Os próximos planos
Harry acordou gritando certa noite.
--Harry? Está tudo bem ? –Rony e Hermione olhavam para ele assustado, os dois com cara de sono, mas claramente alarmados.
O menino ficou em silêncio por um tempo, parecia tentar acalmar a respiração. –Sonhei com Olivaras mais um vez... Ele ainda está vivo, mas estava sendo torturado... Nós precisamos fazer alguma coisa. –Harry suava frio pelo que tinha acabado de ver, não podia ser ele!
--Harry! De novo com essa historia? Ninguém sabe onde ele esta e nem se estar mesmo vivo!
--Hermione eu vi! Ele esta vivo... –Era a segunda vez que Harry sonhara com algo sobre Olivaras. Ele estava lívido com o que havia visto e descoberto. A primeira vez havia sido muito confusa e parecia ter sido há tanto tempo atrás, há tantas confusões atrás que ele tinha esquecido qual era a sensação de vê-lo daquele jeito. Mas não era só Olivaras que o estava deixando assustado, Ele viu, na verdade, confirmou quem era a pessoa que esta invadindo a sua mente.
Harry se lembrava do sonho com clareza, ele andava apressado por corredores em um a casa antiga que não conhecia, ouvia-se gritos ao final do corredor e ele se apressava até a última porta, abrindo-a sem antes se apresentar. No momento de sua entrada os gritos são cessados, havia duas pessoas dentro do aposento, a maior era nitidamente um comensal da morte que após olhar rapidamente para Harry, voltou a torturar o velho deitado ao chão, Olivaras. Harry queria fazer alguma coisa, gritar, atacar aquele comensal, mas o seu corpo permaneceu quieto só observando.
--Precisa de alguma coisa Snape? –O comensal perguntou ainda de modo ameno.
Harry sentiu terror ao ser chamado por aquele nome. Sentiu sua boca responder qualquer amenidade e sair do quarto. Harry voltou ao corredor e andou até um velho espelho. Snape estava ali refletido, suas feições carrancudas estavam sérias o encarando de volta.
--O que vai fazer agora Potter?
Foi aí que Harry acordou gritando, e quando Rony perguntou se ele estava bem, alguma coisa o travou de dizer tudo que havia o assustado.
Tinha sonhado com Olivaras. Era isso que ele havia dito, e agora os dois amigos estavam o encarando, esperando alguma reação por parte dele. Só podia ser uma armadilha, mas Olivaras estava vivo!Pensar nisso em especial o estava deixando tonto. Não podia ser Snape! Não podia ser, por que ele era um traidor, Harry havia o visto matar Dumbledore. Mas foi Snape... Fora ele que havia avisado sobre os comensais em Godrics Hollow. Fora Snape que havia o acordado daquele sonho fantasioso. Qual era a intenção daquele maldito? Rir da cara de Harry? Por que já não havia o entregado para Voldemort? Este pensamento fez os cabelos da nuca de Harry ficar de pé.
--Harry você tá legal?
--Precisamos salvar Olivaras!
--Harry você enloqueceu? –Hermione se aprumou em sua cama e levantou uma das suas sombracelhas para o amigo.
--Hermione ele esta vivo e eu vi onde ele esta...
--É? E aonde ele esta?
--Em um quarto... Um quarto com um papel de parede amarelo desbotado em uma casa bruxa antiga.
--Um quarto amarelo, numa casa? Harry é só isso que você sabe? Pois eu sei mais!Se Olivaras estiver vivo ele esta rodeado de comensais da morte. E o que você acha que podemos fazer Harry?
--Hermione... Ele esta vivo!
--Harry... Eu tenho que te dizer... –Hermione respirou fundo tomando coragem para falar. –Não dá Harry... Não tem nada que a gente possa fazer numa situação dessas.
O garoto ficou parado olhando para os dois amigos. O que ele podia fazer em uma situações dessas? Como não pensar no senhor Olivaras? Como não sentir a revolta que ele estava sentido quando o viu ser torturado? Mas como não pensar no que estava escondendo dos amigos. Depois de todos aqueles treinos na Ordem ele sabia muito bem que em situações na qual eles se encontravam não havia nada a ser feito.
--Harry, a Mione tem razão. Não temos como fazer muita coisa...
Harry acenou com a cabeça em silêncio.
--Anda vamos dormi de novo. –Rony apagou a varinha e o moreno percebeu os dois amigos aos poucos voltarem a se ajeitar em sua cama.
