É Só Um Serviço

É Só Um Serviço



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Capítulo 5 – É Só Um Serviço

Jogou as sacolas no chão perto da porta e deitou no sofá olhando o teto, o almoço e a tarde tinham sido cheios de coisas pra fazer, afinal suas amigas vieram no horário combinado e lhe levaram para comer comida japonesa, a preferida da garota. Com exceção da Priscila que estava doente, mas tinha ligado no seu celular da aniversariante na hora do almoço, todas as amigas do clube estavam lá. Carmen a ruiva com quem tinha conversado sábado à noite antes de se reencontrar com os amigos, Lily a loira mais linda e mais nova do grupo, Violeta a morena mais alta e mais bagunceira da turma, Carol a outra morena que esbaldava sensualidade, porém a mais baixa de todas, Perla a outra loira que tinha um sério problema de não pensar antes de falar e se colocava nas piores situações e Caroline a terceira morena do tamanho de Mione, mas que tinha lindos cabelos negros e a pele escura.
Depois de um belo almoço de risadas e conversas sobre amenidades, as garotas levaram Nick para o bairro Libert, o bairro japonês da cidade. As amigas sabiam que Nick amava coisas japonesas e decidiram dar presentes de lá, cada uma escolheu uma loja e ela podia pedir uma coisa de cada loja escolhida, saindo assim no lucro, já que amava aquelas lojas, mas não tinha coragem de gastar seu dinheiro lá a não ser que fosse uma ocasião especial como a de hoje.
O melhor presente foi o último, o de Lily. Pararam em uma loja de roupas e Nick da vitrine viu um belo vestido que logo lhe chamou a atenção, entraram e ela pediu o seu número, experimentou e quando saiu do provador as amigas assobiaram, bateram palmas e falaram muitas coisas de como ela estava linda. Ela se olhou no espelho e depois puxou a etiqueta do preço.
-Nossa, esquece. – disse ela já voltando para o provador para tirar o vestido, mas Lily a impediu e pegou a etiqueta e a olhando.
-Esse é meu presente e não me importo com o preço. – se virou para a vendedora a chamou – Vamos levar.
-Lily, não. É muito caro.
-Não interessa. Tira logo e vamos logo pra terminar as compras. – disse Lily sorrindo e empurrando a amiga para dentro do provador.
O vestido tinha custado caro, mas Lily insistiu tanto que ela acabou cedendo. Realmente era um vestido magnífico e tinha servido nela como uma luva, o vestido tinha a gola alta e se fechava em botões na frente só que na parte direita, um decote em forma de uma gota do tamanho de um pulso se abria onde começava o colo e descia até mostrar um pouco dos seios. O vestido não era tão curto, mas começava no meio de suas coxas, afinal roupa curta eram suas paixões, adorava suas pernas. A cor vermelha-sangue com detalhes pretos espalhados contrastavam com a pele clara de Nick a deixando ainda mais bonita. Para completar Violeta lhe deu um par de sandálias de salto agulha que se amarra até os joelhos na mesma cor do vestido.
Depois das compras foram tomar sorvete e voltaram para Nick ir no jantar com aquele amigo, no qual Lily fez questão de lembrar de cinco em cinco minutos, deixando a amiga com vergonha, porque as outras começaram a lhe bombardear com perguntas do tipo “De onde ele é?” “Você está com ele?” “Como ele é?” e outras que fizeram Nick rir e ficar vermelha. Não sabia muito que responder sobre Ron, afinal fazia 5 anos que não o via, fazia 5 anos que ele estivera fora de sua vida, fazia 5 anos que ela tinha sido separada do amor dele e isso a fez ficar um pouco triste, mas as amigas logo lhe lembraram que ela estaria junto dele para o jantar.
-O jantar! – falou sozinha se levantando rápido e vendo que dentro de 25 minutos ele estaria vindo lhe buscar. Correu para o banheiro tirando a roupa e entrou no Box para tomar um banho e se arrumar, afinal odiava fazer com que a esperassem.

-Você vai buscar ela? – perguntou Lupin a Ron que tomava um copo de suco na mesa da cozinha d’A Toca.
-Vou.
-Que bom que Hermione voltou. – disse Molly que cozinhava um belo assado para comemorar a volta da garota, que considerava como filha, e também o aniversário dela.
-Ei, no nosso aniversário você não faz isso. – falou Fred fingindo indignação à refeição caprichada que a mãe fazia.
-Vocês sempre estão aqui. Hermione eu não vejo faz 5 anos. – respondeu balançando a varinha na direção da pia que começou a lavar a louça sozinha.
-Já to indo. – disse Ron pegando a chave do carro e indo à direção da porta e saindo para o galpão onde o carro ficava guardado.

