Terceiro Dia
29 de Dezembro de 1976 (3º Dia)
Como diria Lucy, nada como uma boa noite de sono pra te fazer acordar feliz e saltitante.
Tirando é claro a parte do ‘saltitante’ que soa muito gay, era assim que eu podia me definir naquele início de quarta-feira. Sonhei a noite toda com minha doce Jane. Quer dizer, pelo menos eu sonhei só com ela nas poucas horas que dormi, já que só parei de ler quando tinha acabado o segundo livro que ela tinha me emprestado.
- Já acordada, Lis? – Perguntei à minha amiga ruiva que tomava o café da manhã sozinha no Salão Principal.
- Pra falar a verdade, quase nem dormi essa noite, Remus.
Eu ergui uma sobrancelha curioso.
- A Lucy não estava conseguindo dormir. E se ela está sem sono, presume que eu também não esteja.
- Mas o que ela fez?
- Primeiro acendeu as luzes e começou a ler. Eu reclamei da claridade e ela me mandou fechar as cortinas. Depois ela começou a escrever e eu reclamei do barulho da pena arranhando o pergaminho. Ela me jogou um travesseiro extra dizendo pra eu colocar em cima do ouvido.
- Funcionou? – Perguntei interessado.
- Para abafar o barulho da pena, sim. O problema foi quando ela disse que queria escutar um pouco de música e ligou o aparelho mágico de som. Eu acordei brava e ela começou a cantar junto pra me divertir, quando eu vi já estava cantando junto com ela e dali a pouco dançávamos em cima da minha cama. Quando acabaram as músicas, nos deitamos exaustas na minha cama, logo a Lucy foi tomar um banho e eu voltei a dormir.
Lily fez uma pausa enquanto recebia o correio da manhã.
- Aí você conseguiu dormir?
- Acho que sim, por uns vinte minutos. Depois que ela terminou o banho, sentou na beirada da minha cama e disse que queria conversar. Eu à ignorei completamente, mas ela começou a fazer aquelas chantagens emocionais do tipo ‘você não se preocupa comigo’ e ‘se fosse você no meu lugar’. Eu tinha outra alternativa? Levantei, lavei o rosto e sentei na cama pra conversar com ela. Só terminamos quando o sol ameaçava nascer. Ela voltou pra própria cama e me mandou não perturbá-la. Posso com uma coisa dessas?
- A Lucy é uma figura! – Falei rindo da cara de desespero de Lily.
- Uma peste, isso sim! Agora ela está lá dormindo como uma rainha, e eu completamente quebrada sem conseguir dormir de novo.
Eu estava muito curioso pra saber o porque da Lucy não conseguir dormir. Será que tem algo a ver com os encontros dela com Amus e Sirius da noite anterior? Queria saber o que o Sirius tinha aprontado. Ele voltou para o dormitório já era muito tarde, não sei bem a hora, mas sei que era tarde.
Quando eu perguntei como ele tinha se saído, ele apenas abanou a cabeça e murmurou um ‘não me atrapalhe, Aluado, estou tendo algumas idéias’. Teria que esperar um dos dois acordar pra saciar minha curiosidade.
Mas minha curiosidade logo mudou de foco. Jane tinha acabado de entrar no Salão Principal e sentou afastada na mesa da Corvinal. Levantei num impulso.
- Lily você se importa se eu te deixar sozinha?
- Claro que não, Remus. Já estou terminando de comer mesmo.
Sorri agradecido e saí rápido da mesa da Grifinória.
- Bom dia, Wilkinson.
- Bom dia. – Ela me cumprimentou alegre – Já disse pra me chamar de Jane!
- Ok, Jane. Posso... hum, me sentar? – Apontei o lugar vago ao lado dela.
- Claro, fique à vontade.
- Já li dois dos livros que você me emprestou.
- Sério? – Ela parecia surpresa – Você lê rápido!
- Eu te falei que gostava de ler, não falei?
- E gostou?
- Sim, a literatura trouxa é muito interessante.
- Minha mãe sempre diz isso. Sabe, ela é bruxa, mas meu pai é trouxa. Na minha casa tem livros de todo tipo, mas até ela prefere os trouxas.
