O Mistério do Cofre
CAPÍTULO 3
O MISTÉRIO DO COFRE
“Um dos canais do Rio Amstel, em Amsterdam”
Amsterdam, Holanda. Naquela mesma noite.
A Holanda era um dos Países Baixos, que tinham esse nome por terem parte do seu território abaixo do nível do mar. Os outros eram a Bélgica e o Grão-Ducado de Luxemburgo, formando o BENELUX (BElgium, NEderlands & LUXembourg). Em particular, a Holanda possuía cerca de 30% do seu território conquistado ao mar, razão pela qual os diques eram importantíssimos para manter o país em segurança e os moinhos de vento funcionavam constantemente para bombear de volta para o oceano a água que infiltrava-se pelo subsolo, por baixo dos primeiros. O país possuía a fama de liberal e vanguardista, no sentido de lutar contra a discriminação de minorias, regulamentação de atividades consideradas ilegais em outros países, tais como a prostituição, exercida estritamente no distrito de Walletjes, além de ter uma política por demais tolerante com o uso de drogas trouxas, o que Harry achava um absurdo. Imagine, parques onde viciados em heroína aplicavam-se tranqüilamente e cafeterias onde podia ser consumida a Cannabis, com direito a cardápio (“Não entendo como é possível que pessoas coloquem venenos dentro de seus corpos e, o que é pior, paguem caríssimo para isso”, pensou o bruxo). Embora não fosse um dos maiores países da Europa, a Holanda viveu dias de glória, como uma grande potência naval no tempo das navegações e depois, com a Companhia das Índias Orientais e a Companhia das Índias Ocidentais. Do Zuider Zee zarparam algumas das mais belas e rápidas embarcações que já singraram os oceanos, tripuladas por bravos exploradores que alcançaram os confins do mundo conhecido naqueles tempos, transportando cargas e imigrantes que iam tentar a sorte nas colônias longínquas.
Embora a capital administrativa da Holanda fosse Haia, Amsterdam era a capital oficial do país. Era uma das mais belas capitais da Europa, cortada pelos canais formados pelo Rio Amstel que, durante o inverno, congelava e permitia a prática da patinação. No verão, barcas de carga, catamarãs de turismo e barcos civis, militares e policiais cruzavam por eles. Um desses últimos, tripulado por uma patrulha de cinco agentes havia acabado de atracar, depois de cumprir um triste e macabro dever: recém haviam retirado um corpo do canal e levavam-no para o legista, dentro de um saco plástico preto para cadáveres. No ancoradouro, uma jovem que desconfiara de que algo de errado estava acontecendo, acabara de guardar seu celular no bolso do casaco, após fazer uma ligação internacional.
Ela era Miep Van De Vries, uma bruxa Vidente holandesa que trabalhava disfarçada como agente paranormal da polícia trouxa.
Os policiais transportavam o corpo dentro do saco, em direção à viatura que aguardava com as portas traseiras abertas, pronta para seguir diretamente ao Instituto Médico Legal. Naquele momento, ouviu-se o ronco do motor de uma motocicleta. Reconhecendo o ruído, o oficial em comando, um agente da Interpol, olhou na direção de onde ele vinha e viu um homem alto e esbelto, vestindo jeans e uma jaqueta Perfecto, usando na cabeça um capacete com a figura de um falcão negro de olhos verdes, no ato de capturar uma esfera de ouro alada (“Não, esse cara de novo não! Ele sempre aparece nos lugares, exatamente na hora! Ninguém merece!”, foi o pensamento do agente Nikolas Pieterzoon ao vê-lo chegar).
Ele chegou e tirou o capacete, colocando-o no guidão da moto e aproximando-se, as luzes vermelhas dos Giroflashes das viaturas refletindo-se nas lentes redondas dos seus óculos. Os policiais tentaram barrá-lo, mas ele tirou uma carteira de um bolso interno da jaqueta e apresentou-se:
_Agente Especial Potter, InterSec. Recebi um chamado sobre uma ocorrência de interesse da Agência e vim saber o que houve. _ sua identidade bruxa transfigurou-se na sua identificação da Segurança Internacional.
_Não sabia que a InterSec interessava-se por viciados que tomam uma Overdose e caem no Rio Amstel, Potter. Eu achava que isso era coisa muito pequena para vocês, figurões da Segurança e do combate ao terrorismo internacional.
_Nada é pequeno demais para a Agência, Pieterzoon. Quando nos chamam, sempre é por uma boa razão. _ disse Harry ao agente da Interpol que mordia-se de raiva por nunca haver conseguido ser selecionado para a InterSec _ Recebi um telefonema e vim o mais rápido que pude.
_E quem ligou para você, Potter?
_Fui eu, Nikolas.
_Lá vem você de novo, aberração. _ disse Nikolas Pieterzoon, olhando direto nos olhos de Miep Van De Vries _ Tinha de haver o seu dedinho de “Arquivo X” nessa história. Só que eu acho que você se enganou, sua anormal. Foi só mais uma drogadita que passou da conta e tomou a última dose da sua vida. Aí veio, por conta própria ou com ajuda, conhecer o Rio Amstel por dentro.
_Você realmente deve ter algum problema, Pieterzoon. _ disse Harry, sem olhar para o desagradável agente e dirigindo-se até o cadáver _ Já pensou em arranjar uma namorada?
Por sorte era noite e, com os Giroflashes ligados, não era possível ver que o rosto de Nikolas Pieterzoon havia ficado cor de cereja. O desagradável elemento da Interpol tentara cantar Miep inúmeras vezes, sem sucesso. Seu aparente desprezo pela policial de cabelos castanhos era uma maneira de tentar disfarçar uma paixão não correspondida. Miep acompanhou Harry até o saco e abriram o zíper. Harry sufocou um grito de espanto ao ver quem estava ali, morta.
Anya. Anastasia Ivánovna Artamonov.
_Assassinato. _ disseram Harry e Miep.
Pieterzoon aproximou-se e disse:
_Não estão vendo? Overdose, pura e simples. Vejam as marcas de picadas na curva do braço esquerdo. Precisas e conclusivas. Ela já se aplicava há um bom tempo.
_Assassinato. _ repetiu Harry.
_Tás brincando, Potter! Ela tomou um pico forte demais e se jogou ou foi jogada no rio. Veja. _ e pressionou o tórax do cadáver de Anya. Uma certa quantidade de água saiu pela boca _ Aposto que o legista vai encontrar água nos pulmões. Se picou, a parada estava pura demais e ela foi parar no rio.
_Você estaria certo, Pieterzoon, se não fosse por um pequeno detalhe. As picadas estão no braço esquerdo e, como você disse, são precisas e conclusivas.
_E daí, Potter?
_Anastasia Ivánovna Artamonov era canhota. Jamais conseguiria injetar em si mesma com tanta perfeição, a não ser que fosse destra. _ Harry respondeu secamente e chamou Miep _ Venha, Miep. Vamos acompanhar a necropsia no IML. Acredito que será mais esclarecedora do que as suposições desse frustrado.
Montou na moto e Miep montou na garupa. Ambos colocaram os capacetes e saíram, atrás do rabecão.
_Eu poderia jurar que não haviam dois capacetes na moto daquele inglês metido. _ Pieterzoon murmurou.
