Nem Tudo São Rosas

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Capítulo 4 – Nem Tudo São Rosas

Desceu do carro e o vento quase a fez um picolé, sentiu que lhe colocavam um casaco e olhou para trás, encarando dois olhos azuis e um sorriso de derrubar quarteirão. Ajeitou o casaco nos ombros e abriu a bolsa procurando sua chave, nem acreditava que Ron estava ali com ela, lhe trazendo pra casa depois de uma festa animada. Verdade que a morena ainda estava brava por causa de algumas coisas que lhe perguntaram, mas Ron e Harry fizeram de tudo para que ela ficasse até o fim da festa e Ron insistiu em leva-la embora, uma cena assim peculiar na vida dos dois, porque o romance não dava a cara para eles fazia uns 5 anos, pelo menos isso era o que eles acreditaram.

Flashback

Hermione conseguiu se livrar de todas aquelas pessoas que a cercavam a toda hora na festa do casamento e rezou para que ninguém a achasse, afinal estava com uma dor de cabeça alucinante e tinha que tomar pelo menos uma das pílulas, naquele dia ainda não tinha tomado uma, um grande sacrifício já que tomava uma pílula a cada dança, ficando cada vez mais viciada naquela droga. Foi até perto d’A Toca e se sentou em um banquinho que ficava de costas para o fundo da capela, abriu a bolsa e achou o vidro, abriu, pegou um ecstasy e engoliu fazendo careta.
-O que é isso? – perguntou Ron se sentando ao lado dela.
-Remédio para dor de cabeça. – respondeu mentindo sem olhar para ele, foi jogar o vidro dentro da bolsa, mas ele pegou e se levantou fugindo das mãos dela que tentaram em vão pegar o vidro de volta.
-Isso não é remédio para dor de cabeça. – disse nervoso ao ver que se tratava de qualquer outra coisa, menos de remédio para dor de cabeça.
-É sim. – e se levantou para pegar o frasco, mas ele se afastou das mãos dela e lhe olhou sério.
-Então posso chamar a Gina para me dar plena certeza de que isso é algum remédio para dor de cabeça? Sabe, depois que ela começou a trabalhar na enfermaria de Hogwarts se tornou quase Mestre em remédios... – se desvencilhou das mãos dela que tentavam agarrar o frasco e a viu sentar desistindo de pegar o vidro – O que é isso de verdade?
-Ecstasy. – respondeu o olhando nos olhos e viu ele se sentar ainda olhando para ela muito sério agora.
-Isso é uma droga, não é? – perguntou o ruivo agora examinando uma das pílulas.
-Sim. – respondeu pegando o frasco da mão dele e o jogando dentro da bolsa com força.
-Desde quando toma isso?
-Desde que eu comecei a trabalhar no The Cats. – respondeu encarando séria o ruivo a sua frente.
-Porque fez isso? – perguntou tentando devagar pegar a mão dela, mas ela se esquivou.
-Isso o que? – sua voz saiu nervosa, a conversa estava tomando um rumo estranho, sabia que ele iria perguntar sobre o porque de ter sumido fazendo com que todos pensassem que estava morta.
-Sumiu.
-Porque sim. – a amargura em sua voz atingiu um nível alto e ela virou o rosto na direção oposta da dele. Ron percebeu que ela não queria falar sobre isso, talvez com o tempo resolvesse falar algo, mas agora não era hora de continuar a lhe perguntar sobre aquilo, decidiu mudar de assunto.
-Senti muito sua falta. Até de nossas brigas. – riu e a ouviu rir também, voltando a olhar para ele. Hermione se perdeu naquele olhar, sentia falta dele também, também sentia falta das brigas bobas que tinham, do ciúmes silencioso que sentiam um do outro. Ele sorriu para ela que devolveu o sorriso e ele suspirou, até o sorriso dela tinha mudado, mas para um lindo sorriso de mulher.
-Adoro essa música. – disse ela fechando os olhos e ouvindo uma música que começava baixa para depois se tornar alta e a fazer sorrir de olhos fechados. Ron observava aquela mulher ao seu lado com os olhos fechados se balançando ao som da música que vinha do salão, se possível Hermione nunca estivera tão linda, mesmo que a “sua Hermione” tivesse se perdido naquela guerra, poderia tê-la de volta agora. Ela tinha voltado para seus braços por uma jogada estranha no destino. “ Destino? Desde quando você acredita em destino? Desde quando você liga se foi coincidência ou um plano traçado que a vida lhe entregou o amor outra vez?” pensou ele ainda se deliciando com a visão daquela mulher que ainda tinha os olhos fechados e agora cantava uma parte da música.

