter, olhou surpreso para tv e gemeu: _ Como isso pode acontecer? Onde estava a polícia, o exército, o serviço secreto, a S.W.A.T. Não temos mais segurança, apenas impostos, contas...- tio Valter olhou para as contas que estavam em cima da mesa e começou a rasgá-las e depois à mordê-las, mas quando ia começar a colocar a conta de luz e um pequeno envelope vermelho na boca, olhou para o relógio e viu que Petúnia e Duda ainda não haviam chegado do médico. Tia Petúnia começara a sentir fortes dores na mama esquerda, e aquele fato o preocupava.
Não se sabia que todos aqueles fatos eram uma coincidência da chegada do décimo sétimo aniversário de Harry Potter. Uma vez com essa idade ele seria considerado adulto no mundo dos bruxos. Harry estava no seu pequeno e sujo quarto, deitado de barriga para cima lendo um livro, que por tão pesado, fora trazido na noite anterior, por duas grandes corujas selvagens.
A capa do livro era dura e tinha uma cor parecida com negra , quase da cor do petróleo, e estava impresso:
INTRODUÇÃO AO OCULTISMO
ESTUDO DIRECIONADO AO CURSO DE FORMAÇÃO DE AURORES
E logo na parte de baixo do título uma figura negra, metade homem, metade bode.
Harry, nunca tinha visto aquela figura antes, mas aquilo despertou um interesse monstruoso nele. Começara a ler o índice que ocupava três páginas e percebeu que entre os assuntos haviam: Como identificar um animago, modos de tortura (por magia ou por meio de instrumentos inquisitórios), como transformar objetos em chaves de portal e outros segredos. O jovem sabia que aquele livro não fazia parte do material escolar do sétimo ano, que geralmente é uma pilha de livros e objetos, porque não havia recebido a lista de compras, que normalmente chega algumas semanas antes do ano letivo começar, como ainda haveria um mês de férias tal fato despertou em Harry o interesse em saber quem havia enviado aquele livro.
Quando os Dursley chegaram, Harry escutou uma discussão na sala. Tio Valter falava com um tom de desespero na voz, tia Petúnia, não conseguia falar normalmente, a cada frase, tossia, e não era uma tosse normal, e sim uma grossa e áspera. Ele levantou-se rápido para ver o que estava acontecendo, seguiu nas pontas dos pés, pois tal fato era muito estranho, os Dursley , para manter as aparências , nunca brigavam em público. Harry chegou mais perto da escada e viu que o tio estava de pé, olhando tristemente para Petúnia, que estava com a mão esquerda na testa e a direita na mama esquerda. Olhou para os olhos de sua tia, e viu que não havia mais aquele olhar imponente de superioridade, aquela arrogância natural e sim um olhar de súplica e ao mesmo tempo perdão. Harry sentiu uma forte emoção ao olhar para sua tia, e de repente o seu trauma por ter tido uma educação deficiente , havia se apagado, e em seu lugar nascera um sentimento de pena e compaixão. Mesmo não sabendo o motivo daquela tristeza, ele sentiu amor , pela primeira vez , por sua tia. E nesse momento, uma lágrima, uma lágrima apenas, caíra dos olhos de Harry Potter.
Harry sentiu em seu coração uma curiosidade de saber o que estava acontecendo, mas antes de tomar qualquer decisão, voltou ao quarto, pegou a varinha e colocou no bolso lateral, jogou a camisa por cima para esconder a ponta da varinha e foi em direção a sala. Quando pisou na sala, o trio Dursley o olhou, mas não deram muito importância. Tio Valter estava com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, tia Petúnia estava ainda pior, em seu braço direito, haviam furos de agulha. Harry sabia que aquilo não era bom, pressentia que algo ruim estava por vir:
- Tia , o que está havendo? - perguntou.
Tio Válter olhou-o com surpresa e disse:
- Por que você quer saber, nunca se importou, nunca ligou para o que estava acontecendo? Saia daqui! Volte para seu quarto.
- Não, não voltarei, quero saber o que esta acontecendo! - Respondeu Harry com aspereza.
- Harry, esse não é o momento para isso, depois irei ao seu quarto para dizer o que está acontecendo e também o que aconteceu. - disse tia Petúnia.
- Onde está Duda?- perguntou Harry.
- O DUDA, NÃO É DA SUA CONTA!!! - berrou tio Valter.