-Sim, já estou pronta. Não, ele ainda não chegou. Sim, eu coloquei aquela calcinha que você falou. Lily, para, eu não vou dormir com ele. – disse Nick no telefone para a amiga que continuava a fazer milhões de perguntas sobre Ron – Ta bom, eu te conto se eu dormir com ele.
-Nick? – gritou uma voz de lá de fora.
-Tenho que ir, ele chegou. – se despediu da amiga e desligou o telefone. Foi até a janela do quarto e olhou, vendo ele lá embaixo – Entra.
Ela correu até o interfone e apertou o botão que liberava a porta da entrada lá embaixo, foi até o banheiro e se olhou mais uma vez, sorriu ao ver que realmente estava bonita. Passou pelo quarto, pegou a bolsa de mão vermelha-sangue que tinha e foi para a sala bem na hora em que bateram na porta. Ela abriu a porta e sorriu para o homem que estava ali.
Ron quase perdeu o ar quando ela abriu a porta ele pode ver como ela estava, divina. Hermione vestia um vestido curto e colado a seu corpo com um decote deixando seus seios quase que a mostra, sandálias altas e de amarrar, fraca maquiagem, e os cabelos atrás da orelha. “Merlin, que mulher divina...” pensou Ron sorrindo para ela. Estendeu a mão e ela a pegou fechando a porta e saindo com ele na direção do elevador.

-Hermione! – gritou Molly correndo da porta da cozinha na direção do carro onde a morena descia sorrindo e também correndo na direção dela – Que saudades, garota. Porque fez isso com sua segunda mãe? – perguntou apertando a garota em seus braços.
Hermione arfou ao ouvir as palavras de Molly, realmente a considerava sua segunda mãe, afinal Molly sempre esteve de seu lado, sempre a ajudou e sempre a apoiou, mesmo quando ela decidiu que iria à arriscada missão na qual a separou deles de uma vez por todas.
-Venha, vamos entrar. – Molly começou a puxar os dois para dentro e voltou a olhar para Mione – Que roupa linda, não é, Ron? – a mãe sorriu e olhou para o filho que estava vermelho de vergonha.
-É, mãe. – respondeu o ruivo cheio de vergonha, estava igual à época de Hogwarts quando a mãe lhe fazia passar por situações parecidas.
Entraram e logo a morena se viu sendo abraçada por milhões de braços, quando conseguiu se soltar viu quem eram, a casa estava cheia. Membros da antiga Ordem da Fênix estavam lá, fazendo a garota sorrir ao ver um velho conhecido sorrindo abertamente e os olhos azuis inconfundíveis por cima dos óculos pequenos.
-Dumbledore. – disse Hermione antes de se jogar nos braços do ex-diretor em um abraço apertado, sentindo uma felicidade inconfundível. Uma outra voz baixa e suave chamou por seu nome e ela se separou de Dumbledore e olhou para a direita achando uma antiga amiga.
-Minerva. – pulou para a direita e abraçou com força a ex-professora que tanto amava – Que saudades.
-Também senti saudades, menina. – a professora a abraçou por um longo tempo. Hermione sentia uma felicidade sem tamanho, estava de volta em sua casa, para os braços das pessoas amadas.
Viu Tonks, Lupin, Neville, Lino, Fred, Jorge, Sr. Weasley, Olho-Tonto Moody, Luna, Hagrid e Severus, abraçou todos eles, claro que Severus foi o único que lhe deu um leve abraço, mas também disse que tinha sinto a falta dela.
