Começo de Sonho

Capítulo 11 – Começo de Sonho

Desceu do táxi em frente A Toca, pagando o taxista e ajeitando a roupa, a janela da cozinha mostrava Molly lavando louça e conversando com alguém.
-Molly. – ela chamou da porta entreaberta e viu a mulher vir até a porta e sorrir ao ver quem era.
-Entre querida. – a mulher a puxou para dentro, Nick pode ver com quem ela conversava, Harry – Chegou cedo, meu bem.
-Pensei em vir mais cedo para talvez lhe ajudar em algo. – ela sorriu fraco para Harry e voltou a olhar para a mulher ruiva – Severus lhe contou que eu vinha?
-Oh, sim. Ele me disse que vocês conversaram muito. – Nick ficou nervosa sobre essa conversa deles, porém se acalmou logo em seguida – Ele me disse que você não estava querendo voltar para nosso mundo, mas que ele acabara por te convencer.
-Bom, ainda não me decidi. – falou sentindo uma pontada de raiva de Severus por ter dito algo que ela não havia falado.
-E porque não? – perguntou Harry falando pela primeira vez desde que ela chegara.
-Porque ainda existem coisas que não me agradam nesse mundo. – ela respondeu olhando com certa raiva para o moreno, Molly não viu isso.
-Tudo tem solução, querida. – disse Molly alheia a raiva que Nick sentia de Harry nesse momento, e de si própria também.

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Mione saiu d’A Toca aos prantos, tudo estava errado, não queria mais ter que voltar para aquele mundo, não queria mais ter que ver aqueles olhos verdes lhe encarando; encostou-se em um dos carros parados no quintal e desatou a chorar.
-Mione. – chamou Ron saindo da casa e olhando para os lados, a procura dela. Nick se virou, limpando o rosto e colocando um sorriso extremamente falso nos lábios.
-Aqui. – ela o chamou, vendo que ele estava com o rosto preocupado.
-O que houve? – ele perguntou a olhando, ela a todo custo tentava esconder os olhos vermelhos.
-Meu celular tocou. – ela respondeu sorrindo e olhando para qualquer coisa, menos os olhos dele.
-Mentira. – Ron disse, analisando ela. – Posso te fazer uma pergunta? – viu ela assentir; respirou fundo várias vezes antes de abrir a boca outra vez e deixar a voz sair. – Está saindo com mais alguém?
-Não. – ela o olhou pela primeira vez nos olhos, sentindo um calafrio na espinha. – Se estivesse, acredite, não estava com você.
-Quer sair daqui? – ele perguntou, sorrindo pelo canto da boca, ela o acompanhou naquele momento malicioso entre eles. – Vou pegar a chave do carro.
Minutos depois eles saiam das propriedades do Weasley’s e iam em direção a cidade, Nick olhava a paisagem mudando na janela, Ron parecia estar feliz por ela estar ali, mas sentia que algo a incomodava.
Devagar postou a mão no joelho descoberto dela e ela o olhou, sorrindo sinceramente; Nick tentava ao máximo parecer natural ao lado dele, mas a cada vez que o olhava via o outro, via aqueles cabelos negros, aqueles olhos verdes. Seus olhos arderam outra vez, desde quando conseguia chorar outra vez? A pergunta se perdeu em sua cabeça, quando ouviu Ron lhe chamar.
-Não escutei, desculpa. – ela lhe olhou, a luz da estrada deixava o carro pouco iluminado, minando qualquer possibilidade de Ron ver que ela estava com os olhos vermelhos outra vez.
-Perguntei se que ir para algum lugar ou prefere ir para sua casa. – ele disse acelerando um pouco mais o carro quando ela pousou a mão em sua coxa.
-Prefiro ir pra casa. – a voz saiu baixa e tentadora; Ron sorriu.