I’m dying (Estou morrendo)
I was a full to believe (Eu fui uma tola em acreditar)
A full to believe (Tola em acreditar)
The all ends today (Que tudo termina hoje)
Yes, it all ends today (Sim, tudo termina hoje)

Today is the day (Hoje é o dia)
When the dreaming ends. (Quando o sonho termina)


Abriu os olhos e viu as pernas de Ron de pé na sua frente, subiu o olhar até chegar em seus olhos, o olhou profundamente nos olhos, ele estendeu a mão para ela.
-Dança comigo? – perguntou o ruivo sentindo as orelhas queimarem, um leve arrepio se passou por sua espinha quando ela sorriu e segurou em sua mão se levantando. Ele a puxou devagar a olhando naqueles olhos castanhos cobertos por lentes de contato verdes, queria ver os olhos dela, mas só o brilho que estava ali já lhe bastava. Seus corpos se tocaram e os dois tremeram, Ron a puxou mais para perto e fez ela deitar a cabeça em seu ombro, começaram a se mover devagar dançando ao som daquela música triste e envolvente. Hermione sentia que ali não havia ar suficiente, todas as lembranças estavam inundando sua mente em um turbilhão de imagens, todas de uma vida que agora não parecia ser sua. Ron sentia que seu corpo se esquentava com o toque da pele dela, ao mesmo tempo em que ela lembrava do passado, ele também lembrava de todas as vezes que criara coragem de dizer o quanto gostava dela, mas perdera a coragem no último segundo toda vez, sempre que a encontrava com aqueles olhos castanhos lhe lançando uma bronca ou fazendo com que estudasse mais e mais. Riu baixo dessas lembranças colocando o queixo no ombro dela e a sentindo tremer com aquela aproximação, sorriu mais ainda.
Harry sentiu falta dos melhores amigos. “Nossa, há quanto tempo não sinto isso? Falta dos meus melhores amigos que estão juntos outra vez...” pensou o moreno olhando para os lados e se esquivando de muitas pessoas que lhe faziam perguntas sobre o casamento com Gina. Foi até a porta dos fundos do salão e então viu, Ron e Mione dançando no gramado perto d’A Toca, não conseguiu impedir um sorriso besta que se formava devagar em seus lábios, finalmente seu coração se acalmou. “Não sei o que te fez fugir, Mione, mas definitivamente esse é seu lugar. Ao lado de Ron. Ao nosso lado” pensou o moreno voltando para dentro e encontrando sua noiva que sorria e vinha lhe dar um beijo apaixonado. Tudo estava nos trilhos. As coisas começavam a se acertar, pelo menos era o que ele pensava.

