Rumo ao Templo da Serpente Emp
CAPÍTULO 29
RUMO AO TEMPLO DA SERPENTE EMPLUMADA
Realmente, era preciso ir atrás de “Escuridão” o mais rápido possível, a fim de impedir que ele e “Sombra” tivessem a chance de utilizar a Sétima Porta de Cronos para seus fins nefastos. Mas algumas providências não poderiam ser negligenciadas. No momento em que chegaram à Inglaterra, vindos de Xangai, Dumbledore, Harry e Rony foram diretamente para o escritório de Harry, no Ministério da Magia.
_Teremos de fazer o inventário do material a ser utilizado para essa missão de resgate, Harry. _ disse Rony _ Ela parece que será diferente de todas as outras.
_Realmente, Rony. O local é diferente de qualquer outro no qual já estivemos em luta. Azkaban, Avalon... Acho que assemelha-se mais à Câmara Secreta.
_Tem razão, Harry. _ disse Dumbledore _ Também deveremos estabelecer o plano de abordagem do local e quem irá.
_Eu irei com você, Harry. Pode estar certo disso. _ disse Rony.
_Tembém irei com vocês. _ disse Dumbledore.
_E nem pensem em nos deixar para trás! _ disseram Neville, Luna, Gina e Hermione, entrando no escritório _ Contem conosco.
_Será muito perigoso, eu não quero arriscar as vidas de vocês.
_Se não me engano, Harry, naquela vez em que Voldemort mandou que Romulus Lupin e aqueles terroristas da Al-Qaeda seqüestrassem Ayesha, Sirius e Jemail, Draco disse uma coisa muito importante. _ disse Luna.
_É verdade. _ confirmou Gina _ Ele disse: “Somos os Inseparáveis, Harry. Isso significa que, se um vai sair em uma missão, todos vão junto”.
_Ou seja, você não vai livrar-se de nós. _ disse Neville _ Para onde vamos?
Para a América, Neville. _ disse Dumbledore _ Mais precisamente, para a Cidade do México.
_Por que? _ perguntou Hermione.
_O lugar onde a Sétima Porta de Cronos está oculta e que revelar-se-á com o alinhamento planetário, que ocorrerá dentro de dois dias, fica a cerca de 40 Km a nordeste da Cidade do México.
_O sítio arqueológico declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1987, a antiga cidade Pré-Colombiana de Teotihuacan?
_Exatamente, Hermione. _ disse Dumbledore _ Sendo mais específico, o Portal do Tempo está oculto em um complexo de cavernas subterrâneas, debaixo do Templo de Quetzalcoatl.
_E, como se não bastasse, o sétimo volume do Necronomicon também manifestou-se em Teotihuacán. _ disse Rony _ Acredito que, a essa altura, já deva estar nas mãos do Círculo.
_Coincidências? _ perguntou Neville.
_Convergências. _ disse Harry _ Todos nós já tivemos provas mais do que suficientes de que coincidências não existem. Mione, o que você sabe sobre Teotihuacan?
_Bem, Harry, o que eu sei é o que já li e pesquisei na Internet.
_Muito bem. Vamos navegar e ver o que a Web nos diz.
