Engano



Cap. 7

Remo sorria. Sorria mais que qualquer pai poderia sorrir. Ver aquele pequeno ser nos braços de James era o seu maior orgulho e paixão. Não conseguia expressar o carinho e amor que sentia pela sua filha. Era tão delicada e frágil, o que aumentava mais o amor que sentia, se isso fosse possível. E quando ela sorria. Ah! Ficava sem ação tamanha a sua alegria. Era a criatura mais bela e carinhosa que poderia existir nesse mundo. Para ele, a sua filha só era motivo de felicidade, mesmo em meio à guerra que vivia. E quando lembrava dessa bendita guerra, queria simplesmente sumir, ir para outro lugar ou qualquer coisa que fosse possível para manter sua filha o mais longe que pudesse de Voldemort. Queria criá-la em um lugar onde não houvesse mortes, torturas e desespero. Estavam vivendo uma época em que louvavam aos céus para poder viver mais um dia de vida. Mas que vida? Viver o que? Uma vida onde a sua maior satisfação era estar em um lugar menos perigoso? Viver e presenciar mais mortes e tristezas? Quando pensava isso, lhe apossava um desespero tamanho que lhe sufocava. Mas ao olhar mais uma vez para sua filha, entendia pelo que lutar e pelo que, um dia, poder viver. Uma coisa que sempre sonhara sua vida inteira, e que num futuro não distante, poder possuir. Ter uma família!
Com a pergunta de James, Remo saiu de seus devaneios tratou logo de responder.

- Sim, ela pode. Miriam é uma metamorfomaga. – Após a resposta de Remo, James e Sirius se olharam espantados, depois olharam para a criança, que agora tinha olhos castanhos, depois, mais uma vez, olharam para Remo ainda surpresos. Isto fez com que Remo risse. Ato que não fazia a um bom tempo.
- Mas como? Você não é um metamorfomago, a não ser que a mãe dela seja. Quem é a mãe dela Aluado? – Perguntou um curioso James.
- Não vale a pena dizer. – Respondeu Remo com a expressão triste e o olhar tristonho. Além de não poder demonstrar, mas sentia um aperto no coração quando se lembrava da mãe da sua filha.
- Por que não? – Dessa vez, foi Sirius quem perguntou, também curioso.
- Porque ela está morta. – Remo respondeu secamente, o que não queria fazer frente a seus melhores amigos que não via há anos. Mas isso foi irrepreensível.

James e Sirius calaram-se. Não haviam pensado nessa possibilidade, como também, não haviam pensado em nada. Não haviam pensado nas coisas que poderiam encontrar no futuro, mas mesmo assim, com uma atitude de criança, foram. E agora sabiam que carregavam um fardo pesado, como disse o Sirius do futuro que encontraram antes de virem para este tempo. E ao olhar para Remo, em uma situação crítica e seu olhar cabisbaixo, o arrependimento tomou conta dos dois marotos. Agora, queriam voltar no tempo e pensar que tudo aquilo era um pesadelo. Que ironia! Haviam brincado com o tempo, e estavam passando pelas conseqüências.
Voltaram seu olhar para Remo, e trataram de mudar a clima que haviam posto.

- Aluado, não vale a pena ficar pensando nisso. O que passou, passou. Bola pra frente. A vida continua. Olha para a Aluadinha. Ela precisa mais do Aluado alegre que do Aluado depressivo. – Disse Sirius tentando animar seu velho amigo. E dera certo. Não sabia se fora a frase que proferira ou se o apelido que dera a Miriam que fez com que Remo sorrisse.
- Isso aí, Aluado. Sempre lembre disso: O dia de amanhã é um passo no escuro. Mas se deixarmos essa escuridão tomar conta de nossos corações passaremos a vida inteira no escuro e perderemos o que é mais de precioso que o vida pode nos oferecer, felicidade e amor. – Disse James. Sirius o olhou espantado e perguntou.
- Ei! Desde quando você filosofa tanto Pontas?
- Sei lá. Veio-me de repente essa frase. Não precisam ficar espantados ou surpresos, o meu K.I. é mesmo superior aos seus. – James respondeu com ar superior.
- Hum, sei, K.I. superior. Então você pode me explicar o P. em poções? – Perguntou Sirius como quem ganha um prêmio.
- Detalhes desprezíveis, meu caro Almofadinhas. – Respondeu James incomodado com a pergunta de Sirius, mas querendo manter-se inabalável.

