Brigas cá, amizades lá



Capítulo 4 – Brigas cá, amizades lá.

Tiago a olhou estupefato.
-Quê, mas...
-Nada de mas Sr. Potter. Sua detenção começa hoje a noite, esteja na sala do Sr. Filch às 6:00, nada de atrasos ou isso será compensado no seu horário de término. Todos os dias sem exceção até o sábado da semana seguinte a esta que vem.
-Mas professora, isso quer dizer todos os dias até o recesso.
McGonnagal o olhou severamente.
-Que bom que entendeu Sr. Potter. Com licença.

Ela saiu, e Lílian não perdeu um segundo em passar por eles, disse a senha para a Mulher Gorda, “Peru Recheado”, e entrou na torre, no que Tiago e Remo foram atrás dela, Remo meio que obrigado.
-Hey Lílian, por que você me dedurou?
-Porque você mereceu. E para você eu sou Evans. – ela respondeu num tom malcriado e sem se virar.
-Aquele cara não queria nada com vo...
-ATÉ ONDE SEI ISSO NÃO É DA SUA CONTA POTTER – ela berrou e virou-se, o rosto estava novamente manchado em lágrimas. Alguns segundanistas que não podiam ir a Hogsmead viraram-se assustados. Tiago queria abraçá-la, odiava vê-la chorar, mas sabia que ela não permitiria. Alguém entrou no Salão Comunal.
-Lílian eu fiz isso pro seu próprio bem! – Tiago gritou
Mais uma risadinha desdenhosa.
-Você só está inconformado porque achou que ia se safar e acabou pegando uma detenção – ela falou com a voz embargada.
-Nunca, você sabe que eu me importo com você e...
-Tem certeza Potter? Não é bem o que eu tenho presenciado nos últimos anos.

FLASHBACK

Lílian Evans estava na sua terceira semana em Hogwarts, mas muitos alunos já estavam pegando no seu pé. Dentre eles Lúcio Malfoy, um aluno do quarto ano.

-Olha, lá vem a sangue-ruim! – ele falou quando ela passou por um grupo do quarto ano carregando nos braços três livrões MAIS a mochila pesada. Todos riram. Ela tentou passar mais rápido, porém trancaram a passagem.
-Deixa eu passar por favor. – ela murmurou tímida.
-Ah, não sangue-ruim, primeiro vai me dizer o porquê de tantos livros. É pra ver se enfia alguma coisa de bruxo nessa cabeça trouxa?
Lílian já tinha os olhos brilhantes.
-Por favor me dá licença.
-Escuta aqui pirralha ruiva, o que você está fazendo aqui hem? Vai pra casa chorar no colo da mamãe vai! – o corredor explodiu em risadas. Uma lágrima caiu solitária. Lílian se esgueirou por entre os alunos e conseguiu chegar ao outro lado. Nem se virou: saiu correndo. Quando chegou, alguns corredores depois, em um deserto, sentou no chão com a cabeça nos braços e desabou em lágrimas. Então ouviu passos, e levantou-se rápido, achando que eram os sonserinos. Mas eram quatro garotos da Grifinória. “Dá no mesmo”, pensou Lílian e virou-se para ir embora, mas eles já tinham visto a garota.
-OI! – o garoto de cabelos negros e óculos berrou, no que um outro de cabelos também negros acompanhou.
-FALA EVANS!
-Me deixe em paz.
-E aí foguinho? Achei que tivesse te dado o feitiço para apagar fogo.
-Acho que ela não soube fazer Tiago, olha só, está até chorando.
-Não Sirius, ela não está chorando por causa disso. Mas eu sei o que é.
-Você sabe? – ela perguntou com a voz fraquinha.
-Claro. Mas eu recomendo que chore mais porque essas lágrimas aí não apagam nem fósforo.
-EU TE ODEIO POTTER!



FIM DO FLASHBACK

Tiago ficou vermelho e murmurou:
-Não me orgulho do que fiz antes com você.
-Pelo menos com isso você se conforma.
E correu para o dormitório.

O maroto baixou a cabeça.
-Eu vou tomar banho, limpar esse sangue.
Ao se mexer percebeu que todos no Salão olhavam para ele, que disse grosseiro:
-Que foi? Nunca viu? Se sou tão bonito, podem fotografar!
Subiu para o dormitório, e trancou-se no banheiro.