Harry ligou o computador enfeitiçado de seu escritório e clicou no menu de “Favoritos”, logo em seguida clicando no ícone do Google. Digitou “Quetzalcoatl” e escolheu a Wikipédia para iniciar suas pesquisas. Encontrando um link para a cidade de Teotihuacan, clicou nele e todos viram o documento que abriu-se na tela:
“Teotihuacan ou Teotihuacán, é um sítio arqueológico localizado a 40 km da Cidade do México, declarado Património da Humanidade pela UNESCO em 1987.Teotihuacan foi a maior cidade conhecida da época Pré-Colombiana na América e o nome Teotihuacan é também usado para referir a civilização desta cidade dominante, a qual estendeu a sua influência sobre grande parte da Mesoamérica.A cidade está situada no que é hoje o município de San Juan Teotihuacán, no Estado do México, México, 40 km a nordeste da Cidade do México, ocupando uma área total de 82.66 km². Existem evidências arqueológicas de que Teotihuacan terá sido um local multi-étnico, incluindo Zapotecas, Mixtecas, Maias e mesmo Nahuas, por exemplo. Os Totonacas sempre afirmaram que haviam sido eles a construir esta cidade, o que era corroborado pelos Astecas. Na antiguidade esta cidade foi também conhecida pelo nome Tollan, nome este também usado séculos depois para designar a capital Tolteca, Tula. Considera-se que Teotihuacan é a sede da civilização Clássica no Vale do México (o período clássico vai de 292 a.C. até ao ano 900). O primeiro povoado data do ano 600 a.C. Foi um povoamento estratégico com acesso ao rico sistema lacustre do Vale do México, a nascentes de água próximas e numerosas, ao vale de Puebla e à costa de Veracruz. Nas imediações abundavam a obsidiana e a argila, matérias-primas para os seus utensílios. Todos os diferentes povos que ocuparam as terras mexicanas eram oriundos do norte do continente americano. Alguns deles ficaram por aí, continuando as suas tradições de nómadas e transumantes. Os que chegaram às terras mais a sul, as terras do México, tornaram-se sedentários e evoluíram em direcção a um sistema cultural que teve o seu apogeu na civilização de Teotihuacan. Aqueles povos ergueram no meio da planície, montes de terra sem muros de retenção. Crê-se que estes montes foram murados por civilizações mais avançadas até à formação das pirâmides. O padre franciscano Bernardino Sahagún, chegado ao México em 1529 recolheu da boca dos nobres astecas muitas lendas e muita da história dos seus antepassados. É o padre Sahagún quem conta que ali se enterravam os principais senhores em túmulos de terra. Esses nobres eram canonizados como deuses e não morriam mas despertavam de um sonho e convertiam-se em espíritos ou deuses. Para os astecas tratava-se de um local lendário e acreditavam firmemente que aí havia sido criado o Quinto Sol, ou Quinto Mundo, ou época actual. As civilizações mexicanas tinham uma lenda, segundo a qual, uma primeira geração de homens havia sido destruída em tempos remotos por Jaguares (Primeiro Sol). A geração seguinte fora destruída por furacões ou Vento (Segundo Sol). Uma terceira por erupções vulcânicas ou Fogo (Terceiro Sol). A quarta havia desaparecido com um dilúvio de Água (Quarto Sol). Estes sóis de cada uma das idades não eram como o sol actual que aquece temperadamente e que dá vida; este último sol teria sido criado em Teotihuacan (Quinto Sol). Os historiadores concluíram que os fundadores desta civilização faziam parte de um povo desconhecido do qual não se tem qualquer conhecimento. Estão certos de que não foram nem os olmecas nem os toltecas. Sabe-se, a partir dos dados obtidos a partir de escavações, que o mais antigo de Teotihuacan é anterior à cultura Tolteca. Aquela civilização organizava a sua religião por confrarias. Nos primeiros séculos da nossa era, Teotihuacan passou a ser um estado imperialista que se expandiu grandemente para lá das suas fronteiras. Durante o seu apogeu influenciou muito povos vizinhos e inspirou outras culturas tendo ainda legado conhecimentos científicos e culturais às sociedades posteriores. Por esta razão, é frequente encontrar por todo o território mexicano rastos e evidências desta cultura. A expansão do império de Teotihuacan foi conseguida, não pelas armas, mas pelo uso sábio do comércio e da religião. Quando a cidade se tornou grande e poderosa, as casas passaram a ser edifícios de pedra substituindo cabanas de madeira e palha. A classe governante, a aristocracia, vivia num bairro rodeado por uma