Mackenzie, Sirius e Válter



Capítulo 5 – Mackenzie, Sirius e Válter

A ruiva andava em meio à neve e névoa nos jardins de Hogwarts, se lamentando:
-É, hoje foi o meu dia. Nem deu pra comprar os presentes de natal, vou ter que pedir por coruja. Quem aquele Potter pensa que é? Aff... Ele merecia uns bons sopapos.
Sentou-se embaixo de uma árvore que dava vista para o lago. Estava frio, resolveu calçar os sapatos e as meias. Quando terminava de amarrar o cadarço do segundo, ouviu alguém andando lentamente atrás de si. Levantou-se com a varinha em punho, mas viu que era apenas uma garota estranha, de cabelos curtos num tom alaranjado, do tipo mistura entre castanho e ruivo.
-Ar, quem é você? – a garota sorriu estranhamente e esticou a mão.
-Sou Mackenzie Yale. Você é Lílian Evans não é? – Lílian fez uma cara surpresa.
-Como você me conhece?
-Você é bastante popular na escola. Acho que você nunca ouviu falar de mim não é?
-Hum, pra falar a verdade não. – Lílian falou meio envergonhada, as duas sentaram-se no chão de neve. – Você é de que ano?
-Eu sou do sexto ano.
-Engraçado, conheço muita gente do sexto ano. Sabe quem é Lawrenge McCoil?
-Hum... não pessoalmente, sei que ela é da Grifinória.
-Então você não é da Grifinória? – Mackenzie riu.
-Não sou. Tente descobrir de que casa eu sou.
-Você é amiga de... vejamos... sexto ano... Maggie Gualter?
-Não conheço.
-Jonathas Tolkien?
-Não.
-Joanne French?
-Oh, não.
-Suzanne Marchbanks? Otto Grimaldi? Lucy Stone? – Mackenzie riu mais ainda.
-Nenhum desses. Apenas ouvi falar.
-Oh, oh, oooooh.
-Já percebeu não é?
-Você... hum...é da... ar... Sonserina?
-Sou sim. Espero que não me discrimine por causa disso.
-Claro que não! – Lílian gritou. – pelo contrário! Você parece ser diferente dos outros sonserinos!
-É talvez eu seja. Estava voltando de Hogsmead, sabe começou a nevar e não tinha nada pra fazer lá. Daí vim pra cá e encontrei você.
-Puxa. Bom, acho que agora eu tenho amigos de todas as casas! – ela exclamou feliz. Mackenzie fez cara surpresa.
-Amigos?
-Claro! Ah não ser que você queira um convite formal para começar amizade. – ela falou em tom óbvio, muito feliz por ter encontrado uma sonserina que não lhe xingasse de sangue-ruim.
As duas conversaram muito. Mackenzie era meio tímida, mas Lílian sempre fora alegre e animou a conversa, até porque precisava ficar alegre depois dos acontecimentos do dia. Descobriu que a nova garota não tinha muitos amigos, e desde que o irmão entrou no sétimo ano, ocupado com N.I.E.M.s, não tinha muito tempo para ficar com ela. Seu nome era Gary Yale.
-O Gary nem fala direito com você agora?
-Pra falar a verdade, não. Está muito ocupado com os exames. Ele quer ser Inominável.
-Ah!
-E você tem irmão?
-Aff... Tenho uma irmã: Petúnia. Diga-se de passagem muito chata, mas ela é minha irmã, e a amo como irmã.
-Que ano ela é?
-Oh, não, ela não é bruxa. Sou a única da família.
-Ah claro! Tinha esquecido que você é a única Evans e nasceu trouxa.
-Sem problema!
-Uh, parece que vai nevar de novo. Você vai entrar?
-Vou sim!
As duas se levantaram e foram andando para o castelo. O salão Comunal da Sonserina ficava nas masmorras, então tiveram que se separar no térreo. Lílian gritou um tchau que ecoou pelo corredor vazio, Mackenzie já na metade do corredor apenas levantou a mão em sinal de tchau.
Lílian estava meio que coberta de neve, correu para a Torre, e ao entrar no Salão Comunal ouviu um grito e alguém caindo em cima dela. Pelas mechas loiras que escorriam no seu rosto, ela pôde adivinhar quem era. Ficou vermelha ao perceber que todos no Salão estavam olhando a cena e murmurou ansiosa:
-Marissa sai de cima de mim, POR FAVOR.
Ela saiu de cima da ruiva, que sentou massageando a cabeça.
-Pode me dizer srta. Evans ONDE SE METEU A TARDE INTEIRA? – ela falou com a mesma voz que a professora McGonnagal usava para repreender os alunos atrasados. Lílian apenas se levantou espanando a neve dos ombros, sorrindo.
-Estava com Mackenzie.
-Com quem?
-Mackenzie Yale, vocês não a conhecem, e até umas horas atrás eu também não.
As duas atravessaram o Salão e sentaram-se no sofá perto da janela onde estava Agatha.
-Está me dizendo que a tarde inteira você estava conversando com uma garota que tinha acabado de conhecer? De onde tirou tanto assunto?
-Foi surgindo simplesmente. E vocês não sabem o mais interessante dela.
-O quê? – as outras duas perguntaram.
-Ela é da Sonserina.
-O QUÊ? – Marissa berrou, mas Agatha disse:
-Qual o problema de ela ser da Sonserina?
-Ela, ela não te xingou Lily? Sei lá, ela pode ser amiga daqueles nojentos que te chamam de você-sabe-o-quê. – Lílian soltou uma gargalhada sonora.
-Ela não é desse tipo. E não, ela não é amiga dos que me chamam de sangue-ruim.
Marissa pareceu se convencer, então lembrou de algo.
-Ooooo, Lily, o que aconteceu com você hoje hem?
-Hã?
-Remo e Tiago estavam estranhos, achei que...
-Ah, isso.
-O que foi? – ela pressionou.
-É impressão minha ou estou boiando aqui hem? – Agatha reclamou.
-Escutem vocês duas. – então contou toda a história, e cada vez mais a boca de Agatha abria e as sobrancelhas de Marissa arqueavam. Quando acabou, ficaram em silêncio um tempo. Então Agatha falou:
-Eu não acredito que ele teve a coragem de fazer isso.
-Mas teve. Estava sentida até que chegou Mackenzie. Ela me distraiu e eu até esqueci disso. Quero que vocês a conheçam amanhã. Ela é tímida, mas precisa de amigos. Mas me contem, como foi o dia de vocês?
Marissa contou como acabou com Justin, como viu o Snape de cuecas, “Que coisa nojenta Marissa”, disseram as outras duas, e como veio conversando com Lupin até a Torre. Ficaram discutindo sobre o que seria que Tiago queria mostrar a Remo. Então Lílian perguntou:
-Hey Agatha, o que ficou fazendo a manhã inteira (sendo que ficou a tarde com Marissa)?
Se Lílian ficava vermelha quando nervosa, Agatha ficava pálida (sim mais do que já é).
-Nada de importante. – ela murmurou. Marissa se aproveitou:
-Huuuum, o melhor é perguntar COM QUEM ela estava não é?
-Marissa, você e sua mente pervertida.
-Não sou pervertida, apenas conheço voc... o que foi Lily? – ela indagou meio brava, Lílian estava tendo um suspeito ataque de tosse.
-Eeeeeuu? Nada. Acho que vou ficar gripada, depois de tanto tempo lá na neve.
Agatha deu uma risadinha quando a amiga disse “Eu” ironicamente, lembrando de outra cena.