-*-

Lílian entrou correndo no banheiro do quarto, e começou a tirar a roupa. “Que mania estranha essa da Lil”, era o que dizia Marissa. Despiu-se e entrou no chuveiro, sem se preocupar em colocar água quente. Fazia muito frio lá fora, e os alunos que ainda estavam em Hogsmead estavam congelando, e já caía uma espécie de garoa mais gelada, o que indicava que em breve teriam neve.

O jato d’água veio forte e congelante, mas ela nem notou, apenas o deixou correr pelo corpo enregelado e ensopar os cabelos ruivos. Depois que se sentiu que estava morrendo de frio, saiu, enxugou-se e vestiu uma calça qualquer que pegou pela frente e um casaco quente. Descalça sentou-se na cama, enrolou o lençol pelos braços e desabou por completo. Chorou, chorou, chorou. Depois, como todo mundo que chora, achou que já era hora de parar. Lavou o rosto e viu que aquelas marcas básicas embaixo dos olhos (meio inchado, meio roxo de quando a gente chora) não iam sair até o almoço.
“Legal Lílian Evans, agora todo mundo vai ver que a boboca chorou, trate de parecer o mais natural possível”.

-*-

Tiago saiu do banheiro enrolado numa toalha e sacudindo os cabelos molhados. Remo lia um livro intitulado “Lobisomens: Levando uma vida comum”. Tiago reparou.
-Pra quê está lendo isso? Você já tem uma vida normal.
-Eu sei disso, só peguei para me distrair.
Tiago caminhou até o malão, abaixou-se para procurar uma muda de roupa, e Remo perguntou:
-Pontas, você vai falar com a Lílian?
O maroto parou em meio da sua busca por roupas. Sabia que teria que falar com Lílian. Mas ela ia querer? Era mais provável que quisesse apedrejá-lo essas horas.
-Vou ter que falar eu acho.
-Hum.
-Vou só dormir um pouco pra ver se minha boca pára de latejar. Está inchada?
Remo olhou para o amigo e sufocou uma risada, ou seja: tinha uma voz estranha ao falar.
-Está sim.
Tiago notou a intenção do maroto e bufou. Começava a chover pesado.
-Essa chuva só me dá mais sono. Se não parar de doer depois do cochilo, vou à Enfermaria antes do almoço.
E entrou no banheiro para se trocar. No dormitório Remo explodiu em risadas. Ouviu um grito vindo do banheiro. Era Tiago que se olhava no espelho e via que sua cara estava um bagaço, inchada, arranhada, roxa. Seria um longo dia.




Tiago Potter estava deitado, dormindo. Então sentiu que estava cada vez mais quente, tirou o lençol, mas pareceu que piorou. Abriu os olhos para abrir a janela e viu que sua cama pegava fogo. Deu um salto e correu para o banheiro. Ligou o chuveiro, mas o fogo que estava no pijama não apagava. Começou a tirar a roupa, ficando só de cuecas, mas a cueca também estava em chamas. Quando ia tirá-la ouviu uma batida de porta, e lá estava ninguém mais ninguém menos que Lílian Evans, os cabelos soltos, usava uma estranha túnica branca, presa por um nó no pescoço, e o resto solto, como se fosse apenas um monte de pano branco preso no pescoço. O.k., ela estava TERRIVELMENTE SEXY. Ela começou a andar na direção dele, com um olhar sedutor, tipo Fergie, ele nem sentia mais que estava queimando (literalmente), só andou até ela, a segurou pelos braços. Ela deu um sorriso pervertido, e passou o dedo pelo tórax de Tiago, deixando um rastro de fogo. Ele sentiu um arrepio, por onde ela passou o dedo estava ardendo. Então ele viu: “Oh, que legal Tiago Potter, você está pegando fogo, justamente ONDE SUA RUIVA LHE TOCOU!”. Emocionante. Ela se soltou dos braços dele e levou as mãos até o pescoço, desamarrando o nó da túnica, que caiu no chão. Ela usava uma fina lingerie vermelha, que pegava fogo. “Acorda Potter, você está pegando fogo, sua ruiva está pegando fogo, seu quarto está pegando fogo, e ela está de LINGERIE VERMELHA!”. Ela começou a empurrá-lo para a janela, debruçou-se sobre ele, que a esta altura estava com dificuldade para respirar, ela roçou a boca na dele e o empurrou de vez, ele foi caindo, caindo, pegando fogo, oh sem fumaça! Engraçado que você só percebeu isso agora Tiago Pontas Potter...espera aí, EU TO CAINDO, MINHA RUIVA TÁ RINDO MAQUIAVELICAMENTE DE MIM DA JANELA COM...COM O DREW JONES? O QUE É ISSO LARGUE EL...