No IML, Harry e Miep acompanhavam a necropsia, realizada pelo Dr. Wandenkolk. Realmente, havia água nos pulmões. Anya ainda estava viva quando caíra ou fora jogada no rio. Além disso, Harry notou uma coisa nos tornozelos do cadáver e chamou a atenção do legista.
_Veja, Dr. Wandenkolk. Essas marcas...
_Exato, Agente Potter. Parece que ela estava com os tornozelos amarrados mas, por alguma razão, soltou-se. Isso significa que alguém deve tê-la jogado no canal.
_Então isso confirma nossas suspeitas. _ comentou Miep _ Está caracterizado o homicídio.
_Era tudo o que precisávamos saber. _ disse Harry _ Muito obrigado, Dr. Wandenkolk. O senhor nos esclareceu bastante. Acho que está na nossa hora, Miep. Vamos indo?
_Sim, Harry. _ e os dois saíram, depois de se despedirem do legista.
Fora do IML, Miep disse:
_Você está com uma cara, Harry! Tome uma cerveja amanteigada para relaxar um pouquinho, antes de voltar para a Inglaterra.
_Acho que uma coisa um pouco mais forte, tipo uma cerveja trouxa, seria mais apropriada, Miep. Uma boa tulipa de Heineken cairia muito bem.
Sentaram-se à mesa de um bar, perto do IML. Pediram duas Heineken. Enquanto o garçom não vinha com as cervejas, Harry sacou seu celular e ligou para sua esposa, na Toca.
_Alô! Gina?... Sim, sou eu... É, a coisa foi séria, te conto aquilo que eu puder, assim que voltar. Estou em um bar, com Miep. Lembra-se dela?... Isso mesmo, Miep Van De Vries, a Mi... Isso, a bruxa Vidente amiga de Ayesha, que trabalha para a polícia trouxa holandesa... Ela está lhe mandando um abraço... Quer falar com ela?... OK, estou passando o telefone para ela. Um beijo, meu amor. Até daqui a pouco. _ e passou o telefone para Miep.
_Oi, Gi, sou eu, a Mi... É, fui eu quem telefonou para Harry... Sim, a coisa é bem séria, uma amiga nossa foi assassinada... Quem? Anya, Anastasia Artamonov... O que?!... Por Merlin! M-mas não pode ser! Por isso Harry está assim... Isso, Gi. Uma tulipa de Heineken e eu o devolvo para você, um pouco mais calmo... OK, Gi. Prometo que aparato na Inglaterra, assim que for possível, para ver você e as crianças... Tá, um beijo. Tchau.
Desligou o telefone e devolveu-o para Harry. Os olhos da holandesa estavam marejados de lágrimas.
_Ela ia se casar daqui a um mês. _ disse Miep, com voz trêmula, mal conseguindo segurar a tulipa _ E vocês dois seriam os padrinhos.
_Isso. Anya graduou-se na Academia Européia de Aurores, um ano antes de mim. Me deu dicas preciosas durante o curso e, em troca, eu a ajudei com o Ninjutsu-Bruxo, no qual ela tinha algumas dificuldades. Estava noiva de Piotr Gregorovitch Dasaev, colega dela na Seção de Aurores do Ministério da Magia da Rússia. Fez questão de ir à Inglaterra para nos convidar, pessoalmente, para sermos seus padrinhos. Vai ser uma barra contar isso para o Piotr. O cara vai ficar arrasado.
_E como será que ela foi parar no fundo do Rio Amstel?
_Há cerca de três meses atrás, ela iniciou uma investigação sobre algumas atividades ligadas ao Círculo Sombrio, em colaboração com os Aurores ingleses. Parecia que o Círculo estava intensificando sua interferência no tráfico de drogas trouxas, principalmente o de heroína, que rende grandes lucros. Identificamos uma variedade magicamente aditivada circulando entre usuários na Inglaterra e a pista que Anya seguiu vinha até Amsterdam. Há umas cinco semanas, perdemos totalmente o contato. Calculamos que ela havia esbarrado em algo de muito importante sobre os planos do Círculo e estava escondida até que pudesse entrar em contato conosco ou então havia sido capturada. Infelizmente deu a segunda hipótese. Os desgraçados foram muito cruéis. Viciaram-na e provocaram uma Overdose, para fazer com que parecesse um acidente. Só que, por prevenção, devem ter amarrado os pés dela a algum peso para evitar que o corpo flutuasse.
_Daí as marcas nos tornozelos.
_Exatamente. _ Harry tomou um gole da Heineken, mais forte do que a cerveja amanteigada, continuando sua explicação _ Mas isso jamais enganaria os Aurores, embora pudesse parecer bem convincente para os trouxas.
_E por que, Harry?
_Mesmo que as marcas das picadas estivessem no braço direito, jamais poderiam ser de autoria da própria Anya. Nós, bruxos, não somos nada chegados a injeções, como você bem sabe. Também, podendo utilizar poções para tratamentos, para que usar esse método? Além disso, Anya tinha um medo fóbico de injeções em geral. Quando criança, teve de tratar de uma doença para a qual ainda não havia tratamento bruxo. Foram dez dias de injeções, duas vezes por dia, bem atrás.
_Até eu desenvolveria pavor de injeções com isso. _ disse Miep _ Mas como será que ela se soltou?
_Acho que a varinha ainda estava com ela e, ao cair na água, o choque térmico deve ter dissipado um pouco o efeito dos entorpecentes e ela, instintivamente, desatou o nó com um feitiço.
_Mas ainda estava meio chapada e não estava raciocinando com clareza, senão teria executado primeiro um Feitiço Cabeça-de-Bolha, para não se afogar.
_É. E mesmo com os pés livres, não restou fôlego para chegar à superfície e ela se afogou e a varinha perdeu-se na correnteza do Rio Amstel. Praga! Ela não merecia isso!
_Você e Gina tinham um carinho especial por ela, mesmo ela tendo sido transferida de Durmstrang e ido para a Sonserina, não é?
_Sim. Ela nunca quis saber de nada com o lado das Trevas, mesmo que seus pais fossem abertamente partidários e amigos pessoais do falecido Igor Karkaroff e foi envolvida, acidentalmente, em uma armação maluca de uma colega, quando eu estava no sexto ano. _ e Harry contou a Miep sobre o plano pirado de Cho e a armação da Torre de Astronomia. Miep ficou admirada
_Imagine só. Cho Chang Donovan, ás do Quadribol, fez uma doideira dessas quando estudante e ainda conseguiu envolver Fabian Sheldrake, o famoso locutor esportivo. Como é que pode?
_Um pouco da culpa é minha, pois ela tornou-se alcoólatra por desespero e por sentir-se bastante confusa, depois da morte de Cedric Diggory durante o Torneio Tribruxo, quando eu estava no quarto ano e de um rápido namoro que tivemos, durante o quinto ano. Rompemos de uma maneira meio desagradável e ficamos sem falar um com o outro até o final daquele ano. No ano seguinte, ela tentou reatar comigo, mas não era para ser. Ela já andava tomando algumas e a coisa só piorou quando ela viu que sua paixão por mim não era correspondida e que eu havia começado a namorar Gina. Ela aprontou várias, sendo que a da Torre de Astronomia foi a mais forte de todas e ainda tentou uma última investida, durante o Baile de Inverno. Mas Gina e eu fizemos com que Cho recuperasse a razão e conseguimos curá-la do alcoolismo com uma poção que o Prof. Snape criou, em parceria com Madame Pomfrey e que, depois, começou a ser usada no St. Mungus, a Poção Abstemius. Depois de alguns acontecimentos, incluindo o rapto de Janine, também conseguimos libertá-la do domínio daquela pateta da Sibila Trelawney.