-oooh você está dizendo que eu canto mal?
-Eeeeeeeeeeu? – ele perguntou em tom de falso espanto – Como você pode pensar tamanha calúnia? Oh céus, ó Merlin! – ele fazia cara de sofredor. Recebeu uma bolada de neve na boca.
-Seu cara-lisa! – ela falou rindo.

Do outro lado da sala...

-Pelo menos você já sabe que Drew Jones bate forte.
-Muito espirituoso Almofadinhas, estou morrendo de rir.
-Veja pelo lado bom, essa ruiva não vai nem lhe dirigir a palavra por um bom tempo, ou seja – Sirius passou a contar nos dedos – sem tapas, sem gritos, sem foras, sem... – foi interrompido por Remo:
-Sem noção isso sim. Lílian vai te matar.
-Problema dela. Ninguém mandou sair com um idiota feito o Jones. Kloudys é de que ano Sirius?
-O quê?
-Aquela garota que você disse.
-Ah, ela é sexto, por quê?
-Nada.
-POR QUE?
-Você vai saber.
-Achei que não tivesse segredo entre marotos.
-Você vai saber logo, logo. Palavra Imensurável de Maroto.
Pedro que comia uma maçã parou no ato. Remo e Sirius se entreolharam.
-Você sabe que a Palavra Imensurável é sagrada e perpétua não é Pontas?
Tiago bufou.
-É claro que eu sei. Caso não lembrem, eu estava junto quando o Sagrado Mandamento Maroto foi escrito. E o livro que guarda isso está inclusive na tábua solta embaixo da minha cama. – ele disse sério destacando o “minha”.

