Nossas Vidas, Agora
CAPÍTULO 1
NOSSAS VIDAS, AGORA
“Sem dúvida, uma família muito especial.”
Já se passaram dez anos desde o dia em que, finalmente, Harry Potter derrotou Lord Voldemort, vencendo-o definitivamente em uma feroz batalha na ilha sagrada de Avalon, sendo que naquela mesma ocasião o Lorde das Trevas perdeu sua vida (ver “Harry Potter e o Legado de Avalon”).
Harry tem agora vinte e sete, quase vinte e oito anos e é Auror. Um dos melhores da corporação, segundo as opiniões de seus superiores no Ministério da Magia e de seus instrutores na Academia Européia de Aurores, localizada em Bruxelas, capital da Bélgica. Lá ele concluiu sua formação como Auror em uma turma que iniciou com trinta alunos, dos quais apenas sete concluíram o treinamento, graduando-se com louvor, classificado em primeiro lugar com nota máxima, apenas 0,25 pontos à frente do segundo colocado, Banshee (Rony Weasley) e ambos algo distanciados do restante da turma.
Dos sete anos de Auror de Harry, cinco deles foram passados como agente de campo em operações ao redor do mundo, caçando remanescentes dos Death Eaters e outros bruxos das Trevas que insistiam em reverenciar a memória de Voldemort, bem como algum outro louco que tivesse a idéia de tornar-se um novo líder do mal. Com isso o nosso Bruxo-Ninja contribuiu bastante para o aumento da população carcerária de Azkaban e de outros presídios bruxos em vários países. Há cerca de dois anos, Harry recebeu uma promoção que reduziu suas operações de campo mas aumentou bastante as suas responsabilidades: tornou-se um Coordenador Estratégico Regional ou seja, responsável pelo planejamento e supervisão das operações dos Aurores em uma determinada área, no caso Londres e Região Metropolitana.
Mas se acham que isso reduziu suas atividades, estão enganados. Harry Potter continua participando de operações de campo mas agora sigilosas, como membro da Inteligência. Nem mesmo o Ministro Weasley tinha conhecimento disso, pois ele pertencia àquele grupo especial que agia sob transfiguração e utilizando codinomes. Ele escolhera “Hawkeye”, seu antigo apelido dos tempos de Apanhador da Equipe de Quadribol da Grifinória em Hogwarts. Mas como é que ninguém ligava o codinome à pessoa, mesmo havendo vários conhecidos na Seção de Aurores? A resposta é simples: Harry ocultou essa informação sob Feitiço Fidelius, sendo ele mesmo o Fiel do Segredo. Apenas mais três pessoas tinham conhecimento disso, sendo elas Kingsley Shacklebolt, Chefe da Seção de Aurores e também do Setor de Inteligência; Sirius Black, de codinome “Tigershark” e Rony Weasley que, como já sabemos, utiliza o codinome “Banshee”. Como os três sempre trabalhavam juntos, era questão de tempo para que um soubesse quem era o outro. Harry já sabia que Sirius era Tigershark e, quando descobriu que Rony era Banshee, os três utilizaram o Feitiço Fidelius. Assim, os três passaram a fazer parte do grupo conhecido como “Camaleões-Fantasmas”. “Camaleões” porque trabalhavam transfigurados e “Fantasmas” porque ninguém sabia quem eram. E, como se não bastasse, Harry ainda era um dos elementos de ligação do Ministério da Magia com um dos maiores serviços de segurança trouxas, a InterSec (International Security, Segurança Internacional).