_Aquela vigarista? Ah, sim, agora me lembro. Ela era espiã de Voldemort em Hogwarts e dominou Cho com Extrato de Servidão, segundo o que Gina me disse, certa vez.
_Isso mesmo, Miep. Bem, acho que vou voltar para a Inglaterra. Quer que eu te deixe em casa?
_Eu poderia aparatar, mas vou aceitar o convite. _ montaram na Fat Boy e saíram devagar pela rua. Em uma transversal mais vazia, desaparataram. Harry deixou Miep Van De Vries em casa e desaparatou logo em seguida, rumo à Toca.
Chegando à Toca, guardou a moto na garagem e entrou na casa. Quase todos já haviam ido dormir, mas Gina, Hermione, Rony e Sirius ainda estavam na sala.
_Anya está morta. Assassinada por aqueles asquerosos do Círculo Sombrio. _ disse Harry, confirmando o que Miep havia dito a Gina por telefone.
_Por Merlin! _ exclamou Hermione _ Ela ia se casar daqui a um mês e vocês dois seriam os padrinhos!
_O que será que houve, Harry? _ perguntou Sirius.
_Acho que deve ter descoberto algo de importante, mas foi pega antes que pudesse nos passar a informação. Fizeram com ela igual ao personagem de Gene Hackman, em “Operação França II”.
_Viciaram-na em alguma droga trouxa, mais provavelmente heroína e provocaram uma Overdose? _ Rony perguntou.
_Isso mesmo. Mas eu acho que ela devia ter alguma alternativa para nos passar suas informações. Só que eu não imagino como...
_Harry, uma coruja na janela! _ exclamou Gina, interrompendo as suposições do esposo.
A ruiva abriu a janela, recolheu o envelope e liberou a coruja, que saiu batendo as asas noite a dentro. Entregou o envelope a Harry, que o abriu. Dentro, haviam uma carta de Miep e uma cápsula plástica endereçada a “Harry Potter, InterSec”, contendo uma pequena chave, logo identificada como sendo de um cofre de banco e um bilhete, com uma seqüência de letras aparentemente sem sentido:
“DTCABNT2 DR BPVR RDYS ÇRMFP ODYP, GIO VS´YITSFS R ,PTYS. SD OMGPT,S~PRD VPÇRYSFSD RDYSP MP VPGTR FP NSMVP R, HRMRNTS. S VJSBR RDYS KIMYP R S DRMJS R: MSDYUS * `RYTIDJLS.”
_Mas o que é isso? _ perguntou Gina, estranhando aquela mensagem maluca.
_As aulas das crianças vão começar dentro de uma semana. Que tal um pequeno passeio até a Suíça? _ Harry sugeriu.
_???
_Veja a carta de Miep. _ a carta dizia:
“Harry, mal você me deixou em casa, o Dr. Wandenkolk ligou, me chamando de volta ao IML. Examinando a boca de Anya, ele encontrou um fio de nylon preso a um dente, indo até o estômago. Ele abriu o estômago dela e encontrou essa cápsula, endereçada a você. Acredito que deve ser uma pista de onde ela possa ter guardado as informações que coletava sobre as atividades do Círculo. Acho que dá para continuar as investigações do ponto em que ela parou. Um beijo na Gi e nas crianças.
Miep Van De Vries”
_Tá, e qual a relação? _ Hermione perguntou.
_A mensagem de Anya está criptografada segundo um código que nós havíamos combinado previamente. “DTCABNT2” significa “Direita Teclado Computador ABNT2” ou seja, teclado de computador de língua portuguesa utilizado no Brasil, conforme a 2ª Revisão da Associação Brasileira de Normas Técnicas. É o teclado com o “Ç” e a acentuação de lá. As teclas cifradas ficam à direita das certas.
_O computador daqui utiliza esse tipo de teclado. _ disse Rony _ Vamos decifrar a mensagem dela.
Foram até o lugar onde estava o computador dos Weasley e decifraram a mensagem:
“SE VOCÊ ESTÁ LENDO ISTO, FUI CAPTURADA E MORTA. AS INFORMAÇÕES COLETADAS ESTÃO NO COFRE DO BANCO EM GENEBRA. A CHAVE ESTÁ JUNTO E A SENHA É: NASTYA & PETRUSHKA.”
_Ela estava prevendo essa possibilidade. _ comentou Hermione, com lágrimas nos olhos.
_O número da conta está gravado na chave. _ disse Sirius _ Com a chave e a senha, será possível ver o que há no cofre.
_Estou com medo, Harry. _ Gina abraçou o esposo.
_E seria uma tola se não estivesse, minha querida. O medo nos torna mais alertas e menos propensos a cairmos em armadilhas. Só não devemos permitir que ele nos domine.
_Tem razão, Harry. _ disse Sirius _ É, acho que poderemos dar uma esticadinha até Genebra.
_Certo. Cabemos todos na Volvo. Amanhã cedo arrumaremos as bagagens e iremos para a Suíça. É melhor irmos todos, para não despertar suspeitas. Na primeira oportunidade, iremos ao banco para ver o que há no cofre. Reconhece o símbolo da chave, querida? _ Harry perguntou e Gina respondeu:
_Sim, é o mesmo banco onde Voldemort havia deixado aqueles documentos que peguei, há dez anos atrás. Parece que os bruxos dão preferência a ele, quando precisam de um banco suíço trouxa.
Recolheram-se e tentaram conciliar o sono, para irem a Genebra no dia seguinte. O que será que encontrariam no cofre daquele banco? Que informações Anastasia Ivánovna Artamonov teria deixado?
Os “Camaleões-Fantasmas” iriam descobrir. E a guerra contra o Círculo Sombrio estava prestes a adquirir novos contornos.
Genebra, Suíça. No dia seguinte, logo pela manhã.
“Vista do Jato Dágua de Genebra”
A segunda maior cidade da Suíça, situada às margens do Lac Léman, era um importantíssimo centro financeiro e cultural da Europa além de, graças à neutralidade suíça, sediar várias organizações de cooperação internacional, tais como a sede européia da ONU, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados e para os Direitos do Homem, a Organização Mundial do Comércio, a Organização Mundial da Saúde,o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e várias outras. Era uma bela cidade, com muitos pontos turísticos tais como o Relógio das Flores e o Jato Dágua, um chafariz de enorme pressão que projetava a água a uma grande altura. Era também a cidade onde a Imperatriz Sissi, esposa do Kaiser Franz Joszef, que teve sua vida contada em filmes estrelados pela saudosa atriz trouxa Romy Schneider encontrou o seu fim, através do punhal de um radical italiano.
E é em Genebra que vemos uma Volvo V-70 prateada estacionar em frente a um elegante hotel bruxo. Dela desembarcaram onze pessoas com suas bagagens, que foram prontamente conduzidas aos apartamentos. Depois de instalados, nossos amigos saíram para uma volta pela cidade: Sirius, Ayesha, Soraya, Harry, Gina, Tiago, Lílian, Rony, Hermione, Cliff e Mafalda apreciavam os detalhes da importante cidade suíça, bastante visitada mesmo no verão.