Harry ainda passou um bom tempo sentado em sua cama, notou que os amigos demoraram a dormir mas não retornou o assunto e no fim não dormiu naquela noite. Decidiu deixar para Lupin uma mensagem, descrevendo em parte seu sonho. Não contou nada sobre Snape. Achou melhor organizar suas próprias idéias antes de dividi-la com alguém. No outro dia os garotos levantaram acampamento, subiram nas vassouras e partiram. Eles não ficavam muito tempo no mesmo lugar. E logo tudo aquilo foi se tornando rotina já que não conseguiam nenhuma nova pista, nem sobre a próxima horcrux, nem como destruir a que já tinham. Harry passava a maior parte do tempo debruçado em livros e anotações, acompanhado sempre por Rony e Hermione. Ele ainda falava com Gina ocasionalmente e a noite ainda tinha sonhos que envolvia gritos e a voz de Snape perguntando o que ele ia fazer, mas nada mais de novo aparecia. Ele escreveu mais umas duas vezes para Lupin insistindo sobre o sonho, mas o amigo nunca tinha novas pistas.
Já era começo de novembro. Fazia três semanas do primeiro pesadelo que Harry tinha tido com o senhor Olivaras. Naquele dia ele e Rony tentavam se concentrar em uma leitura sobre rituais para destruir objetos mágicos, quando Hermione entrou na sala da cabana. Nenhum dos dois amigos a notoua princípio, mas a garota sentou a lado de Harry e tocou em seu ombro. Só assim ele percebeu que ela estava triste e se segurava para não chorar.
--O que houve Hermione?
--Harry, o Lupin escreveu... Acharam o Olivaras.
Harry por um breve momento foi tomado por uma felicidade, mas ela se foi do mesmo jeito que chegou.
--Você diz que...
--Acharam o corpo dele Harry... –Hermione fungou rápido, e continuou. –Ele foi encontrado... O Lupin disse que não tem como ter certeza, mas dizem que a mansão Lestrange fica na mesma área que acharam ele... Harry me desculpe... Eu devia ter te escutado, nós devíamos ter...
-- Não tinha nada que a gente podia fazer. –Harry disse meio fracamente e levantou, ele se sentia tonto. Olhou de Rony para Hermione, o amigo tinha a cabeça abaixada e a garota começava a soluçar mais alto. Harry simplesmente puxou com delicadeza o pergaminho que Hermione carregava e que continha a mensagem de Lupin e rumou para a sua cama.
--O que vai fazer agora Potter?
A frase martelava na cabeça do garoto. Era tortura, precisava falar com alguém. O garoto deitou em eu leito e fechou os olhos com tristeza. Ele se sentiu fraco e sem muito esforço, conseguiu o queria: dormir! Precisava de respostas.
Harry sabia que estava em um sonho, era justamente isso que ele esperava, e por um momento ele apenas esperou. Não sabia o que queria e por que simplesmente não conseguia tirar tudo que vira da cabeça. Snape era um traidor, ele havia o visto assassinar Dumbledore. Mas por que? O que tudo aqui queria dizer?
--SNAPE! APARECE SEU DESGRAÇADO!
--Snape!
--... Seu covarde... assassino.
Harry sentia que gritava com todas as suas forças, mas naquela escuridão que o rodeava pareciam mais sussurros e nada se alterou, nenhuma voz o respondeu e logo o sonho se perdera, ele acordou já na penumbra. Uma vela era mantida acesa no quarto e os seus dois amigos dormiam ao seu lado. Ele não notara que havia dormido tanto. Olhou no relógio e com dificuldade conseguiu ver o ponteiro marcar algo em torno da uma da manhã. Saiu da cama e se dirigiu para a mesa que tinham no outro aposento da tenda. A pasta que havia ganhado de Rony e Hermione jazia aberta e sem nada para fazer se contentou em repassar todas as informações que Rony e Hermione haviam coletado sobre o seu passado e o de Tom e assim a noite avançou.
Hermione e Rony quando acordaram no dia seguinte não quiseram incomodar a aparente intensa pesquisa que Harry fazia sobre o quer que fosse. O garoto parecia já estar lendo o quinto livro seguido quando os amigos começaram a se preocupar. Rony foi o primeiro, achando tudo muito estranho.
--Mione ele está parecendo um louco! Ele não responde nada, ainda não comeu, está pior que você em época de prova.
--Deixa de ser exagerado Rony, o Harry está bem! Ele deve estar procurando informações sobre como destruir a horcrux... –Hermione parecia preocupada mas não queria dar o braço a torcer.
--Hermione nós já lemos esse livro que ele ta lendo, e não se fala nada de Horcrux.
--Qualquer tipo de pesquisa é importante Rony! Agora deixa eu olhar de novo como está esse olho.
--Você também com esse bendito olho! Eu já disse que estou bem! Em vez de ficar sentados aqui você sabem muito bem o que eu acho, devíamos estar atrás de outros pedaços de alma do cara de cobra!
--Como você espera que saiamos atrás das horcrux, se não temos informação importante de onde achá-la?
--Eu já disse... a Borgin e Burkes... é um lugar com potencial.