Harry é casado, há sete anos, com sua namorada e depois noiva desde os tempos de Hogwarts: Gina, irmã de Rony. A bela ruiva passara então a ostentar o nome “Virgínia Ginevra Molly Weasley Potter” (ufa!) mas, para simplificar, assinava apenas “Virgínia Potter”. Ela brincava, dizendo que seu nome era maior do que ela mesma. Gina era Medi-Bruxa, especializada em Pediatria. Tinha, por semana, três manhãs de consultas agendadas no ambulatório do St. Mungus e atendia particulares e convênios à tarde, no seu consultório. Já não precisava mais dar plantões na Enfermaria Pediátrica do Hospital. Com tudo isso ainda sobrava tempo para que ela e Harry dessem atenção um ao outro e aos seus filhos, um casal de gêmeos chamados Lílian e Tiago, agora com cinco anos. Estes eram uma equilibrada mistura de seus pais: Tiago com cabelos negros arrepiados e olhos verde-jade e Lílian com olhos verde-esmeralda e ruiva como a mãe. Já começavam a manifestar emissões mágicas involuntárias, talvez auxiliados pelo treinamento Ninja que receberam desde que começaram a caminhar, ministrado pelos pais. O seu antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Derek Mason, conferira ao casal o título de Mestres-Ninjas do Estilo Togakure. Ele desposara a viúva Marilise Vargas Sandoval, mãe de Janine e os dois tinham uma filha, nascida alguns meses depois dos gêmeos, de nome Sabrina. Isso criou uma situação engraçada, pois Sabrina era tia de Narcisa, filha de Janine e Draco Malfoy, mesmo que fosse alguns meses mais nova do que ela, que nascera no mesmo dia que os filhos de Harry e Gina e de Luna e Neville.
Aliás, cabe aqui uma explicação para que saibamos sobre as diferenças de idade de nossas crianças. Na Páscoa do ano seguinte à derrota e Seppuku de Lord Voldemort, nasceu a filha de Sirius e Ayesha, chamada Soraya. Ela tem, atualmente, nove para dez anos. No batizado de Soraya, Janine anunciou sua gravidez e, no ano seguinte, nasceu Adriano. Naquele mesmo ano nasceram Clifford, o primogênito de Hermione e Rony Weasley e Nereida, filha de Rosmerta e Severo Snape, estes estando com oito para nove anos. Três meses antes do reencontro em Hogsmeade, nasceu Mafalda, a segunda filha de Rony e Hermione e, dali a um mês, Randolph, o filho de Nymphadora e Remus Lupin. Naquele reencontro, Gina, Luna e Janine entraram em trabalho de parto na mesma hora, em uma daquelas coincidências (?) que só acontecem com nossos amigos e, naquela noite, nasceram os gêmeos Tiago e Lílian, filhos de Harry e Gina; Narcisa, filha de Janine e Draco e Julius, filho de Neville e Luna. Três meses depois estava nascendo Sabrina, filha de Marilise e Derek, meia-irmã de Janine. Este simpático grupo de sete crianças estava com cinco anos de idade e todos estudavam na mesma escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental em Londres, onde Marilise lecionava, assim como várias outras crianças bruxas. Todos já haviam começado a manifestar dons de magia e eram treinados no seu controle em casa, por seus pais. Quando estivessem perto de completar onze anos, receberiam as cartas de Hogwarts.
Harry e Gina dividiam seu tempo entre Londres, Godric’s Hollow e Ottery St. Catchpole, pois Molly e Arthur Weasley adoravam os netos. Inclusive, sua neta mais velha, Francine, filha de Gui e Fleur, logo iniciaria o primeiro ano em Hogwarts, e seria muito bem sucedida, segundo as palavras de sua tia e futura professora de Transfiguração, Hermione. Com um casal de gêmeos, a motocicleta voadora não era suficiente para levar todos, então Harry teve de adquirir um automóvel, o qual logo tratou de providenciar para que fosse enfeitiçado. Obviamente que teria de ser uma Station Wagon e os bruxos logo pensaram em espaço e segurança. A escolha do casal Potter foi por uma Volvo V-70 prateada, na qual foram instalados vários Feitiços Tecnomágicos Mecanicistas e Eletronicistas. Disso resultou que a bela Station Wagon possuía Feitiços de Ampliação Interna, Ocultamento, Segurança, Multiplicador de Invisibilidade, Embaralhador de Radar, Comando de Vôo e Aparatação, entre outras coisinhas. Com a perua a família viajava pelo mundo, tanto voando e aparatando quanto rodando, como um carro trouxa. Para dirigir, Harry utilizava luvas de couro bem fino, do tipo semi-dedo. Aquilo evitava que o volante do carro e o guidão da moto lhe deixassem calos nas mãos, além de melhorar a empunhadura ao pilotar e também ao utilizar a varinha. E assim os Potter viviam, nesses anos de relativa paz.
