Poderoso Chefão



O Segredo de Gina Weasley

Capítulo 4 – Poderoso Chefão





No capítulo anterior:

Ah, meu Merlin.

É ele, o homem do avião.

- Ah-Há! Achei! – Tonks empurra uma página do jornal no meu rosto. – O nome dele é Draco Malfoy!





- O QUÊ?!

Não, não é possível.

Tonks só pode ter se confundido. O Fundador da Defense ser um Malfoy?! Ser o Draco Malfoy?! Aquele loiro oxigenado, filho de comensais, fundar uma empresa de produtos de Defesa contra as Artes das Trevas e ainda por cima ter como principal alvo os aurores?!

Isso não faz sentido.

Pelo amor de Merlin, faz quase dez anos que eu não ouço sobre a família Malfoy! Até achei que todos já tinham ido pro beleléu! O que seria muito bom, por sinal... Ele devia estar morto, e não fundando empresas pela França!

Continuo olhando perplexa para o jornal que Tonks me estendeu, sem absorver informação alguma. Focalizo a foto de um homem de feições pontudas, olhos claros que parecem mais vidros de tão secos e enigmáticos, cabelos loiros quase brancos, usando um terno preto impecável.

Sinto uma pedra entalar na minha garganta. É ele, só pode ser o homem do avião.

As mesmas feições, o mesmo cabelo loiro, os mesmos olhos azuis, o mesmo porte, o mesmo terno, o mesmo jeito... O homem que viajou comigo no avião. O homem que contei todos meus segredos mais íntimos. O homem que pode fazer o que quiser comigo. O homem que me tem na palma da mão, e pode fazer o quer comigo.

Olho para a legenda da foto, e ali, em letras grandes e destacadas, eu leio “Draco Malfoy”.

Por um momento acho que o oxigênio do mundo acabou. Estou caindo em um desfiladeiro sem fim.

Isso é um pesadelo. Simplesmente vou acordar e ver que tudo isso não passou de uma assombração de minha própria mente.

Por Merlin! Eu devia ter viajado com um desconhecido qualquer que eu nunca mais reencontraria na minha vida! Não a serpente do Malfoy, não aquela fuinha oxigenada! Quer dizer, quantas pessoas revêem no trabalho passageiros de avião que sabem todos seus segredos e que há dez anos atrás estudou no mesmo colégio que você?!

Pois é, ninguém.

Claro, só eu.

Acho que vou vomitar.

- Gina... Você está bem? – ouço ao fundo a voz preocupada de Tonks. Olho confusa para ela, me sentindo zonza.

- Está... Eu acho... – digo num fio de voz, tentando me acalmar. Calma, Gina, para tudo há uma solução, não precisa entrar em pânico.

- Eu sei! Difícil acreditar que logo um Malfoy, filho daqueles meus tios ridículos e que cresceu metido nas artes das trevas fosse um dia fundar uma empresa no nível da Defense e fazer tal sucesso que faz agora! – ela exclama e percebo certa irritação em sua voz. – Meus tios devem estar muito infelizes no caixão.

Esbocei um pequeno sorriso. Tonks riu como se a imagem de Lucius e Narcisa se debatendo no caixão fosse algo muito bonito.

- Olha só isso. – Tonks me mostra com interesse a reportagem “Os 100 Solteiros Mais Cobiçados da Grã-Bretanha – Lindos, Ricos e Famosos” embaixo da foto.

“Nº 31: Draco Malfoy.

Idade 26 anos, Draco é dono da maior empresa de artigos para Defesa Contra Artes das Trevas da Europa, a Defense Corporation, fundada há cinco anos pelo mesmo. Apesar de ser ainda jovem, atualmente é conhecido como um dos empresários mais ricos, de uma inteligência assustadora e mais bem sucedido da Grã Bretanha. Natural de Londres, veio de uma família abastada e influente no mundo bruxo. No final da II Guerra mudou-se para França ao ficar órfão por parte de mãe e seu pai ter sido preso, herdando tudo da família. Sua fortuna é de 15 milhões de galeões. Atualmente solteiro.”


Termino de ler e esboço uma careta. Tudo que me lembra Malfoy’s, serpentes e afins me fazem ficar enojada, é involuntário.

E afinal, desde quando o Malfoy tem uma inteligência assustadora?! Para mim naquela cabecinha nunca teve nada de bom, imagina inteligência!

- Ele está bonito nessa foto. – Tonks vira o jornal, como se quisesse vê-lo por diferentes ângulos.

É, Tonks tem razão. Não só na foto, ele está realmente bonito. Sua aparência mudou muito, está um pouco mais alto, um porte mais definido, um ar de homem, e agora pelo jeito ele se tornou uma pessoa decente a ponto de conseguir administrar uma empresa como a Defemse...

O que eu estou pensando?!

Malfoy nunca, nunca mesmo vai ser algo além de uma fuinha!

Quer saber, eu não tenho o mínimo interesse nisso! Pouco me importa o Malfoy, sua vida, e principalmente seu dinheiro sujo!

Meu Merlin, esse monstro sabe todos meus segredos e olha com o que eu me preocupo!

Eu só posso estar louca... Acho que andei cheirando pó de flu.



- Mas... Não pode ser. – gaguejo tentando mudar o rumo do meu pensamento de volta para meus segredos. Não quero pensar nisso. Simplesmente quero esquecer que um dia andei de avião. – Ele – aponto freneticamente para o escritório de Arnold, onde Mafoy entrou há alguns minutos. – Não pode ser o Malfoy! Pelo amor de Merlin, ele é um comensal! Devia estar em Askaban! E não fundando uma empresa e passeando pelo Ministério! – e muito menos andando de avião.

Ah, meu Merlin.