Fim do Flashback

-Quer entrar? – perguntou Hermione quando viu Ron a olhando com as chaves na mão perto da porta do prédio. Ele assentiu e ela se virou, quando foi colocar a chave na porta percebeu que sua mão tremia, afinal era a primeira vez que levava um homem em seu apartamento. Danny já estivera lá incontáveis vezes, mas nunca sentira atração pelo patrão, mas Ron era diferente, a chama de sua antiga paixão começava a se acender em seu peito, fazendo tremer ainda mais.
-Nick? – gritou uma voz conhecida e ela se virou para ver quem era.
-Lily. – a loira a abraçou e depois olhou para ela surpresa.
-Pra quem ia passar o dia descansando você está bem arrumada. – zombou a loira só agora olhando para o ruivo ao lado da amiga – Quem é ele?
-Lily esse aqui é Ronald, um amigo de escola. – viu a loira sorrir para ele e ele acenou com a cabeça – Ron essa é a Lily, minha colega de... trabalho. – sua voz tremeu ao se lembrar de como aqueles dois mundos eram distantes um do outro.
-Bom, as garotas vieram te procurar, mas você não estava. Daí fiquei encarregada de lhe avisar que vamos passar aqui na hora do almoço. – terminou a frase sorrindo marotamente e fechando um pouco mais o casaco que vestia.
-Para que? – perguntou a morena não entendendo nada, viu que a garota ainda estava trocada com a roupa de serviço indicando que ainda era cedo, porque se nem Lily estava trocada para ir embora o clube ainda estava aberto e com movimento.
-Ora, pra que? Almoço de aniversário, bobinha. – Lily abraçou outra vez a amiga e voltou a falar – Meio-dia aqui na porta, hein? Prazer Ronald. Tchau, Nick. – a loira se despediu e voltou correndo para dentro do clube.
-Acredita que esqueci que amanhã é meu aniversário? – disse Mione voltando a abrir a porta e entrando sendo seguida por Ron que estava calado.
-Mas eu não. – disse baixo quando passou por ela. Ela sorriu e fechou a porta indo à direção do elevador, entraram e ela apertou o botão de seu andar fechando a grade, percebeu que Ron analisava cada momento seu e sorriu, ele estava fazendo um mapa mental do lugar onde ela morava para que pudesse vir outras vezes e subir sem que ela precisasse ir lhe buscar.
“Isso, agora ele já até sabe onde você mora, daqui a pouco eles vão começar e lhe visitar e vão te levar para aquele mundo outra vez.” disse uma voz nervosa dentro de sua cabeça, mas ela tratou logo de calá-la, já tinha sem querer voltado em parte para aquele mundo, mas nunca iria deixar que lhe levassem de volta definitivamente, agora ela tinha outro mundo e por mais estranho e errado que fosse, era seu.
-Senta aí. – disse quando entraram no apartamento dela. Mione colocou o casaco dele na poltrona e ele a viu indo à direção da cozinha – Quer alguma coisa pra beber?
-Não, obrigada. – Ron analisou todo o apartamento, pequeno, mas com certeza muito confortável e muito bem arrumado, essa qualidade Mione não perderia nunca. A sala tinha um sofá e uma poltrona, ambos brancos e um de frente para o outro. Um tapete vermelho berrante e felpudo no centro, uma estante na parede oposta a da porta comportava uma televisão, um aparelho de DVD, um rádio e vários porta-retratos com fotos trouxas. Se aproximou e viu que em várias fotos estava aquela garota chamada Lily, provavelmente a melhor amiga de Mione, em outras Mione estava com roupas de dançarina e suas colegas também, todas sorridentes e se abraçando. Uma foto em particular lhe chamou a atenção, Mione estava abraçada com um homem de olhos pretos e cabelos longos também pretos. Eles pareciam felizes e em um dos dedos da mão esquerda de Mione um anel com um diamante que brilhava com a luz do sol que deveria estar naquele dia.
-Esse é o Pablo. – disse ela encostada no batente da porta que ligava a sala à cozinha, segurando uma xícara de café fumegante.
-Quem é ele? – perguntou um pouco mais nervoso do que queria, estava com certo ciúmes de pensar que ela poderia estar com alguém.
-Um amigo. – e foi na direção da poltrona e se sentou – Ele morreu em um acidente de carro. – colocou a xícara em uma mesa ao lado da poltrona, onde tinha um monte de coisas, revistas, controles dos aparelhos que estavam na estante, um cinzeiro, um telefone e um celular recarregando.
-Sinto muito. – respondeu se sentando no sofá de frente para ela – Que anel é aquele na sua mão? – perguntou não mais se contendo de curiosidade.
-Anel de faculdade. – viu o garoto levantar as duas sobrancelhas e tratou de explicar – Ele entrou na facul e me deu aquele anel, que era da família dele, como agradecimento, já que eu ia pagar o primeiro ano para ele, até ele arranjar um emprego. Mas daí ele resolveu tirar um racha e acabou se matando.
-O que é um racha?
Hermione estranhou a pergunta porque ele tinha um carro, mas se lembrou que ele vivia no outro mundo e provavelmente pouco sabia sobre esse e seus perigos bobos. Tratou de explicar logo o que era.