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-Onde está Hermione? – perguntou Harry para Molly.
-Ela já se foi, estava com dor de cabeça, Ron a levou pra casa. – Molly disse e foi em direção ao marido que a chamava. Harry saiu da sala e andou até a cozinha que estava vazia, querendo a todo custo esconder a frustração ao saber que ela estava com Ron e não com ele; sem se conter mais deu um soco na parede perto da porta do quintal, fazendo essa tremer.
-Então você dormiu com ela? – perguntou alguém da porta da cozinha para ele, Harry se virou e encarou os olhos negros e severos de Snape.
-O que está dizendo? – ele perguntou se fingindo de inocente, afinal ele não teria como saber, certo?
-Hermione ou Nick, seja lá como você a chama, você dormiu com ela, não? – o homem refez a pergunta, agora rodeando a mesa da cozinha sem desviar o olhar do mais jovem.
-O que você tem com isso? – perguntou Harry começando a se irritar de Snape estar se intrometendo em um assunto que não lhe dizia respeito.
-Nada, mas não acha que sua mulher ficaria arrasada com uma noticia dessa? – perguntou sentindo-se bem em fazer o outro ficar irritado.
-Ouse falar com Ginny sobre isso e lhe mato. – o moreno mais novo ameaçou, mas não surtiu efeito algum no ex-Mestre de Poções.
-Nick é uma garota diferente da Hermione, vamos dizer que ela consegue o que quer de maneiras diferentes. – ele sorriu de canto de boca, fazendo Harry lhe olhar questionador – Mas ela merece respeito acima de tudo.
-Nunca a desrespeitei. – Harry se defendeu.
-Oh, desrespeitou sim. – Severus sorriu friamente e andou alguns passos na direção de Harry – Desrespeitou quando a marcou como sua propriedade. Ela chorou, sabia?
-Chorou? – Harry disse mais para si do que para Severus. O jovem abaixou a vista até o chão, imaginando Hermione chorando pela burrada que ele havia feito.
-Chorou de raiva de você. – Snape alfinetou fazendo o outro o olhar surpreso, porém ele continuou sem se importar – Sabia que ela está querendo que você suma da vida dela? Que você a esqueça? Que morra?
Cada palavra soava como veneno para Harry, e Severus se divertia ao ver ele sofrer; mas sabia que isso poderia dar errado, Nick poderia desmentir, mas isso era quase impossível. Ele havia sentido a raiva dela na voz quando falava sobre Harry e o que tinha acontecido entre eles, estava certo que a morena nunca falaria diferente do que ele disse. Severus sorriu ao ver Harry derrotado.

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-Passa a noite aqui? – ela pediu ouvindo ele concordar com um barulho rouco; estavam dentro do carro de Ron na frente do apartamento dela, fazia tempo que estavam se beijando, o clima estava esquentando.
Subiram e entraram se beijando, roupas deixando o corpo pelo trajeto da porta de entrada até o quarto dela, onde caíram na cama, ele por cima dela; Ron não sabia ao certo quem era que ele estava beijando naquele momento, resolveu descobrir.
-Nick? – ele a chamou baixo.
-Sim. – por um momento ela o olhou se afastando de si, para logo depois entender o que acontecia, ele não queria dormir com a dançarina Nicole Starmina, e sim com a garota que ele um dia amou, Hermione Granger.
-Desculpe, eu não posso. – ele disse sentando-se na cama e a olhando, ela parecia desconfortável com a situação.
-Olha não posso te falar que ela nunca vai estar aqui... – mas ela parou na hora que viu ele lhe olhar confuso – Estou falando da Nick.
-Isso é confuso demais. – ele disse passando a mão pelos cabelos e fechando os olhos, queria ter uma noite incrível, mas queria que fosse com Mione, com a mulher que amava; sabia que para não sofrer mais durante a guerra Mione havia se fechado naquele mundo dentro dela mesma e se tornado outra por fora, que agora a possuía como se fosse um parasita. Era difícil pedir para falar com uma delas, quando só queria que uma delas existisse.
-Eu sei, mas eu sou assim agora. – ela falou baixo, a voz fraca, as mãos procuraram o lençol para cobrir o corpo sem roupa alguma.
-Mi? – ele disse e ela assentiu – Eu quero você, mas não sei se consigo fazer isso. – viu ela levantar uma sobrancelha em suspeita – Não isso. Estou dizendo que quero você, Hermione. Tem como deixar Nick dormindo?
Ela rira, uma risada que Ron adorava ver e ouvir, fazia seu corpo se aquecer todo, trazendo boas lembranças de quando eram adolescente. Ela se jogara de costas na cama, o corpo somente coberto pelo lençol, Ron deitara ao seu lado.
-Certo, você definitivamente adora me ouvir rir. – ela declarar antes de cair na risada outra vez, ele junto.
-Adoro mesmo te ouvir rir. – ele disse postando meio corpo por cima do dela, ela sorriu envergonhada – Adoro tudo em você. – a beijou, Mione o trouxe mais para perto.
-Também te quero. – falou contra os lábios dele.