- Você não se lembra, Gina? – Tonks ignora meu escândalo. – Ele deixou de ser um comensal durante a II Guerra. O pai dele ainda está em Askaban, com certeza já não tem mais consciência nem alma, já não é mais humano. E a mãe dele morreu, enlouqueceu ao ver Draco renegar Você-Sabe-Quem. Dizem que não foi pelo fato dele ter mudado de lado, mas sim porque o filho seria caçado e torturado até a morte pela traição. Foi a maior infelicidade de minha tia. – ela pára alguns minutos, pensativa.

É, bem, eu tinha esquecido desse fato. Mas isso não muda nada. Malfoy sempre será uma serpente venenosa, digam o que disser.

- É melhor ir andando e arrumar logo minha sala. – Tonks olha rapidamente para o relógio de parede. – Daqui a pouco levo outra bronca do Arnold. – ela me dá um tchauzinho e sai andando pelo corredor, me deixando sozinha com meus próprios pensamentos.

Respiro várias vezes e decido também ir para minha sala, que chamamos da Sala Principal, onde ficam todos os assistentes e em volta os escritórios e salas de treinamentos para os aurores. O Departamento continua naquela animação toda, parece até que Merlin vai ressuscitar. Dou um riso sarcástico... Como se o Malfoy merecesse alguma homenagem...

- Atenção a todos! – Arnold sai da sala de reuniões, onde minutos atrás entrou com Malfoy e chama a nossa atenção, ficando no meio da Sala Principal. – Todos vocês devem saber a importância de ter a parceria da Defense Corporation. – ele dá uma pausa e todos concordam com a cabeça, animados. Arnold parece aqueles professores maus que esperam uma chance de dar uma varada na cabeça de alunos desobedientes. – Essa parceria é um dos maiores objetivos de nosso Departamento, ela será de extrema necessidade durante as Operações, creio que todos vocês já estão cientes disso. Então espero a colaboração de todos para o que vou pedir. – ele me manda um olhar mortífero e eu ignoro, tomando mais alguns goles de água. – Draco Malfoy irá passar uma semana em Londres, e conseqüentemente, aqui no Ministério. Ele pretende conhecer e participar de todo trabalho do Departamento para estudar se o acordo fará bem também a empresa. Essa é uma visita informal. Quero que vocês, durante essa semana, hajam naturalmente, fazendo o trabalho que sempre fazem todos os dias, sem necessidade de impressionar, apenas sendo uma semana normal como todas as outras. Ele irá se interessar em conhecer todos vocês, o trabalho de vocês, as funções do Departamento, as estratégias de captura, as Operações que fazemos, das mais simples até as mais graves. Se ele falar com algum de vocês, sejam simpático, educados e naturais, tratem-no como o chefe de tudo. – ele olha o rosto de cada um. Parece que é um tipo de radar: “façam o que eu mando ou morram!” – Agora andem! Todos para seus lugares! E quero todos os escritórios e corredores limpos e organizados! – todo mundo pula de susto e, praticamente correndo, começam a organizar o Departamento.

Olho para a total bagunça na minha mesa. Ao meu lado, Amelia já está com tudo arrumado, e agora retoca a maquilagem se mirando em um espelho de bolsa. Sinto um exagerado e sufocante perfume francês vindo de seu lado e me seguro para não espirrar.

- Weasley! – Arnold vem até a mim e me puxa para um canto. Vejo os olhos de Amelia nos fitando pelo espelho com a curiosidade digna das fofoqueiras de plantão. – Espero que dessa vez você se comporte. Sei muito bem a porra que fez na reunião. Foi pedir muito a vocês mesmo.

- Não foi bem assim. – explico-me. – Eu estava indo bem, mas acabei me enrolando. Era brincadeira, não era para os caras terem levado a sério. Se você me der outra chance, posso fazer melhor.

- E isso se você merecer outra chance. A sua sorte é que a Defense não desistiu de total do acordo e resolveram conhecer o Departamento, se não você já estaria na rua. – ele me lança um olhar ameaçador. – Agora ande! E de preferência arrume essa mesa, aqui não é o cabaré! – tudo bem, eu sei que eu não sou a pessoa mais organizada do mundo, mas não precisa fazer tal comparação!

- Arnold, – chamo-o antes que ele se vire. – e as vagas para auror?

- Draco Malfoy está aqui e você me pergunta de vagas, Weasley?! – ele exclama, irritado.

- Queria saber se dessa vez posso trabalhar como auror, ser promovida, como o senhor me falou que eu poderia.

- Você, auror? – ele solta uma gargalhada. Sinto-me inflar de raiva por dentro e tenho certeza que meu rosto está vermelho como tomate. Que ódio que eu tenho desse mini-pufe!

Mini-pufe! Mini-pufe! Mini-pufe!

Pronto. Estou me sentindo melhor.

- É, eu devo ter falado sobre isso mesmo, mas você não ainda essa capacidade. Você nem ao menos consegue sair de uma reunião sem fazer besteiras.

- E porque eu não devo ter essa vaga?! – desafio Arnold, colocando minhas mãos na minha cintura em uma visível pose de luta da família Weasley. O mini-pufe que se cuide! – Eu fui uma das melhores alunas do curso para auror, com as melhores notas teóricas e práticas! Muito melhor que muitos daqui! Eu ralei muito para conseguir terminar o curso, meu sonho sempre foi conseguir ser uma auror respeitada! E não para ser uma mera assistente!

- Weasley, não me importa as notinhas que professores te deram, aqui não é colegial. Para conseguir isso você tem que mostrar que merece. – abro a boca para retrucar, mas ele me interrompe. – E isso não é fazer o que todos fazem, esperar alguém mandar para agir, mas criar suas próprias chances, suas próprias oportunidades, agir por si própria. – acho que foi a primeira coisa boa em anos que Arnold falou para mim. – Agora pare de me amolar, sente sua bunda nessa cadeira e revise esse relatório – ele me estende um bolo de pergaminhos. – quero escritas todas as observações importantes. E se abrir a boca para o Malfoy está demitida. – ele solta um bufo e vira-se em direção a sala de reuniões, apressado. – E arrume essa mesa, está uma bagunça!