-*-

Passou-se a semana como um raio, e os estudantes mal sentiram. Oficialmente Marissa e Agatha eram amigas de Mackenzie agora. Tiago Potter continuava indo para a detenção com o Filch, voltando quase meia-noite todas as vezes. A tensão entre Corvinal e Sonserina aumentava a cada dia, graças ao jogo do sábado que todos esperavam. Os monitores estavam ficando loucos, inclusive Lílian.

A ruiva andava pelo corredor na quinta-feira à noite, fazendo sua ronda. Já tinha tirado pontos de três alunos da Sonserina, dois da Corvinal, e um engraçadinho enxerido da Grifinória, além de algumas detenções. Estava pensando em voltar para a Torre quando viu duas sombras mais na frente. Apressou o passo e o que viu não era nenhuma confusão entre Sonserinos e Corvinais, e sim um AGARRAMENTO entre um grifinório e uma corvinal, como viu pela farda. Ao chegar mais perto viu quem era...

Tiago Potter e Katherine Kloudys.

“Muito bem, é assim que ele diz que quer sair comigo, que legal, essa é para você aprender Lílian Evans. Pois bem, postura ereta, queixo pra cima, cara de mau.”

-Boa noite! – ela falou mas embora o corredor estivesse deserto e silencioso, o casal continuou se amassando.
-Boa noite! – ela aumentou o tom de voz, mas Katherine apenas riu enquanto Tiago beijava seu pescoço.
-BOA NOITE! – ela gritou desta vez e eles pareceram se tocar, pois deram um pulo como se tivessem levado um choque. Tiago fez cara enjoada enquanto Katherine tinha um sorrisinho superior. Lílian odiou aquele sorriso.
-Acho que 10 pontos a menos para Corvinal e Grifinória vai fazer os dois aprenderem a não andar por aí depois do horário.
-O quê? – Tiago reclamou indignado. – Você não pode fazer isso!
-Ah posso sim Sr. Potter.
-Mas eu estava em uma detenção!
-Sério? Falou certo: estava. Se você estivesse saindo da detenção agora, e encaminhando-se para a Torre, eu não diria nada. Mas, você estava estacionado no meio do corredor, e arrastando outra aluna. Srta. Kloudys, eu acho que você pode voltar para seu dormitório – ela lançou um olhar mortífero - e Sr. Potter, acho que também pode ir para o seu dormitório agora.
O maroto fechou a cara, virou-se para a corvinal, sussurrou algo em seu ouvido no que ela sorriu esperançosa, deu-lhe um selinho e saiu. Quando o moreno voltou-se para Lílian, ela já estava no meio do corredor, a caminho da Torre da Grifinória. Ele foi até ela.

-Satisfeita agora Evans?
-Muito.
-Por que você faz isso? – ele perguntou olhando para ela, que virou-se para encará-lo.
-Isso o quê?
-Vive cortando o meu barato. – ela virou o rosto para a frente.
-Não cortei o seu barato, apenas fiz o que é a minha função. Nada da sua vida me diz respeito, e se eu não fosse monitora apenas passaria direto por vocês dois.
-Hum.
Os dois foram caminhando em silêncio. Quando chegaram ao Salão Comunal (“Árvore de Natal”), Lílian se encaminhou de imediato para o dormitório, mas Tiago segurou seu braço.
-Posso lhe perguntar uma coisa?
-Pergunta logo Potter, eu quero ir dormir.
-Você ficou com ciúmes?
-Ciúmes de quê?
-Da cena que você teve que presenciar.
-Por que eu teria ciúme? Me poupe Potter eu tenho mais o que fazer.
-Então por que você tratou a menina daquele jeito?
-Acho que eu já lhe disse, é a minha fun...
-Pois EU ACHO que aquele olhar de matar rabo-córneo-húngaro não foi bem por causa da sua função.
-Muito engraçado Potter, com licença.
-Não vai me dizer o porquê?
-Potter, você está me machucando, me larga! Pára com essa insistência idiota.
Ele a largou, olhando-a estranhamente. Lílian correu para o dormitório. Ele ficou mirando a escada. Murmurou consigo:
-Não consigo deixar de gostar de você mesmo tentando.
E subiu para o próprio dormitório.