- Depois do café, você quer dar uma volta nos jardins? – Perguntei mudando de assunto.
Ela me olhou sorridente.
- E Porque não? Só quero passar antes no meu dormitório pra pegar uma capa de frio mais grossa.
- Eu vou fazer o mesmo. A gente combina de se encontrar no hall de entrada então.
Aquele negócio da Lucy de chamar o lufa-lufa assanhado de ‘Diggory’ renovou minhas forças! E até agora meu saldo era mais positivo do que negativo. Pelo menos é o que eu acho...
Desci para o salão comunal animado. Remus passou por mim como um furacão.
- Olá Almofadinhas! – Ele gritou pra mim do dormitório.
- Oi. Porque a pressa?
- Vou passear pela escola com a Jane. – Ele me respondeu enquanto vestia um sobretudo.
- Ah. Você sabe se a Lucy já acordou?
- Ainda não. E pelo o que a Lily me contou, deve dormir por mais algumas horas.
Imaginei uma luz se acendendo na minha cabeça.
- A Lily. Onde ela está?
- Estava sozinha no salão principal.
- Obrigado, Aluado. – Saí correndo do salão comunal.
Queria aproveitar que o Pontas ainda estava dormindo e conversar a sós com a ruivinha.
- Lírio do Pontas! – Gritei animado sentando ao lado da ruiva.
- Bom dia, Sirius. – Lily me respondeu sorrindo.
- Você tem alguma coisa pra fazer agora?
- Vou aproveitar pra estudar enquanto o James dorme.
- Tenho uma proposta mais... interessante pra te fazer. – Falei segurando a mão dela.
- O que você está aprontando?
- Eu aprontando? – Perguntei inocente.
- Ah, é. Me desculpe. Você aprontar alguma coisa? Que cabeça a minha... – Ela deu um tapa na testa e eu sorri.
- Chega de enrolação. Eu quero sua ajuda pra fazer bombons.
- Bombons?
- Exatamente.
- Almofadinhas, eu não sei fazer bombom.
- Mas conhece a Lucy. Enquanto eu faço os bombons, você me dá uma aula sobre aquela maluca que você escolheu pra melhor amiga.
A ruivinha me olhou desconfiada, mas depois sorriu e foi comigo para a cozinha.
Chegando lá os elfos arranjaram todos os ingredientes que eu pedi. Eu abri um livro de poções e comecei a receita.
- Você pretende envenenar esses bombons? – Lily me perguntou sorrindo.
- Não. É só pra dar um toque especial na receita. Agora vamos lá. Do que a Lucy gosta? Não vai me dizer que ela é alérgica à chocolate também?
- Pelo contrário. Ela é louca por chocolate, se você prestasse atenção, saberia disso. Hei, o que você está fazendo?
- Anotando. Preciso reunir a maior quantidade de informações sobre a Lucy. Quem sabe assim eu consigo aprender a lidar com ela...
Lily riu de mim e começou a falar.
- Olha Sirius. É meio difícil falar assim da Lucy. Ela não é o que podemos chamar de previsível. Tem coisas que eu faço, por exemplo, achando que ela vai adorar e ela detesta. Quando eu descobri que estava gostando de verdade do James contei à ela esperando alguma ajuda, algum apoio, e o que ela fez? Me disse apenas que ‘estava fora de moda’ se atirar da Torre de Astronomia.
- Então... Quer dizer que você não vai poder me ajudar? – Perguntei desanimado fechando o caderno.
- Posso. O que você tem que fazer é agir naturalmente. Ser sincero. A Lucy vai saber quando você estiver falando a verdade.
- Ela até sabe. Mas não quer aceitar.
- Ela quer que você a conquiste.
- Você acha que bombons ajudam? – Perguntei um pouco triste.
Lily balançou a cabeça e riu.
- Vou te ajudar com esses bombons, Sirius.
- Então meu pai se apaixonou de verdade por ela. Sem o negócio da poção do amor e tal. – Jane falou rindo.
- É uma história curiosa. – Falei quando consegui parar de rir.
- E você? Seus pais são bruxos?
- Sim. Os dois se conheceram em Hogwarts. Começaram a namorar no sétimo ano.
- Que lindo! – Jane falou sorrindo. - Eram da mesma casa?