Falando em Ottery St. Catchpole, era lá que Luna e Neville Longbottom viviam. Todas as manhãs os dois desaparatavam para Londres, levando Julius e deixando-o na escola. Despediam-se do filho e iam para o Ministério, onde Luna trabalhava no Departamento de Feitiços Experimentais e Neville no Departamento de Pesquisas Farmacológicas, como sua avó materna, Fabiola Wayne (depois Westenra) fizera antes dele. O progresso no desenvolvimento de poções para reverter danos permanentes era grande e os testes já estavam começando a dar bons resultados. Frank e Alice Longbottom davam mostras de estarem reconhecendo pessoas conhecidas, principalmente Augusta, enquanto que a memória de Gilderoy Lockhart começava a voltar, aos poucos. Ao término do turno escolar, Augusta Longbottom buscava o neto na escola e o casal ia pegá-lo na casa da avó, após o expediente no Ministério. Julius tinha os cabelos negros de Neville e seus olhos eram verdes com salpicos de prateado, bem semelhantes aos de Luna. Aos cinco anos, era um bom aluno e discípulo Ninja dos pais, já começando a manifestar dons de magia. Muito amigo dos filhos dos outros Inseparáveis, também dava-se bem com duas outras crianças da mesma idade que eles: Simone Dursley e Fernanda Sheldrake, respectivamente filhas de Duda e Lilá e de Fabian e Pansy. Em casa os Longbottom valorizavam bastante a lealdade, o senso de dever e o cuidado com corpo e mente, passando esses ensinamentos para seu filho, através do Ninjutsu e das histórias de suas aventuras quando alunos de Hogwarts, sem entrar em detalhes para os quais um garoto de cinco anos ainda não estava preparado. O garoto nunca se cansava de ouvir e colocava em prática as lições recebidas, tendo como modelos e referências seus pais e os outros Inseparáveis. O casal Longbottom também havia adquirido um carro enfeitiçado, um Peugeot 307. Era bastante apropriado para uma família com um só filho. Devido à política de aproximação com os trouxas praticada pelo Ministro Arthur Weasley, os veículos automotores enfeitiçados para vôo deixaram de ser ilegais e cada vez mais os bruxos rendiam-se ao prazer de dirigi-los. Demorou um pouco, pois foi necessário um aprofundado estudo para criar uma coletânea de normas e leis para regulamentar o seu uso e o desenvolvimento de Multiplicadores de Invisibilidade mais potentes para que não falhassem e assim permitissem que fossem vistos por trouxas. Mas os carros voadores enfeitiçados chegaram para ficar, embora as vassouras ainda fossem o transporte preferencial dos bruxos. Luna mantinha como seu passatempo a pintura, sendo uma artista bastante talentosa que já havia exposto suas obras na Galeria Toque de Circe e no Clube Bruxo de Londres. Tanto ela quanto o esposo não negligenciavam o treinamento Ninja, nunca deixando de praticar e ensinando ao seu filho.