No dormitório das meninas...

Lílian entrou intempestivamente no quarto, as outras dormiam, exceto Sabrina, que lia e ao vê-la entrar daquele jeito perguntou:
-O que aconteceu Evans? Tem alguém lhe perseguindo? – ela falou em tom de brincadeira.
-Nada não. O que está lendo? – apontou para o livro da garota.
-Ah, é um romance trouxa.
-Não sabia que gostava de literatura trouxa.
-Minha mãe é mestiça, ou seja, minha avó era trouxa. Ela sempre me dava esses romances.
-E qual é a história? – ela sentou-se na beirada da cama da garota, interessada.
-Amor de Verão, de Álvaro Cardoso Gomes.
-Esse livro não é inglês.
-Não, essa é a tradução. É um livro brasileiro.
-Oh!
-Só faltam duas páginas para eu terminar. Você quer emprestado?
-Quero sim! Obrigada.

-*-

Válter pendurou-se no galho do abacateiro e, com um impulso mais forte, subiu na árvore. Depois, de galho em galho, foi subindo, subindo, cada vez mais alto. Quase no topo do abacateiro, sentou-se numa grossa forquilha. Lá de cima, dava pra ver o telhado da casa de Ana. Será que ela ainda estava conversando com aquele imbecil? Talvez não: Ana era muito caprichosa, e a coisa que mais gostava de fazer eram as lições Todo santo dia, das duas ás cinco da tarde, Ana se trancava no quarto e ficava estudando. Não era à toa que tirava as melhores notas da classe...

-LÍLIAN!
A ruiva se assustou deixando cair o livro. Estava lendo Amor de Verão, o romance que Sabrina Gold lhe emprestara quando Marissa gritou no seu ouvido.
-Eu ainda preciso dos meus tímpanos loira folgada.
Ela bufou.
-Pelo amor de Merlin, é sexta-feira Lily, você não vai ficar aí lendo né?
-Deixa eu ler Marissa, a história é boa.
-Sobre o que fala?
-Ah! O personagem principal é um cara de óculos chamado Válter – ela empolgou-se – Ele é apaixonado por uma menina muito bonita, que todos os garotos correm atrás e que é muito inteligente, o nome dela é Ana.
Marissa pegou o livro e leu uns trechos, depois sorriu.
-Que bonitinho, é parecida com outra história que eu conheço.
-Qual?
-Uma garoto de óculos é apaixonado pela cdf bonita e popular, só que ele vive atrás dela e ela nem liga. Ah! E as meninas correm atrás dele também.
-Que história é es... MARISSA!
A loira pôs-se a rir escandalosamente, atraindo a atenção no Salão Comunal. Marissa saiu correndo e quando chegou perto do buraco do retrato gritou para Lílian:
-Se você quiser pode ficar aí! Eu conheço alguém que vai te tirar daí e vamos aproveitar a sexta-feira!
-De quem você está falando? – ela berrou, mas Marissa já tinha saído. Voltou a ler, e minutos depois sentiu alguém sentar ao seu lado no sofá, ao olhar lá estava: ninguém mais ninguém menos que Sirius Black.
-Boa tarde Evans!
-O que você quer Black, não vê que estou lendo?
-Bom, me pediram para vir aqui tirar você desse sofá e o livro das suas mãos.
-Ah qual é a delas hem? Eu não posso ler um pouquinho não?
-O que está lendo? – ele debruçou-se por cima para ver o trecho que ela lia. – É um romance trouxa!
-E daí?
-Nada. Só que nunca pus as mãos em um.
-Sei, sua família.
-E esse livro é bom?
-É sim estou adorando!
-Posso ler com você?
-Por que? – ela indagou desconfiada. Ele deu de ombros.
-Sempre quis ler algo do tipo, Aluado diz que são muito bons em escrever. Sabe, os trouxas.
-Tudo bem! Se você conseguir acompanhar meu ritmo.

