Trem



Trem




Ela está tão bonita, e ela está tão segura,

Talvez eu sou mais inteligente que uma menina como ela


Vanessa Carlton, White Houses (casas brancas)





Lílian pensou que era uma perfeita idiota por não ter pegado nenhum protetor solar para colocar em sua bolsa para a viagem, ao menos usar alguma blusa decente. Como ela, a garotinha inteligente, sempre precavida, sempre tão esperta, justo ela tinha esquecido que andar em um ônibus em Londres na parte de cima, onde os turistas geralmente andam para apreciar a vista era uma grande idiotice. Tinha se esquecido que o verão era quente e ela era branquinha. E agora, já que ficou que a burrice que agüente as conseqüências. E o decote de seu vestido – que não era grande, mas de um triangular charmosamente discreto - não poderia ter sido a melhor escolha. À noite, quando fosse tomar uma banho antes de dormir, certamente teriam um triângulo vermelho ridículo no colo, contrastando com a pele cor de leite do resto do corpo.

Ainda bem que no dia seguinte e nos próximos dias não usaria decote algum. Iria para sua escola, e o uniforme não era nada decotado. Aliás, este era o motivo dela estar se bronzear num ônibus londrino pela manhã, com uma grande mala ao lado.

Ela adorava aqueles lugares no veículo, de vista privilegiada. Desde quando era criança de colo, sua mãe sempre que precisavam usar algum ônibus, usava um daqueles. E desde aquele tempo, sempre que Lílian viajava em um, ficava olhando as pessoas na rua, se divertindo com a pressa que geralmente tinham. Achava mais divertido olhar as pessoas em frente aos monumentos que os monumentos por si só. E agora que a mãe já não podia ir com ela, ia sozinha, mas ia. Tentava apreciara vista sem penar na mãe, o que era difícil. Começou a ver a vida alheia, e acabou encontrando algo que a interessou muito, como acontece muitas vezes.

A menina que andava à pé, junto com um homem que parecia ser seu pai e uma mulher que presupunha ser sua mãe, todos carregavam uma mala, era albina. E como toda legitima albina tinha aquele olho claros que às vezes tremiam, cabelos brancos e, pele que parecia ser cor-de-rosa clara. Mas os olhos azuis semitransparentes tinham sido pintados com uma grossa camada de maquiagem negra, o cabelo loiro havia sido cortado com uma navalha cega, e a pele branca rosada em exposição, graças à saia curta demais e a blusa decotada demais. Parecia ser uma deslocada tendo em vista que, depois de sua saia a mais curta de todos os presentes era uma que chegava aos joelhos da mulher.

Lílian fez uma careta ao ver a garota. Não só pela saiazinha ou pela maquiagem excessivamente vulgar, mas pelo fato de conhecê-la. Quem em toda Hogwarts não conhecia Miranda Brann? Era considerada uma garota um tanto quanto estranha para os padrões atuais, e isso não era um elogio.

Sem amigas, apenas com poucos amigos, garotos cheios péssimas intenções. Todos sabiam que ela mesma fez as barras da saia do uniforme, ficaram menores – e ainda cortou a barra das outras saias, para dar o ar de mal cortado, de rebeldia. Todos sabem que ela saia com boa parte da população masculina da escola, sem firmar compromisso com ninguém, sendo que os garotos também não pareciam querer firmar compromisso com ela. Todos falam que se ela fosse virgem, iria sair correndo com uma saia igual a dela. Todas as garotas falavam que a única coisa que valia a pena ser de Mirando é inimiga.

Lílian se incluía no grupo de odiadores da Miranda. Onde já se viu uma garota com uma saiazinha daquele tamanho. Ela que não queria ser vista com uma garota daquelas.

A mulher que estava com a garota fez sinal para que a condução parasse, que parou. Lílian congelou ao olhar ao seu redor. Se o que ela estava pensando fosse acontecer, o único lugar que estava livre era ao seu lado. Com um temor pode observara uma cena de despedida embaixo, e para completar o desespero, quem subia ao ônibus era Miranda.

Alguns segundos após a volta do funcionamento do ônibus, Lílian pode ver uma cabeleira loura subir a escada. Não tardou descobrir o único lugar vago e ainda descobrir que a ocupante do lugar ao lado era sua colega de quarto.

- Evans? – Ela assentou-se, acomodando a mala. – Lílian Evans?

- Sim? – apesar de se conhecerem a cerca de sete anos, era sempre com muita cordialidade que tratava Miranda. Era assim com que não conhecia e não possuía algum laço afetivo: além de não demostrar alguma afetividade pela pessoa, ainda demostrava a educação de ouro que possuía, como se pudesse ser um exemplar do guia da boa moça, algo que a albina parecia necessitar muito. Com Miranda fazia questão de não mostrar afetividade alguma.