POF

Tiago levantou do chão suado e respirando fundo. Que sonho! Levantou-se e olhou para o relógio. O.k., ainda devia ter um empadão para ele. A chuva tinha passado, mas o ar ainda estava com aquele cheiro esquisito de que choveu, e o céu estava escuro. Levantou-se rápido e lavou o rosto. O.k., apenas tentou tirar o suor, porque a condição dele estava terrível. A boca só latejava mais agora que tinha caído com ela direto no chão.

Correu muito para pegar o almoço. Chegou quase derrapando no Grande Salão. Remo terminava de comer, mais alguns aluninhos dos primeiro e segundo anos, e ao correr melhor o olhar viu que sua ruiva estava do outro lado da mesa de onde estava Remo, a umas 20 cadeiras de distância, sendo que mais perto da entrada. Não havia mais ninguém. Ela usava um casaco trouxa verde e calça jeans batida, e o rosto estava com uma expressão estranha, como quem dormiu com a cara no travesseiro. Mas sabia que era porque ela havia chorado. Ele tinha estragado o dia dela. Passou pela ruiva olhando significativamente, mas ela apenas continuou comendo.

Se ela ignorava, era melhor ele deixar pra depois. Sentou-se na frente de Remo e pegou um empadão, quando o colocou no prato, a tigela e o resto do almoço sumiu, dando lugar a uma torre de 3 andares de torta de caramelo. Tiago praticamente engoliu o empadão, fazendo caretas, resmungando e gemendo com a boca machucada e pegou um pedaço de torta vantajoso. Tinha uma queda tão grande por caramelo que tinha certeza que se tivesse um filho, ele adoraria caramelo.

Ele viu que Drew Jones chegava com a cara enfaixada, e olhando feio para a mesa da Grifinória. Quando achou Lílian comendo sozinha, encaminhou-se até ela, e debruçou-se na mesa do lado oposto á ela, falando com raiva:

-Conseguiu Evans, desse jeito, eu vou ter que faltar ao treino de hoje à noite, que é muito importante para meu jogo contra Sonserina semana que vem. Acho que era esse seu plano o tempo inteiro não é? Aliás, o Potter também é do time não é mesmo? Se vencêssemos a Sonserina jogaríamos com vocês depois do Natal. Parabéns, você conseguiu perder uma amizade, ou algo mais.

E saiu do Salão antes que Lílian abrisse a boca. A ruiva deixou de lado seu almoço inacabado, e foi andando com a cabeça baixa. Tiago não pode deixar de sentir um remorso. E isso ficou mais forte, até que ele se levantou e disse qualquer coisa a Remo sobre passeio no jardim.