Arrumo apressada minha mesa antes que o mini-pufe volte a chiar nos meus ouvidos.

Amelia continua a se maquiar. Ás vezes acho que sou a única assistente que faz alguma coisa. Amelia vive se olhando no espelho, desfilando por aí e mandando memorandos para todos ricaços que trabalham no Ministério e Arnold nunca pediu nada a ela, sempre passa todos relatórios para mim, sempre sou eu que tenho que responder às cartas mais formais do departamento para os ministérios de outras nações, ou seja, sempre sou eu que faço tudo. E o mini-pufe ainda tem a coragem de reclamar de mim! Ora, pelo menos não sou uma Barbie ambulante!

- I'm a Barbie girl in a barbie world. Life in plastic its fantastic. You can brush my hair, undress me everywhere. Imagination my life is your creation!”

Canto, mas Amelia não dá a mínima atenção. Perto de mim Luke, de relações públicas, prende o riso.

Fala sério, essa música não é a cara dela?

Só falta ser loira... Mas isso uma boa poção para cabelos resolve!

Um pouco mais feliz (essa música é como um calmante para minha alma), sento-me na minha mesa e de um modo automático abro minha pasta e começo a ler o relatório.

- Gina? – Amelia me chama, e eu me viro em sua direção com má vontade. Ela penteia o longo cabelo escuro e brilhoso. – Querida, você vai ficar com o cabelo preso desse jeito? É melhor você se arrumar melhor para o Sr. Malfoy, desse jeito parece uma velha.

- Obrigada pelo conselho. – digo com ferocidade. E velha é sua avó!

Eu não mereço essa vaca perto de mim. Não mesmo.

- Vou pegar um chá para mim. – Luke se levanta de sua cadeira. – Alguém quer?

- Eu aceito. – digo. Não por gostar daquele chá, muito pelo contrário, é mais pela necessidade de não ficar nervosa.

Luke volta e me entrega a xícara com alguns biscoitos no pires. Ele é a única pessoa que eu consigo me relacionar bem naquela sala. Também é com ele que passo muitas horas jogando xadrez, fingindo que trabalho. Mas isso não vem ao caso. O que importa é a boa pessoa que ele é, e que todo dia discute com Amelia.

Tento novamente me concentrar no relatório, mas é impossível. As frases passam pelos meus olhos e não compreendo. Estou em um estado de irritação que qualquer coisa ou pessoa que se aproximar de mim corre o perigo de serem estuporados. A minha mente sempre toma o mesmo rumo em direção ao problema Malfoy.

Problema, não, isso é maldição!

Merlin! Eu não posso acreditar que eu abri a boca para o Malfoy!

Ele fará de tudo para me atormentar, espalhará aos sete ventos meus segredos, vai zombar de mim na frente de todo mundo.

Minha mão treme em cima do pergaminho. Aquela fuinha oxigenada já fez muito mal para os Weasley, e não deixarei que ele continue a se aproveitar, ou não me chamo Gina Weasley.

O inferno da minha vida voltou. O tão odiado Malfoy.

Argh! Ódio! Ódio! Ódio!

Tento me controlar, pensando que ele não irá me reconhecer, que ele nunca iria notar ma assistente como eu. Ele irá me ignorar, como o arrogante que é.

É isso. É claro que ele nunca iria se lembrar de uma mulher louca no avião que contou segredos tão cabeludos. Ele não devia nem ao menos estar prestando atenção. Estou sã e salva. Estou me preocupando por nada. Quando eu der por mim, ele vai estar exibindo seus status por aí e não vai nem me notar.

- Oh, não! É ele! Ele vai me ver com esse cabelo horrível! Ele está vindo para cá! – Amelia exclama totalmente emocionada com a visão, e começa a fazer poses sexys e elegantes. Ao seu ver, claro. Para mim é uma mistura do ridículo com o vulgar.

Vejo-o sair da sala de reuniões com Arnold. Não me dou o trabalho de olha-lo. Agora que eu sei que ele não vai me reconhecer me sinto muito mais calma. Tentando fazer uma pose totalmente profissional e indiferente, volto a atenção ao relatório e começo a escrever as observações.

- Pessoal, – Arnold nos olha sorridente, fingindo não ser o mini-pufe assassino que é. – tenho o enorme prazer de apresentar o fundador da Defense Corporation, o Sr. Draco Malfoy!

Todo mundo aplaude, admirados. Malfoy dá um sorriso de lado, extremamente antipático e esnobe.

Isso é tão típico dele!

- Robert Fletcher, um dos melhores aurores do departamento. – Arnold passa por Robert e o apresenta a Malfoy. – Planeja estratégias como ninguém e é um dos que melhor comandam as operações.

- Prazer em conhece-lo, Sr. Malfoy. – Robert se adianta, visivelmente emocionado, estendendo a mão a Malfoy.

- Prazer. – ele se limita a um aceno de cabeça, ignorando a mão de Robert. Sua voz sai seca, rude e em seu rosto não se vê nenhum sentimento, parece feito de pedra.

Arnold guia-o pelo departamento, apresentando outros empregados importantes.

- Aí vem ele! – sibila Amelia, como se ele fosse um astro de Hollywood.

Novamente não o olho, nem sorrio ou faço poses e levanto um pouco a saia (como Amélia está fazendo), apenas continuo trabalhando no relatório, me concentrando no que vale a pena (é, nada que tenha a ver com Malfoys e afins vale a pena).

De canto de olho vejo ele se aproximando de onde eu e Amelia estamos (ela abre mais o decote).

Ele não vai me reconhecer.

Arnold o apresenta a mais algumas pessoas no caminho.