Contando com a possibilidade de estarem sendo seguidos, Harry propôs dividirem o grupo, a fim de dificultar a tarefa dos adversários. Rony, Ayesha, Gina e as crianças foram para um lado enquanto Harry, Sirius e Hermione foram para outro. Em seguida os grupos se subdividiram, sempre prestando atenção em algum provável espião do Círculo. Vendo que já era a hora de se reagruparem, Harry, Sirius e Hermione entraram em banheiros de diferentes bares e, lá dentro, executaram Feitiços de Desilusão, saindo e reagrupando-se em frente ao banco. Desfizeram os feitiços e, rapidamente, entraram.
Foram recebidos por um gerente e solicitaram vistas ao cofre cuja chave estava em poder deles. Pierre LeBeau, o gerente, solicitou a senha e Harry a digitou no teclado do terminal de computador (“Nastya & Petrushka”). Prontamente o sistema liberou o acesso ao cofre e os três bruxos foram convidados a passarem para uma sala reservada. Aguardaram sentados à volta de uma mesa e, logo em seguida, uma caixa veio deslizando por uma esteira, saindo por uma abertura da parede. Bastante prevenida, Hermione executou um feitiço para confundir quaisquer meios de vigilância. Se houvessem escutas, somente captariam uma conversa sem importância e eventuais câmeras ocultas mostrariam imagens dos bruxos mexendo na caixa, mas não as verdadeiras.
_Bem, vejamos o que Anya nos deixou. _ disse Harry, abrindo a caixa e examinando seu conteúdo. Haviam folhas de pergaminho com textos cifrados, fotos trouxas e bruxas, fitas de vídeo, mini-DVDs, pequenos frascos cheios de uma substância perolada, que Hermione reconheceu como fragmentos de memória e várias esferas negras endereçadas a Harry Potter, que todos logo identificaram como bolhas de mensagem confidenciais, que somente liberavam seu conteúdo a uma ordem do seu verdadeiro destinatário.
_Anya reuniu um bom material. _ comentou Sirius.
_Sim. Mas ele deve ser analisado em Londres e não aqui. E é um volume meio grande para sairmos do banco com ele. _ disse Harry.
_Acho que posso dar um jeito, Harry. _ disse Hermione _ Estive testando um Feitiço para Teletransporte de Longa Distância que vai dar certo. Posso mandar todo esse material para Londres.
_Excelente, Mione. _ Harry abriu um sorriso _ Pode mandá-lo para o cofre de segurança do meu escritório, no Ministério. Nele outras pessoas podem guardar material, mas somente eu posso retirar. Um Feitiço de Segurança que eu inventei.
_É para já, Harry. _ e, com um movimento de varinha, Hermione Weasley teletransportou o material para o cofre de Harry, na Seção de Aurores do Ministério da Magia, em Londres.
Fecharam a caixa e colocaram-na sobre a esteira de transporte, apertando o botão que a levava de volta à caixa-forte. Saíram da sala reservada e passaram pelo saguão do banco, despedindo-se do gerente e saindo para a rua. Não viram quando Pierre LeBeau pegou um telefone celular e fez uma ligação.
_Oui, ici est moi, LeBeau. Eles acabaram de sair... Oui, o tal de Potter foi fácil de reconhecer, por causa da cicatriz... Non, não vieram todos. Vieram Monsieur Potter, um outro senhor, mais velho, que deve ser Monsieur Black e uma mulher de cabelos castanhos, provavelmente Madame Hermione Weasley... Oui, verificaram o cofre, dans la sala reservada... Non, as câmeras ocultas e as escutas não captaram nada de relevante. Se eles estiverem carregando o conteúdo do cofre, não deve ser nada de muito volumoso, pois não carregavam nenhuma sacola. Ou talvez não tenham levado e ainda esteja no cofre... O que? Vão abordá-los na rua?... Est une folie, é uma loucura! Mesmo sendo trouxa eu já ouvi falar deles e do que são capazes! Se conseguiram destruir o tal Lorde das Trevas, que era tão poderoso, podem fazer qualquer coisa!... Trés bien, é uma ordem direta de Sombra e Escuridão... Non, eu não vou discutir, mas só digo que vai sair gente machucada e non vai ser do lado deles.
Na rua, Hermione sussurrou para Harry:
_Percebeu?
_Sim. Dez Ki aproximando-se, todos cheios de más intenções.
_Acha que podem ser do Círculo? _ sussurrou Sirius.
_Com certeza. E acredito que LeBeau os tenha contactado. Notaram como ele parecia nervoso? _ Harry murmurou.
_Primeiro eu o achei meio “élfico”, mas depois me pareceu bem suspeito. _ comentou Hermione.
_Mas não são burros. _ Harry observou.
_Pois é. À luz do dia e em público ficaremos meio limitados por não podermos usar magia. _ disse Sirius.
_Sim. Revelaria nossas identidades.
_Então vai ter de ser... _ disse Hermione.
_... No braço. _ completou Harry.
_Pior para eles. _ disse Sirius.
Em um ponto menos movimentado, os dez elementos cercaram o trio. Todos eram pistoleiros trouxas e logo sacaram as armas.
_Parados! _ disse o líder _ Entreguem o que havia no cofre!
_Mas são realmente muito bonitas essas pistolas Sig-Sauer que vocês estão portando. _ comentou Harry, sem perder a calma _ São de um modelo novo? Se forem do modelo que saiu no mês passado, vocês precisarão mover a segunda trava, antes de poderem atirar.
Os pistoleiros desviaram o olhar para as pistolas por um instante. Foi uma distração fatal.
Harry, Hermione e Sirius saltaram para a parede de um edifício e subiram uns três metros. Deram impulso e, com elegantes saltos em parafuso, desceram e atacaram com devastadores Mawashi-tobi geri e Ushiro-kakato, que atingiram três dos oponentes, deitando-os por terra. No chão, lançaram pinhões de aço que, impulsionados pela força do Ki, entortaram as pistolas de quatro deles. Os adversários tinham uma boa prática em artes marciais e atacaram. Um aproximou-se de Hermione, atacando com um chute. A bruxa caiu em Spaccatto, permitindo que a perna do bandido passasse por onde ela estivera há um segundo atrás. Impulsionando seu punho com força, atingiu o infeliz com um Seiken... no mesmo lugar onde ela, há onze anos atrás, havia atingido Lord Voldemort com um chute. Até mesmo Harry e Sirius fizeram caretas quando viram. O pistoleiro ficou caído no chão.
_Vai falar fino durante um mês, seu mané. _ disse ela.
Outro aproximou-se de Sirius, dizendo:
_Agora você é meu, velho! Deve ter gasto toda a sua energia naqueles golpes e não vai agüentar cinco minutos comigo! _ e estalou os dedos.
_Tá a fim de pagar para ver, ossinho? _ Sirius Black deu aquela sua conhecida risada que parecia um latido rouco e enfiou a mão no casaco, tirando um Nunchaku e começando a rodopiá-lo em uma velocidade tal que os pistoleiros mal acompanhavam com o olhar. Em seguida começou a golpeá-los, derrubando dois. Harry e Hermione deram conta de outros três cada. Sirius abandonou o Nunchaku e atingiu mais um com um Empi no diafragma e um Uraken no rosto. Sobrou apenas um dos pistoleiros.