- Não. Minha mãe era da Grifinória e meu pai da Corvinal.
- Sério? – Jane deu uma risadinha.
- O que foi?
- Você é da Grifinória e eu da Corvinal... engraçado, não?
Eu dei uma risada nervosa. Não tinha pensado na coincidência...
- Você quer patinar no lago? – Ela me perguntou de repente.
- Como?
- Patinar no lago congelado. Você sabe?
- É claro que eu sei. – Falei sorrindo. – Acho uma ótima idéia.
Ela sorriu pra mim e conjurou dois pares de patins de gelo.
- Quer o cor-de-rosa ou o de florzinhas vermelhas? – Ela me perguntou gargalhando.
- O de florzinhas vermelhas. – Respondi pegando o patins das mãos dela.
Ela riu mais ainda, mas eu fiz uma feitiço e o patins ficou todo verde.
- Ah! As flores estavam uma gracinha! – Ela falou ainda rindo.
- Mas verde é minha cor favorita. – Dei de ombros e começamos a andar e direção ao lago.
A Lily tinha me dado várias dicas sobre como lidar com a Lucy. Mas nada que eu não soubesse. E ainda achava minha idéia de rechear os bombons com poção do amor a mais brilhante de todas.
Mas como eu fui cair na besteira de convidar a monitora-chefe de Hogwarts pra me ajudar a fazer os bombons, meu plano foi por água abaixo. Lily acha que eu devo agir de forma mais natural.
- Quando o efeito da poção passasse a Lucy ia ficar muito brava com você, isso sim! – Foi o que ela me disse antes de rasgar a página da poção do amor do meu livro de poções. Aliás, meu não, da seção restrita...
O resultado final ficou ótimo. Não do livro, dos bombons. Fizemos eles em formato de coração e recheamos com uma calda doida de cereja que a Lily fez pra substituir minha poção do amor.
Decidi esperar no salão comunal até que Lucy acordasse. Por sorte ela não demorou muito.
- Bom dia, Lucy!
- Bom dia. – Ela respondeu e me deu um beijo no rosto.
- Dormiu bem?
- Dormi. Mas acho que eu dormi demais. – Ela falou se espreguiçando.
- Hum. Como foi seu encontro com o assan..., quer dizer, com o Diggory?
- Ah Sirius, não começa. Vou pra cozinha comer alguma coisa, você vem comigo?
- É claro. – Levantei num pulo. – Mas antes eu quero te dar uma coisa. Espere aqui.
Eu subi apressado para o meu dormitório e peguei a caixa de bombons.
- Fui eu mesmo que fiz! – Falei orgulhoso.
Mas ela abriu a caixa desconfiada e começou a cheirar os bombons, um por um.
- O que você está fazendo, criatura?
- Tentando descobrir se tem alguma substância perigosa nesses bombons.
- Lucy! – Falei segurando-a pelo ombro – Eu estou apaixonado por você, porque eu ia querer te envenenar?
- Não sei. Você não é normal, Sirius. E eu não faço idéia do que passa na cabeça de alguém como você quando pensa que está apaixonado.
Eu fiquei boquiaberto. Eu não sou normal? Como assim, eu não sou normal?
- O recheio é com calda de cereja. – Falei triste e andei desanimado até a poltrona em frente à lareira.
- Oh. Me desculpa, Sirius? – Ela perguntou comovida. – São meus bombons preferidos.
- Sério? – Perguntei cínico.
- Sério. Vamos fazer o seguinte. – Ela pegou um bombom da caixa e colocou na minha mão. – Come um, se você continuar bem, vou adorar o presente!
- Ô pessoinha desconfiada você, hein? – Coloquei o bombom na boca e ela ficou me observando atenta. – Viu, continuo vivo!
- Que bom! – Ela me deu um beijo no rosto – Obrigada, Sirius! Agora vamos pra cozinha?
- Vamos. – Falei animado.
Pensando melhor, acho que foi muito bom ter convidado a Lily pra me ajudar!
Minha manhã estava sendo maravilhosa. Jane e eu brincávamos de pega-pega no gelo. Jane patinava maravilhosamente bem, eu até me sentia um pouco envergonhado quando fazia uma curva mais fechada e caia de cara no gelo.