-Racha é quando dois carros apostam corrida em um curto espaço. Como os carros daqui são envenenados, eles correm em velocidades excessivas, fazendo assim tragédias acontecerem. – e viu que ele ia lhe perguntar o que era envenenar carros – Envenenar carros é quando você coloca motores potentes e outras coisas para que o carro corra mais rápido em pouco tempo.
-Entendi. – respondeu se esticando no sofá e a olhando, ela começou a tirar o sapato e os jogou em um canto, viu ela mexer os dedos dos pés e passar a mão reclamando de dor - Posso?
Mione viu ele se ajoelhar na sua frente e pegou um dos seus pés antes que ela pudesse responder algo, sentiu os dedos dele passaram leves e firmes pela sola de seu pé e lhe começar a fazer uma massagem.
-Onde aprendeu a fazer isso? – perguntou a morena de olhos fechados e repousando a cabeça para trás.
-Os anos ensinam. – e riu junto dela. A ouviu gemer quando pegou seu outro pé e fez a mesma coisa, um arrepio percorreu o corpo do ruivo quando a ouviu gemer outra vez, e isso levou sua mente para a noite anterior, onde ela gemia no palco se exibindo para todos aqueles homens. Ron soltou os pés dela e se sentou outra vez no sofá vendo ela lhe olhar com tristeza.
-Porque parou?
-Melhor. – disse nervoso, a imagem dela dançando com aquelas roupas e aquela peruca estava aparecendo em sua mente cada vez com mais força.
-O que foi? – perguntou ela pegando o café e bebendo um pouco.
-Ontem. – disse sério a olhando nos olhos e vendo ela balançar a cabeça entendendo sobre o que ele falava.
-É meu serviço. Só isso. – respondeu terminando de tomar o café e recolocando a xícara vazia na mesa.
-Nunca lhe imaginei daquele jeito. – respondeu passando as mãos nos longos cabelos e bufando nervoso.
-Nem eu. – ela se levantou e foi na direção de uma porta que estava fechada, a abriu e Ron pode ver que era o quarto – Vou me trocar, já volto. – e fechou a porta outra vez.
A cabeça de Ron trabalha a mil lembrando do rebolado da morena no dia anterior, mas ao invés de lhe deixar excitado aquilo só o deixava com raiva, raiva de não ter conseguido proteger ela para que não fosse capturada na guerra, para que estivesse com eles quando o Lord das Trevas caiu e a Luz venceu mais uma vez. Queria entender o porque dela trabalhar naquele lugar, dançar daquele jeito, se vestir daquele jeito. Balançou a cabeça e se levantou, não iria adiantar de nada ficar tentando achar respostas para essas perguntas, quem sabe ela as respondesse.
Foi na direção da cozinha, parou no batente que ligava um cômodo ao outro, a cozinha não era muito grande, com azulejos brancos, uma pequena mesa com quatro banquinhos guardados embaixo estava encostada na parede oposta a que ele estava, em cima um vaso com uma flor branca e uma toalha cobrindo o resto da mesa. A pia ficava na parede do fundo, com mármore branco, totalmente limpo e sem louça, um escorredor de pratos vazio. Ao lado da pia um fogão de quatro bocas, na parede logo acima da mesinha um armário onde provavelmente seria a dispensa, e do lado um suporte, também branco, segurando um microondas. Na parede oposta a da pia uma geladeira na cor pérola, e em cima um porta-retrato de Mione com seus pais. “Nossa, há quanto tempo não penso neles... Será que ela sente falta deles? Afinal, se meus pais tivessem morrido na guerra eu estaria em frangalhos até hoje...” pensou ele se aproximando da foto. Uma porta ao lado da geladeira estava meio aberta, empurrou com a mão mais um pouco e acendeu luz.
-Merlin... – disse não contendo um riso baixo. Era o banheiro, mas aquele banheiro parecia que havia sido saqueado, estava uma bagunça completa. Roupas de todas as cores e tamanhos estavam jogadas em todas as partes, ele empurrou a porta para abri-la um pouco mais, mas essa bateu em algo. Entrou de uma vez no banheiro e viu que atrás da porta tinha uma máquina de lavar roupas, logo acima um suporte de ferro que era na verdade um mini-varal. Do outro lado da máquina um Box de cor escura com uma toalha vermelha pendurada, no chão ao lado do vaso sanitário uma pilha de revistas, na que estava no topo ele pode ler “Saiba como dar prazer para você e seu parceiro.” ficou vermelho só de pensar em Hermione lendo aquilo.
Continuou o que estava fazendo, na pequena pia um sabonete em formato de coração já meio usado, do outro lado da torneira uma caneca com duas escovas, uma rosa e uma azul. “Porque duas escovas?”
-Uma para mim e a outra da Lily. Quando ela está cansada demais pra ir pra casa, dorme aqui. Daí deixo uma escova para ela. – respondeu ela da porta e entrando no banheiro. Ron ficou a olhar para ela, que parecia nem ligar o olhar atencioso que ele dava para seu corpo. Mione foi até a pia, pegou uma pasta dentro do espelho e pegou a escova rosa, colocou pasta e começou a escovar os dentes, pelo espelho viu que Ron havia descido os olhos por suas costas e ai descendo devagar por suas pernas. Sorriu e terminou de fazer sua higiene.