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-Acorda. – disse uma voz distante, uma voz estranha da voz do homem que havia dormido ao seu lado. Abriu os olhos e viu olhos negros, olhos frios.
-Severus? – ela pulou sentando-se na cama e cobrindo-se com o cobertor – O que faz aqui?
-Sabia que qualquer um pode aparatar aqui? – ele perguntou virando-se de costas e jogando o roupão para ela.
-Claro que sei, não conhecia ninguém que podia fazer essas coisas até algumas semanas atrás. – ela pegou o roupão e o vestiu.
-Sei. – ele se virou e a olhou, ela estava com o rosto amassado, cabelos despenteados e os olhos vermelhos, mas continuava bonita.
-O que faz aqui? – ela perguntou bocejando e olhando para o lado procurando Ron.
-Vim te chamar para almoçar. – viu ela se debruçar na cama a procura de algo no chão, entendeu como ser por as roupas do ruivo – Ele está tomando banho.
-Oh, obrigada. – ela sentou-se outra vez na cama e o olhou séria – Certo, veio me chamar para almoçar? Quando?
-Hoje. – a simplicidade da resposta o fez sentir-se meio bobo.
-Onde? – ela considerou, afinal não custava nada, Severus estava se tornando um bom amigo; um amigo meio sem noção de privacidade, mas um amigo.
-Onde você quiser. – ele respondeu, feliz por ela ter aceito. ”Ela ainda não disse nada.”
-Certo, pode ser no Amanhecer? Conhece? – ela pensou alguns segundos e resolveu que deveria ser em um restaurante trouxa.
-Sim, conheço. – ele sorriu fracamente e ela estranhou; porém ele ouviu o chuveiro ser desligado e viu que seu tempo estava acabando. – Pois bem, lhe vejo lá meio-dia?
-Sim, meio-dia. – ela disse ainda sonolenta, ouvindo a porta do banheiro se abrir.
-Certo, até mais tarde. – e aparatou, deixando Hermione confusa por ele estar fugindo de Ron.
-Bom dia. – o ruivo desejou pulando na cama, somente com uma toalha amarrada na cintura, puxando a morena para si.
-Bom dia. – ela disse sorrindo dele.
-Falava sozinha? – ele perguntou, mas duvidava que ela estivesse falando sozinha, ouvira uma voz masculina.
-Não, Severus estava aqui. – viu o ruivo olhar em todos os cantos do quarto – Ele já se foi, queria saber se eu queria almoçar com ele.
-Almoçar? – Ron estranhou aquilo, Severus Snape querendo almoçar com Hermione? Algo estava estranho – Só isso?
-Só, por que? – ela viu ele franzir o cenho e sorriu, ele estava com ciúmes – Não seja bobo de sentir ciúmes dele.
-Não disse nada. – ele se levantou da cama, um pouco nervoso.
-Não precisou. – ela zombou dele, e puxou a toalha da cintura dele, o deixando nu – Ei, ainda são nove horas, será que tem como você voltar pra cama?
-Não sei se você merece. – ele disse parecendo uma criança birrenta e cruzou os braços.
-Então tudo bem, tenho mesmo que me arrumar para meu encontro. – ela falou sabendo que ele ficaria bravo, e riu quando ele fechou a cara.
-Volta agora para essa cama, Hermione. – ele pulou a cama atrás dela, que corria pelo apartamento, tentando escapar dele. Os dois caíram no tapete da sala, rindo como dois adolescentes outra vez; não precisou de muito para que se amassem outra vez como na noite anterior.

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