- Vamos, Remus! Não pode ser tão difícil assim me pegar! – Ela me provocou depois de eu levar um belo tombo.
- Provoca, vai. Aproveita que eu estou fora de forma.
Ela ria e sentava no gelo fingindo estar cansada de esperar. Eu levantei e comecei a patinar rápido em direção à ela. Mas de repente eu levei outro tombo e como estava em alta velocidade saí escorregando por alguns metros.
Levantei meio zonzo e recomecei a patinar quando minhas pernas se enroscaram e eu caí de novo.
- O que você andou bebendo, Remus? – Jane me perguntou divertida.
- A pergunta é outra: o que você colocou no meu leite hoje cedo?
- Eu? Nada. – Ela riu e começou a dançar uma valsa sozinha. – Você sabe dançar?
- Olha, dá pro gasto. – Respondi sem ousar me levantar do gelo.
- Eu aprendi a dançar com o meu pai.
- Verdade?
- Sim. Ele é professor de dança.
- Bom, aí é covardia! – Exclamei arrancando mais uma risada dela.
- Quer que eu te ensine?
- A dançar? - Perguntei tentando me levantar e levei outro tombo.
- Não. A fritar ovo! Do que é que nós estamos falando?
- Eu não sei o que é que está acontecendo com esses patins! – Falei um pouco mal-humorado depois de mais um tombo.
- Será que o problema é nos patins?
- Muito engraçada! – Falei sorridente e me levantei. – Olha só, eu parei.
- Isso geralmente acontece quando a gente fica em pé.
- Continua tirando sarro. Eu vou descobrir o que deu nesses patins.
- E então, quer aprender a valsar no gelo?
- No gelo? – Perguntei assustado.
- Sim. É muito mais divertido.
Eu pensei um pouco, mas aceitei o desafio.
- Pára, Sirius! – Lucy falou segurando a gargalhada depois do décimo tombo do Remus.
Quando a Lucy terminou de comer, saímos do castelo para um passeio e vimos o Remus e a Jane brincando no gelo. Eu, é claro, não resisti a aprontar um pouco com o lobinho.
- Mas ta tão divertido... – Falei me recuperando das risadas.
- Mas já chega, a gente já se divertiu bastante.
- Só mais um, ta?
Eu balancei a varinha mais uma vez e Remus caiu com tudo no chão. Lucy e eu rimos e ela me puxou de volta para o castelo.
- Você leva jeito pra dança. – Jane me falou quando sentamos exaustos à beira do lago.
- Por falar em dança... você já tem companhia para o Baile de Ano Novo? – Uma coragem sem tamanho tinha se apossado de mim!
Jane me olhou surpresa e sorriu.
- Ainda não. – Ela me respondeu com a voz doce.
- Quer ir comigo? – Eu não iria perder a oportunidade, não é?
- Adoraria. Mas a gente vai ter que treinar um pouco mais.
- Combinado. – Falei animado e me levantei estendendo a mão pra ela.
Lily havia me dito que a Lucy às vezes gostava de romantismo. Mas deixou bem claro as sentença ‘às vezes’. Com essa informação em mãos, decidi aproveitar o bom humor matutino da loirinha e tomar uma atitude drástica.
Eu iria declamar uma poesia pra ela. Em pleno salão principal no horário de almoço. Nunca pensei que eu chegaria a isso um dia...
Eu, Sirius Black, o galã de Hogwarts. O garoto mais lindo, charmoso, gostoso e amado de toda a Inglaterra. Eu, me prestar ao papel de declamar poesia pra conseguir levar uma garota a um baile... Como diria o Pontas: ‘as coisas mudam...’.
Mas não era mais tempo de voltar atrás. Esperei todos os (graças à Merlin) poucos estudantes chegarem para o almoço e então fiquei em pé na mesa da Grifinória.
Todo o salão principal parou pra me olhar.
Um cupido chamei, (eu me ajoelhei na mesa)
para fazer teu coração
pelo meu apaixonar-se,
sem esboçar reação.
Quero-te de todo jeito,
não importa o custo.
Para ter o teu amor
perco o medo, não me assusto.
