O feitiço da dor
Cap. 8
Sentia-se tonta. Sua cabeça doía e seus ouvidos zuniam. Sentia seu corpo pesado além de um cheiro forte de álcool. Percebeu que estava em uma cama macia e quente, e estava coberta. Não era uma boa opção visto que estavam no verão, mas isso não importava. O que importava era o que estava fazendo ali e o que tinha acontecido para estar ali. Tentou lembrar do que tinha acontecido. A única coisa que conseguia se lembrar era que estava discutindo com Luna sobre ir atrás de Harry. Estava com muitas saudades e queria vê-lo, entretanto Luna não apoiava, dizendo que aquela viajem era perigosa demais para ela e iria ser pior para o Harry. Ela discordava piamente disso. Para ela, aquilo era um absurdo! Harry precisava dela agora mais do que nunca e é justo nesse momento que todos são contra, inclusive o próprio, o namoro dos dois? Aquilo não estava certo e sabia muito bem que não era só por causa da guerra. Tinha certeza que algo estava acontecendo e ela não sabia. Uma coisa que odiava era não ficar sabendo das coisas. Não era mais uma criança!
Bom, mas esse lado da história não importava agora, e continuou lembrando do que aconteceu. Bom, quando as duas, ainda discutindo, viraram um corredor do sétimo andar, deparou-se com um garoto muito parecido com Harry. Foi nesse momento que se lembrou também do terrível e desastroso engano que teve. Somente mais tarde foi perceber que o garoto que era parecido com Harry e o outro garoto que o estava acompanhando eram, na verdade, Sirius Black e James Potter! Depois disso, somente a escuridão lhe vinha à cabeça. Mas, espera, como Sirius Black e James Potter podiam estar na sua frente e ainda, conversando com ela naquele momento? Eles estavam mortos! Inclusive vira a morte de Sirius na noite da invasão ao Ministério da Magia. Como isso era possível? James fora assassinado por Voldemort na noite em que Harry se tornou o menino-que-sobreviveu. E Sirius fora assassinado por Belatriz quando esta o empurrou para o véu. Então, como isso podia estar acontecendo? Como? Bom, a única coisa que podia fazer agora era abrir os olhos e primeiro, descobrir onde estava, depois pensaria no assunto.
E assim o fez. Quando Gina abriu os olhos teve que voltar a fechá-los por causa da forte luminosidade que vinha da janela aberta a sua frente. Piscou algumas vezes para poder se acostumar com a claridade. Só aí percebeu que estava na enfermaria. Olhou em volta e percebeu que estava sozinha. Ótimo. Poderia fugir sem ser notada. Quando preparou para se levantar sentir algo a empurrar de volta para a cama. O que estava acontecendo? Estava sozinha. Olhou mais uma vez em volta, dessa vez, reparando nos detalhes. Ninguém estava lá. Somente Madame Pomfrey que estava em sua sala, mas ela ainda não havia percebido que havia acordado. Assim, tentou mais uma vez e aconteceu a mesma coisa. Parecia algo sólido, mas se fosse sólido teria que ser visível. Seria um feitiço feito por Madame Pomfrey? Não. Ela não era de fazer essas coisas. Então o que seria? Tentou novamente, só que com mais força. Havia obtido uma pequena vantagem, mas nada significativo. Olhou em volta mais uma vez. Nada. Mas o que estava acontecendo? Estava sozinha. Mais ninguém. Ninguém! Olhou para a cabeceira da cama e viu sua varinha. A pegou rapidamente receosa do mesmo “objeto” invisível a impedisse. Se aquilo fosse um feitiço seria facilmente desfeito. Sendo assim, se preparou e pronunciou.
- Finite Incantatem.
Agora, era só testar. Tentou sair da cama e foi novamente repelida pelo “objeto” invisível. Começara a perder a paciência com aquilo. Seja lá o que for ou quem estava por trás disso, estava se divertindo a suas custas e isso era uma coisa que costumava lhe deixar irada. Sem nem pensar direito, lançou no local de onde vinha o “objeto” invisível uma azaração contra Bicho-Papão e, por incrível que pareça, havia atingido algo, o que fez com que o “objeto” voasse até a outra cama do lado oposto da enfermaria. Ficara assustada. Decididamente aquilo não acontecia todos os dias.