Ele não vai me reconhecer.

Ele está a dez passos de onde nós duas estamos. Sinto-o olhando com interesse para minha direção. Baixo a cabeça rapidamente, fingindo pegar algo que caiu no chão.

Ele não vai me reconhecer.

Malfoy se aproxima mais da minha mesa e ergue as sobrancelhas, surpreso.

Porra.

Ele me reconheceu.

- E esta quem é? – pergunta ele a Arnold, apontando para mim, com um esboço de sorriso no canto dos lábios. Tento esconder meu rosto entre pergaminhos ou atrás de Amelia, mas é tarde demais.

- Essa é uma das nossas assistentes mais eficientes, Gina Weasley.

- Quem?! - O sorriso enviesado se desfaz totalmente, e Malfoy me encara com olhos arregalados.

Porra.

Ele se lembra de mim.

Oh, não. Oh, não. Oh, não!

Tudo bem, ele pode se lembrar de mim, talvez gravou meu rosto... Mas isso não quer dizer que ele se lembre do que eu falei. Alguns comentários aleatórios feitos por uma louca da poltrona ao lado. Quem vai se lembrar disso?

Óbvio que ninguém.

Mas não vou deixar que Malfoy perceba esse meu embaraço. De qualquer forma, continuo sendo uma Weasley.

E ele um Malfoy.

Pelas leis da natureza, Malfoys e Weasleys nunca se deram bem. Não será eu que mudarei o mundo, não é mesmo?

Com ar cínico e desafiador, me levanto da cadeira.

- Bom dia, Sr. Malfoy. – digo totalmente indiferente à sua expressão de incredulidade.

- Weasley?! – muitas pessoas olham em volta com o berro que Malfoy deu. A expressão que ele falou o sobrenome foi a mesma que costumava usar em Hogwarts.

- Sim, sou eu. – digo com a mesma falsidade. Só de olhar para aquele rosto cheio de arrogância já me dá nos nervos!

Ele muda totalmente a expressão de surpresa. E de repente eu me sinto novamente naquela época, em que eu e Malfoy ficávamos nos ofendendo com palavras. A única diferença é que agora, ao invés de palavras, são os olhares de puro ódio que falam.

- Não esperava encontrar você trabalhando logo nesse cargo, de assistente. – cravo minhas unhas na palma da mão e sinto meu rosto ferver, de vergonha e raiva.

Encaro-o com fúria, e ele devolve um sorriso de deboche.

Filho de serpente, venenoso é.

- Vocês já se conhecem? – Arnold exclama.

- Sim. Vamos dizer que há uns tempos atrás fomos colegas. – Malfoy responde sem desfazer a nossa luta de olhares, com um sorriso extremamente falso que Arnold não percebe. Ao contrário, meu chefe abre um enorme sorriso.

- Ótimo! É extremamente reconfortante que os funcionários se dêem bem com o senhor, Sr. Malfoy, principalmente se tratando de uma assistente tão importante que é a Srta. Weasley. – Arnold continua com o mesmo sorriso de “bom chefe”. Totalmente falso, vale lembrar.

- Tenho certeza que eu e a Srta. Weasley seremos grandes amigos. – encrespo os lábios de forma raivosa e sinto meu rosto mais vermelho. Arnold me manda um olhar de ameaça por cima do ombro de Malfoy. Desculpe-me, chefinho, mas não irei participar desse teatro!

- E o que você faz como... hum... secretária? – Malfoy continua com seu ar prepotente.
- Trabalho como a assistente geral do departamento, ajudando todos aurores nos relatórios, operações e estratégias, e passando os resumos para meu chefe. – falo como um gravador.

- Gina esteve em Paris há alguns dias, em uma reunião com os chefes substitutos da Defense. – Arnold continua, com um sorriso mais falso ainda para mim. – Acreditamos em passar responsabilidades aos nossos funcionários iniciantes sempre que possível. – nos olhos de Malfoy vejo um clarão de compreensão, e agora sinto-me ruborizar de vergonha e começo a suar, nervosa.

Ah, meu Merlin. Ele não pode se lembrar do que eu disse, não o Malfoy. O que ele iria fazer com todos meus segredos?!

Só de imaginar o mundo inteiro sabendo de coisas tão íntimas já chego a ficar sem ar.

Não. Ele não se lembra.

- Bem, vamos deixar Gina trabalhar, concorda Draco? – Arnold indica com a mão para Malfoy ir à frente.

Mas ao contrário do esperado, Malfoy não se distancia da minha mesa. Continua ali, na minha frente, com um sorriso se abrindo mais ainda.

Seu olhar percorre com interesse súbito minha mesa, parece estar processando alguma coisa, e se vira repentinamente para Arnold, depois para mim, com um sorriso irritante no canto dos lábios.

- Antigamente você tinha um mini-pufe, não? Que coincidência, ele também se chamava Arnold. – ele diz me desafiando com os olhos.

Como uma gravação ouço minha voz estúpida.

“...Arnold, meu chefe, apelidei-o de ‘Mini-pufe’, e tenho que tomar cuidado para não rir na cara dele...”

Ele se lembra.

Ah, meu Merlin!

- É... Muita coincidência, mesmo. – respondo, engolindo em seco.

Meu rosto novamente fica vermelho de vergonha. E pelo visto Malfoy percebe, pois abre um enorme sorriso de divertimento.

- Como está o chá?

“...o chá do trabalho é a coisa mais nojenta, tem gosto de xixi de rato. E aqueles biscoitinhos, então, tudo mofo, parece que são de séculos atrás...”

- Está ótimo. – digo muito mais rápido que o normal, e bebo um gole. Faço força para não cuspir tudo fora. – Malfoy ri.

Ele está rindo de mim! De mim! E o pior, eu não posso fazer nada, não posso falar nada. Arnold corta minha cabeça se eu não andar na linha. Malfoy é praticamente meu chefe. O maior de todos!