-*-

Agatha havia corrido para a Zonkos quando começou a chover, que era o lugar de que estava mais perto. Estava apinhada de gente que ela reconheceu ser as pessoas mais bagunceiras de Hogwarts. Passou por um corredor meio que deserto (um dos únicos) olhando com interesse uma caixa que dizia: “Bolhas de Sabão Berrantes – duram 24 horas, cada pacote com 10 bolhas de cores diversas com notas musicais diferentes, a apenas 2 galeões!”. Tirou uma, o que fez com que algumas outras caíssem, deixando um espaço vazio, que dava para ver o outro corredor. Imediatamente pôs-se a recolocar, mas não antes de ver que havia duas pessoas do outro lado. Uma de cabelos encaracolados, negros e brilhantes estava de costas para ela. E a outra via-se claramente que era Sabrina Gold. Ela parecia estar chateada. Se ela se mexesse seria vista ou ouvida, então ficou quieta e imóvel.
-Oh Siriusito, larga essa joça toda e vamos pra um lugar melhor.
Sirius suspirou alto.
-Olha aqui Sabrina. Me escuta.
Sabrina aparentemente havia se desesperado.
-Eu sabia! Você vai se livrar de mim! Puxa, eu achava que você gostava de mim! A gente ainda nem ficou, você só enrolou aqui, e ah...ah... – ela começou a chorar compulsivamente. Sirius segurou o rosto dela com as duas mãos, no que Agatha achou, um gesto carinhoso. Ele falou baixinho:
-Me escuta, não é você, você é muito legal, gostei da sua companhia, mas é que... eu não queria que você sofresse o.k.? Eu não gosto de você como você quer que eu goste, e eu não acho justo fazer isso entendeu?
Sabrina fez que sim com a cabeça, parando de chorar.
-Nós podemos ser amigos o que acha? Melhor que cortar os laços totalmente.
Ela o indagou com o olhar.
-Você nunca fez isso com nenhuma das outras garotas que saiu.
Ele tirou as mãos do rosto dela, e Agatha achou que ele sorria.
-Uma pessoa me abriu os olhos. Então... amigos?
Ele estendeu a mão, a garota sorriu enxugando as lágrimas e apertou a mão dele. Sirius se aproximou e deu-lhe um beijo na bochecha. Ela saiu e segundos depois o maroto também. Agatha pareceu ter um momento de indecisão, mas saiu atrás dele. A chuva estava mais fraca, e o moreno andava no meio da rua, molhando-se. Ela foi ao seu encontro, aconchegando o casaco mais perto, e puxando o capuz, quase escondendo por completo o rosto. Chegou perto dele e murmurou:
-Bonita ação Black.
Ele virou-se assustado.
-Oh, é você Springmeyer. – e em tom de brincadeira – não sabia que escutava conversa dos outros.
-Me desculpe, foi sem querer eu havia...
-Não! Só estava brincando. Queria lhe agradecer.
-Eu? Mas – ela riu-se – eu não fiz nada. Só escutei a conversa dos outros de enxerida.
-Agradeço por me abrir os olhos. Sabe, quanto às garotas.
-Oh, aquilo. Nunca lhe abri os olhos, apenas falei a verdade.
-Em todo caso está agradecida.
-Não foi nada.
Os dois ficaram num silêncio constrangedor. Nenhum tinha nada para dizer ao outro. Andando, andando, chegaram ao Três Vassouras sem perceber.
-Você...você não quer entrar? Agora que nenhum dos dois tem acompanhante...
-Hum... Tudo bem.

-*-
-ME ESQUECE MALCON!
-Você deve ter bebido um pouco além, claro que você não quer acabar comigo! Fui seu caso mais longo e agora eu quero namo...
-NÃO! Nem me venha com namoro! Nunca namorei ninguém, não vai ser com você agora. Será que ainda não entendeu? Tá t-u-d-o a-c-a-b-a-d-o – ela falava como se referisse a um demente – entendeu ou quer que eu desenhe?
-Você está querendo dizer que eu fui mais um da sua lista?
-Aff, demorou hem? E logo você que é tão famoso entre as meninas da Lufa-lufa.
-Pois bem. – ele tirou as mãos da parede que tinha encurralado Marissa. – Pois bem. Devia ter percebido. Enjoou de mim foi?
-Pra falar a verdade, SIM!
-Então... eu... vou indo... Ah! – ele voltou-se – foi bom enquanto durou.
-O mesmo.
Ele saiu emburrado, chutando pedrinhas pelo caminho. A loira desencostou da parede, limpando a roupa. Resolveu voltar para o castelo.

