O Adeus Final



- Quietos! – Ordenou Snape, apontando a varinha para os dois jovens.
Os dois ficaram olhando, ofegantes.
- Srta. tenha calma. – disse para Thanye, de seguida olhou para Harry. – Potter, cama. – sibilou.
Harry abriu a boca para protestar, mas nada saiu, acabando por ir para o dormitório.
- O meu irmão... – murmurou ela com lágrimas nos olhos. – Barty!
- Srta. – disse Snape.
- O meu irmão. – voltou a dizer agora lavada em lágrimas e deixando-se cair no chão, de joelhos.
O professor estava como ela nunca tinha visto, não estava minimamente afectado pelo que estava sucedendo lá dentro, ou que já tinha sucedido, mas sim, estava se sentindo mal por ela estar triste e por saber que ficaria sozinha no mundo, tal como ele estava.
Ajudou a menina a se levantar e teve o impulso de a abraçar, e a levou para longe dali.
Quando já estavam nos corredores, no primeiro andar, Thanye se sentou num banco e o professor sentou no lado dela.
- Parece mentira que o ano terminou... – Disse a garota com um sorriso triste. – Parece mentira que...Depois de tantos anos encontro o meu irmão e descubro que ele é um comensal da morte, que o rapaz que eu gostava estava sobre as ordens dele para me fazer mal e tentar apanhar o Harry através de mim, que meu pai está morto... – completou, limpando uma lágrima.
- Mas você sabe que Hogwarts pode ser sua casa, você não precisa ficar sozinha. – Disse Snape.
- Eu tenho de fazer isto, professor. – Falou, olhando ele. – Eu tenho mesmo. E ainda mais... – Disse, olhando o chão. – Mais nada me prende a este lugar.
- Isso é que você se engana, Srta. – Respondeu Snape.
- Thanye. – Disse ela. – Pode me chamar de Thanye. – ela levantou a cabeça para olhar ele. – E eu tenho mesmo de fazer isso.
- Certo. – cedeu ele. – Você faz como você quiser. Mas lembre-se que Hogwarts estará sempre de portas abertas para você. Não tem de se sentir culpada por erros cometidos pela sua família.
A jovem não respondeu.
- Se no caso de você não voltar. – Disse Snape, fazendo o seu sorriso e jogando o cabelo para trás. – Me liga quando você fizer 17 anos. – completou com uma piscadela. – Gostei de falar com você. – baixou a voz. – Thanye.
Dito isto, foi andando pelos corredores arrastando a capa.
A garota ficou olhando o professor se afastar com ar incrédulo.
”Nunca conheci o Snape com tanto sentido de humor” Pensou com um sorriso “esta é nova”.
Levantou-se e foi na direcção das masmorras.
No dia seguinte, a manhã estava serena e o sol já raiava, tinha tudo para ser um dia feliz, porém, todos os alunos estavam em baixo por causa da morte de Cedric.
Thanye estava sentada nos terrenos, contemplando pela última vez aquele belo cenário que outrora ela se tinha divertido ali, lembrando de todos os momentos que ali passou que ficariam para sempre na sua memória.
Harry, que tinha feito as malas para no dia seguinte partirem no expresso, viu Thanye nos terrenos e se aproximou da amiga, colocando a mão no seu ombro e sentando no seu lado.
- Sinto muito. – Murmurou.
- Não sinta, Harry. – disse com um suspiro. – Era você ou ele.
- Por vezes preferia ter sido eu que agora ver você assim. – Falou Harry, olhando o chão.
- Não seja bobo. – Disse Thanye levantando o rosto dele. – Esqueça isso. Acabou. – tranquilizou ela. – Acabou. – voltou a murmurar.
Harry esboçou um sorriso fraco.
- Tento esquecer. – disse.
Thanye continuou observando a paisagem que os rodeava e fechou os olhos para sentir o vento em seu rosto.