Sirius mostrou que conseguia, e em pouco tempo já estava totalmente imerso na história. Já haviam passado várias páginas quando Marissa surgiu na frente dos dois.
-Sirius Black! Eu pedi para você vir aqui pra você fazer a Lílian PARAR de ler, e não ler COM ELA!
-Ora qual é Schindel, a história está até boazinha.
Ela bufou.
-Eu não volto mais! – e saiu pisando duro. Sirius riu.
-Vocês são todas de personalidade forte hã? Bom, depois eu pego a história com você. Quero ver a parte que ele chega no sítio do Marcel.
-Tudo bem!
-Hum, Evans?
-Sim Black?
Ele esticou a mão.
-Trégua?
Ela sorriu e apertou a mão dele.
-Trégua.
-Amigos então?
-Amigos Sirius!
Ele deu seu sorriso de eu-tenho-32-dentes e saiu. Lílian olhou a paisagem lá fora, pela janela trás de si. Era de tardezinha, quando o sol estava fraquinho e gostoso. Muita gente estava pelos jardins cheios de neve. Lílian subiu, guardou o livro, e desceu rapidamente para os terrenos, vestindo um casaco. Viu que Marissa, Agatha e Mackenzie jogavam Snap Explosivo. Olhou por trás de Marissa, que não tinha notado a ruiva. Uma jogada em falso e ela perderia. Resolveu aprontar, quando ela ia pegar uma carta Lílian deu um berro: “MARISSAAAA” o que fez com que a loira tomasse um susto, pegando outra sem querer, e a coisa toda explodiu na cara dela.
-LÍLIAN EVANS! EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO!
Se levantou e com as mãos preparadas (das três a que batia mais forte era ela) e pôs-se a correr atrás de Lílian, que saiu correndo. Todos os que estava em suas rodinhas, aproveitando o final do dia ficaram olhando para as duas e rindo da cara suja de Marissa.

Lílian mal via aonde ia. Então notou uma cabeleira negra e cacheada, correu para o garoto e se jogou atrás dele.

-SIRIUS ME PROTEGE DESSE MONSTRO!
Marissa tentava bater em Lílian, que usava Sirus como escudo, e acabava sendo acertado pelos socos e tapas da loira.
-Ai, ai. Você bate FORTE sabia disso?
Lílian olhou por cima do ombro de Sirius, se erguendo na pontinha dos pés (ele era o mais alto dos marotos, em seguida vinha Tiago, Remo, Pedro).
-Ela só não admite que perdeu.
-QUE EU PERDI? VOCÊ FEZ ISSO COM A MINHA CARA! – ela urrou dando um tapa no ombro de Sirius com uma mão e apontando pro próprio rosto coma outra. O maroto resmungou:
-AI CRIATURA!
-EU TE PEGO EVANS! SÓ VAI TER PICADINHO DE VOCÊ PARA A LULA GIGANTE! – ela contornou Sirius e Lílian deu um grito, virou-se já correndo por impulso e acabou batendo de frente com alguém, que a segurou pela cintura. Quando ela viu que estava a meio caminho do chão segura apenas por uma mão se segurou nos braços do seu “salvador” (em menos de um segundo depois da batida), e olhou para cima, apenas para ver o rosto de Tiago Potter. Ficou MUITO vermelha e rapidamente se ajeitou ficando de pé por conta própria.
-Hum, obrigada Potter. – ela falou sem graça, alisando a roupa, disfarçando o rubor. Ele a olhou de jeito estranho, “Já está virando moda” ela pensou, e disse:
-De nada. Só tome mais cuidado da próxima vez. – ele falou com voz levemente enjoada e saiu, com Sirius no seu encalço. Marissa já tinha esquecido que estava com a cara toda suja.
-Hum, clima hem?
-Me poupe Marissa. – no que a loira revirou os olhos. Voltaram para a rodinha, no que Agatha perguntou:
-O que foi aquele espetáculo suas loucas?
-Você vai ver Springmeyer, eu ainda venço você nesse jogo!
A morena bocejou.
-Vai procurar alguém pra se agarrar loira folgada, já cansei desse jogo.
-Está entediada é?
-Pra falar a verdade, estou sim. – e dizendo isto deitou-se na grama de neve (todos usavam casacos), olhando o céu que já tomava um tom rosado.

As quatro estavam conversando, Agatha deitada de costas para o lago, Mackenzie do seu lado esquerdo com as pernas cruzadas como um índio, do seu lado esquerdo Marissa, que estava meio que de frente para Agatha, e do seu lado esquerdo Lílian, de costas para o castelo. Mackenzie falava o porquê de ela e o irmão terem ido para a Sonserina.