Miranda olhou para Lílian com a cara de quem se lembra de algo. E depois com uma cara de quem quer contar algo porémnão tem coragem por algum motivo. E Lílian, como toda boa curiosa, gostaria de saber de tudo.

- Brann, você quer me dizer alguma coisa? – disse ela juntamente com a sua polidez excessiva.

Miranda pensou por um momento antes de começar a falar:

- Nem sei se devo dizer isto, já que você nem vai querer ouvir. E se ouvir não vai acreditar. Seria como conversar com uma parede, ou então com um cachorro...

- Por que você simplesmente em vez de fazer introduções, fala o que quer dizer

- Certo. Eu geralmente passo as férias na casa de férias que tenho em Saint-Tropez, lá em Mônaco. E em geral em vez de ir para a praia, fico andando pela cidade. Mas um dia eu resolvi ir para a praia mesmo. E vi a sua amiguinha, a Fielding, junto com a tal da Kely Carlton. E elas estavam conversando. Sobre você.

Como se tivesse uma máscara em vez de face, Lílian continuava com a mesma expressão de serenidade no rosto. O que não pode se dizer por dentro.

Era universalmente conhecida a inimizade de Márcia e de Miranda. Tudo havia começado quando Miranda beijou um garoto chamado Ivo quando estava no primeiro ano, sendo que o beijo foi em público. O único problema era que o mesmo Ivo possuía um namorico com Márcia. No final, apesar de ter ficado exclarecido que o menino era um cafajeste que havia dito para Miranda que tinha terminado com a namorada e que gostaria muito de começar um romance com ela, as duas garotas passaram de completas desconhecidas para garotas que se odiavam um bocado.

Foi então no começo do segundo ano que a briga delas de verdade começou. Uma série de boatos sobre Márcia começou a ser espalhada por toda a escola – o que fez ela começar a ser realmente popular. Depois de desmentir boato por boato, foi encontrado o causador desta defamação. Miranda com raiva da humilhação que passou por causa de Márcia, resolveu se vingar dela. Depois de haver uma outra briga, a albina começou a ser conhecida em toda a escola como uma garota que merecia ser odiada, fama que prevalece até os dais de hoje.

De fato ela era mesmo uma garota que deve ser odiada. Se ela tivesse alguma chance de mostrar que Márcia que era a errada na história, certamente teria desperdiçado. Depois de tudo, foi vista inúmeras vezes fazendo fofocas falsas sobre várias pessoas – principalmente de Márcia seu alvo predileto, roubando namorados de “mocinhas de bem”, promover a discórdia entre todos. Ela parecia achar que a solução para tudo era colocar uma saiazinha curta e andar com o nariz empinado.

Entretanto tinha algumas pessoas que pareciam imunes a Mirada. A moça nunca fazia nada com alguns selecionados por ela mesma. E ninguém sabia o critério que ela usava, e nem por que pessoas que teriam tudo que ela odiasse profundamente nunca era seu alvo. Lílian se incluía no grupo, mesmo sem saber o porquê. Era uma das melhores amigas de Márcia, o que deveria garantir um espaço na lista negra dela.

Por este lado, mostrava que finalmente Miranda havia percebido que a ruiva era uma das suas inimigas e começasse a contar suas mentiras para ela. Qualquer coisa que ela dissesse sobre Márcia certamente era mentira, principalmente se fosse para a prejudicar. E o fato de Kelly Carlton e Márcia não serem grandes amigas – pelo menos quase nunca se falavam, e certamente não seria com este tipo de pessoa que se passaria férias maravilhosas em Saint-Tropez, e principalmente Márcia nunca ao menos olharia na cara de alguém que humilhava Lílian e Catalina – mostrava que era realmente calúnia o que gostaria de fazer.

Por outro lado, Lílian era curiosa, curiosa o suficiente para querer saber tudo o que a albina tem a dizer sobre a amiga. Queria ver até onde ela iria. Piscou uma vez e disse jurando a si mesma que tudo o que iria dizer era mentira:

- O que Márcia disse sobre mim, Brann?

Talvez o leve interesse na voz da garota faz Miranda se sentir confortável para dizer o que tinha a dizer. Parecia que alguém iria acreditar no que tinha a dizer. Antes de falar, sorriu de leve com os lábios cobertos de batom rosa forte.

- Parece que ela planejaram alguma coisa, e contra você... Lílian Evans



E só. Não vou continuar com essa fic, já que parei de escreer a algum tempo. Só não queria deixar um texto sem ser publicado. como já deu para perceber, esse capítulo não está completo, a fic não vai continuar. Imaginem o que quiser como final. Se alguém quiser terminar ela, nem precisa me avisar. Só copie e continue, e se quiser perguntar alguma coisa me consute. Só que a probabilidade disso acontecer é completamente nula, sei. Mas caso algém se interesse em terminar...
E adeus, gostei muito de escrever algo para você!

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