Só ao teu lado, fico feliz,
faço questão de dizer.
Da minha vida fazes parte,
porque o meu coração,
agora, do teu amor, é refém.
Faço o que quiseres.
No teu coração aquieto-me,
fecho a porta do meu.
Nunca deverás temer
o meu amor perder.
Terminei com um sorriso triunfante e entreguei uma flor à Lucy.
- Você é completamente maluco! – Ela me falou sorrindo e cheirando a flor.
- E você é completamente linda. – Respondi sentando no meu lugar.
Ela balançou a cabeça ainda rindo e voltou a atenção para o almoço.
- E então? – Perguntei curioso.
- Achei legal.
- Legal? – Perguntei decepcionado.
- Sim. Muito legal.
Isso foi tudo o que ela falou pro maior king-kong da minha vida! Cada vez eu fico mais decepcionado com as reações dela para os meus sacrifícios.
O salão principal já tinha dispersado a atenção de mim. Na mesa da Grifinória, James, Lily e Remus pareciam ter feito um pacto silencioso de não comentar o acontecimento. Mas eu percebi cada um deles fazendo força pra não rir. Resolvi então almoçar em silêncio.
Às vezes eu percebia a Lucy ou a Lily me olhando, mas não falei nada. Terminei meu almoço e saí direto pra Torre da Grifinória.
- Ah, você ficou triste? – Lucy perguntou entrando na Torre logo atrás de mim.
- Decepcionado. – Falei me jogando em uma poltrona - Essa é a palavra.
- Mas eu gostei. De verdade.
- E porque não falou?
- Eu falei. Falei que achei legal.
- Achar legal é gostar? – Perguntei um pouco esperançoso.
- Sim. – Ela sorriu pra mim. Ai Merlin, ainda derreto com esse sorriso... – Espera aqui um pouquinho.
Lucy subiu correndo para o dormitório feminino e votou trazendo a caixa de bombons que eu havia dado à ela de manhã.
- Sobremesa. Aceita? – Ela estendeu a caixa na minha direção. – É verdade mesmo que foi você quem fez?
- Mas é claro que é.
- Não sabia que você fazia bombons.
- Eu não fazia. Foi a primeira vez, mas como tudo o que eu faço é perfeito...
- Olha o ataque de modéstia! – Ela falou séria, mas depois riu. – Quer perder pra mim no xadrez?
- Vai sonhando... eu nunca perdi pra você!
- Hoje pode ser a primeira vez...
Como o Sirius teve tamanha coragem pra declamar aquela poesia é o que até hoje eu me pergunto. Graças à Merlin minha situação com a Jane estava tão bem que eu não parecia precisar de nenhuma atitude dessas.
Logo depois do almoço combinamos de nos encontrar na biblioteca para estudar para os NIEM´s. Antes eu passei no salão comunal da Grifinória pra pegar meus livros e vi Lucy e Sirius jogando xadrez.
- Quer chocolate, Remus? – Lucy me perguntou estendendo uma caixa em formato de coração. – Foi o Sirius que fez.
- Então acho melhor não. – Falei brincando.
- Aluado, vai procurar a sua Jane e nos deixa em paz, pode ser?
- Não fala assim com ele, Sirius. – Lucy me defendeu.
- O que você ta querendo, Lucy? – Perguntei desconfiado.
Ela sorriu e sentou ao meu lado no sofá.
- Já que você perguntou... Eu queria saber o que eu posso fazer pra ganhar do Sirius.
- Só isso?
- Pra mim é bastante!
- É simples: fala pra ele que se você ganhar ele vai somar pontos com você. – Falei piscando um olho.
- Isso não vale! – Lucy protestou.
- Mas aposto que ele aceitava, não é cachorrão? – Perguntei pro Almofadinhas e subi para o dormitório.
Quando desci eles já tinham voltado a jogar.
- O que você vai fazer com esses livros?
- Estudar, Sirius.
- Mas... você não vai fazer companhia pra Jane? – Lucy me perguntou.
- Ela vai estudar comigo. – Falei sorrindo.
- Que programão de férias! Eu é que não queria namorar uma Corvinal... – Sirius balançava a cabeça assombrado.
- Mas a idéia de estudar foi minha.