Calma, Gina. Mantenha a calma. Isso não quer dizer que seja o fim do mundo, talvez ele só se lembra disso. E de qualquer forma, é um Malfoy! Você o odeia acima de tudo, não vai ser rebaixar a ele, vai?

È isso aí.

Não vou mesmo.

Vou me concentrar e mostrar a ele a ótima profissional que sou. Sou uma mulher determinada, inteligente e digna, ele não irá me humilhar!

- E essa é Amelia Michaellis. – continua Arnold. – Outra brilhante assistente do departamento. – Amelia se levanta e o cumprimenta com um sorriso perfeito.

Malfoy sorri e beija de leve sua mão. Amelia solta risadas estridentes, enquanto ele a olha de cima a baixo de um modo indiscreto.

Eu não acredito nisso! Ele está flertando com ela na frente de todo mundo!

- Amelia... – murmura Malfoy em tom pensativo. Ele olha cada milímetro de sua mesa, e seus olhos param na planta em cima de sua mesa. – Bonita planta. – Malfoy elogia com ingênuo interesse. – Não é nativa, é? Eu adoro plantas, principalmente flores. – ele passa de leve a mão pelo queixo de Amelia, que sorri sedutoramente.

Ah, pelo amor de Merlin! Eu não quero ver essa cena!

O cruzamento de uma vaca com uma cobra...

Uma total aberração, com certeza.

Que nojo!

- Não. Ganhei de um grande amigo da América. – ela responde, mexendo nos cabelos. – Mas ela está um pouco morta. Não sei o que há de errado! Acho que o clima daqui não está fazendo bem a ela. – lamenta com um beicinho.

- Desculpe-me. Não sei muito sobre plantas americanas. – ele se vira para mim. – Você sabe o que pode haver de errado com ela, Gina?

“...ás vezes molho aquela planta dela com suco de abóbora, para ver o que é bom...”

- Eu não faço idéia.

Meu Merlin... Ele se lembra. De tudo. O que mais eu disse?!

- Quem foi o último a sair semana passada e esqueceu de desligar ontem a lareira?! – Philip, um auror já de meia idade e rabugento questiona em voz alta, seus olhinhos escuros analisando cada pessoa. Todos ficam calados. – Depois acontece como aquela tragédia e tudo pega fogo. É um sacrilégio o Departamento dos Aurores deixar o Ministério inteiro queimar! Logo quem devia protege-lo! Quando eu descobri quem foi, prometo demiti-lo!

- Ou demiti-la. – acrescenta Malfoy, ainda virado na minha direção.

“...sempre esqueço de apagar. Uma vez pegou fogo, foi um estrago, não tive coragem de dizer que fui eu...”

Meu Merlin, minha tentativa de ser totalmente profissional e determinada foi por água abaixo. Não consigo ignorar que Malfoy está debochando de mim, flertando com Amelia descaradamente, tentando a todo custo me irritar. Ele está conseguindo me humilhar, e eu estou sem defesas, me sentindo totalmente nervosa e envergonhada, tentando lembrar, tentando juntar tudo o que eu disse.

Eu simplesmente disse tudo da minha vida para o Malfoy! Sobre minha calcinha, sobre meu namorado, a minha comida predileta, quanto eu peso, tudo sobre meu trabalho.

Meu sangue fica gelado. Meu trabalho.

Eu falei das minhas notas. Ele vai me demitir. E contar para todo mundo o que sabe. Estou morta.

“...mudei um pouco minhas notas para conseguir emprego. Sei que é desonesto, mas não foi realmente muita coisa...”

Olho discretamente a minha volta, respirando lentamente, e meu olhar pára na página do Profeta Diário de alguns meses atrás sobre a reportagem da festa do Ministério, no mural do Departamento, perguntando nitidamente sobre o dono da bunda dançante (que, por sinal, eu nunca tive coragem de dizer que é minha).

Vejo Malfoy seguindo meu olhar, e logo mudo a atenção de volta ao meu relatório. Mas não adianta, ele vê a foto e vejo seus olhos sorrirem de prazer.

- Estou vendo que vocês também se divertem por aqui. – Malfoy aponta com a cabeça para a foto. - Bunda bonita. Só espero que não atrapalhe a concentração de todos. – ri ele. Muitas pessoas por perto acompanham o divertimento.

“...fiquei bêbada numa festa do Ministério, e dancei na frente de todo mundo uma espécie de ‘Macarena’, rebolando até o chão. A foto da minha bunda apareceu no Profeta, e ninguém sabe que fui eu...”

Meu rosto ruboriza. Todos estão rindo. Da minha bunda.

Certo, agora quero morrer. Alguém me mate.

Tomara que caia uma Avada na minha cabeça.

- Bem, - Malfoy volta-se a todos ao redor, cheio de importância, e eu sinto que qualquer coisa que ele fale será uma total mentira. – Estou muito contente de poder, finalmente, conhece-los. Como Arnold falou, vou ficar aqui alguns dias para conhecer a vida do Departamento de Aurores.

Um murmúrio simpático percorre a sala. Malfoy dá um sorrisinho falso com um discreto cumprimento e sai, seguindo Arnold. Sinto o corpo inchar de alívio. Graças a Merlin essa tortura acabou.

Mas por quanto tempo eu terei que suportar isso?!

Malfoy sente prazer em fazer isso comigo, penso, sentindo a raiva antiga que tinha pelos Malfoy crescer dentro de mim. Ele quer me massacrar. Ele vai ficar para sempre fazendo isso comigo, esfregando tudo que falei na minha cara, se divertindo, rindo de mim. Ele quer que eu morra, isso sim.

Isso é o inferno.