-*-

Lílian andava pelos jardins molhados, estava descalça com os sapatos nas mãos. Tinia de frio, mas continuava pensando na vida. Sabia que estava sendo muito melosa, já não sentia vontade de chorar por causa do Drew, estava era com raiva dele. Como podia pensar aquelas coisas dela? Ela nunca seria capaz de fazer essa sacanagem com alguém. E meio que pensando alto murmurou:
-Nunca faria isso com ninguém, ao contrário do...
-De mim você quer dizer?
Ela virou-se. Lá estava ele: os cabelos negros úmidos pela umidade do ar (n/a: não digaaa), o óculos meio embaçado.
-O que você está fazendo aqui Potter?
-Vim pedir desculpas – ele falou encolhendo os ombros.
-Sentiu remorso foi Potter? – ela perguntou com a voz desdenhosa.
-Pra falar a verdade, sim. Ele te falou aquelas coisas injustamente.
-Por sua causa pra variar. – e saiu andando para longe, no que ele teve que ir atrás.
-Espera aí. Eu vim te pedir desculpas. Eu meio que agi por impulso. E você não vai dizer nada?
-Acha que merece?
-Só quero que não fique com raiva de mim.
Ela suspirou.
-Não sou de ficar com raiva de ninguém Potter. – ela falou indiferente olhando para qualquer coisa atrás dele. Ele quase riu de alívio.
-Que ótimo! Então... você quer sair comigo?
Lílian o olhou perplexa, a boca entreabrindo-se.
PAF
Deu um tapa na cara dele. Este por sua vez colocou a mão onde foi atingido. Ardia muito e mais tarde veria que ficou uma marca vermelha.
-DEIXA DE SER CÍNICO POTTER! – ele aparentemente se irritou também.
-VOCÊ DISSE QUE NÃO FICARIA COM RAIVA DE MIM!
-DISSE MAS DAÍ PEDIR PRA SAIR COMIGO DEPOIS DE POR PRA CORRER UM CARA QUE ESTAVA SAINDO COMIGO É TOTALMENTE CINISMO!
-AH É? POIS FIQUE SOZINHA MESMO! MINHA CARA ESTÁ SUFICIENTEMENTE MACHUCADA SEM SEUS TAPAS E MINHA CABEÇA DÓI SUFICIENTEMENTE SEM SEUS GRITOS!
-POIS BEM!
-POIS BEM.
-PASSE BEM POTTER!
-O MESMO PRA VOCÊ EVANS!
Os dois saíram andando em direções opostas. Lílian continuou nos jardins e Tiago voltou para o castelo, ambos espumando como chaleira quente por dentro. O maroto resmungava consigo mesmo.
-Quem aquela ruiva folgada pensa que é pra me dispensar assim? Eu não preciso daquela garota fresca metida a cdf. E sabe do que mais? Ela é até bonitinha, mas é um pé no saco de um. Nem sei porque eu gosto dela. Espera um pouco, talvez eu nem goste dela! Talvez seja só seus atributos físicos, que não posso negar que ela os tem. Talvez o tempo inteiro Almofadinhas estava certo! Ela não tem direito de falar assim comigo. Eu sou Tiago Potter, o garoto mais popular da escola. É claro que ela também é popular, mas não chega aos meus pés. Quer saber? Eu vou sair com ela. E aí finalmente todo o colégio vai saber que ela está é caidinha aos meus pés. Ela vai ver só.
Daí viu ninguém mais ninguém menos que Snape chegando todo molhado ao colégio. Afinal havia chovido. Estava precisando de uma distração. Escondeu-se atrás de uma parede e sorrindo marotamente puxou a varinha e murmurou: “Accio roupas do Snape”.
Snape ficou só de cuecas no meio do salão. Tiago pegou suas roupas com a ponta dos dedos “Que nojo”, e saiu correndo por uma passagem sem ninguém ver. Ele se sentiu maquiavélico. Queria descontar sua raiva em alguém. Chegou numa tapeçaria do primeiro andar e já ia jogar as roupas do sonserino e correr quando algo caiu de um dos bolsos. Era um papelzinho que dizia: Severo + Agatha. Ele entreabriu a boca. Não podia ser a mesma Agatha, tinha de ser outra. Se livrou das roupas, “Não tem problema, vai pro Achados e Perdidos” e guardou o papel no bolso. Tinha de mostrá-lo aos marotos.