muralha, construído nas proximidades do que actualmente se designa por calçada dos Mortos. Os seus palácios eram ricamente decorados com pinturas murais onde se encontravam representadas figuras de determinados animais, deuses e outros personagens religiosos. O resto da população vivia em construções tipo apartamento de um só piso em que chegavam a juntar-se entre 60 a 100 indivíduos. A certa altura existiriam cerca de 2000 construções deste tipo. No centro tinham um pátio e um ou dois templos. Cerca do ano 650 começou paulatinamente a sua decadência. O número de habitantes foi diminuindo, devido a factores de ordem social e climática. No século VIII encontra-se já no seu ocaso, ainda que o vale nunca foi abandonado. Não se conhece muito bem qual a causa da sua decadência e posterior total destruição. Os historiadores pensam que talvez tenha acontecido uma invasão, ou que o solo se esgotou acabando assim os recursos agrícolas ou ainda, que simplesmente tenha havido uma má administração. A verdade é que com o declínio de Teotihuacan, outros centros que dela dependiam cultural e comercialmente entraram também por sua vez em declínio, como Monte Albán e inclusivamente a civilização Maia. Foi também o padre Sahagún quem nos deu a conhecer a bonita lenda que nos fala da criação do Sol e da Lua, os deuses a quem foram dedicadas as duas magníficas pirâmides. A lenda reza assim: “Antes que existisse dia, os deuses reuniram-se em Teotihuacan e disseram, "Quem iluminará o mundo?". Um deus rico (Tecuciztecatl) disse "Eu me encarregarei de iluminar o mundo". "Quem será o outro?", e como ninguém respondia, nomearam um outro deus pobre e sarnento (Nanahuatzin). Depois da nomeação, os dois começaram a fazer penitência e a rezar. O deus rico ofereceu penas valiosas de uma ave chamada quétzal, pepitas de ouro, pedras preciosas, coral e incenso de copal. O deus sarnento por seu lado, oferecia canas verdes, bolas de feno, espinhos de maguei cobertos com o seu sangue e no lugar de incenso oferecia as crostas das suas pústulas. À meia-noite terminou a penitência e começaram os rituais. Os deuses ofereceram ao deus rico bela plumagem e um casaco de linho enquanto que ao deus pobre era oferecida uma estola de papel. Depois, junto ao fogo, ordenaram ao deus rico que se atirara a ele. Este teve medo e recuou. Voltou a tentar e mais uma vez recuou, isto por quatro vezes. Chegou então a vez de Nanahuatzin, que fechou os olhos e se atirou ao fogo sendo consumido por este. Quando o deus rico viu isto, imitou-o. De seguida entrou no fogo uma águia, que também se queimou (e é por isso que as águias têm as penas foscas, de cor morena muito escura); de seguida entrou um jaguar que se chamuscou e ficou manchado de branco e negro. Então os deuses sentaram-se à espera para ver de onde sairia Nanahuatzin; olhando para oriente viram aparecer o sol com uma cor forte; radiava luz em todas as direcções e não conseguiam olhar directamente para ele. Voltaram a olhar para oriente e viram aparecer a Lua. Ao princípio os dois deuses resplandeciam com igual intensidade, mas um dos deuses presentes atirou um coelho à cara do deus rico e desta maneira diminuiu o seu brilho. Todos ficaram quietos; depois decidiram morrer para assim dar a vida ao Sol e à Lua. Foi o Vento que os matou e que em seguida começou a soprar, fazendo deslocar primeiro o Sol e mais tarde a Lua. Por tudo isto é que o Sol nasce durante o dia e Lua mais tarde, durante a noite.”
_Uau! Que cultura rica! Pena que aquelas civilizações foram praticamente exterminadas pelos europeus. _ comentou Rony.
_Sim, é verdade. Os ditos “Civilizados” simplesmente devastaram os povos nativos, em sua ânsia por ouro e prata. _ disse Luna _ E tudo com a desculpa de “civilizarem os selvagens”. Pfft! Selvagens eram eles. Os povos da América Central e do Sul já possuíam uma cultura bastante estruturada, sendo avançados em Literatura, Astronomia, Medicina e várias áreas. Os europeus não aceitavam os sacrifícios humanos ritualísticos, considerando-os atos de selvageria. Mas jamais mencionaram o fato de que, ao imporem seu modo de vida aos povos colonizados, faziam-no à força, cometendo verdadeiros genocídios, desrespeitando hábitos arraigados há séculos, talvez milênios.
_E o que mais há sobre a cidade? _ perguntou Neville.
_Bem, vamos continuar a pesquisa. _ disse Harry, clicando na barra de rolagem. Todos viram o que havia sobre a cidade de Teotihuacan.