--É? E como vamos entrar lá heim? Me diz? Talvez seja justamente o que o Harry esteja pesquisando!
--E por que ele não nos deixa ajudar? Admita Hermione ele está estranho!
--Rony... chega! Deixa o Harry em paz para pensar, ele ainda deve estar abatido por causa do senhor Olivaras.
--Certo! Eu não digo mais nada... mas se isso continuar desse jeito você vai ter que concordar comigo.
Hermione só deu o braço a torcer depois de mais quatro dias de completa falta de interatividade do Harry com qualquer um dos dois.
--Ok! Ele esta estranho!
--Mas você demora a dar o braço a torcer heim?—Rony olhava para o amigo de longe. Os dois observavam o moreno de fora da cabana, enquanto faziam a fogueira para esquentar o jantar. –Isso não é mais só sobre a morte do senhor Olivaras...
--Sério? Você acha que nós fizemos alguma coisa contra ele? Ou será que ele tá chateado por a gente ter... você sabe... conversado. –Uma Hermione bem vermelha olhou para Rony, que fez questão de se ocupar com uns gravetos.
--Não é sobre isso, até por que nós não “conversamos” direito depois daquilo... –Rony, meio que finalizou a senteça baixinho e desapontado. Mas continuou. –Eu ainda acho que tem algo que ele não esta nos contando.
Hermione olhou de novo para Harry, que ainda estava afundado entre vários livros e soltou um suspiro. Ela tirou de dentro do casaco a Horcrux que resgataram do orfanato e passou agora a encarar a pequena xícara. –Pensar que tanto sofrimento por causa de uma coisinha dessas.
--Hermione, de novo com essa xícara? Você não larga ela isso nem por um segundo.
--Eu não vou deixar largado em qualquer canto! Nós temos que destrui-la, mas enquanto isso, temos que guardá-la com segurança.
--Já tentamos destruir isso de todas as formas imagináveis, durante as ultimas semanas. Não é bom ficar tanto tempo com isso. Sabe-se lá o que um objeto amaldiçoado como esse pode fazer.
--Só estou tentando proteger. Alguém tem que fazer isso.
Rony olhou preocupado enquanto Hermione guardava de novo a xícara no bolso, Já havia tentando convencer a menina de dividir a função de carregar a Horcrux, mas Hermione negava qualquer ajuda.
Se Harry passava o dia inteiro enfurnado em pesquisas. Hermione não ficava tão atrás com suas mais novas obsessões, uma que havia se provado aparentemente impossível era achar um jeito de curar o olho de Rony, e a outra, tentar destruir a Horcrux, estava se provando tão difícil quanto. Rony ajudava, mas de uns tempos para cá o ruivo notara uma obsessão pessoal crescer em Hermione. Ele sabia que parte desse comportamento devia vir da frustração, por tudo o que aquela horcrux representava e principalmente pela experiência que a garota passara para obter-la. Os pesadelos da garota eram prova disso. Hermione contara depois de alguma insistência o que aconteceu depois que ela havia entrado pela porta daquele quarto no orfanato. A menina relatara sobre o único móvel do aposento, um armário velho e como ela, Hermione, sentiu-se vazia ao tentar abri-lo. Um vazio que ela não conseguia detalhar, mas que causava aflição, a impedindo de respirar, bloqueando todos os sentidos. Depois vinha a dor, muita dor e a sensação de que tudo havia morrido, tento dentro dela como fora, que não havia mais razão para continuar, nessa hora ela viu a Horcrux em sua frente. Hermione dizia entre o choro que não via mais nada além da taça, e que na hora ela não lembrava mais de nada sobre a guerra, de nada sobre a missão deles, ela só sabia que, se ela tocasse na Horcrux, ela morreria.
--E mesmo assim você a pegou... -Rony surpirou olhando para a garota.
--Disse alguma coisa Rony? - Hermione olhou para o amigo.
--Não... nada. –Rony olhou para as suas próprias mãos, lembrava da sensação de Hermione gelada em seus braços. Ela realmente ia morrer, lentamente e sozinha, se ele não tivesse ido parar dentro do quarto e tirado ela de lá. Seria assim todas as vezes? Toda a busca por Horcrux eles estariam com a vida de alguém nas mãos?
--Precisamos conversar.
O fato de ouvir pela primeira vez em cinco dias a voz do Harry, fez Rony esquecer qualquer coisa que passava em suas mente no momento e focar no rosto cansado do amigo.
--Você está legal cara?
--Sim. Me desculpem, eu só estava tentando achar algumas respostas para algumas coisas, mas tudo que eu vinha fazendo tem se provado inútil, então decidi deixar isso de lado e voltar as atenções para o que realmente importa.
Rony e Hermione se olharam por um momento, em busca de entendimento para o que Harry estava falando.