- Nossa! Sorte minha que você não aceitou namorar comigo, hein Remus? – Lucy falou divertida.
- Hei, que história é essa?
- Explica você, Lucy. Eu estou atrasado pra encontrar a Jane.
Saí apressado da Torre e fui para a biblioteca. Jane já estava lá.
- Demorei? – Perguntei me sentando ao lado dela.
- Não. Acabei de chegar também.
- O que você quer estudar primeiro?
- Podia ser Transfiguração. É a matéria que eu tenho mais dificuldade.
- Transfiguração, então. – Falei sorrindo enquanto abria meu livro.
Lucy me explicou que ela havia dito meio indiretamente para o Aluado que queria namorar com ele. Mas que ele não aceitou por achar que ela gostava de outra pessoa. Quem era essa pessoa ela não quis me dizer, mas eu sei que sou eu!
Já era tarde da noite quando desci para os terrenos de Hogwarts. Peguei o Mapa do Maroto, a capa de invisibilidade do James e em poucos minutos estava embaixo da janela do dormitório feminino da Grifinória.
Estava lá disposto a minha última cartada daquele dia tão apelativo... Ia fazer uma serenata! Pelas reações da Lucy para os meus bombons e para a poesia, eu já nem esperava uma grande receptividade dela pra minha música, mesmo assim eu tinha que tentar.
Somente você pode fazer este mundo parecer certo
Only you, can make the darkness bright
Somente você pode fazer a escuridão brilhar
Only you, and you alone, can thrill me like you do
Somente você e você sozinha pode me excitar como você faz
And fill my heart with love for only you
E preencher meu coração com amor, somente por você
Ela apareceu na janela junto com a ruivinha do Pontas.
Somente você pode fazer essas mudanças em mim
For it's true, you are my destiny
Porque é verdade...você é meu destino
When you hold my hand, I understand
Quando você segura minha mão, eu compreendo
the magic that you do
a mágica que você faz
You're my dream come true
Você é meu sonho realizado
my one and only you
Minha única e somente você
Only you, can make this change in me
Somente você pode fazer essas mudanças em mim
For it's true, you are my destiny
Porque é verdade...você é meu destino
When you hold my hand, I understand
Quando você segura minha mão, eu compreendo
the magic that you do
a mágica que você faz
You're my dream come true
Você é meu sonho realizado
my one and only you
Minha única e somente você
One and only you...
Única e somente você...
Finalizei jogando um beijo pra ela.
- Sirius... – Ela falou rindo.
- Não vai me chamar de maluco de novo, vai?
- Não. Foi lindo. Você não é tão desafinado quanto eu imaginava...
Eu fiz uma careta de provocação.
- Eu devia subir aí e acabar com a sua raça, sabia?
- Imagino que seria o mais certo a fazer. – Ela riu. - Eu no seu lugar, estaria morrendo de raiva de mim!
- Muito profundo esse seu raciocínio.
Ela riu e balançou a cabeça.
- Vai dormir, Sirius. Eu adorei, ta? Pode dormir tranqüilo. – Ela falou me jogando um beijo e saindo da janela.
Será que isso significa o que eu acho que significa? De qualquer jeito, teria que esperar até o dia seguinte pra saber...
N/a:
Primeiro, os créditos:
A poesia que o Sirius declama chama ‘Ganhei teu Coração’, o escritor se identifica como Jotabe. Retirei do site ‘Recanto das Letras’. O endereço:
recantodasletras(ponto)com(ponto)BR(barra)poesiasdeamor(barra)142652
A música da serenata é Only You do The Platters e foi gentilmente cedida pela minha leitora querida Ly Black, direto do capítulo da fic dela, Irresistível. Há tempos eu procurava a música certa pro Almofadinhas cantar e eis que a Amanda publica essa daí no capítulo O Baile. Vale à pena ler essa fic dela, é uma história muito lindinha do Sirius Black com uma personagem original muito gracinha!
É isso, as coisas estão começando a se ajeitar, mas estamos descobrindo um dom incrível do Almofadinhas, não? O de pagar micos! Huahuahuaha Essa Lucy é muito má com o cachorrão!
Muitos e muitos beijinhos!!
Luci Potter.
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