-Somos sangues-puros há muitas gerações por descendência de pai, e por parte de mãe as relações com trouxas foram cortadas há uns 100 anos. Os dois foram da Sonserina. Além do mais, nós não temos nenhum talento especial, sabe, coragem ou inteligência para sermos Grifinória ou Corvinal, como aconteceu com Sirius Black. Eu ainda preferia ter ido para a Lufa-lufa, mas o sangue falou mais alto. Eu acho que meu irmão deveria ir para a Corvinal, ele é muito inteligente, está estudando para os N.I.E.M.s
-Não entendo, ser sangue-puro não é motivo para arrastar vocês para a Sonserina. – afirmou Agatha. – Veja Sirius Black, Tiago Potter, aquela família tradicional, os Weasley...
-É, mas agora não adianta mais. Ainda bem que... o que ele está fazendo aqui? – a última parte ela murmurou para si mesma, como se pensasse alto. Os olhos cinzentos fixaram-se num ponto atrás de Lílian. Marissa arqueou as sobrancelhas. – Achei que estivesse estudando. – Mackenzie perguntou para a pessoa atrás de Lílian, que se virou para ver quem era.

Em pé de frente para a roda estava um garoto alto (mais alto que Sirius), cabelos castanhos nem claros nem escuros, olhos cinzentos e uma feição conhecida. Usava um gorro (de onde saíam as mechas) e um casaco de gola alta, ambos com um pouco de neve por cima. Lílian não soube o porquê, mas sentiu o rosto esquentar. Mackenzie se levantou.

-Oi Gary!
-O que você está fazendo aqui fora? Eu te procurei, mas disseram que você tinha saído. – ele falou. Tinha a voz levemente rouca. A feição conhecida era porque os dois (Mackenzie e Gary) tinham o rosto parecido.
-Eu estava só aproveitando a sexta-feira com minhas amigas. – ela falou empolgada, os olhos brilhando, via-se que ela adorava o irmão, que olhou indagador para as garotas, que já tinham se levantado. A irmã apresentou-as – Essa aqui é Agatha Springmeyer, Marissa Schindel, Lílian Evans. – ele apertou a mão das três, mas ao cumprimentar Lílian, olhou-a bem nos olhos. Ela sentiu que o rosto esquentava de novo.
-O.k., se cuida, não fica muito tempo aqui fora que já está escurecendo. – ele falou olhando agora para a irmã. Deu-lhe um quase imperceptível sorriso e um beijo na bochecha. Aconchegou o casaco e saiu para o castelo. Mackenzie sentou-se sorrindo muito.
-Ele não é lindo? – ela perguntou carinhosamente. Marissa murmurou bem baixinho um “sim”, as outras não disseram nada.

-*-

Válter sentiu o coração bater mais forte. Então, a Ana tinha dado o fora no Natinho! Justo no Natinho. Mas se ela não queria saber do Natinho, ia querer saber dele? Válter, larga de ser besta. E se fosse falar com ela? Custava? O máximo que podia ouvir era um não. Ou mesmo um sim. A na nunca ia lhe dizer um sim, ainda mais depois de dar um fora no Natinho. Vê se te enxerga Válter.

Estavam todos tomando café da manhã, em cada mesa os alunos usavam cachecóis e gorros com as cores da sua casa. Lílian entre uma mordida e outra da torrada com geléia, lia um trecho do livro. Agatha apenas ria da cara entediada de Marissa. Os marotos entraram no Grande Salão. A loira sorriu maliciosamente para Lílian, se levantou e chamou bem alto:
-HEEEEEY!!!!!!! SENTEM AQUIIIII!!!!!!!!

Lílian se engasgou com a torrada e pôs-se a tossir.
-O que pensa que está fazendo loira folgada? – ela perguntou entre os dentes, num murmúrio em tom letal.
-Chamando eles para comer conosco, quem sabe eles não assistem ao jogo tamb... a qual é não me olha assim – Lílian havia dado seu melhor olhar rabo-córneo-húngaro (como dizia Tiago) – Acho que se você é amiga do Sirius e do Remo não importa que o Tiago esteja junto não é?
A ruiva apenas voltou a ler, contando até 10 mentalmente. Sabia que ela fazia isso para lhe irritar. Sentiu que alguém sentava do seu lado direito. Olhou e viu Sirius, que estrategicamente estava entre ela e Agatha. Tiago sentou-se em frente à Lílian, Marissa do seu lado e do outro, Remo. Como não havia mais lugar, Pedro sentou-se em algum ponto mais perto. Tiago puxou conversa.