Neste momento ouvem-se passos. Aparentemente era de mais de uma pessoa. Ao se virarem para traz vêem duas mulheres, ambas chorando copiosamente, uma amparando a outra. As duas eram de aparência humilde e aparentavam terem por volta de seus cinqüenta anos. Quando as duas passaram por James, Sirius e Remo, estes puderam ouvir o que murmuravam com voz chorosa.

- Ele era tão jovem. Não merecia isso. – Disse uma mulher, que com certeza, era a mais abalada.
- Calma, a única coisa que podemos ter agora é calma. – Disse a outra mulher tentando amparar a outra, porém, também estava muito triste.
- Calma? Como posso ter calma? Acabo de saber que perdi meu único filho e você me pede calma? – Gritou a mulher. A outra se calou, mas continuou tentando, em vão, amparar sua amiga. E foi assim que as duas viraram o corredor.

Ficaram em silêncio não por muito tempo, já que Miriam começou a chorar por causa dos gritos da mulher. James que tentava aquietá-la, perguntou.

- Aluado o que está acontecendo?
- Já te expliquei James. Estamos em uma guerra. E notícias como aquela são comuns de se ouvir. E pessoas naquele estado são fáceis de se encontrar. – Explicou Remo. Este, vendo que seu amigo não estava conseguindo fazer sua filha parar de chorar, tomou-a em seus braços e continuou a árdua tarefa.
- Mas isso é terrível! – Exclamou Sirius finalmente percebendo a gravidade da situação.
- Espera um pouco. Cadê os alunos? – James perguntou ao perceber a falta de alguma coisa na escola.
- Hogwarts fechou. Agora o castelo serve de abrigo aos refugiados da guerra que ainda acreditam na sua proteção. – Explicou Remo e percebeu que suas palavras abalaram seus amigos.
- HOGWARTS O QUE? – Berraram James e Sirius, o que causou outra série de choro em Miriam.
- Não gritem. – Bradou Remo que agora lutava mais uma vez para aquietar Miriam. Ao perceber que eles perceberam o que fizeram e afirmaram com a cabeça que não iriam mais gritar, continuou. – Essas pessoas ainda confiam na memória de Dumbledore e por isso, vieram para cá, para poderem se abrigar e outras para tentar ajudar no que podem com na guerra, seja ajudando outras pessoas, seja indo para o campo de batalha.
- Você disse, na memória de Dumbledore? – Perguntou James. Remo engoliu a seco. – Quer dizer que ele está morto?
- Não, não foi isso que eu quis dizer... – Remo tentou converter a situação, mas Sirius o impediu.
- Não tente mentir para nós Aluado. Ouvimos muito bem o que você quis dizer.

Remo calou-se. Sabia muito bem que Sirius tinha razão. Dissera o que não devia. Agora estragara o passado, e muitas mudanças poderiam ocorrer. Arrependeu-se amargamente. Olhou para seus amigos e viu que estes tinham o olhar abalado, mas determinado a fazer alguma coisa para reverter aquela situação. Isto o encorajou.

- Agora entendo o porquê desta situação chegar a este ponto. Com Dumbledore morto, a esperança acaba diminuindo consideravelmente. Ele era o único bruxo com poderes suficientes para derrotar de vez Voldemort. Saber que ele está morto é como saber que perdemos a guerra. Mas fico feliz que ainda existe uma resistência. A esperança diminuiu, mas não morreu. – Disse James sorrindo serenamente.
- Verdade Pontas. Falo pouco, mas falou bonito. – Sirius não se conteve em fazer a piada. – Aluado queremos ajudar a derrotar esse cara metido a rei da cocada preta.

A piada de Sirius fez com que Remo risse, mas a emoção falou mais alta.

- Muito obrigado. Serão de grande ajuda. Não sei o que faria sem... – Remo tentou agradecer e seus olhos já estavam marejados, mas Sirius o interrompeu novamente.
- Ah, Aluado, sem choradeira. Já vi muitas lágrimas para um dia só. Eu e o Pontas vamos ajudar pronto e acabou. Queremos fazer isso para salvar o mundo, não por compaixão. Fala sério, a Miriam chora menos que você. – O resultado foi mais risos, tanto da parte de Remo quanto da parte de James.
- Obrigado. Sinto falta de vocês. – Remo deixou escapar, mas quando percebeu o que havia dito era tarde demais.
- Falta da gente? Aluado, isso quer dizer que... – a voz de James falhou por instantes, mas voltou quando retomou a coragem – ... que nós morremos? É isso?