Foi então que, finalmente, conseguiu se levantar da cama e começou a aproximar-se do local onde o “objeto” caíra. A cama estava meio torta e amaciada, ou seja, meio afundada, com visível certeza que algo ou alguém estava em cima dela. Começara a ouvir sussurros masculinos.
- Pontas, você tinha que provocar a ruiva? – Ouvia-se uma voz parecendo irritada.
- Não é minha culpa. Você deu a idéia. – Ouve-se outra voz igualmente irritada.
- Ah, claro. Se eu der a idéia de pular da Torre de Astronomia você pula? – Dessa vez, a primeira voz parecia sarcástica.
- Claro que não. Mas a sua idéia foi legal. – Defendeu-se a segunda voz.
Gina decidiu intervir na briga dos dois “objetos” invisíveis.
- Então quer dizer que me impedir de sair da cama é uma idéia legal? – Gina decidiu ir direto ao ponto. Não sabia quem eram, nem quem poderiam ser, mas as vozes e o jeito de falar já denunciavam.
Um silêncio momentâneo foi a resposta. Se estivessem visíveis, poder-se-ia ver que as duas pessoas estavam esbranquiçadas e tremendo, não de frio, mas de medo. Depois de um tempo, as duas pessoas resolvem aparecer.
A primeira pessoa que saiu de uma capa de invisibilidade foi um rapaz alto, de cabelos escuros e olhos azuis. Seu nome era Sirius Black. Outra pessoa era outro rapaz, também alto, com cabelos pretos arrepiados, usava óculos redondos e, atrás destes, tinha olhos castanhos. O nome deste era Tiago Potter e era este que carregava a capa de invisibilidade.
Mais uma vez, Gina ficou arrepiada ao ver eles, mas não tanto quanto antes. Esqueceu da sua pergunta anterior e resolveu fazer uma mais inquietante.
- O que vocês estão fazendo aqui?
Os dois se entreolharam e responderam.
- Viemos para uma importante missão. – Respondeu Sirius com os braços cruzados. Se tiverem que conversar, que conversassem seriamente no assunto.
- Que missão é essa? – Gina perguntou curiosa. Queria muito saber o que estava acontecendo.
- Não sabemos. – James respondeu simplesmente o que fez com que Gina arregalasse os olhos.
- Como assim não sabem? – perguntou ela assustada.
- Não sabemos. Mas acho que é algo envolvido com a guerra que tem neste tempo. – Explicou James.
Gina demorou certo tempo até concluir tudo.
- Então quer dizer que vocês, Sirius e James, vieram para esta época para cumprirem uma missão, a qual vocês não sabem qual é, mas suspeitam que seja algo envolvido com a guerra? – Perguntou Gina.
- Exato. – Respondeu James. Nisto ele sentou-se na cama a qual havia caído.
- De primeiro nós queríamos vir para cá somente para ver como estão as coisas. Sabe, conhecer nossos filhos, ver nós mesmos grandes, mas muita coisa aconteceu. – Disse Sirius repetindo o gesto de James e se sentou na cama.
- O que aconteceu? – Perguntou Gina se sentando na cama em frente a que eles estavam sentados.
- Bom, acho que é melhor a gente começar de onde a gente tirou a idéia, neh Pontas? – Perguntou Sirius se virando para James.
- Acho que sim Almofadinhas. – Respondeu James.
Assim, os dois marotos explicaram como tudo aconteceu para Gina até o momento em que ela desmaiou, o que fez com que ela corasse.
- Não precisa se envergonhar ruiva. Acho que isso foi mais do que o normal. – Falou Sirius achando engraçado a atitude de Gina.
- Acho que sim. E o meu nome é Gina – Tratou logo de explicar.
- Ah, sim. Desculpe Gina. – Disse Sirius sorrindo.
- Gina, eu queria saber uma coisa. – James falou com o olhar sério.
- Pergunte – Gina prontificou-se.
- Quem é Harry? – Perguntou James.
Gina gelou. E agora, o que faria? Responderia? Será que isso era o certo? Não sabia. Uma viajem no tempo era muito perigosa. Se bem que eles a conheceram e já viram o Remo, mas isso não é de tal importância como conhecer um filho. E agora? Está bem. Responderia. Mais cedo ou mais tarde eles saberiam quem era Harry, visto que este era um dos assuntos mais comentados no mundo mágico.