--Eu sei que o que eu falo não faz sentido algum, mas o importante agora é focar no que temos que fazer.
--Harry, você sabe que pode contar tudo para a gente, tem alguma coisa acontecendo?
Harry sentiu um nó na garganta, mas não pestanejou, não era hora de falar sobre aquilo. --Não tem nada acontecendo Hermione. Está tudo bem!
--Então... o que vamos fazer? –Rony olhou para o amigo o incentivando a mudar de assunto, o ruivo sabia que Harry não iria falar nada até o momento que ele estivesse pronto então preferiu não insistir.
--É loucura, mas não tem como continuarmos do jeito que estamos, as cegas, sem informações novas, dependendo do pouco que Lupin nos informa e de todos esses livros e informações que nós já revisamos milhares de vezes.
--O que você esta pensando Harry? --Hermione olhava com desconfiança para o amigo.
--Nós temos que ir no Ministério da Magia.
--O quê?
--Vocês ouviram! -Harry sabia que a recepção de sua idéia não seria calorosa, mas ele não via outra opção. -Eu sei que é loucura mas eu sei que eles devem ter um banco de dados ou algo do tipo, registros, documentos, algo que nos ajude. Precisamos saber mais sobre Tom e sobre o que estamos enfrentando. Nós já esgotamos a biblioteca de Hogwarts. Tiramos todas as informações possíveis de todas as pessoas que conhecemos. O ministério deve saber coisa que não sabemos.
--Harry que eles tem registros, documentos, e informações sobre qualquer bruxo da Inglaterra isso eu sei. Eles rastreiam um ser humano com potencial para magia desde do momento que essa pessoa nasce, isso é fato. Até os 17 anos você é vigiado... certo sabemos disso, mas ir ali é morte na certa. Nós nem sabemos onde podemos encontrar esse registros.
--Na verdade nós sabemos... Eu, pelo menos, sei... -Rony levantou o braço meio envergonhado como se estivesse em aula, e saber de uma coisa que Hermione não soubesse fosse algo realmente novo. -Fica no andar do escritório do meu pai, o segundo. É um lugar bem chato, pequeno, sujo e cheio de arquivos por todos os lados. Eu era pequeno, mas pelo que eu me lembre um cara velho cuidava dos arquivos... Não me lembro o nome dele.... mas era baxinho... do tipo já passou dos cem anos a muito tempo. Eu me lembro que ele me mostrou o meu arquivo. Não tinha muita coisa, acho que eles não ligavam muito para filhos de bruxos, certo? -Rony riu de lado. --Imagino como deve estar agora! --O ruivo mediu com as mãos algo como um metro e soltou um assobio.
--Isso é suicidio! Simples assim!
--Hermione você tem que concordar que não estamos indo a lugar nenhum.
--Por que não tentamos a Borgin´s?
--Mesmo? Entre morte na certa em um lugar que sé tem apreciadores das artes da trevas e um lugar que ainda tem poucas pessoas que a gente confia apesar das grandes chances de sair tudo realmente muito errado, eu prefiro só as chances de morte e não a morte na certa.
--Eu não sei... Isso é muito arriscado.
--Hermione.. eu realmente não consigo pensar em mais nada que possamos fazer... Precisamos de mais informações e eu não conheço outro lugar que possa nos dar.
--Temos que bolar um plano... Não podemos simplesmente chegar lá pela porta da frente. -Rony falou pensativo, mas se recolheu ao ver a cara de Hermione por sua demonstração de apoio a ideia de Harry.
--Certo! Nós realmente vamos fazer isso? -Harry perguntou em duvida.
--Como assim?Isso foi ideia sua!
--Só estava checando.
--Bem... primeiro eu acho que temos que pensar como vamos chegar em Londres sem ser notado. Aquilo ta citiado... --Hermione ponderou com pesar.
--Depois como vamos entrar no ministério... segundo Lupin pelo que ele relatou, o ministério esta cheio de aliados de Voldemort.
--Mas o ministro ainda não caiu
--Remo disse que era questão de tempo. Ele disse que o ministro não sai do seu escritório para nada, seus aliados temem que seja assassinado dentro do próprio ministério, por enquanto é a forma que consequiram de manter o poder. É inutil, claro! Mas Scring.
--Pelo menos o perigo de cruzar com o ministro a gente não precisa ter. --Rony falou com ironia.
--Como vamos fazer isso Harry? Como vamos entrar sem ser notados?
--Eu não sei...
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Um ano depois aqui estou eu com mais um cap.! Bem eu estou trabalhando no proximo, mas eu não posso prometer nada, não sei quando vai sair, mas vou aproveitar o começo leve do ano para tentar avançar um pouco na historia.
beijos e obrigado aos que ainda estão por aqui lendo essa minha estória que avança como uma lesminha
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