Com uma pistola na mão, mirando direto para a cabeça de Hermione.
Harry percebeu aquilo e tratou de agir. Tinham poucas armas Ninjas e não daria para usarem magia, pois algumas pessoas estavam vendo o combate, espantadas. Mas o bruxo não estava de todo desprevenido e, a exemplo de Sirius, enfiou a mão por dentro do seu casaco e a retirou.
Empunhando uma pequena, porém eficiente, Mini-Glock calibre .380 e disparando, em tiro instintivo.
"Não vai fazer nada contra a Mione. Tome isto, bandido!"
O último pistoleiro caiu, atingido em cheio, no meio do peito.
_Por Merlin! Você o matou, Harry! _ exclamou Hermione.
_Não, não matei. _ respondeu Harry, calmamente _ Ele só está sedado. Depois eu explico. Agora, vamos sair daqui. _ e, alto o bastante para que as pessoas que começavam a se aglomerar no local ouvissem, falou assumindo um tom de astro de cinema e sorrindo _ OK, gente. Ficou ótimo. O Diretor vai gostar e não teremos de repetir. Que tal, meus caros? Ficou real o suficiente? _ falou para os transeuntes, que concordaram com ele.
Tirou o celular do bolso e fingiu estar falando com alguém:
_Sim, senhor. A cena ficou perfeita e conseguimos até mesmo convencer os cidadãos. OK, nós já vamos. Depois a equipe vem recolher os outros atores e as câmeras ocultas. Tchau. _ os Aurores e a polícia trouxa cuidariam daqueles capangas.
Saíram dali e Harry explicou para Hermione:
_Devido à minha fachada como agente da InterSec, preciso carregar esta pistola e sei usá-la, pois o Prof. Mason nos ensinou em Defesa Contra as Artes das Trevas. Mas, como prefiro usar a varinha ou as armas Ninjas, ela praticamente não sai do coldre, só no estande. Para não correr o risco de matar alguém com ela, eu enfeiticei a arma e a munição. Ela só dispara munição sedativa ou seja, um tiro e é naninha na certa. Como na InterSec temos liberdade para escolher o modelo das armas, optei pela Mini-Glock .380, igual às de Marino e Daniel, lembram-se? Elas são pequenas, fáceis de disfarçar e bastante eficazes. Mas continuo não gostando muito de armas de fogo. _ tirou novamente o celular do bolso e fez uma ligação, desta vez de verdade, para Gina. Mas a ruiva demorou para responder, o que o deixou meio preocupado.
Acontece que o restante da turma já tinha seus próprios problemas.
Depois de visitarem vários pontos turísticos de Genebra, dirigiram-se a um restaurante em uma área bruxa às margens do Lac Léman, a fim de fazerem um lanche. Naquele momento, Rony comentou:
_Esta é a sua cidade, mana.
_???
_É mesmo. _ Ayesha confirmou. _ “Ginevra” é a forma italiana de “Genebra”. _ e, naquele momento, vacilou e levou a mão à testa.
_O que foi, Ayesha? _ perguntou Rony.
_Aconteceu alguma coisa, mamãe? _ Soraya estava preocupada.
_ “Flash” premonitório. Perigo se aproximando. Mas deveremos enfrentá-lo.
_Não seria melhor e mais seguro, Ayesha, se levássemos as crianças de volta para o hotel? _ Gina perguntou.
_Não, Gina. Elas serão importantíssimas para vencermos o perigo.
Quase chegando ao restaurante, foram abordados por um grupo de uns cinco bruxos mal-encarados que lhes apontaram suas varinhas, dos quais um foi prontamente reconhecido por Ayesha, pois havia sido seu contemporâneo em Hogwarts. Era um ruivo chamado Callaghan.
_Ora, ora, ora. Mas há quanto tempo, Adivinha.
_ “Big Red” Callaghan. Quem diria que você, um dos mais aplicados alunos da Lufa-Lufa, acabaria tornando-se membro de uma gangue de brutamontes malfeitores?
_Ora, senhora Pitonisa Black. Por que não adivinhou que o Círculo me daria maiores chances de crescimento, principalmente financeiro? Preparem-se para ir conosco e acompanhem-nos, sem resistência. _ e olhando para Rony _ Nem pense em reagir, Sr. Weasley. A não ser que queiram que as crianças sejam as primeiras a sofrerem as conseqüências. Vocês serão uma ótima moeda de troca para que Potter nos entregue quaisquer informações que a espiã possa ter coletado e passado para ele.
Tiago, Lílian, Soraya, Cliff e Mafalda trocaram um rápido olhar, que não passou despercebido a Ayesha, Rony e Gina. Os bruxos aproximaram-se das crianças, ainda apontando suas varinhas. Só que chegaram perto demais delas e esse foi o seu erro.
Cinco calejados e experientes bandidos bruxos, pertencentes ao Círculo Sombrio, jamais pensariam que três civis adultos e cinco crianças pudessem oferecer qualquer espécie de perigo (eles subestimaram os Inseparáveis) e então relaxaram a guarda. Um deles acariciou os cabelos de Soraya. Foi a última coisa que fez, antes de cair inconsciente.
A bruxinha deu-lhe um violento pisão no pé, que o fez soltar um grito de dor e, instintivamente, largar a varinha. No mesmo instante, Tiago tirou as mãos dos bolsos e deixou cair ao chão duas pequenas esferas negras. Duas Bombas Black-Out Musashi.
Em meio à escuridão, os bruxos do Círculo giravam em torno de si mesmos, desorientados. O mesmo não acontecia com nossos amigos, pois mesmo as crianças já sabiam identificar e diferenciar o Ki. Ouviu-se um palavrão, seguido do som de um corpo pesado caindo. Em seguida, o conhecido som de um “BLUORCHT” e mais uma queda. Por três vezes, as palavras “Estupefaça” e “Incarcerous” foram pronunciadas e, em seguida, um som parecido com o de um biscoito se quebrando e outro palavrão. Quando a escuridão das Bombas Black-Out dissipou-se, a cena era tragicômica:
Três bandidos estuporados e amarrados com cordas mágicas, parecendo enormes provolones. Os dois outros também estavam amarrados, só que com os fios de Novelos Constritores da Gemialidades Weasley e um deles ainda tinha os restos de um Casulo Instantâneo Musashi aderidos às vestes. Estavam vermelhos, não se sabia mais se de raiva ou de vergonha, por terem sido feitos de bobos por um grupo de crianças aparentemente inofensivas. O que eles não sabiam era que as “cinco crianças inofensivas” eram cinco pequenos Ninjas, filhos de verdadeiros mestres da arte do Ninjutsu-Bruxo.
Após estuporarem os outros dois e entregá-los a uma patrulha de Aurores suíços, Ayesha perguntou às crianças tentando, a muito custo, fazer uma cara séria:
_Como é que vocês estavam com todas aquelas coisas, aqueles logros nos bolsos, suas pestes? _ perguntou a bruxa árabe, agora rindo junto com Rony e Gina.