-*-

Marissa andava rápido, atravessando os jardins em direção ao castelo. Não tinha visto nem Lílian nem Agatha. Quando chegou nos portões lá estava uma visão nada agradável: Snape de cuecas tentando se esconder.
-AI MEU DEUS – ela tampou os olhos com as duas mãos, não por ele estar praticamente seminu e sim porque as pernas dele eram horríveis. Mas ele não pareceu se tocar disso.
-Não! Escuta você viu minhas roupas? Eu...eu...
-SAI DAQUI OU EU CHAMO O FILCH! – ela berrou ainda com as mãos no rosto. Remo vinha vindo do Grande Salão.
-Ora essa ranhoso, está fazendo strip-tease no meio do corredor?
-Me poupe seu mestiço idiota! QUERO MINHAS ROUPAS!
-Bom não sou eu que estou com elas, mas que tal você pegar seu rumo para as masmorras? Aqui não parece o local adequado para você procurar suas roupas.
O sonserino saiu correndo coincidentemente pelo mesmo corredor que Tiago fora. O maroto virou-se para a loira, que ainda tampava os olhos com as mãos.
-Er... Schindel? O Snape já foi. – ela descobriu o rosto.
-Oh, puxa. Que visão horrenda.
Ambos riram.
-Então, o que está fazendo aqui? Achei que estivesse em Hogsmead. – os dois saíram andando em direção à Torre da Grifinória.
-Bom, o povoado hoje não está pra peixe. Além do mais, já comprei os presentes de Natal. E você? O que faz aqui? – Remo limpou a garganta.
-Tive uns problemas, ha, você vai saber o quê quando chegar a Torre, imagino. – ela o olhou desconfiada.
-Não entendo.
-É melhor que outra pessoa lhe explique. Mas deixe pra lá.
Chegaram na Torre, e do outro lado do corredor vinha Tiago Potter correndo (n/a: correndo no corredor, que emocionante).
-Remo eu preciso te mostrar... ar...ah!
Ele sorriu maliciosamente quando viu os dois chegando juntos. A loira usava um mini-vestido jeans. Ao perceber a intenção do outro, Remo ficou vermelho até a raiz dos cabelos. Tiago não o deixou falar.
-Bom... percebo que estão ocupados entã... – ele foi interrompido por Marissa.
-AI MEU DEUS! OLHA O SEU ROSTO TIAGO! O-o que é essa marca aqui? – ela apontou a marca que mostrava claramente cinco dedos. Ele fechou a cara.
-Ah, isso. Bom, acho que você vai saber depois. – ela olhou brava pros dois.
-O que os senhores Remo Lupin e Tiago Potter estão escondendo de mim?
Eles se entreolharam.
-Acho que não somos nós que temos o direito de contar Schindel, mas você vai saber por outra pessoa. – ela pareceu finalmente compreender.
-É com uma das minhas amigas? – eles se entreolharam. – É com a Lílian não é?
-Sinto muito Marissa, eu tenho que falar com o Remo agora. – e o puxou para a direção de onde tinha vindo. A loira murmurou consigo.
-Espero que não tenham feito nada com ela.

-*-

-Bom Springmeyer, acho que está frio o bastante para voltarmos para o castelo não acha?
Havia parado de chover, mas o tempo estava frio. Muitos estudantes estavam voltando para a escola.
-Tudo bem Black.
Os dois foram caminhando no passinho do elefante (n/a:eu adoro essa expressão!). De repente começou a cair, bem fraquinha, a neve. Começou com pequenos cristaizinhos de gelo, e foi tomando forma até que Sirius e Agatha já estavam com os casacos cobertos de pozinho branco. Já estavam nos terrenos.
PAF
Sirius recebeu uma bolada de neve na cara. Ele viu a arremessadora a 10 passos de distância, rindo bobamente. Ele fingiu-se indignado, abaixou-se lentamente e pegou um punhado de neve que já cobria os jardins.
-Ora essa Springmeyer – foi interrompido por um grito de longe: “Me chame de Agatha!” – AGATHA! Querendo brincar eh? Pois fique sabendo que fui campeão sete vezes consecutivamente no Torneio de Guerra de Neve!
-Quando isso aconteceu? – ela gritou se afastando dele.
-Nunca, mas eu sou bom e isso importa! – ele gritou em resposta e pôs-se a correr atrás dela, que quando percebeu soltou um gritinho de surpresa e tentou fugir. Mas como diz Remo: “O instinto canino dele sempre fala, ops, late, mais alto”. Resumindo: Sirius corria mais rápido. Conseguiu acuar a garota contra uma árvore, sacudindo a bola na mão.
-Eh Agatha, parece que eu a encurralei. – ele riu maquiavelicamente. Ela começou a cantar desafinada e MUITO alto:

HELP! I NEED SOMEBODY
(Socorro! Eu preciso de alguém)
HELP! NOT JUST ANYBODY
(Socorro! Não apenas qualquer um)
HELP! YOU KNOW I NEED SOMEONE
(Socorro! Você sabe, eu preciso de alguém)
HELP!
(Socorro!)