Londres era onde Janine e Draco passavam grande parte do tempo, devido aos afazeres do loiro nas Empresas Malfoy e às atividades filantrópicas bruxas e trouxas. Onde quer que houvesse a necesidade de ajuda humanitária, fosse por acidentes ou catástrofes naturais, fosse por efeitos colaterais de guerras, lá estavam os aviões Malfoy transportando suprimentos, medicamentos e efetivos dos Médicos Sem Fronteiras, Cruz Vermelha Internacional e Varinhas Solidárias. Além disso ainda haviam as atividades de comércio internacional bruxo e trouxa. Aquilo que, nos tempos de Lucius, constituía sua fachada para os trouxas, passara a ser a principal atividade das empresas. Todos os bruxos que, anteriormente, tinham ligação com a Ordem das Trevas foram demitidos e submetidos a inquéritos do Ministério, tendo sido substituídos por outros sem relação alguma com Voldemort e seus asseclas, trabalhando em perfeita sintonia com os funcionários trouxas. A fim de desfazer qualquer ligação com o passado, Draco obteve autorização do Departamento de Heráldica do Ministério da Magia para criar um novo brasão de armas para os Malfoy. Ele tinha esse direito por ser filho de Lucius, o mais velho dos irmãos. Seus tios René, Jacques e Danielle concordaram com a idéia dele, pois o antigo perfil da família Malfoy já havia criado muitos problemas. As mortes de Narcisa, Lucius e Valérie haviam servido como um alerta. Os três irmãos Malfoy remanescentes romperam com as Trevas e agora viviam tranqüilamente na França e em Portugal, com suas atividades bruxas e as fachadas para os trouxas. O brasão continuava a ter a letra “M” sobreposta a duas varinhas cruzadas, mas a mão que antes agarrava o globo terrestre havia sido substituída por duas, que pareciam protegê-lo. O lema também havia sido mudado de “TUDO AINDA NÃO É O BASTANTE” para “SEMPRE PRONTOS”. Além de ser membro do Conselho de Diretores das Empresas Malfoy, Janine ainda fazia parte do Departamento de Pesquisas Históricas da Fundação Athena, uma organização que colaborava com o Ministério, embora fosse independente dele. O casal, como já sabemos, tem dois filhos. Adriano, o mais velho, tem oito anos e a caçula, Narcisa, cinco. Ambos estudam na mesma escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental onde sua avó, Marilise, leciona. Lá estudavam filhos de bruxos e de trouxas que tinham acesso ao mundo mágico, servindo para que os bruxinhos não se fechassem, não se alienassem do mundo não-mágico, pois era necessário saber como agir, a fim de não pagar os micos históricos característicos dos bruxos com as coisas trouxas, principalmente na combinação de roupas.
Hermione e Ronald Weasley dividem seu tempo entre Londres, Hogsmeade e Ottery St. Catchpole. O ruivo coordenava o setor de Quadribol do Departamento de Esportes Mágicos, além de ser um dos “Camaleões-Fantasmas”, um Auror da Inteligência. Hermione lecionava Transfiguração em Hogwarts, o casal possuindo uma casa em Hogsmeade e outra em Londres. Procuravam estar juntos o mais que podiam. Quase todos os dias, Rony aparatava ou ia de pó de Flu com os filhos para Hogsmeade , a fim de reunir a família e, sempre que podia, Hermione desaparatava para Londres. Porém os aniversários, feriados e outras datas festivas na Toca eram sagrados e para lá iam Rony, Hermione, Cliff e Mafalda, sabendo que era certo encontrarem Harry e Gina com Lílian e Tiago, além de Gui e Fleur, com Francine e mais Fred e Alícia com Cassandra, sua filha de quatro anos e Jorge e Angelina, com seu filho de seis anos, Steve. Percy e Penélope sempre apareciam, com seus filhos, Whitney e Daryl. Só mesmo Carlinhos continuava a cultivar a solteirice. Ele dizia que era bastante difícil encontrar quem quisesse dividir sua vida com alguém que estava sempre por um fio de virar lanche de dragão.
Assim nossos amigos levavam suas vidas nos anos posteriores ao fim de Lord Voldemort. Depois da morte do Mestre das Serpentes não surgiu nenhuma ameaça de vulto, embora não faltassem pretendentes ao título de líder da Ordem das Trevas. Esses estavam embolorando em Azkaban e em outras prisões bruxas ao redor do mundo, grande parte deles por cortesia de Harry Potter. O que mais ocupava a atenção da Corporação dos Aurores atualmente eram as ações de uma organização do submundo bruxo, conhecida como “O Círculo Sombrio”, que agia de forma semelhante aos sindicatos do crime trouxas, inclusive com ramificações nestes. Nada se sabia sobre seus integrantes, exceto o fato de que a “Máfia Bruxa”, como o grupo havia sido apelidado, era comandada por dois bruxos cuja identidade era desconhecida e que apresentavam-se sob os codinomes “Sombra e Escuridão”. Mesmo com a já conhecida eficiência dos Aurores, ainda não havia sido possível obter muita coisa concreta sobre a organização. Seus membros pareciam ser feitos de fumaça, a única referência concreta a eles tendo sido feita por Rufus Scrimgeour antes de ter sido preso, há dez anos atrás, durante o baile de formatura da turma de Harry. Em retaliação, seu assassinato foi “providenciado” durante uma rebelião em Azkaban três anos depois, situação na qual também acabaram morrendo Lucius e Valérie Malfoy. O ex-Chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia foi encontrado junto a outros cadáveres, atingido por um Sectumsempra e com um pedaço de pergaminho na mão fechada, com um círculo negro pintado. A marca do Círculo Sombrio.