- Gina. – levanto os olhos e vejo Arnold parado ao meu lado, dessa vez sem o sorriso falso, e sim a mesma cara de mini-pufe de sempre. – O Sr. Malfoy gostaria de falar com você. – informa peremptoriamente. – Em cinco minutos, na sala de reunião.

Arnold se afasta e eu fico paralisada. Estou me sentindo como um coelho perdido na selva, sendo atacado por um leão. Sinto-me pequena e frágil. Ele vai fazer de tudo para me atingir.

Engulo em seco, e com a dignidade que ainda me resta, me levanto. Amelia me olha com curiosidade. Ando até a sala de reuniões parecendo totalmente tranqüila e indiferente, me concentrando apenas numa só palavra: ódio.

Não vou deixar que ele acabe comigo. Não posso deixar.

Atravesso a sala e vou pelo corredor até a sala de reuniões, bato na porta e empurro.

- Queria falar comigo, Sr. Malfoy? – falo do jeito mais educado possível, sem sorrir um minuto. Minha mãe sempre me ensinou que nunca devemos fazer o mesmo jogo de quem quer nos humilhar, e sim manter a cabeça erguida, ser educada e mostrar-se superior na dignidade. E isso é o que eu sei fazer melhor.

Malfoy está sentado numa cadeira junto à grande mesa de reuniões, a perna esquerda dobrada em cima da direita, as mãos cruzadas sobre o colo e um sorriso arrogante no canto dos lábios.

- Sim, Weasley. Sente-se. – ele indica a cadeira em frente a ele. Faço o que ele manda fazendo questão de olhar para ele com o maior asco possível. Ele deixa o sorriso mais arrogante ainda, se é possível. – Nunca imaginei te encontrar por aqui, Weasley, como assistente. Já tinha até me esquecido da sua existência.

- Estamos no mesmo caso então, Malfoy.

- Mas é engraçado pensar que agora sou seu chefe. Logo de uma Weasley pobretona. – diz ele, irônico. Meu sangue ferve e me seguro para não me atracar nele e tirar suas tripas fora.

- Prefiro ser uma Weasley pobretona do que uma serpente como você! – exclamo, levantando-me com raiva. Ele solta uma risada fria.

- Não me venha com essa lenga-lenga, Weasley. Você não muda nunca? Sempre dizendo as mesma coisas. Estou começando a me enjoar de você. – ele ri novamente. – Não, me enganei. Até que você deu uma boa melhorada. Você anda bem jeitosinha, Weasley. – ele me olha de cima a baixo, o sorriso se abrindo mais ainda. – cerro os olhos para ele, me segurando para não dar um tapa em sua cara. – E sente-se. – ele manda. Expiro e inspiro diversas vezes, volto a me sentar, cravando as mãos na minha saia. – Precisamos conversar.

Solto um bufo e volta a me sentar, e contrariada, espero Malfoy voltar a falar.

- Na verdade, te pedir um favor. – um favor? Draco Malfoy pedir um favor a mim? Seguro-me para não cair na gargalhada com essa possibilidade. – Por vários motivos, gostaria que ninguém soubesse que vim para a Inglaterra de avião, saindo da Suíça, ao invés da França.

- O que? – penso por um momento, e exclamo, confusa. – Suíça? O que você estava fazendo na Suíça? – por um momento Malfoy parece surpreso.

- Não me trate por você, Weasley, e sim por Sr. Malfoy. – solto uma careta. – Sim, Suíça. O avião que você pegou na França veio da Suíça e fez conexão em Paris. – informa de má vontade. – Era mesmo de se esperar que você não soubesse disso, a sua ignorância me impressiona. – diz ele. Seu olhar encontra o meu, os dois se desafiando. – E o que eu estava fazendo lá não te interessa. – agora estou mais curiosa ainda. O que, afinal, Malfoy estaria fazendo na Suíça?

- E se eu não quiser cumprir esse seu favorzinho? – ele sorri para mim.

- Simples. Eu conto para todo mundo os seus segredinhos, Weasley. É muita informação para mim, seria ótimo poder dividi-las com seu chefe, com todos do Departamento, com seu namorado... – meus olhos se arregalam e engulo em seco. Malfoy solta uma risada que fura meus tímpanos. – Não duvide de mim. Por isso, é bom você manter esse encontro só entre nós. Não duvide do que sou capaz, Weasley. – ele se cala por um instante e sente o prazer em me ver em suas mãos. – Estamos de acordo?

- Sim. – digo, encrespando os lábios, tentando manter o controle.

- Ótimo. Pode sair. – levanto-me com as mãos ainda em punho.

Assim que fecho a porta da Sala de Reuniões, sinto meu sangue fervendo dentro de mim. Ah! Se eu pudesse, eu dava um soco na cara de fuinha desse Malfoy!

Ódio! Ódio! Ódio!

Argh! Maldito Malfoy!

Ele é tão baixo! Me ameaçando, me subornando! Uma cobra venenosa, isso sim que ele é! Acho até melhor me manter distante dele, esse veneno pode ser contagioso!

Mas afinal... O que ele tanto quer esconder nisso?! De repente não é para saberem que ele já andou de avião, deve ser vergonhoso uma pessoa como ele andar por meios trouxas, de sangue-ruins, como ele mesmo diz. Pois antes sangue-ruim do que veneno! Maldito! Maldito! Maldito! Ele está se aproveitando de mim... Parece que realizou o sonho: poder humilhar mais que o normal um Weasley.

Raiva! Raiva! Raiva!

Ando até minha mesa ainda com a mão em punho, como se estivesse me preparando para uma luta de Box.

Ah, mas se eu pudesse, eu azarava ele, o transformava-o em um saco de areia, o pendurava no meio do Ministério e ficava o dia inteiro dando pelos socos e chutes naquela cara nojenta, arrogante, venenosa, asquerosa, odi...

- O que ele queria?