Sirius tampou os ouvidos (enfiando sem querer MUITA neve na orelha) e fez uma careta.
-AI MEU MERLIN QUANDO VOCÊ APRENDEU A CANTAR GAROTA?
-Nunca faz sentido pra você? – ela gritou divertida.
-Faz MUITO MAIS sentido do que você acha! – ele gritou em tom de resmungo. Agora todos que passavam perto olhavam pros dois como se fossem loucos. – Aliás, que música é essa hem? – os dois voltaram a andar juntos, mas muito cautelosos, esperando um novo ataque.
-Você nunca ouviu The Beatles? – ela perguntou espantada.
-Não. É uma banda trouxa? Se for não teria nem chance de eu conhecer. Sabe minha família.
-Ah claro. É uma boa música.
-Quando cantada pela banda você quer dizer. – ele falou sorrindo arriscado.
-Oooooh você está dizendo que eu canto mal?
-Eeeeeeeeeeu? – ele perguntou em tom de falso espanto – Como você pode pensar tamanha calúnia? Oh céus, ó Merlin! – ele fazia cara de sofredor. Recebeu uma bolada de neve na boca.
-Seu cara-lisa! – ela falou rindo.
-Sabe... – ele falou teatralmente enquanto limpava a neve, Agatha tinha as mãos na boca para conter a risada – as pessoas não gostam de ser atacadas o tempo inteiro sem defesa.
-E o que você vai fazer a respeito?
PAF
-O que eu já fiz você quer dizer! – ela limpava a neve da cara rindo bobamente.
-Sirius Black! Eu te pego! – e saiu correndo atrás dele. Jogou umas duas bolas, mas ele desviou e se ela se abaixasse o tempo inteiro ele ia sumir de vista. De repente Sirius parou e virou o que fez com que Agatha batesse com tudo nele e caísse.
-Oh, me desculpe Agatha. – ele falou com os olhos fixos em algum ponto atrás da garota enquanto a levantava.
-O que foi? – ela virou-se para a direção que ele olhava.
-Eu, eu acho que vi a Evans correndo pra lá.
-Lily? Impossível, ela está... eu acho... oh. Não sei se ela voltou ao castelo.
-Hum. Bom, deve ter sido impressão. Vamos pro Salão Comunal que aqui está um frio pra pingüim, principalmente depois das boladas.

Os dois foram para o Salão Comunal, sentaram-se perto da lareira. Já não havia muita gente em Hogsmead, principalmente depois que começou a nevar. Tiraram os casacos e espanaram a neve. Sirius já ia sentar numa poltrona quando viu a morena simplesmente deitar no chão, de barriga para cima.
-O que está fazendo aí no chão?
Ela apenas se espreguiçou e falou baixinho, olhando o crepitar do fogo:
-É sempre bom deitar no chão. Nunca fez isso?