-De verdade? – perguntou Hermione em um tom sarcástico e desafiador deixando o ex-professor com certo nervosismo.
-Sim. – respondeu ele bem seco como antigamente, mas depois deixou um leve sorriso aparecer nos lábios. Hermione sorriu e se virou para conversar com os outros.
-Sente, querida. – pediu Molly colocando Mione sentada em uma cadeira e as outras pessoas se apressaram a se sentar em volta dela – Conte, o que fez nesses anos?
Hermione tentou parecer calma, mas aquela pergunta mais cedo ou mais tarde teria que ser respondida para eles, não ia conseguir fugir para sempre. Respirou fundo e olhou para Ron que estava sentado um pouco afastado dela, ele a olhava um pouco sério, sentindo que ela estava desconfortável em falar sobre aquilo.
“Ora, pare já. Desde quando você se envergonha de quem é? O que tem de mais trabalhar de dançarina no The Cats? Afinal já que você se afastou desse mundo e deles tinha que sobreviver de algum jeito.” ralhou sua consciência a fazendo criar coragem para responder, mas só responderia onde e no que trabalhava se perguntasse desse jeito.
-Bom, depois que sumi foi morar na cidade.
-Mas como se sustentou todo esse tempo? Está trabalhando? – após a pergunta da mão Ron engasgou com a cerveja amanteigada que tomava, mas Hermione continuou a responder.
-Sim, trabalho sim. – tentou ser mais evasiva que conseguiu, mas sabia que Molly não iria deixar assim.
-Trabalha em que? – os homens presentes que sabiam onde ela trabalhava se mexeram inquietos nas cadeiras, mas nada disseram, ela sorriu para todos e respirando fundo continuou.
-Trabalho em um clube, The Cats. – viu todos os que não estiveram lá na noite de sábado a olhar esperando o resto da resposta, mas ela não veio.
-O que é esse clube? – perguntou Tonks antes de Molly, que já se preparava para perguntar isso.
-Um Strip Club. – respondeu vendo as reações normais das pessoas quando ela falava sobre seu emprego. Dumbledore a olhava sem desfazer o sorriso amigo de sempre a acalmando um pouco.
-Merlin, porque trabalha lá? – Molly perguntou em uma voz esganiçada, mas antes que a garota pudesse responder ela continuou – O que você faz lá?
-Danço. E escolhi trabalhar lá porque precisava de dinheiro e porque estava decidida a esquecer esse mundo daqui. Decidida a mudar de vez. – respondeu vendo os mesmo olhares de surpresa.
-E porque decidiu isso? – foi à vez de Hagrid falar.
-Porque tinha sofrido muito. Não queria voltar. – respondeu baixo e triste, olhou na direção da pia e viu que essa lavava a louça sozinha, riu baixo ao se lembrar de que isso era possível. “Deus, fiquei longe por tanto tempo que esqueci que isso era possível e real...”
-Mione, sua bolsa está cantando. – disse Minerva olhando na direção da bolsa da garota que estava em seus devaneios particulares.
-O que? – perguntou Mione saindo de seu devaneio sobre o mundo bruxo e ouviu o toque do celular em sua bolsa – Meu celular. – o celular começou a cantar.