- Bom, acho que vocês devem saber quem é o Harry. Primeiramente, o nome completo dele é Harry James Potter. – Após sua fala, Gina olhou para James. Este estava estático e quase sem nenhuma cor. Suas mãos tremiam e estava abrindo a boca várias vezes, porém, ou sua voz falhara ou não conseguia pronunciar alguma palavra. Depois olhou para Sirius e este a encarou, encorajando-a a continuar. Assim, Gina suspirou e continuou. – Como podem ter percebido, ele é seu filho, James. – Nessa hora, Jame engoliu a seco.
- Não entendi uma coisa. Por que você disse que amava o filho do Pontas? – Perguntou Sirius. Este percebeu que sua pergunta fez Gina se enrubescer novamente.
- Porque eu era a namorada dele. – A resposta de Gina fez com que James sorrisse.
- Eh, Almofadinhas. Agora vejo que a fascinação dos Potter por ruivas é hereditária. – Disse James sorrindo para Gina. Esta retribuiu o sorriso.
- Você era? – Perguntou Sirius novamente.
- Sim, era. – Respondeu Gina olhando para baixo com a voz um pouco tristonha.
- Por que? – Perguntou um inconformado James.
Gina encontrou mais uma vez aquele dilema: contar ou não contar? Eis a questão. A única coisa que sabia é que Harry terminou o namoro para protegê-la e, mais tarde, fugiu com seus melhores amigos atrás de uma forma de derrotar Voldemort, segundo a carta que ele deixou para ela. Provavelmente eles perguntariam o porquê daquela atitude, e para responder, teria que contar tudo. Mas isso seria muito arriscado. Colocaria tudo a perder, pois eles com toda a certeza, poderiam querer mudar o passado, e alterar o presente a futuro. Até que poderia ser melhor, mas as conseqüências ainda são desconhecidas. E agora, o que faria?
- Gina – Ouve-se uma voz a chamando, o que fez com que Gina saísse de seus devaneios. Só então percebeu que Luna havia chegado no local e se sentado ao seu lado.
- Ah, desculpe Luna. Estava só pensando. – Gina falou desconcertada percebendo que James e Sirius permaneciam em seus lugares.
- Tudo bem. Só queria avisar que Harry está vindo para cá. – Disse Luna como se aquilo fosse o cardápio do almoço.
- O Harry? Que bom! Como você soube? – Uma mistura de sentimentos assolou a pequena Weasley.
- Recebemos este bilhete. – Disse Luna mostrando um pedaço de papel pardo e amassado. Sua mensagem parecia que fora escrita apressadamente. Luna entregou o pedaço de papel a Gina para esta ler.
Estamos chegando. Avisem a Madame Pomfrey.
A letra parecia que era a de Hermione. A mensagem alertou Gina. Precisava alertar Madame Pomfrey. Alguma coisa de grave acontecera com algum deles. O que seria? A preocupação e o medo assolaram Gina de uma forma devastadora. Seu coração estava apertado de tal modo que chegava a ser difícil respirar. Mas agora não era hora de demonstrar fraqueza. Precisava ser forte. Olhou para Luna e esta, apesar de estar aérea, era visível um pouco de preocupação em seu olhar. Isto, de uma forma desconhecida, encorajou Gina.
- Vamos avisar Madame Pomfrey. – Após a fala de Gina, esta correu até a sala da enfermeira com Luna a seu encalço, deixando um Sirius e um James perdidos e preocupados.
- O que será que está acontecendo? – perguntou James olhando para a porta da sala de Madame Pomfrey, que estava aberta.
- Eu é que sei? Acho que é alguma coisa em relação ao seu filho. – Disse Sirius se levantando.
- Meu filho? O que aconteceu com ele? – James perguntou com uma preocupação fora do comum. O que será que estava acontecendo com ele? Não era de se preocupar com alguém que nunca vira na vida.
- Será o bendito? Eu não sei! – Esbravejou Sirius abrindo os braços e olhando bravamente para James.
- Calma Almofadinhas. Eu só quero saber o que aconteceu com meu filho. – James tentou se explicar o que fez com que Sirius fizesse uma expressão engraçada.
- Que coisa mais fofa. Isto é proteção paterna, viu Pontas? – Disse Sirius apertando as bochechas de James.
- Sem brincadeiras agora Almofadinhas. – Disse James se desvencilhando das mãos de Sirius, que apertavam fortemente suas bochechas. Isto o deixava irado.