Já sabemos que “Coturno e Sandalhinha” vivem no Brasil, com seus respectivos esposos, os oficiais do Exército Daniel Wiesenthal e Luigi de Oliveira Marino. Os dois cavalarianos já haviam feito a EsAO e, dois anos antes, haviam sido promovidos ao posto de Major. Continuavam como agentes da Inteligência Militar e elementos de ligação com o mundo bruxo. Millicent e Daniel tinham uma filha, Larissa. Ela estava com sete anos, a mesma idade de Vicenzo, filho de Blaise e Marino. Sempre que possível, os casais iam a Londres, fosse com Pó de Flu ou Chave de Portal, para que as crianças visitassem os avós, tios e primos. Da mesma forma, os Bulstrode e os Zabini sempre encontravam um tempo para irem ao Brasil. As crianças já começavam a apresentar as primeiras emissões mágicas involuntárias e eram instruídas sobre como controlá-las. Afinal de contas, um casal de crianças de sete anos levitando em um colégio de padres Salesianos não pegaria bem. As crianças apenas sabiam que suas mães eram amicíssimas desde a infância, nada sabendo sobre o seu relacionamento. Afinal de contas, ainda não era a hora e o pequeno casal ainda não estava maduro o suficiente para absorver e aceitar tal informação.
A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts continuava sendo a melhor instituição de ensino da área na Europa e, juntamente com Beauxbatons e Durmstrang, uma referência para outras escolas de magia ao redor do mundo. Funcionava sob a direção firme e segura de Minerva McGonnagall e tinha seu ex-Diretor, Alvo Dumbledore, como membro do Conselho Deliberativo. Seu quadro de professores era do mais alto nível, contando com o Vice-Diretor, Filius Flitwick, na disciplina de Feitiços, Severo Snape em Poções, Sirius Black na de Vôo, Derek Mason na de Defesa Contra as Artes das Trevas e agora Hermione Weasley, lecionando Transfiguração. Alvo Dumbledore e Minerva McGonnagall viviam juntos há alguns anos, finalmente assumindo um sentimento que mantiveram escondido durante décadas. Ele adquirira uma propriedade em Hogsmeade, na qual mandara construir uma bela casa onde os dois desfrutavam do seu relacionamento maduro. Também era muito bom para Hogwarts ter um de seus maiores conselheiros morando tão perto da escola.
A vida era bastante boa e tranqüila, sem a ameaça dos Death Eaters e Voldemort, embora o bruxo das Trevas tivesse conseguido conquistar o respeito de Harry depois da morte, pela maneira honrada como se despediu da vida e pela carta que instruíra seu corvo a entregar para o bruxinho, caso morresse. Harry ainda conservava aquela carta, da qual apenas ele e Gina tinham conhecimento e que, em seu final, aconselhava o jovem a seguir em frente sem se entregar à tristeza ou a sentimentos de culpa, vivendo feliz e com honra, junto a ela e às crianças. Ele levara a sério o conselho.
Parecia que nada seria capaz de perturbar a harmonia na qual a Bruxidade estava vivendo, pois mesmo as atividades do Círculo Sombrio não pareciam representar uma grande ameaça, sendo os Aurores perfeitamente capazes de lidar com elas e evitarem maiores conseqüências, embora o envolvimento da organização criminosa bruxa em atividades ilícitas trouxas tivesse experimentado um aumento nos últimos anos. O Chefe da Seção de Aurores, Kingsley Shacklebolt, confiava na eficiência de seus comandados, principalmente na dos Camaleões-Fantasmas e, entre eles, o trio formado por “Tigershark, Banshee e Hawkeye”.
Os acontecimentos que estavam por vir iriam constituir-se em um grande teste sobre se o veterano Auror estaria certo ou errado. Não demoraria muito para que, novamente, o perigo começasse a rondar a Bruxidade.
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