_Ora, mamãe, não seríamos os filhos de quem somos e nem eles (e apontou as outras quatro crianças) seriam sobrinhos de Fred e Jorge Weasley se não carregássemos sempre nos bolsos um bom sortimento de logros de defesa, devidamente patenteados, da associação “Gemialidades Weasley”e “Honra & Amizade”. _ disse Soraya.
_Nós sabemos que, em uma situação de necessidade, um bom Casulo Instantâneo, uma bem lançada Bomba Black-Out ou um Novelo Constritor pode fazer a diferença, Tia Ayesha. _ Cliff continuou a explicação de Soraya, com a carinha mais inocente do mundo.
_Sei, sei. _ disse Gina _ Aposto que, na escola, vocês devem levar a Tia Marilise à loucura.
_Só um pouquinho. _ disseram os cinco, em coro. Gina seria capaz de jurar ter visto auréolas sobre as cabeças das crianças.
“Anjinhos... sei, sei.”
Dirigiram-se ao restaurante e, de lá, Gina atendeu à ligação de Harry. O bruxo contou a ela suas próprias aventuras. Dali a um instante eles estavam aparatando no restaurante e reuniram-se para um pequeno lanche. Dali retornaram para o hotel, permanecendo em Genebra por mais dois dias. Depois retornariam para a Inglaterra.
_Prometo que trago vocês nos feriados de inverno,crianças. Vão gostar muito das estações de esqui, principalmente St. Moritz e Gstaad. _ disse Harry e Sirius concordou com o afilhado. Embora gostasse muito de climas quentes, tanto que era proprietário de uma ilha tropical, ele também apreciava bastante os esportes de inverno.
No edifício subterrâneo do Ministério da Magia, em Londres, Harry aparatou no Átrio e cumprimentou o vigia, dirigindo-se para a Seção de Aurores, no segundo nível. Entrou no seu escritório, em cuja porta lia-se: “COORDENAÇÃO DE ATIVIDADES DA CAPITAL E REGIÃO METROPOLITANA” e colocou sua pastasobre a mesa. Em um instante, juntaram-se a ele, devidamente transfigurados, Banshee (Rony) e Tigershark (Sirius). Harry abriu o cofre e retirou d lá todo o material que Hermione havia teletransportado da Suíça.
_Bem, vamos ver o que Anya preparou para nós. Aqui estão as mensagens cifradas.
_Ela fazia um diário bastante detalhado. _ comentou Rony.
_Vejamos os relatos. _ disse Sirius.
“Por enquanto tudo bem. Já estou infiltrada há quase um mês e a minha transfiguração parece ser bastante convincente. Descobri que a penetração do Círculo é maior do que imaginávamos, tanto no meio bruxo quanto entre os trouxas...”
Avançaram mais um pouco.
“... Eles dão bastante ênfase a atividades ilícitas muito lucrativas,tais como o tráfico de drogas e órgãos. É difícil imaginar como podem ser assim tão cruéis e insensíveis. Quem os trai, simplesmente desaparece, como naqueles filmes antigos da Máfia trouxa. Ninguém me tira da cabeça que há algo mais, coisa das Trevas...”
_Será que as atividades criminosas não passam de cobertura para algo maior, tipo coisa da Ordem das Trevas? _ perguntou Sirius.
_É possível. _ disse Rony _ Afinal de contas, nem todos os remanescentes dos Death Eaters foram mortos ou capturados. Podem estar apenas esperando a oportunidade de se agruparem em torno de um outro líder que possa aparecer para ocupar o espaço que Voldemort deixou.
_E a Ordem das Trevas é como a Hidra de Lerna, como dizia o Prof. Mason. Você corta uma cabeça e logo cresce uma outra. _ Harry confirmou _ Vamos ver essas fotos.
O arquivo de fotos trazia uma surpreendente revelação de contatos do Círculo Sombrio com políticos e empresários bruxos e trouxas. Uma das fotos chamou a atenção de Harry, pois Anya havia falado dela, ao tirá-la. Um bilhete, preso com um clip, trazia a palavra “ARMAÇÃO” escrita em letras vermelhas. A foto mostrava uma troca de valises, ocorrendo em um campo de papoulas nos arredores de Mandalay, em Myanmar, entre um bruxo do Círculo e... Draco Malfoy.
_Anya me falou desta foto. _ comentou Harry _ Ela entrou em contato comigo, logo após tirá-la. Coincidentemente, naquele exato momento Draco e Jan estavam almoçando comigo e com Gina. Eu estava à mesa, quando Anya me ligou e disfarcei, para que ninguém percebesse. Agora, o que nos resta é...
_... Descobrir quem está armando para o Draco... _ continuou Rony.
_... E por que. _ concluiu Sirius.
Harry pegou um dos mini-DVDs e inseriu em um aparelho, sobre um rack. Ligou a TV e eles viram as imagens que Anya havia gravado, com uma minicâmera oculta. A russa era muito experiente em métodos bruxos e trouxas de vigilância. Uma reunião do Círculo estava ocorrendo e eles viram que ela estava sendo presidida por dois bruxos vestindo capas de gabardine, com as golas levantadas e usando chapéus de aba larga, cuja sombra encobria completamente seus rostos.
“Sombra e Escuridão”.
Aumentando o volume, ouviram o que diziam os líderes do Círculo:
_ “Muito bem, fiéis membros do Círculo Sombrio. Quando nossos planos tiverem sucesso, a Ordem das Trevas poderá ressurgir, mas não de forma tão radical quanto a que o Lorde levava seus planos. Sim, os trouxas continuam sendo de uma classe inferior à nossa, dos bruxos. Mas, nem por isso deixam de ter o seu valor, pois vemos que muitos deles pensam como nós. O Lorde deixou instruções para que a doutrina de Slytherin continuasse a ser espalhada e a Ordem pudesse novamente se reerguer, mesmo depois de sua morte. Os meios para isso nós temos, meus amigos. Lembrem-se do que obtivemos nesses dez anos em que estamos privados da presença de Lord Voldemort, nosso grande líder, o Lorde das Trevas, Mestre das Serpentes. Lembrem-se de que já possuímos quatro, agora faltam apenas três. Quando esses três estiverem em nosso poder, nada nos impedirá de novamente projetarmos nos céus a Marca Negra. Vejam, senhoras e senhores, que maravilha. ‘MORSMORDRE’!”
Um jato de luz verde irrompeu da varinha que “Escuridão” apontava para o alto e, junto ao teto da sala, a asquerosa figura do crânio com a cobra saindo da boca como uma língua, ficou a flutuar, diante dos olhares extasiados dos bruxos e espantados dos trouxas presentes.
_É muito mais grave do que nós pensávamos. _ disse Harry, bastante preocupado, olhando para os outros dois _ As atividades criminosas do Círculo estão preparando o terreno para uma nova tentativa de ascenção da Ordem das Trevas.
_Mas não há notícias de nenhum bruxo com perfil de líder, em torno do qual eles possam se agrupar. _ disse Sirius.
_Mas “Escuridão” falava como se já soubessem de alguém que poderia ser esse líder. – comentou Rony.
_E eu estou pensando sobre um comentário de “Escuridão”, gente. Ele disse “já possuímos quatro, agora faltam apenas três”. Sobre o que eles estariam falando? Seria algum feitiço em partes? _ Harry perguntou _ Ou, talvez, algum objeto místico que esteja desmontado em sete partes, espalhadas ao redor do mundo?