- Garotos? – Ouve-se a voz de Gina, fazendo com que eles se recomporem rapidamente. – Preparados?
- Para que? – Perguntou Sirius.
- Para conhecer o Harry. – Explicou Gina. James engoliu a seco. Gina sorriu ao ver o leve desconcerto do rapaz – Para conhecer seu filho, James. Seu futuro filho.
- Mas Gina, eu ouvi você dizer algo para Madame Pomfrey. Algo que estava escrito no papel a deixou muito assustada. O que foi? – perguntou Sirius. Gina voltou a ter um ar sério.
- Eu não sei o que aconteceu. Leia o bilhete. – Respondeu Gina entregando o papel amassado e amarelado a Sirius. Este o pegou e leu junto a James, que aparentava ser o mais preocupado com a situação. Gina sorriu mais uma vez por causa de James. Como reagiria ao ver Harry? Sua, praticamente, cópia?
Após a rápida leitura do bilhete, Sirius e James se entreolharam. O que terá acontecido? Com certeza era algo grave. Mas, exatamente o que?
- Por que ele fez essa viajem? Ele não é obrigado a isso. Não tem nenhum fardo a carregar com isso, não é? Eu não entendo. Ele tem que se preocupar em reatar o namoro com você, não em destruir um maníaco assassino. Isso está errado. Isso está fora dos eixos. Como isso tudo foi chegar a esse ponto? – Indignou-se James. Como aquilo era possível? Ele não compreendia aquilo. Aquilo era injusto demais. Injusto.
Nesse momento, uma luz clareou a mente de James. Como pudera ser tão ingênuo. Como pudera ser tão infantil e inocente a pensar como o mundo deveria ser? O mundo não exige regras e leis a seguir. Não é o mundo que segue seu próprio caminho. E sim, as próprias pessoas que seguem suas vidas a modo como querem e, com isso, implica a conseqüências devastadoras. Há horas atrás achava que injusto era não conseguir conquistar a garota que amava. Agora achava aquilo algo tão fútil. Não tão sem importância, afinal, amava Lílian, mas o que estava vendo agora era totalmente inverso como imaginava as coisas. Precisava saber como tudo aquilo fora acontecer.
- Eu não sei. – A resposta de Gina alertou James de volta a realidade. À tempestuosa realidade. Uma realidade que não queria viver, mas queria lutar. – Mas só sei de uma coisa. Se o Harry tem que cumprir uma missão importante, ele irá cumprir. – Após sua fala, Gina sorriu. Falara aquilo com determinação e confiança, o que foi facilmente vista por James e Sirius.Eles também sorriram. Luna, que continuava aleatória a tudo o que estava acontecendo, e vendo que todos sorriam, sorriu também.
O silêncio foi quebrado por passos apressados vindos do corredor. Aparentemente, eram muitas pessoas. Além de passos, gritos também eram ouvidos. Gritos de desespero, o que alertou o grupo que antes carregavam um silêncio reconfortante, agora, um silêncio temeroso. Os passos foram se aproximando e, a primeira pessoa que pode ser vista pelo grupo, entrando pelas portas da Ala Hospitalar, fora uma garota. Esta aparentava seus dezoito anos, tinha cabelos cacheados e lanzudos de cor castanha e olhos da mesma cor. Seu corpo mostrava ferimentos, uns abertos, outros cicatrizados. Carregava uma expressão de cansaço e profundas olheiras, além de uma visível preocupação. Usava roupas muito usadas, sujas de terra, suor e sangue. Empunhava uma varinha e parecia trazer algo. A segunda pessoa era Remo Lupin, que ajudava a garota a trazer algo e também, aparentava tristeza e preocupação. A terceira pessoa foi um rapaz, também com seus dezoito anos, ruivo, com sardas espalhadas pelo rosto e olhos castanhos. Era alto e forte, e também estava preocupado e, visivelmente, o mais desesperado. Encontrava-se nas mesmas situações que a garota, com roupas sujas e, em algumas partes, rasgadas. A quarta pessoa apareceu flutuando, feitiço que estava sendo feito pela garota e por Remo. Este era o autor dos gritos. Tinhas cabelos espetados e negros e aparentava ter uma idade aproximada com a dos outros dois jovens. A cor dos olhos não pode ser distinguida no exato momento por estarem fechados, conseqüência da provável dor sentida. Usava óculos, mas este acabava caindo, pelos constantes balanços ferozes que executava com a cabeça. Suas vestes estavam nos mesmo estado em que os outros dois jovens apresentavam. Também continha arranhões, que uns ainda sangravam. Pelo estado aparente do rapaz, estava enlouquecendo. Debatia-se convulsivamente e gritava o mais alto que suas cordas vocálicas eram capazes. Estava agonizando.