Cansado da arrogância de seu tio e ao mesmo tempo surpreso, subiu para seu quarto. Naquela noite não houve jantar, tio Valter não assistiu ao telejornal, e Duda não chegou. Harry voltou a ler seu mais novo e fiel livro e já estava no segundo capítulo onde o assunto era a origem dos dementadores. Era meia noite e Harry continuava lendo o livro. Cansado a posição que estava, mudou-a colocando a perna na parede, mas ao mesmo tempo em que se virava, olhou para rua que estava vazia, a não ser pelo grupo de gatos que se encontrava na esquina. Ele achou aquilo estranho, cinco gatos juntos, olhando para todos os lados,” com certeza são aurores” , pensou. Nesse mesmo momento, ouviu passos no corredor, eram passos leves... Toc ! Toc!
- Harry, abra a porta, sou eu, Petúnia.
Harry pensou: “sua voz é inconfundível, não precisa dizer.” Harry levantou-se e foi abrir a porta do quarto. Tia Petúnia estava com suas roupas de dormir e com várias ataduras no braço.
- Harry, esperei seu tio dormir, pois temos muito que conversar, sente-se. - Ele sentou-se na cama e sua tia em um banco que usava para colocar livros.
- Como você deve saber, seu tio está desempregado, e estamos passando por dificuldades. A cada dia que passa aparecem mais problemas, e sei que isso tudo está ligado com a sua maioridade no mundo bruxo. Quando completar 17 anos, a proteção que envolve essa casa vai acabar, e nós, estaremos perdidos. Seu primo foi pego com drogas. Eu estou doente, há algumas semanas, descobri que estou com câncer, e terei que tirar a minha mama esquerda.
Ao ouvir tudo aquilo, os pensamentos de vingança que sempre existiam na sua cabeça, sumiram, e no lugar veio a mesma compaixão que sentira na primeira vez: queria ajudar.
- E o que quer que eu faça? - perguntou Harry.
- Não vá, fique conosco.
- Como?! Por todo esse tempo vocês me trataram como um empregado, um escravo. Nunca fui amado e bem-vindo nessa casa, e agora querem que eu fique! Como?
- Entendo, Harry. Não fomos uma verdadeira família, deveríamos tê-lo tratado com mais carinho , mais amor. No tempo em que foi deixado na entrada desta casa, estávamos passando por problemas. Seus pais tinham sido mortos por Você-Sabe-Quem. Tudo aquilo nos deixou aterrorizados, seu tio estava sem emprego e estávamos prestes a sermos despejados. E, como magia, você chegou, tudo mudou, Válter conseguiu um bom emprego e recomeçamos a pagar a casa.
_ Então você quer dizer que depois na minha chegada, tudo melhorou?
- Sim, mas não tínhamos percebido que a melhora aconteceu com a sua chegada, apenas sabíamos que essa casa iria receber uma proteção contra as trevas.
- Mas por que o ódio pela minha mãe?
- Ciúme. Quando ela recebeu a carta de convocação para estudar na escola de bruxaria fiquei triste, deprimida e com medo. Ela era a única amiga que tinha, mas mesmo quando partiu , continuamos a nos comunicar via coruja. Porém depois de algum tempo as cartas diminuíram, em umas das últimas cartas que ela me enviou, informava que tinha arrumado um namorado. Seu pai, tirou de mim, a pessoa mais importante que eu tinha, depois do papai e da mamãe.
Harry ficou transtornado com todas aquelas informações, nunca tinha pensado o motivo que levaria sua tia ter tanta raiva de seus pais. Sua tia continuou falando.
_ Sei o que esta acontecendo. Dumbledore está morto. Você-Sabe-Quem está vivo e você, já é considerado um adulto. Sei também que nunca ninguém lhe contou exatamente o que houve, ou onde estão os corpos de seus pais. Eles estão enterrados no cemitério de Godric Hollow e acho que você deveria ir até lá. Bem, agora vou dormir. Boa noite!
_ Boa noite._ Harry esperou a tia sair, e como um raio pegou um pergaminho e uma pena. Começou a escrever mensagens, uma para cada fiel amigo, onde contava toda a confissão de sua tia e avisava que iria no dia seguinte ver os túmulos de seus pais. Chamou Edwiges e pediu que ela entregasse as cartas. Deitou-se na cama e recomeçou a ler seu livro. Trinta minutos depois, a coruja branca retornou ao quarto com vários pergaminhos presos em suas garras. O garoto rapidamente pegou a que estava na garra direita e leu:


“Harry,
Peço, pela nossa amizade que não vá. A Inglaterra está sob ataque. Voldemort está em toda parte. A cada dia que passa consegue reunir mais seguidores, até mesmo entre trouxas. Então eu peço: não vá ao cemitério.
Hermione”

Harry logo pensou em como a amiga podia saber daquilo tudo e ele não. E percebeu que precisava ler mais jornais. Decidiu não ler as outras mensagens, pois tinha certeza de que todas diziam para ele não ir. Mesmo assim procurou para ver se tinha alguma mensagem de Gina. Quando achou um papel vermelho-sangue, viu que era a carta que procurava e leu.

“Querido Harry,
Apoio a sua ida ao cemitério, porém você deve saber que é o alvo de Voldemort. E você, como ninguém sabe disso. Mas caso queira companhia, ficarei feliz de acompanhá-lo nesta visita.
Gina.”

Harry ficou feliz e surpreso de ter recebido o apoio de sua namorada. Agora sim estava mais confiante do que deveria fazer, contudo ainda se preocupava com a segurança de Gina, portanto achou que deveria ter o máximo de apoio dos amigos. Pegou mais dois pergaminhos e escreveu mais duas mensagem, para Rony e Hermione. Chamou novamente Edwiges com um assovio e a grande coruja aterrisou no parapeito de sua janela.
_ Entregue isso a Rony e Hermione. Vai!
A ave saiu do quarto em desapareceu na noite. Harry foi para sua cama, deitou-se e aos poucos deixou o sono lhe dominar. No dia seguinte foi acordado por uma gritaria que vinha da sala. Reconhecendo a voz de sua namorada, saltou da cama e foi ao seu encontro. Ao chegar na sala, viu que Gina não estava sozinha, com ela também estavam seus dois maiores amigos.
_Olá, Harry! - disse Gina.- Estava morrendo de saudade, e não via a hora de amanhecer para vir até aqui!
_ Você conhece essas pessoas?- perguntou Petúnia.
_ Sim, são meus amigos.- respondeu Harry.
_ O que eles estão fazendo aqui a essa hora?
_ Hoje eu vou ao cemitério, ver o túmulo de meus pais. Eles vieram me acompanhar.
_ Mas é perigoso, Harry. Tem certeza que você quer ir? - perguntou Hermione.
_ Sim, estou decido. O que acha, Rony?
_ Estou dentro. Quero ir mas o que acha de chamarmos a Ordem da Fênix?
_ Não. Prefiro ir com apenas com vocês. - respondeu Harry.
_ O que estamos esperando? Quando podemos partir? - perguntou Gina.
_ Só vou arrumar as minhas coisas. Você me acompanha?
_ Sim.- disse Gina.- Vocês preferem ficar aqui, não é? - no mesmo momento em que falava lançava um olhar determinado aos dois.
_ Ok. Vamos ficar aqui, esperando...ahn... vocês.- disse Hermione.
_ Tudo bem. Podemos esperar.- comentou Rony.
Gina foi em direção a Harry e lhe deu um breve beijo na boca, depois subiram para o quarto. Na sala, Hermione olhou para Rony e disse:
_ O que será que eles vão fazer?
_ Bom, eu tenho uma desconfiança. - respondeu Rony.
No corredor, Harry e Gina se abraçaram e olhando um nos olhos do outro, começaram se beijar ferozmente. Não havia mais palavras, e sim uma respiração ofegante de prazer. Já dentro do quarto, o rapaz, ao mesmo tempo em que a beijava, tirava as suas roupas, e Gina , por sua vez, rasgava a encardida camisa que ele vestia.
_ Tive vários sonhos com você.- gemeu Gina.
Harry, ao ouvir essas palavras, e cansado de desabotoar os infinitos botões da blusa da garota, ganhou mais fôlego e rasgou-a como uma folha de papel , deixando a mostra os lindos seios da ruiva, que sem demora, foram beijados e acariciados por ele.
Nos momentos que se seguiram o chão do quarto sujo, repleto de pergaminhos e penas, o casal de namorados se entregou ao melhor dos pecados: o prazer da carne.

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