Ele a olhou com as sobrancelhas franzidas, mas deitou-se no chão, à esquerda dela, só que invertido da posição da garota, também de barriga para cima. Ele se sentiu estranho, mas de todo o jeito, entendeu o que ela quis dizer. Inclinou a cabeça para o lado para olhar o rosto da garota deitada ao seu lado. Ela ainda olhava as chamas, os olhos castanho-azulados brilhando intensamente. Subitamente veio uma curiosidade...
-Agatha! – ele chamou baixinho, no que ela virou o rosto para encará-lo – Por que você estava sozinha em Hogsmead? – ela franziu muito de leve as sobrancelhas.
-Por que pergunta? – ele fez uma expressão intermediária entre confusão e indiferença.
-Só quis saber. Porque... bem, você não pode negar que... ar.... é bonita. – ela arqueou as sobrancelhas suavemente. “Tudo nela inspira delicadeza”, pensou Sirius. Ela agora contemplava o teto.
-Lílian tem muitos amigos e amigas, não só aqui da Grifinória, mas também das outras casas. Todos a conhecem e a cumprimentam quando a vêem. Marissa é muito bonita, e bastante conhecida entre os garotos. Todos esperam que um dia Marissa Schindel dê uma chance a eles para saírem com ela. Mas olhe para mim. – ela virou a cabeça para ele. Ela tinha um jeito suave, delicado de falar. - Não sou nem uma coisa nem outra. Se eu não estiver junto da Lílian, as amigas dela sequer olhariam duas vezes pra mim. Não tenho fama por aí como Marissa, não tenho uma fila de garotos atrás de mim como as duas. Não sou popular.
Sirius arqueou as sobrancelhas. Nunca havia visto por esse ângulo. Fazia apenas um tempinho que falava com ela, por causa da insistência de Tiago com Lílian. Ele e o amigo haviam saído com Marissa (ambos os casos terminaram em dupla, pois nos dois casais, ambos eram galinhas), não ousaria encostar na ruiva de Tiago, mas jamais olhara para Agatha era verdade. Sentiu um movimento aos seus pés e viu que a morena se levantava num ágil movimento e andava rápido para a escada do dormitório feminino. Antes de dar tempo para ele pensar ela disse: “A gente se vê por aí Sirius”, e subiu. O maroto resmungou:
-Ela tem sempre que fazer isso. – se levantou e foi puxado por Tiago, que pegou a gola da camisa e saiu arrastando-o intempestivamente para o dormitório. Ele se soltou com um safanão. – Hey Pontas eu sei que você me ama, mas me arrastar desse jeito pra cá vai acabar com minha reputaçã... – foi interrompido novamente acertado na cara, dessa vez por um papel. – Que cargas d’água é isso?
-Leia. – disse fazendo um gesto com a mão para ele continuar. Sirius abriu o papel e ao ler arregalou os olhos.
-O-o-o que significa isso? Severo + Agat... Não! Vocês tão de brincadeira.
-Eu peguei isso no bolso dele.
-Mas é a mesma? Sabe, Springmeyer?
-Acho que sim. Andei perguntando nas outras casas, ninguém sabe se tem uma lufa-lufa ou corvinal que se chame Agatha.
-E se for da Sonserina?
-Pode ser, mas taí uma boa pra gente tirar onda não é? – o moreno de óculos olhou para Sirius. Até agora ele estava falando em tom de brincadeira, Sirius olhava o papel com as sobrancelhas franzidas.
-É... acho que sim.

-*-

N/A: O.o está aí o capítulo 4! Adorei escrever esse final! Comentem e digam o que acharam [diga-se de passagem, *novamente*, esculacho ou elogio]!!!

MoOnNy CaTtY: Está aí seu tapa! Também adoro Sirius/Agatha O.o é tão lindo! Valeu pelo coment!!

Beca Black: Muito obrigada pelo seu coment! Ele realmente mereceu, tipo, tava cansada de ler fic que ele não fazia nada e ela já espancava, gritava, etc. e tal. Agora ela teve motivo sqrqsrqsqr.

Luh Black: O.o ele é todo seu! Mas creio que você já sabe [assim como todos] que os dois acabam juntos no final não é? Valeu o coment!

Mari =* Evans (L)³ Potter: Que bom que você gostou! Já estou escrevendo o cap 5!! Valeu o coment!

Alana Santos Donola Quaresma: kkkkk valeu pelos 10 coments q eu pedi. Me incentivou sabia? Ele foi meio mal e será um pouco mais no decorrer da fic. O.o e ela tava linda sim! Quem conseguiu visualizar ela como eu sabe que ela tava linda. E além do mais, J.K. disse que ela era tão popular como Gina, e se você leu todos os livros, sabe que Gina é muito popular. ;-)

VALEU OS COMENTS A QUEM COMENTOU E QUEM NÃO COMENTOU COMENTE!!! BEIJOES E ATÉ O CAP 5!!!

MALFEITO FEITO NOX

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