_Vamos tentar descobrir, Harry. _ disse Rony _ Juro que vamos.
_Só espero que descubramos antes que seja tarde demais para frustrarmos os planos daquela corja. _ Sirius comentou, preocupado.
À volta de um bule de café, os três continuaram analisando o material coletado por Anya.
_Vejam só esta memória. _ disse Rony, colocando-a na Penseira e chamando os outros. Tocaram a superfície e foram lançados no interior das recordações de Anastasia Artamonov.
Viram que ela alertava para um “Toupeira”do Círculo, infiltrado nos serviços de segurança, ela ainda não sabia se bruxos ou trouxas. Também descobriram que havia um informante dentro do Círculo, em um escalão bastante alto e que ele a prevenira de que os bandidos estavam desconfiados de um espião dos Aurores, aconselhando-a para que tomasse cuidado.
_Acho melhor que analisemos o restante deste material em um lugar mais seguro. _ disse Sirius.
_Tem razão, Sirius. _ Harry concordou com o padrinho _ E só consigo pensar em um lugar que seja mais seguro do que o QG dos Aurores, aqui no Ministério da Magia.
_Acho que sei qual é o lugar em que você está pensando, Harry. E concordo inteiramente com você. _ disse Rony.
_Sem dúvida. _ Sirius abriu um sorriso _ E ainda contaremos com uma grande ajuda, aliás, duas: Alvo Dumbledore e Minerva McGonnagall.
Realmente, não havia lugar melhor e mais seguro do que a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
_Vamos para lá, agora mesmo. _ sugeriu Sirius.
_Sim. Vamos colocar esse material em malotes especiais e levá-lo para lá. O conhecimento de Dumbledore poderá nos ajudar muito. _ disse Harry _ Meu carro está em um estacionamento aqui perto. Vamos pegá-lo e desaparatar para Hogsmeade.
Saíram do Ministério e foram para o estacionamento, bem perto da cabine telefônica que era a entrada de visitantes. Entraram na Volvo de Harry e , como o estacionamento estava sem ninguém por perto, ele acionou o Multiplicador de Invisibilidade e desaparataram, logo em seguida.
Aparataram em Hogsmeade, deixando a Volvo na garagem onde Harry costumava guardar a moto. Como quem não quer nada, entraram na Dedosdemel e, discretamente, dirigiram-se ao porão. Sirius abriu o alçapão e os três entraram, carregando os malotes. Seguiram pela passagem secreta, sua velha conhecida dos tempos de estudante, indo sair dentro do castelo, no meio do corredor do terceiro andar, pela corcunda da estátua de Gunhilda de Gorsemoor. Não foi nenhuma surpresa encontrar, esperando por eles em elegantes vestes cor de ameixa, Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore, em pessoa.
_Parecia que eu estava adivinhando que receberia a visita de três pessoas tão estimadas. _ o ex-Diretor de Hogwarts parecia não ter envelhecido nada, desde o dia em que passara o cargo para Minerva McGonnagall _ Ao que devemos tal honra e, o que é mais importante, por que tanto sigilo, com a vinda de vocês pela passagem de Gunhilda?
Harry, Sirius e Rony explicaram os fatos e Dumbledore mostrou-se bastante preocupado. Conhecera Anastasia Artamonov quando ela viera transferida de Durmstrang para Hogwarts, no sétimo ano e estivera presente na sua formatura, em Bruxelas.
_E ela estava em uma investigação sobre as atividades do Círculo? E conseguiu, mesmo morta, possibilitar o acesso de vocês a todo esse material? _ e, ante a concordância dos três, continuou _ Bem, então nada melhor e mais justificador dos esforços dela do que continuar a analisar o material por ela deixado. Vamos até o Gabinete da Diretora. _ e assim que chegaram à gárgula, disse a senha _ “Manobra de Weasley”!
No tempo de Dumbledore, a senha era, quase sempre, um nome de doce bruxo ou trouxa. Agora, com Minerva McGonnagall na Direção, nada mais natural que as senhas tivessem relação com termos de Quadribol, esporte preferido da bruxa. A gárgula afastou-se para o lado e expôs a escada rolante em espiral que levava ao gabinete e aposentos da Diretora. Minerva McGonnagall estava sentada à escrivaninha, conferindo a relação dos novos alunos.
_Alvo! Mas o que... Harry! Rony! Sirius! Que surpresa, Sirius. Eu só o esperava na próxima semana. Mas que caras são essas?
_Uma investigação muito importante do Ministério, Profª McGonnagall. Creio que podemos dizer à senhora e ao Prof. Dumbledore, pois os dois são colaboradores da Seção de Aurores e são dos poucos que têm conhecimento de nossas identidades como “Camaleões-Fantasmas”. _ respondeu Sirius.
_Anya, Anastasia Artamonov, foi morta há alguns dias em Amsterdam, Minerva. Harry foi reconhecer o corpo.
_Em nome de Merlin! Aquela russa loira alta e bonita, que formou-se na Academia um ano antes de você, Harry?
_Isso mesmo, Diretora. _ disse Harry _ E ela nos deixou os resultados de suas investigações, o material destes malotes. Viemos completar a análise dele aqui em Hogwarts, pois é o lugar mais seguro no qual se poderia pensar. Já vimos uma boa parte e ficamos bastante intrigados com algo que “Escuridão” disse. Vejam o fragmento de memória.
Harry colocou o fragmento de memória de Anya na Penseira e todos viram o comentário do co-líder do Círculo Sombrio. Quando emergiram das recordações da russa, Dumbledore comentou:
_Muito estranho. “...Já possuímos quatro, agora faltam apenas três...”. O que poderia significar? Creio que teremos de ver mais do que ela descobriu.
Continuaram a analisar o material de Anya e chegaram à última memória.
_ “Por Merlin! Meu informante me disse que minha posição foi comprometida e eles já sabem que sou uma espiã dos Aurores. Mal tive tempo de enviar os resultados de minhas últimas investigações. Só não imagino o que eles podem querer com esses objetos aparentemente sem nenhum valor e sem relação entre si: um busto de Paracelsus, um anel de casamento, um punhal e um selo brasileiro trouxa ‘Olho-de-Boi’. Parecem não ter significado algum mas, de algum modo, sei que é muito importante para eles. Pooka!”
Um elfo doméstico apareceu na frente de Anya.
_ “Da, minha senhora. O que pode o mero Pooka fazer pela sua senhora?”
_ “Pooka, não se esqueça de que você é um elfo liberto. Não precisa ficar me chamando de senhora. Sou sua amiga. Preciso que me faça mais um favor e rápido.”
_ “Outra viagem para a Suíça, minha senhora?”
_ “Isso mesmo, Pooka Preciso que leve esse material para aquele cofre do banco. Harry Potter precisa saber que há um ‘Toupeira’ infiltrado nos serviços de segurança trouxas. Infelizmente ainda não consegui identificá-lo, mas meu informante irá começar a repassar as informações para ele ou para algum Auror de sua equipe. Vem vindo gente, Pooka. Devem ser aqueles bandidos do Círculo. Vou olhar pela janela... Por Merlin! São bruxos e trouxas do Círculo, mesmo! Leve esta última memória com você para o banco, em Genebra e depois esconda-se! Tente chegar até Harry Potter, em Londres ou até Alvo Dumbledore e Minerva McGonnagall, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.”