Rapidamente fora depositado em uma cama e a enfermeira se prontificou o mais rápido possível. Gina, que até agora só via aquilo com profundo horror e espanto se aproximou desesperada.
- Hermione! O que aconteceu com o Harry? O que fizeram com ele? O que aconteceu? Eu deveria ter ido. Eu nunca deveria ter me deixado levar pelo que ele dizia. – Gina estava em total desespero, chorava e, ao mesmo tempo em que perguntava para a garota chamada Hermione, olhava para o garoto que se debatia na cama e era tratado pela enfermeira.
- Calma Gina. Você não pode se desesperar agora. A única coisa que você não pode fazer agora é entrar em desespero. – Após a fala da garota, Gina se acalmou, mas continuava a chorar silenciosamente. Então continuou. – Rony, explica para a Gina o que aconteceu que eu tenho que ajudar a Madame Pomfrey.
Hermione falara aquilo com convicção, e após ter dito aquilo, fora dar assistência à enfermeira, que estava realmente precisando de ajuda. Gina foi até Rony querendo explicações. Não foi nem preciso perguntar para ele começar a falar. Delicadamente, ele pediu para que eles se sentassem para que pudessem conversar melhor. E assim o fez. Após se sentarem em uma cama próxima, Rony começou e relatar os fatos.
- Nós entramos em um lugar abandonado e parecia que não tinha condições de ninguém morar lá. Era um antigo orfanato que fica no centro de Londres. Quando nós entramos, fomos atacados por facas que iam a vinham de todos os lados. Nada que um Protego múltiplo feito por nós três ao mesmo tempo não resolvesse. Bom, continuando, quando nós subimos as escadas, não tinha corredor, tinha apenas o nada, e uma porta ao fundo. Harry explicou que Voldemort queria que bruxos realmente poderosos achassem suas horcruxes, e que só passassem ali bruxos fortes. Nós três nos unimos pelas mãos e conseguimos passar sem maiores problemas. Quando entramos pela porta encontramos a taça que procurávamos em cima de um pedestal. Entretanto tivemos que enfrentar cinco Harpias. Essas criaturas são metade águia metade mulher. Tem garras enormes e seu grito pode deixar uma pessoa inconsciente por várias horas. Elas foram o autor desses ferimentos e dessa sujeira toda. Deu trabalho para vencer, mas conseguimos. Quando todos nós íamos para pegar a taça, alguma coisa impediu Hermione e eu de continuarmos. Então a única escolha foi somente o Harry prosseguir. Quando ele pegou a taça, um feitiço o atingiu e fez ele ficar daquele jeito. Hermione escreveu aquele bilhete e o mandou por um feitiço que eu não sei, mas não foi por coruja. Pegamos o Harry e aparatamos em Hogsmead. Chegamos aqui no corredor da Casa dos Gritos. No caminho do Salgueiro Lutador para o castelo Remo nos avistou e nos ajudou. Bom, é isso. – Terminou Rony. Gina estava pasmada com tudo aquilo que havia ouvido. Como aquilo era possível? Quantos perigos eles não passaram além destes? Não gostava nem de imaginar.
Os gritos de Harry alertaram de Gina de tal modo que esta pulou da cama e foi direto ajudar. Não sabia o que fazer, mas qualquer coisa que ajudasse seria algo. Quando se aproximou da cama, percebeu que outra pessoa também se aproximava apressadamente da cama. Mais tarde percebeu este ser James Potter. Estacou. Ele não podia fazer aquilo. Seria descoberto. Mas como não podia fazer nada, começou a se aproximar novamente da cama de Harry. Pegou a mão deste, como uma forma para lhe dar força e energia. Então começou a falar.
- Harry, acorda, eu estou aqui. Harry resista. – Gina apertava a mão do garoto com suas duas mãos. Este retribuiu o aperto, mas parecia que aquele gesto era para tentar aliviar a dor que sentia. – Hermione, o que ele tem?
Hermione analisou o amigo e logo concluiu o seguinte.