Levo um susto quando Amélia se vira para falar comigo, ansiosa. Ao redor todos na sala principal do Departamento me lançam o mesmo olhar, como se eu acabasse de ser chamada para ser abençoada pelo Papa, por um faraó ou coisa parecida.

- Que? Ele quem? – pergunto meio grogue, “acordando”.

Merda de Amélia! Atrapalhou toda minha brilhante idéia...

- O Sr. Malfoy, oras! – exclama, como se eu acabasse de perguntar um absurdo.

- Ah, sim. – resmungo. Meu Merlin, para mim isso é perseguição. È Malfoy para cá, Malfoy para lá... O que eu fiz para merecer isso?! – Nada demais... – enrolo, pensando em uma desculpa. – Só queria informações sobre um relatório.

- Ótimo! – exclama ela, abrindo um enorme sorriso. Sei muito bem o que ela deve estar pensando: “é óbvio que você uma pessoa como o Malfoy só iria querer algo do tipo com uma assistente de tão baixo nível. Ele com certeza prefere a mim”. – Sabe, Gina, acho que você devia ser mais simpática e animada enquanto Draco – diz como se fosse uma amiga íntima – estiver aqui. Desse jeito ele irá preferir a mim. – ela dá um sorriso metido e cruza as pernas, jogando os cabelos escuros para trás.

Cala a boca, metida estúpida!

Contento-me em ignorar qualquer gemido dessa vaca.

Múúúú

Há-Há!




O resto do dia a atmosfera fica festiva no Departamento.

É Malfoy para todo canto.

“Como ele é lindo!”, Terry, do Departamento de Animais Mágicos, fez questão de arranjar uma desculpa qualquer para passar a tarde inteira aqui, exclama de meia em meia hora.

Todos aurores (menos a Tonks) estão fazendo de tudo para conseguir “um minuto de conversa com o Sr. Malfoy”.

E eu não suporto mais isso.

Simplesmente não dá mais para agüentar a cobra (vulgo Malfoy) transitando por aí, me olhando sempre com a mesma cara de deboche, como se me desafiasse a fazer algo contra ele que aborreça meu chefe.

E também já cansei de vê-lo olhando para minha bunda no cartaz. E de ouvir todo mundo rindo quando ele faz algum comentário sobre a dita cuja.

Quando o expediente acaba, levanto-me apressada. Olho para os lados como se eu fosse uma fugitiva, esperando encontrar Malfoy por ali. Mas para minha infelicidade não o vejo, o caminho está limpo.
Claro, hoje é dia de jantar na casa da mamãe. Me esqueci totalmente que ela quer ver se ainda estou viva. Minha mãe nunca muda...

Bem, meu banho relaxante terá que esperar um pouco.

Parece que eu sou a única louca para ir embora em todo Ministério. Não me dou nem ao trabalho de dar tchau aos meus colegas, apenas ando depressa pelos longos corredores do Ministério e saindo pela porta de entrada.

- Gina! – o segurança, me acena, sorridente. Eduard Zaid, um bruxo de cor escura e enorme, com 2 metros de altura, mas que na verdade só tem tamanho: é um doce de pessoa. – Soube que o Sr. Malfoy vai passar a semana inteirinha no Departamento de Aurores! Você deve estar super empolgada! Que sorte, não?

Se eu ouvir mais uma vez o nome Malfoy, eu prometo que mato!

- É! Sou muito sortuda mesmo! – falo fingindo animação. Ed não entende meu sarcasmo.

Aparato e no mesmo instante me vejo em frente à Toca. A minha casinha. Ao redor ouço as mesmas galinhas cacarejando, o som dos mesmos pássaros de tantos anos que vivi ali.

Respiro aquele ar tão natural a mim. E me sinto leve, como uma criança. Ouço a voz de mamãe brigando com alguém, que parece ser meu pai. Pelos gritos dela, parece que ele andou aprontando alguma com intrumentos trouxas. Como sempre.

Fico tão feliz em estar longe do Ministério e do Malfoy que me sinto leve como uma criança. A porta d’Toca se abre, e ali sai minha mãe.

- Gina! – ela grita e me puxa para dentro. – Que bom você chegou! Estava louca para te ver! Você está bem, minha filha?

- Estou ótima, mamãe. – digo em um sorriso aliviado, dando-lhe um beijo estalado na face.

Ela me olha de cima a baixo, levantando uma sobrancelha.

- Você não me parece muito bem. – diz, sábia. Por que minha mãe tem que me conhecer tão bem?! – Aconteceu alguma coisa no trabalho?

- Não, não. Mesma coisa de sempre. – dou o melhor sorriso que poço. Totalmente falso, diga-se de passagem.

E uma voz na minha cabeça diz:

“Os mesmos problemas de sempre. Uma coisinha de nada:

1 – Não consegui a vaga para auror e continuo no meu mesquinho cargo de assistente.
2 – Meu mega chefe é meu inimigo nº 1
3 – O mesmo acima citado sabe todo meus segredos e adora ficar jogando isso na minha cara só por diversão.
4 – Eu tenho o grande perigo de ser demitida
5 - E o pior, tenho o perigo de ter todos meus segredos contados a sete ventos”


É triste admitir, mas pela primeira vez na vida, eu estou nas mãos de Draco Malfoy.




N/A:

Olá!

Pela centésima vez eu imploro desculpas pela grande demora para postar esse capítulo!

Como vocês sabem, viajei nas férias, e em fevereiro voltei para minha vida cotidiana. Mas não tive tempo para escrever, poucas foram as fics que consegui atualizar.

Na verdade, nesse meio tempo até criei mais duas... É, eu não tenho tempo para nada, e cada vez invento mais fics que nem sei quando vou acabar de escrever! Rsrrsrs... As duas são T/L (minha shipper preferida, fazer o que...), e por favor, leiam e comentem nelas também! Pleaseeee!!!