- E agora que o ano terminou. – começou Harry. – Para onde você vai até ao próximo ano? – Perguntou ele.
- Não sei. – suspirou. – Ainda tenho a casa de meu pai. Mas não sei ainda o que vou fazer. Talvez...- olhou nos olhos de Harry. – Talvez eu não volte mais a Hogwarts.
Ele olhou chocado.
- Porquê? – perguntou, não entendendo nada. – Thanye, você não tem culpa de nada do que aconteceu. De nada. Todos vão sentir sua falta aqui.
Ela suspirou.
- Eu sei. – baixou a cabeça. – Mas é o melhor.
Fizeram uns minutos de silêncio, os quais Harry tentou várias vezes interromper, mas nada saia, para variar.
- Harry eu... – começou ela, respirou fundo e prosseguiu. – Eu queria pedir uma coisa para você.
- Fale. – pediu ele.
- Sabe o meu primo, o Draco? – perguntou Thanye, ignorando o facto de Harry ter franzido a testa só de ouvir o nome dele.
Harry acenou com a cabeça.
- Eu sei que você não o suporta, mas... – ela suspirou. – Harry, o meu primo mudou. Ele mudou mesmo, a sério. Vocês deviam lhe dar uma oportunidade.
Antes que Harry pudesse interromper, ela prosseguiu.
- Não somos nós que escolhemos a pessoa com que queremos ficar, Harry. Ninguém manda no coração e você sabe que a Hermione está sofrendo com tudo isso e vocês sempre foram amigos... – ela suspirou de novo. – Não é justo o que vocês estão fazendo com ela. Por favor, Harry... Promete que vai tudo voltar a ser como era dantes? – pediu ela.
O rapaz não sabia o que dizer, apenas baixou a cabeça.
- Não deixe um pequeno erro de um momento afectar uma amizade de uma vida inteira, Harry. Lembra dos momentos que vocês passaram juntos. Por favor.
- Está certo. Você tem razão. – cedeu Harry, olhando Thanye.
A jovem sorriu.
- Eu vou perdoar a Hermione. Vou lhe dar uma oportunidade, mas a ela. Não quero conversas com o Malfoy. – Disse Harry, retribuindo o sorriso.
- Está certo, então. – disse Thanye, se levantando. – Bom...Está na hora de eu ir.
Com um aceno, ela se afastou.
- Espera... – Disse Harry.
Thanye se virou e recebeu um abraço do amigo.
- Nunca te vou esquecer, Thanye. Nunca. – sussurrou.
- Isto não é uma despedida, Harry. Não é o final de nada, é apenas o começo de tudo. – disse limpando uma lágrima. – Harry, dá isto à Martha. – Disse entregando um papel. – Não deu quase para falar com ela ontem à noite, pobrezinha só chorava.
O rapaz acenou com a cabeça e segurou no papel.
- Será entregue, não se preocupe. – sossegou.
Harry limpou uma lágrima ao ver a amiga se afastando, arrastando as suas malas na direcção do autocarro cavaleiro que estava recolhendo viajantes em Hogsmeade.
Um rapaz veio à porta e a ajudou com as malas, Thanye ainda limpando as lágrimas entrou no autocarro e se sentou.
Colocou a mão nos bolsos e sentiu um papel, tirou para fora e o abriu, tinha uns números rabiscados, Thanye pensou que só poderia ser de telefone, uma invenção de trouxas, no final tinha assinado o nome “Severus Snape”.
”Não é que ele estava falando sério mesmo?!” Pensou, soltando uma gargalhada. Fazia tempo que ela não ria assim desse jeito.
Stan Chunpike, o rapaz que a tinha recebido à porta do autocarro se aproximava, ela colocou o papel dentro do bolso de novo.
- Para onde você vai? – Perguntou o rapaz.
- Para onde o vento me levar... – Respondeu, deitando uma última olhadela ao castelo antes do autocarro cavaleiro arrancar e desaparecer no final da rua.
”Talvez um dia, Hogwarts. Talvez um dia...” ·

(continua...)

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