_ “Da, minha senhora.”
_ “Nyet, Pooka. Não sua senhora. Sua amiga.” _ e Anya abraçou o elfo doméstico de olhos cinza-azulados, que aguardou até que Anya removesse o fio prateado de memória. A última coisa que ouviram foi Anastasia Ivánovna Artamonov agradecendo Pooka e despedindo-se.
_ “Spaceeba, Pooka. Dosvidanya.”
_ “Dosvidanya, minha amiga e senhora.”
A lembrança terminou e todos emergiram da Penseira.
_Ela deve ter sido capturada logo em seguida. Mal teve tempo de mandar o elfo para Genebra. _ Rony comentou.
_Ela disse quais eram os quatro objetos. _ disse Harry _ Realmente, não parece haver a menor conexão entre eles.
_A não ser que a conexão esteja oculta. _ disse Sirius, pensativo.
_Realmente, deve haver uma conexão. _ disse Dumbledore. _ Vou pesquisar na Biblioteca de Hogwarts e em minha coleção particular. Assim que eu descobrir qualquer coisa, entrarei em contato. Por enquanto é melhor que os resultados das investigações fiquem somente entre nós.
Ao saírem rumo a Hogsmeade, Harry comentou:
_O Prof. Dumbledore estava com uma expressão muito estranha, uma expressão que eu conheço.
_Sim. Aquela de quando ele desconfia de algo muito grave, mas ainda não tem certeza. _ disse Sirius.
_Mas, quando ele souber de algo, com certeza nos dirá. Só espero que ele descubra logo. _ Rony disse, preocupado _ E nós também vamos continuar a investigar.
Em Hogwarts, Dumbledore e Minerva discutiam sobre o que haviam visto.
_Alvo, você acha que pode ser o prenúncio de uma tentativa de ascenção das Trevas?
_Ainda não sei com certeza, minha querida. Mas uma coisa eu posso afirmar: tempos difíceis voltarão e o perigo novamente rondará os bruxos de bem.
Preocupada e com um pouco de medo, a bruxa o abraçou.
_Já presenciamos toda essa barbaridade por duas vezes, Alvo. Será que teremos de passar por isso mais uma vez?
_Infelizmente eu acho que sim, Minerva. Mas eu creio que sairemos vitoriosos por mais uma vez. Lembre-se de que temos excelentes Aurores, a Ordem da Fênix nunca esteve tão forte e há os Inseparáveis, os “Camaleões-Fantasmas” e os “Honra e Amizade”. O lado da Luz sempre contará com valorosos aliados.
_E o que você vai fazer, Alvo?
_Creio que terei de aprofundar alguns estudos sobre magia antiga, minha querida. E, se me permite, vou começar agora mesmo. _ deu um beijo em Minerva e foi até um ponto da estante. Pegou um livro e cantou para ele _ “Ebony and ivory/ Live together in perfect harmony/ Side by side on my piano keyboard/ Oh, Lord! Why don’t we?”.
O livro abriu-se e formou um portal para uma fantástica biblioteca, maior do que a da escola. Dumbledore entrou e disse:
_Não se preocupe, Minerva. Há uma resposta para essas questões e, por Merlin, aqui eu poderei encontrá-la. Voltarei assim que possível.
O portal fechou-se atrás de Dumbledore e o livro desapareceu. O experiente bruxo ex-Diretor de Hogwarts estava encerrado em sua biblioteca particular, na qual contava com volumes raros, antigos e poderosos, nos quais havia magia forte e perigosa demais para que eles estivessem em uma biblioteca comum. Se houvesse uma resposta, lá era o lugar onde ela poderia ser encontrada.
Chegou a semana seguinte e as aulas recomeçaram. A escola onde Marilise lecionava abriu suas portas e ela ficou bastante feliz ao rever os alunos, alguns dos quais eram seus familiares. Francine Delacour Weasley já havia ido para Hogwarts, mas os outros ainda estavam ali, distribuídos entre várias séries: Soraya Zaidan Black, Nereida McTaggert Snape, Adriano e Narcisa Sandoval Malfoy, Clifford e Mafalda Granger Weasley, Julius Lovegood Longbottom, Randolph Tonks Lupin, Simone Brown Dursley, Fernanda Parkinson Sheldrake, Cassandra Spinnet Weasley, Steve Johnson Weasley, Whitney e Daryl Clearwater Weasley e os gêmeos Lílian e Tiago Weasley Potter, além de sua própria filha, Sabrina Vargas Sandoval Mason. Era um time suficiente para enlouquecer qualquer professor (só um pouquinho, como as crianças já haviam dito), mas Marilise conseguia mantê-los sob controle nas suas aulas.
Alvo Dumbledore continuou sua pesquisa, sempre atualizando os dados de Harry e seus companheiros. Quando ele passou duas semanas inteiras encerrado em sua biblioteca particular, mesmo Minerva ficou preocupada, sensação que só passou quando ela viu o portal se abrindo e um Dumbledore muito preocupado saindo por ele.
_O que houve, Alvo? _ perguntou Minerva.
_É mais grave do que eu pensava, minha querida. _ disse o bruxo _ Os nossos maiores temores estão começando a tomar forma. Preciso me comunicar imediatamente com Harry.
Dumbledore foi até a lareira, pegou um punhado de pó de Flu e atirou-o na lareira, chamando por Harry. Em um instante, a cabeça do jovem aparecia em meio às chamas verdes.
_Pois não, professor. O senhor descobriu alguma coisa?
_Infelizmente sim, Harry. Acho que sei do que o Círculo Sombrio está atrás.
_Pode dizer agora?
_Melhor não, Harry. É melhor fazê-lo pessoalmente. Minerva está bastante ocupada com as atribuições da Direção de Hogwarts e eu vou dar a ela uma paquena folga das preocupações com essa investigação. Estou indo para aí, agora. Além disso, será uma razão a mais para rever Arthur. _ e entrou na lareira _ “Ministério da Magia, Átrio”!
Dumbledore desapareceu nas chamas e apareceu, logo em seguida, no Átrio do Ministério da Magia. Entregou sua varinha ao vigia e foi para o segundo nível, no QG dos Aurores. Lá chegando, foi direto para a sala de Harry, que já o esperava. Sirius e Rony estavam com ele. “Tigershark” havia saído de Hogwarts algumas horas antes.
_E então, professor? Alguma coisa relevante? _ perguntou Rony.
_Mais do que vocês podem imaginar, Rony. _ Dumbledore respondeu e colocou sobre a mesa alguns rolos de pergaminho _ Acho que descobri o que o Círculo Sombrio está procurando e vocês podem acreditar, meus amigos, é muito mais grave do que imaginávamos.
_E o que é, Prof. Dumbledore? _ perguntaram Harry e Sirius.
O ex-Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts abriu um dos rolos de pergaminho e disse, com voz e expressão bastante preocupadas:
_Harry, Sirius, Rony, preparem-se para ouvirem algo que pode parecer uma lenda, mesmo entre a Bruxidade, mas que é inteiramente real. _ e, depois de uma pausa, continuou:
_O Círculo Sombrio está à procura do lendário Necronomicon.
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