-Então Evans e Sirius são amigos agora, que gracinha – ele falou no seu (agora costumeiro) tom levemente enjoado.
-Pois é Pontas, é pra quem pode ser amigo da ruiva.
-Sirius Black!
-Calma ruiva, eu prometo que nunca mais te chamo de ruiva, apesar de você ser ruiva, tá ligada né ruiva?
-Sirius amoooor – ela chamou sarcasticamente, depois usou seu tom letal – você está tirando onda da minha cara?
-Claro que não Lílian! Como eu poderia? – ele perguntou num tom de espanto irônico, colocando mão no coração fingindo estar afetado. Ela apenas riu e deu-lhe um tapinha no ombro.
-Me poupe Sirius.
-EI! Você está lendo o livro e nem me chamou! – ele protestou quando ela voltou a ler.
-Sinto muito se esqueci você – ela disse em tom fingido – mas venha, pode ler.
-AI MEU MERLIN AGORA SÃO DOIS! Me encontrem no campo. – Marissa disse já com raiva do bendito livro. Mas Tiago perguntou:
-Que livro é esse?
- Amor de Verão.
-Hum.

Continuaram comendo, Lílian se demorou um pouco porque Sirius queria ler. Então chegou na mesa Katherine Kloudys, que sentou-se no lugar onde estava Marissa e deu um selvagem beijo em Tiago. Sirius fez uma cara de “puxa vida”, parecida com a que Shrek faz no filme. Remo apenas fez uma careta por estar ali de vela, Agatha abaixou a cabeça para o prato e ignorou. Lílian olhou surpresa para o casal, mas não fez nada. Quando terminaram o beijo, Tiago estava com um sorriso deformado (como se prendesse uma careta) e ela olhou maliciosamente para Lílian.

-Oi Evans! Parece que sua dor de cotovelo passou. – ela falou maldosamente e todos na mesa gemeram baixinho, incluindo Tiago. Lílian levantou os olhos para a corvinal, estreitando-os e dando o seu terceiro olhar letal do dia, só que esse realmente assustou a garota, pois ela se encolheu ao lado de Tiago.

-Você deve ter se enganado Kloudys – ela sussurrou num tom que todos se assustaram, ela falava ameaçadoramente – Eu não lhe devo explicação nenhuma, mas vou lhe dizer: Não! Eu não estava com dor de cotovelo, mas pelo menos não sou eu que fico me esfregando com os outros como uma enguia execrável pelo colégio à noite.

Todos prenderam a respiração enquanto Sirius assoviava baixinho. A corvinal ficou MUITO vermelha com o fora. Fez uma cara brava e tentou responder, para não fazer papelão na frente dos outros.

-Você não pode falar assim comigo! – ela disse com voz esganiçada, tentando (só tentando) parecer tão ameaçadora como Lílian. – Er... Sua...Sua... Sangue-ruim!

Foi a gota d’água. Antes dos outros pensarem Lílian se debruçou por cima da mesa e deu um tapa na cara da corvinal. Esta não deixou por menos, sabia agir melhor que falar então puxou o cabelo da ruiva, que passou para o outro lado da mesa, e as duas começaram a se atracar. Katherine era mais pesada que Lílain, logo, mais lenta e acabou sendo derrubada. A ruiva sentou em cima da barriga dela, numa cena bem “Celebridade” (novela das 8) e ficou dando-lhe tapas seguidos, a outra pegou sua mão no ato e mordeu, no que Lílian gritou de dor. Katherine segurou-lhe os cabelos e inverteu a posição, mas antes que fizesse qualquer coisa, Tiago e Remo a seguraram, enquanto Sirius, Agatha e um quartanista que estava por perto seguravam Lílian. As duas tentavam se soltar, tenando chegar na outra e terminar o serviço, mas ouviram a voz de McGonnagal:

-Por hoje chega!



N/A: O.o que briga. Mas essa corvinal mereceu, chamar Lílian de sangue-ruim. Capítulo 6 sendo iniciado!! ;-)

Amanda Regina Magatti: Sério? Oooo que bom que você sentiu isso. Muito obrigada pelo coment!!

Para fazer uma autora feliz, deixe o comentário, iaiaiooo, se tiver bastantes coments o capítulo sai mais rápido, iaiaioooo

MALFEITO FEITO NOX






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