O silêncio não ajudou na tensão que ficou no ar. Remo engoliu a seco. Não acreditava que fora capaz de deixar levar pela emoção e ter deixado escapar uma coisa tão crucial na vida dos dois. Estes estavam sérios. Até pensativos, mas com olhares ora determinados, ora chocados. Era muita informação somente para uma manhã. E estas informações eram muito tempestuosas. E agora? O que mais faltava saber? Ainda tinham um dia inteiro e poderiam até previr as revelações que, mais tarde, descobririam.
Novamente, passos eram ouvidos vindos da direção contrária de James e Sirius. Vozes femininas e jovens eram reconhecidas facilmente. Entretanto eles não deram a devida atenção às pessoas que se aproximavam. Estavam mais preocupados com a conversa que estavam tendo.
Contudo, foram incapazes de não perceberem, no seguinte momento, as jovens que acabaram de virarem o corredor e já terem percebido a presença deles. E após a descoberta, uma delas gritar.
Quando James já estava se virando, sentiu uma cabeleira ruiva invadir seu rosto e o peso de um corpo em seus braços. Ficou sem reação. O que faria? A jovem que havia gritado estava pendurada em seu pescoço e murmurava coisas como: “Que bom que voltou”, “Estava com muitas saudades”, “Eu te amo muito!”, “Meu Harry”. Espera um pouco. Harry? Quem era Harry? O que estava acontecendo com aquela garota? Por que ela estava agindo assim, se atirando em seus braços de uma hora para a outra? E o mais importante: Quem era a jovem que estava pendurada em seu pescoço?
Mas ela não ficou muito tempo. Logo ela se soltou dos braços de James e lhe desferiu um tapa no rosto. Em seguida, veio a seguinte pergunta.

- Por que você fez isso comigo? Como você teve coragem de me deixar sozinha?

O silêncio foi absoluto. Exceto a gargalhada de Sirius e o choro de Miriam que não conseguiu a devida atenção de seu pai, Remo, que estava pasmado com o que estava acontecendo.
A jovem, que acompanhava a ruiva estava aleatória de tudo aquilo, como se fosse um acontecimento rotineiro. Esta foi a primeira a se pronunciar. E visivelmente, a mais capaz de tal ato no momento.

- Gina, acho que se enganou. Este não é o Harry.
- O que está falando Luna? Mas é claro que este é o Harry. – Após sua fala, a jovem Gina voltou o olhar para James. Este massageava o local que havia sido desferido o tapa que no momento estava vermelho. Também percebeu a cor de seus olhos. Eram castanhos. Não verdes. E não havia nenhuma cicatriz em forma de raio na testa. Só então percebeu o engano que havia feito. Seu rosto ruborizou-se e com uma incrível coragem, pronunciou-se. – Me desculpe. Cometi um engano. Mil desculpas, eu não queria. Desculpe-me.
- Tudo bem. Estou acostumado a apanhar de ruivas com uma força descomunal. – Disse James lembrando-se de Lílian. Sorriu ao lembrar-se da ruiva.
- Mais uma vez me desculpe, mas a piada não teve graça. – Disse Gina não gostando do que James acabara de pronunciar.
- O problema é... Qual seu nome? – Perguntou Sirius.
- Gina. Gina Weasley. – Respondeu Gina.
- O problema Gina, que o que o Pontas disse não foi piada. É a mais pura verdade. – Após sua fala, Sirius gargalhou. Uma risada parecida com a de um cachorro.
- Pontas? – Gina perguntou começando a suspeitar de algo.
- Sim, este é o apelido dele – Respondeu Sirius sorridente. Remo não estava gostando do rumo da conversa.

Gina não compreendia. Como aquilo era possível? Não, suas suspeitas só podiam estar erradas. Ou estava sonhando, ou estava ficando maluca. Só podia ser a guerra que estava causando a turbulência na sua cabeça. Olhou para Remo e percebeu que este estava com uma expressão preocupada. Provavelmente sua preocupação era que descobrisse alguma coisa. Queria saber, mas será que era o certo a fazer? Não queria fazer algo errado, mas sua curiosidade foi maior. A solução era resolver suas dúvidas de uma vez por todas. Então, perguntou.