- Este é um feitiço raro e muito difícil de ser executado. Exigi muita energia. O objetivo principal do feitiço é causar dor, uma intensa dor, abrindo ferimentos e piorando os antigos. Também deixa a pessoa como se ela estivesse dormindo, mas com os seus piores pesadelos, além de reviver sua vida da forma mais dolorosa que puder. Esse feitiço pode levar à morte. A... – Hermione parou de falar ao perceber a presença de James e Sirius, que estavam do lado da cama de Harry, também querendo ajudar. Estes pareciam compenetrados em ajudar Harry, embora não sabiam o que fazer. Mantinham expressões preocupadas e James segurava a mão de Harry. Remo, ao ver a expressão de incredulidade e dúvida no rosto de Hermione logo tratou de esclarecer.
- Depois eu explico. Tenho razões muito fortes para isso. – Disse Remo a Hermione e Rony, apontando para James e Sirius. Rony só percebeu a presença dos dois quando Remo explicou a situação. Preferiu não perguntar nada.
- Hermione, como fazemos para acabar com o feitiço? – Perguntou uma Gina desesperada despertando a amiga de seus devaneios e voltando a atenção a Harry.
- A única coisa que pode anular o feitiço é lhe dando conforto e fazendo a pessoa lembrar das melhores partes da sua vida. Não vai ser nada fácil com o Harry. – Falou Hermione preocupada olhando para o amigo.
- Vamos tentar. – Falou Rony. – Hey Harry, lembra do seu primeiro vôo da vassoura no primeiro ano? Foi a sua teimosia em ajudar o Neville que você conseguiu o cargo de apanhador no time da Grifinória. – A fala de Rony só causou mais gritos em Harry o que assustou a todos que assistiam a cena, exceto Hermione.
- Não está funcionando Hermione. – Falou Gina agora mais desesperada que antes.
- Não, está funcionando sim Gina. O Harry está lutando contra o feitiço, mas este é muito forte e só causa mais dor para ele. Nós estamos no caminho certo. – explicou Hermione.
- Então quer dizer que a única forma de trazer o Harry de volta é causar mais dor a ele? – Perguntou James desesperado.
- Exato. – Respondeu Hermione incomodada em falar com alguém que não conhecia, mas tinha uma incrível semelhança com seu amigo.
- Então vamos tentar. Harry lembra daquela vez que eu fui de buscar no carro voador do meu pai quando a gente estava no segundo ano. Fuga louca, não? – Começou Rony. Entretanto, não soube se ficou feliz ou triste em ver mais gritos sofredores do seu amigo como resposta.
- Harry lembra de quando você conseguiu ganhar a taça de Quadribol muitas vezes para a Grifinória? E sempre teve aquelas festas e tudo? – Tentou Gina e conseguiu mais gritos do garoto.
- Lembra de quando a gente, eu, você e o Rony, sempre passeava pelos corredores à noite debaixo da capa de invisibilidade do seu pai para descobrir alguma coisa? Muitas aventuras juntos a gente passou. – Lembrou Hermione. A resposta foi mais gritos de Harry que agora começou a se debater furiosamente na cama, além de seus feridas estarem começando a se abrirem mais e outras aparecerem.
- Harry, acho que você nunca falou comigo, mas agora você pode me ouvir. Quem está falando é seu pai. Estou pedindo para que você lute contra isso. Seja forte. Tenho orgulho de você – Falou James sem jeito. Não era normal falar com uma pessoa da sua idade e dizendo-se pai desta. Mas diante das circunstâncias não teve tempo para se questionar. Depois percebeu os olhares surpresos de Hermione e Rony. Claro que estavam espantados, afinal, aquilo que dissera era totalmente fora do comum, mesmo no mundo mágico.
As palavras de James causaram mais gritos de desespero e dor em Harry. Nesse momento, sua cicatriz começou a sangrar. Estavam quase conseguindo.
- Harry lembra do nosso namoro? E da maneira inusitada como nós começamos a namorar? Foi depois da vitória da Grifinória. Nós éramos campeões e quando eu fui te receber na maior alegria, você me beijou. Aquilo deixou toda a Grifinória paralisada. E eu também, de um certo modo, mas depois que você me olhou com carinho e dúvida ao mesmo tempo, não tive dúvidas. Foi nesse momento que eu soube que você me amava e me queria. Meu coração se encheu de alegria. E sabe de uma coisa, meu herói? Eu te amo. Amo-te como ninguém amou ou amará nesse mundo. Amo-te com todas as minhas forças. – Após as últimas palavras proferidas de Gina, Harry debateu-se furiosamente na cama. Suas feridas se espalhou por todo o corpo, incluindo o rosto. Seus gritos eram ensurdecedores e a dor sentida era tamanha que achava que seu corpo não suportaria.