I’m telling you to loosen up my buttons, baby (Estou falando para você abrir meus botões, baby)
But you keep frontin’ (Mas você não está fazendo nada)
Sayin’ what you goin’ do to me (Dizendo o que você vai fazer comigo)
But I ain’t seen nothin’ (Mas eu não vi nada)


Hermione abriu a bolsa e tirou o celular que tocava na voz das Pussycat Dolls a música Buttons, fazendo vários se surpreenderem com a letra abusada, atendeu o celular e ouviu um barulho do outro lado.
-Alo? – falou pela segunda vez um pouco mais irritada, viu que todos a olhavam curiosos, afinal mesmo que conhecessem o telefone aquilo era uma novidade para alguns.
-Nick? – perguntou uma voz masculina do outro lado da linha – É o Peter.
-Peter! – quase gritou e depois sorriu muito ao ouvir a voz do amigo – Bonito, onde você está?
-To aqui no clube, onde você está?
-Comemorando meu niver, onde mais? – respondeu vendo que Ron lhe lançava um olhar sério.
-Não acredito nisso. Vim aqui pra te buscar pra gente comemorar seu niver no Taverna e você não está aqui? “Manda um beijo para a pirralha.” – o homem falou mais uma voz feminina disse a última frase.
-É a Pami? Putz, manda ela passar em casa que aquele presente dela ainda está lá.
-Pode deixar. Amanhã você trabalha?
-Trabalho. Passa ai, que nós combinamos de sair badalar. – e riu junto com o homem com quem falava.
-Pode deixar que eu passo sim. Vai curtir seu niver, pirralha. Ah, as meninas aqui estão mandado um beijão.
-Manda outros. Beijos bonito. – disse Mione rindo da bagunça que ouvia as amigas fazerem do outro lado da linha.
-Beijos pirralha. – e desligou.
-Desculpe. Amigo desejando Feliz Aniversário. – falou a morena ao ver que todos ainda prestavam atenção ao que ela dizia.
-Você dança como? – perguntou Tonks, como sempre a mais indiscreta, levando um pequeno beliscão do marido por debaixo da mesa.
-Danço música. – respondeu sem saber o que responder de verdade – Bom tem um palco e eu danço lá.
-Usando o que? – perguntou a indiscreta levando outro beliscão do marido – Eu só quero saber. Afinal, vocês que foram sábado lá, já viram onde ela trabalha, eu não. – Hermione riu do comentário.
-Às vezes umas fantasias, às vezes conjuntos de roupa intima. – revelou para desesperou de Molly e Minerva – E para tirar o peso da pergunta que duvido que alguém tenha coragem de fazer, não eu não faço programa, só danço.
Minerva e Molly respiraram mais aliviadas com a frase dela, mas ainda estavam chocadas com a revelação do que ela vestia.
-Faz tempo que trabalha lá? – perguntou Jorge se esticando para enxergar a amiga.
-Vai fazer cinco anos amanhã.
-Nossa, legal. Mas porque Nick Star? – perguntou Fred.
-O que é Nick Star? – perguntou Hagrid enrolando ao falar o nome dela.
-É meu nome lá. Ninguém me conhece por Hermione. Todos acham que meu nome é Nicole Starmina, daí Nick Star.
-Porque mudou de nome? – perguntou Ron falando pela primeira vez desde que entraram na casa.
-Para não ser encontrada. – respondeu um pouco mais nervosa do que queria. Seu celular começou a tocar outra vez e ela atendeu ainda sob os olhares atentos de todos, mas na confusão que estava a bolsa ela apertou o botão viva-voz e a cozinha ecoou a voz que saia do aparelho.
-Nick? – uma voz masculina perguntou alto.
-Quem é? – perguntou segurando o celular perto da boca.
-Danny.
-Bonito, fala. – respondeu achando graça no nervoso de Ron.
-Ta aonde?
-Comemorando meu niver.
-Não acredito que comprei um bolo enorme pra você, e você nem vai passar aqui. Lily fica longe desse bolo. – gritou Danny, porque Lily provavelmente estava tentando comer o bolo – Onde você está? Eu levo o bolo aí.
-Não. – quase gritou e se levantou da cadeira fazendo alguns se assustarem com a reação dela – Não precisa. Deixa no meu apartamento. – e se sentou um pouco mais calma.
-A chave está no vaso? Lily se você não sair daí agora eu juro que corto você no meio e sirvo para os clientes. – gritou outra vez para a loira.
-Ta no vaso sim. E manda essa vagal sair de perto do meu bolo, só vai comer ele quando eu cortar. – falou rindo da amiga que deveria estar louca pra comer o bolo.
-Pode deixar. Vou levar pra lá antes que eu tenha que bater na Lily. Feliz Niver, pirralha. - e desligou.
-Desculpe outra vez. – pediu fechando o celular e o desligando para não ter mais cenas como aquela.
-Quem era? – perguntou Ron nervoso fazendo todos olharem para ela.
-Meu patrão. Você o conheceu, Daniel Clive.
-Oh, sim. – respondeu o ruivo ficando mais vermelho que seus cabelos.
-De onde o conhece? – perguntou Molly se virando surpresa para o filho, enquanto os gêmeos riam baixo da encrenca que Ron havia se metido.
-Do clube. – respondeu olhando para as próprias mãos.
-É, mãe. Ele conversou com esse Daniel para arrumar a melhor dançarina para ser o presente do Harry de despedida de solteiro. – começou Fred ainda rindo da cara de suplica que o irmão mais novo fazia.
-É, daí a mais linda e bela de todas é a Nick Star. – continuou Jorge apontando para Hermione que também ria da encrenca em que Ron estava se enfiando.
-Daí, quando o Harry foi receber o presente. – Fred apontou para Hermione também e continuou – Uma dança com Nick, reconheceu Mione. Foi aí que o circo armou.
-É verdade, Ronald? – perguntou a mão nervosa.
-Sim. – respondeu olhando para as próprias mãos outra vez.
-Molly, não brigue com ele. Afinal, ele estava fazendo a despedida de solteiro do Harry. E posso lhe garantir que nem eu nem minhas colegas fazemos programas, então Harry estava salvo. – respondeu Mione ajudando Ron a se safar.
-Bom, tudo bem. Ainda bem que era você. – disse Molly meio a contra gosto.
-Mãe, quando sai o rango? – disseram Jorge e Fred ao mesmo tempo.
Molly se levantou e começou a colocar a comida na mesa, para a felicidade de todos, principalmente de Mione que tinha se livrado das perguntas, por hora.


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Música: The Pussycat Dolls - Buttons
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