- Qual o nome de vocês? – Na verdade, ela temia muito a resposta.
- Meu nome é Sirius Black. E ele é James Potter. – Após a resposta de Sirius, Gina desmaiou.

N/a: Oi gente. Tudo bem? Pois é, mais um cap postado. Desculpem a demora. Mas tenho uma novidade: ESTOU DE FÉRIAS! Exato! Agora ficou mais fácil escrever e postar. Tenho idéias trabalhando a mil! E espero que tenham gostado deste cap. Agora, vamos às respostas dos comentários.

Julinha Potter: Também amei a filha do Remo. Amei mais ainda escrever sobre ela. Depois que a fiz, gostei do resultado. E quanto à mãe dela, sim, é esta que você esta pensando. Mas não me mate ainda. Tem muita coisa p/ rolar ainda nessa fic e muita coisa vai ser revelada verdadeira e falsa. Bom, mais uma vez, não dei de cara com o Harry. Pensei seriamente na possibilidade, mas achei que ainda ta muito cedo. Então, resolvi fazer uma surpresa. Gostou? Bjs.

Vinicius Motta: Que bom que gostou. E quanto à questão do Rabicho, bom, isso vai ficar mais para frente. Primeiro eles tem que estar a par de quem vive nesse tempo e como está a situação, e no meio disso tudo, uma surpresinha vai acontecer para o rato. Não se preocupe. Essa questão vai ser bem aprofundada, mas pretendo fazer isso mais para frente. Agora que ficou mais fácil para eu escrever não vai demorar. E fico feliz que esteja gostando. Bjs.

Kika: Rsrsrs, Sim, com certeza, como mostrei nesse cap., o Remo é um paizão coruja. Rsrsrsrs. Amei escrever essa parte. E quanto a Hogwarts, sim, é muito tirste ver ela neste estado, mas não vai ficar assim por muito tempo. E respondendo a sua pergunta: como você pode ter percebido neste cap., ele deixou escapar algumas coisas, mas a intenção dele não era aquela, visto que ele sabe muito bem que eles vieram do passado e muita informação pode estragar o passado, presente e futuro de tudo e todos. Não, ele não vai contar tudo. E... NOSSA! UMA DAS MELHORES FICS NO SEU TRAILER? O.O Fiquei pasmada quando li. Juro que fiquei uns 5 minutos lendo a mesma frase. Muito obrigada. Acho que não é tudo isso, mas mesmo assim, lhe agradeço imenso. Bjs.

Sakura Li: Fico feliz que esteja gostando, mas sou tão má assim que não tem correção? O.O Bom, acho que você está certa. Rsrsrs. Vou tentar melhorar mas não prometo nada. E a filha do Remo é muito lindinha mesmo, e sim, é filha dela. NÃO ME MATE! Vai rolar muita coisa nessa fic ainda e se você me matar não vai ter continuação. Bom, Hogwarts está num estado crítico, mas não vai ficar assim por muito tempo. Espero que tenha gostado do cap. Bjs.

Lize Lupin: Que bom que esteja gostando da fic. Ainda vai ter muita coisa acontecendo e muitas revelações ainda. Pretendo juntar essa fic com minhas teorias do que pode acontecer no sétimo livro, então, não é só da parte dos marotos que vai ter revelação não. E sim, é a filha dela sim. E como já te disse, vão acontecer muitas coisas. Não se espante pelos primeiros cap. Bom, pensei seriamente em encontrar o Harry, mas percebi que ainda não é a hora. Mas não se preocupe, esse encontro não vai demorar. Provavelmente no cap. 9. Continue comentando ^^. Bjs.

Ana Clara Black: Fico feliz que esteja gostando da fic e de tudo em si. E agora que estou de férias vai ficar mais fácil p/ mim postar. Não se preocupe. Te espero nos próximos coments. Bjs.

Bom gente é isso. Amei todos os comentários. Muito obrigada a quem comenta e também quem não comenta, espero que estejam gostando da fic. Muitos bjs e até o próximo cap. Bjs e continuem comentando.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.