-Que roupa é essa? – perguntou Ron depois de um tempo fitando o corpo dela, quase totalmente descoberto. Viu ela se virar com os olhos sem as lentes e com um sorriso lindo nos lábios.
-Como assim? É meu pijama. – disse rindo e indo à direção da sala. Tudo bem que as amigas tinham influenciado na escolha de suas roupas, não podia negar que até em suas roupas intimas elas influenciaram, uma grande prova era aquele pijama, uma blusa de mangas curtas e bem colada ao corpo, um shorts bem curto deixando toda suas pernas a mostra, inclusive o final do bumbum. Ela se jogou no sofá e ele se sentou ao seu lado.
-O que vai fazer amanhã à noite? – perguntou enquanto ela ligava a T.V.
-Nada e você? – perguntou já sabendo o que ele iria dizer, tremeu um pouco quando passou por um canal e tinha um programa para maiores de 18 anos passando e decidiu deixar lá, só pra ver a reação dele. Ron que antes nem via as imagens na T.V. agora olhava surpreso para ela, porque ela tinha deixado naquele canal?
-Bom, eu pensei que você poderia ir jantar lá n’A Toca. – falou quase sem voz por causa da cena que se decorria na T.V., uma mulher estava de pijamas e começava a agarrar um homem que estava ao lado dela, e logo estavam se amassando e tirando a roupa. Ron perdeu de vez a fala quando eles começaram a fazer sexo e Hermione assistia tudo como se fosse normal aquilo estar passando.
-Acho melhor não, eu ainda não to pronta pra voltar. – respondeu ela e olhando para ele de canto de olho viu que ele não tirava os olhos da T.V., mudou de canal e percebeu que ele voltava à realidade, piscando várias vezes e depois olhando para ela.
-Bom, como eu dizia, amanhã passo aqui por volta das 18 horas, ta? – disse sem se importar com a frase anterior dela, não queria saber de ela tentar sumir outra vez, não iria deixar.
-Ta bom. – respondeu ela agora soltando um alto bocejo.
-Bom, eu já me vou. – disse Ron se levantando e sentiu a mão dela lhe segurar, viu que ela o olhava como se pedindo para que ficasse, mas ele sabia que se ficasse um pouco mais iria acabar beijando ela, não que isso fosse uma coisa ruim, mas queria que esse momento fosse especial, um momento só deles.
Hermione segurou a mão dele por alguns segundos e depois a soltou, era melhor assim, sabia que não podia se envolver com ele. Pegou a chave e abriu a porta, viu ele ainda olhar para ela, mas depois saiu, quando estava quase abrindo as grades do elevador ele voltou e parou na frente dela, que estava encostada no batente da porta com os braços cruzados tremendo um pouco de frio.
-Até amanhã? – perguntou ele abraçando ela, sentiu ela concordar e o abraçar de volta. Os braços dela o apertaram e ele sorriu, estava com saudades dela, parecia que se a soltasse agora ela fosse desaparecer outra vez.
Ron se afastou um pouco daquele abraço para olhá-la nos olhos, viu que os dela brilhavam, a fazendo ficar mais linda. Sem resistir mais, suas mãos desceram pelos braços dela e seguraram a cintura dela com delicadeza, ele a puxou para mais perto e encostou sua testa na dela, fecharam os olhos somente respirando com dificuldade. Ron abriu os olhos e encontrou os dela já lhe olhando, como que examinando seu rosto, tentando gravar ele na memória, com um movimento sutil a puxou para mais perto ainda e bem devagar encostou os lábios nos dela, ela tremeu com esse toque, mas não se separou, apenas deixou ele a puxar cada vez mais e pressionar os lábios nos dela.
Ron sentiu que ela abria a boca aos poucos e começou a beijá-la, um beijo atrasado, um beijo com carinho, com amor. Mione passou as mãos pelo pescoço dele e o puxou aprofundando ainda mais o beijo, enquanto ele prensava a cintura dela na dele, fazendo arrepios passarem por ambas as espinhas e Hermione sentir as pernas fraquejando.
-Boa noite. – disse ele quando se separaram buscando ar e encostaram-se à testa um do outro se olhando com carinho. Ele encostou os lábios nos lábios quentes dela e se virou entrando no elevador. Ela ficou parada na porta olhando ele sumir dentro das grades do elevador, assim que ele sumiu por completo, ela entrou e correu para o quarto, abriu a janela que dava pra a rua e viu ele sair do prédio e olhar para cima, como se tivessem combinado fazer isso.
-Boa noite. – desejou ela e ele lhe deu um sorriso lindo. Hermione ainda ficou vendo ele entrar no carro, mas sentiu que seria piegas demais ficar olhando ele ir embora, entrou e ouviu o carro dele partir. Respirou fundo e fechou os olhos se jogando na cama de barriga pra cima, parecia que tinha voltado a ser adolescente, porque seu coração estava acelerado, sentia um tremor misturado a um calor percorrer seu corpo e ainda sentia o gosto dele em seus lábios.

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Música: Filme Moulin Rouge - The Show Must Go On
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