De repente, Harry silenciou. Gina começou a chorar e falou.
- Não Harry, você não pode... Você não pode me deixar. – Esta abraçou o garoto ainda chorando.
- Calma Gina. O Harry não morreu. Está apenas dormindo. Ele venceu o feitiço. – Explicou Hermione também chorando, mas não era choro de tristeza ou desespero, e sim, de alegria e alívio. Esta se ajoelhou ao lado de Gina e a abraçou, confortando-a.
N/a: Olá pessoal. Desculpem a demora. Queria aumentar o cap., o que me deu mais trabalho e confesso, esse não foi fácil de fazer. Queria expressar emoção ao máximo, como tento fazer com cada cap. que escrevo. Só espero ter conseguido um pouco. Vamos à respostas dos comentários.
Kika: Mais uma vez me desculpe. Simplesmente é inevitável parar na melhor parte. Acho que eu não fiz isso nesse cap. Ou fiz? O Remo não pode contar tudo porque ele sabe das conseqüências que isso pode levar. A alternativa é muito incerta e pode levar à resultados tanto melhores quanto piores. Vou passar essa alternativa no final da fic. Se eu conseguir chegar no final da fic, eu coloco. E calma, ainda tem muita coisa para passar nessa fic. Não se espante com os primeiros cap. Tudo é mistério agora. Espero ter agradado nesse cap. Muitos bjs. xD
Céia ^^blackº°°: Olá, espero não ter demorado muito. Fiz o máximo que pude. Que bom que tenha gostado. Fico muito feliz. Te espero nos próximos coments. Bjs.
Julinha Potter: Fico muito feliz que tenha gostado. ^^ Mesmo com certos imprevistos que vão ser explicados mais p/ frente. Acho que esse cap. já responde a sua pergunta. Espero que tenha gostado deste também. Te espero nos próximos coments. Muitos Bjs. =X
MoOnNy CaTtY: Oie. Fico muito feliz que tenha gostado do cap. É, acho que é o destino do James apanhar de ruivas mesmo. Rsrsrs. Olha, suas palavras foram muito bonitas. Me tocaram fundo, sério mesmo. Desculpa não ter passado na sua fic ainda. Mesmo estando de férias ainda tenho muita coisa p/ fazer. Mas vou assim que puder. Muitos bjs e até mais. =P
Vinicius Motta: Que bom que tenha gostado. Ainda tem muita coisa pela frente. Essa fic só está no começo. Vamos dizer que só na introdução, por enquanto. Acho que uma parte dessa fic começa a história em si. Desculpe a demora, mas mesmo com férias tenho umas coisas p/ fazer ainda. E tenho meu irmão que também quer usar o pc. Aí fica difícil. Mas faço o máximo que posso. Espero que tenha gostado deste. Bjs e até a próxima.
Lize Lupin: Calma. Confesso que tenho umas partes más, mas malvada por completo é difícil. Tem coisas que ainda vão ser explicadas. E como pode ter visto, o encontro deles não foi muito casual. Eles vão se encontrar de verdade no próximo cap. Pretendo escrever um cap. só deles. Espero que tenha gostado deste. Bjs. xD
Ana Clara Black: rsrsrsrs. Como já disse, parar na melhor parte é inevitável p/ mim. Se bem que a fic ta parecendo aquelas novelas mexicanas. Vou tentar não fazer isso sempre. Nossa! Todas as unhas? Desculpe a demora. Fico feliz que tenha gostado do cap. e espero que tenha gostado deste também. Bjs e te espero nos coments.
Ufa. Enfim acabou. Como podem ter reparado eu aumentei o cap. E se for possível vou tentar manter desse jeito. O próximo cap. vai ser a conversa do James e Harry. Vai ter muita coisa sendo explicada. MUITO OBRIGADA a todos que comentam e também, a todos que lêem e estejam acompanhando a fic. E peço mais vez que comentem que é isso que me faz tentar sempre escrever melhor. Dêem suas opiniões sobre tudo. Muitos bjs a todos e até a próxima.
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