Entre Tropeços e Empurrões – http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=17635

Vida A Três – http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=17643

Mas deixando de lado meus desvaneios, vamos falar do capítulo.


Não foi lá o que eu mais gostei de escrever, mas espero que gostem. Acho até que o capítulo ficou mais dramático do que humorístico... Os próximos prometo que serão melhores! Agora a vida da pobre Gina vai começar a ficar de pernas pro ar! Huahauahauahua

Bem, sobre a próxima atualização, não vou prometer nada. Agora estou no terceiro ano, vai ficar bem pior para atualizar! Ano de vestibular, tenho que me concentrar muito mais nos estudos e deixar fics para últimas preocupações. Mas é claro que não irei abandonar as fics, só vai ficar cada vez mais incerto as atualizações. Pode ser que atualize semana que vem, mês que vem, ano que vem (certo, é exagero... hihi), e espero que vocês entendam o meu caso!

Por isso, estava pensando em postar prévias, assim vocês não ficam com tanta raiva dessa pobre autora aqui! Huahauahau... Bom, quero saber a opinião de vocês sobre isso. Fica pelo gosto do leitor! =P

Para o capítulo passado não tive a quantidade que imaginava ter de comentários, mas adorei todos! Comentem nesse também! Vocês sabem, a fic depende de vocês! ^^


Paola J. Malfoy: Eu falei que hoje eu postava! Huahauahauah
Depois de vc e a Gy terem atrapalhado... Huahauahauahua
Brinkdera!
E ai d vc que compre o livro!!! Eu excluo a fic!! (olha a chantagem...)
Ahhh!! Eu esqueci de falar!! Tive uma idéia para uma fic, do jeito que você tava pensando em fazer (todos os anos dos marotos). Huahauahau, eu e meus devaneios... É sério, preciso de tratamento...
E a gente acabou nem vendo o filme sexta... Só quero saber o que vai rolar segunda a respeito daquela festa...
A gente não faz nada e acontecem essas coisas bizarras! Acho que é perseguição, é serio...
O mais legal é que eu to falando coisas nada a vê p/ um comentário... Huahauahauah
Não é só você que fala coisas sem nexo!
Valeu pelos comentários, miga!!! Oh, ninguém pode saber do nosso combinado! Heheheheheh
Espero que goste do capítulo!
Beijinhos!!


Maira Daróz: Oiee!!
Huahauah, não tinha idéia de quem seria o fundador? Eu pensei até que estava meio óbvio que seria o Draco, mas que bom que me enganei! É, agora não só o fundador, mas também será por um tempo o chefe da Gina... Tadinha... =PPPP
É, eu quis mesmo deixar o Rony no início com essa imagem de meio fútil agora que ele tem sucesso, mas não se preocupe, com o andar da fic ele irá desfazer essa imagem! No caso R/H, é sempre a Mione que tem que fazer alguma coisa! Huahauahuaha
Espero que goste do capítulo! Continue lendo!
Beijos!


Laura Black: Oiee!!
Que bom que gosta da fic!!
Sobre a Tonks ter falado Draco Malfoy, foi meio de propósito. Por ela não ser considerada da família, pela mãe ter sido deserdada e talz, e por ela não ter nenhuma relação com eles (a não ser o sangue, mas isso não conta muito), imaginei a cena sem ela se preocupar muito com o fato deles serem primos e trata-lo na verdade como alguém desconhecido e que ela não gosta nem um pouco (assim como os tios). E durante a fic eles não vão se considerar como parentes.
Muito obrigada por ler e comentar! Espero que goste desse capítulo também!
Beijos!

- natinha weasley: Oieee!!!
Huahauhauah, valeu pela “campanha” por comentários!
Isso é realmente necessário! ^^
Espero que goste do capítulo!
Beijos! Continue lendo =DD


Agatha C. Martin: Oie!!
Até agora estou envergonhada por ter comentado tão tarde na sua fic! Mas já recompensei o atraso! XD
Que bom que gostou dos capítulos!
É, vamos dizer que o Draco vai tornar a vida da Gina um literal inferno! Quanto a R/H, nos próximos capítulos terá mais coisas, mas a Mione vai dar um jeito no Rony sim! Hihi
Já estou falando muito do futuro da fic... Acho melhor parar por aqui! =P
Espero que goste também desse capítulo!
Beijos!


¤ Isα_αmÉbα³: Éééééé!! Finalmente atualizai! =PPPP
Antes tarde do que nunca, né? Huahauahauahau
Nota mil? O.O Obaaaaa!!!!! Huahauahauah Que bom que gosta da fic!
Eu escrevo bem? *corada* Obrigada!
Mas você tem razão, muitas D/G são clichês... Vou tentar não fazer essa fic tomar esse caminho (avise se ela estiver nesse caminho! =P). Para mim, ao contrário do que muitas fics escrevem, eles ainda vão se odiar por muito tempo... Mas isso será nos próximos capítulos! xD
Espero que goste do capítulo!
Beijos! Continue lendo!


Vanessa Lupin: Olá!
Bem, respondendo a sua pergunta... A fic não é inteira pornográfica, com cenas de sexo ou coisa do tipo. Na verdade algumas vezes ela só insinua algo do tipo... A censura é mais para um aviso, pode ser que para algumas pessoas fiquem um pouco impressionadas e outras não achem nada demais... Mas se quiser ler, a vontade! =P
Beijos!


mah crubelatti: Oie!!
Que bom que está gostando!
Demorei um pouquinho mais para postar, mas aí está o capítulo! xD
Espero que também goste!
Beijos!


MF’s Syltherin: Oie!!
Guria, onde você se meteu?! Está viva ainda???
Huahauahauhua
Bem, você sumiu, mas espero que leia o capítulo e goste!
E por favor, não morra!!! Huahauahau
Beijos!

Novamente desculpem-me pela demora!! Comentem e votem! =P

Beijos,

Babi Black

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