“A partir sua configuração actual pode deduzir-se que o trabalho de planificação foi cuidadoso. Destacam-se quatro zonas ou eixos principais. De norte a sul estende-se a avenida principal, a calçada dos mortos. Recentemente foi descoberto, perpendicular a aquela, um outro eixo, constituído por dois arruamentos que atravessam a cidadela e que não são actualmente visíveis. Foram designadas pelos arqueólogos de Avenida Este e Avenida Oeste. A cidade era claramente dividida em bairros e centro cerimonial religioso, onde se podiam encontrar os edifícios de actividades administrativas e os grandes palácios, para além dos templos e grandes pirâmides. Os sacerdotes tinham um papel muito destacado no que tocava à religião e administração. Os arquitectos e os artistas eram alvo de elevada consideração e possuíam oficinas especializadas. No que toca ao corpo militar desta sociedade conhece-se muito pouco. Sabe-se que não se tratava de uma sociedade militarista ainda que na época final apareceram, mais frequentemente, representações de militares nas pinturas murais. Primeiramente a “Calçada dos Mortos”:
Conhecida também como a "Rua dos Mortos", foi o verdadeiro eixo central da cidade, bem como o seu centro cerimonial. Encontrava-se flanqueada pelas maiores construções de toda a América Central. A organização urbana desta grande cidade influenciou grandemente toda a América Central. Esta avenida tem o seu início no recinto da pirâmide da Lua e termina num recinto a que os espanhóis do século XVI chamaram Cidadela. O seu comprimento é de 4 km, com uma largura total de 45 m. Está orientada 15º 30' a oriente do norte astronómico, como aliás ocorre com quase todas as construções aqui encontradas. Ao longo da rua encontram-se os edifícios mais importantes que albergavam templos, palácios e casas de personagens importantes. Além destes, também as duas grandes pirâmides, a Casa dos Sacerdotes, o palácio de Quetzalpapalotl (borboleta quetzal), o palácio dos Jaguares, a estrutura dos Caracóis emplumados, o templo de Quetzalcóatl, a cidadela e muitas outras edificações que no seu tempo eram de grande beleza, se situam junto a esta avenida. Num dos aposentos foram encontrados pisos construídos com duas camadas de mica com 6 cm de espessura, mais tarde cobertas com pavimento de tezontle.
Quanto às Pirâmides do Sol e da Lua, os seus núcleos estão feitos de adobe. Posteriormente foram revestidas com estuque e pedra, tendo sido acrescentado um friso adornado por relevos com motivos geométricos. Foram construídas como base para um templo que se situava na plataforma. Os conquistadores espanhóis, no século XVI, ainda chegaram a ver os ídolos do Sol e da Lua. Segundo eles, eram feitos de pedra coberta de ouro e o ídolo do Sol tinha uma cavidade no peito na qual se podia ver uma imagem do astro feita de fino ouro. Ainda segundo eles, eram também visíveis plataformas de mais de 2000 pirâmides secundárias, todas situadas ao redor das duas mais importantes, do Sol e da Lua.
Ainda que a Pirâmide da Lua seja menor que a pirâmide do Sol, os seus vértices encontram-se à mesma cota, pois está construída em terreno mais elevado. Tem uma altura de 45 m. Junto a esta pirâmide foi encontrada uma estátua chamada deusa da Agricultura, que os arqueólogos acreditam ser da época Tolteca primitiva. Esta pirâmide situa-se bastante perto da pirâmide do Sol, fechando o lado norte do recinto da cidade. Desde a sua esplanada inicia-se o percurso pelo eixo principal, a Calçada dos Mortos. A Cidadela situa-se no topo sul da calçada dos Mortos. Foi assim denominada pelos conquistadores espanhóis do século XVI, que julgavam que este espaço rectangular era uma instalação militar. É constituída por um pátio com casas à sua volta, onde se supõe que viviam os sacerdotes e os governantes. No seu lado este encontra-se o templo de Quetzalcóatl.
O Palácio de Quetzalpapalótl também é designado da Borboleta Quetzal ou Borboleta emplumada. Situado a oeste da praça da pirâmide da Lua. Trata-se provavelmente do edifício mais luxuoso e um dos mais importantes da cidade. Terá sido a residência de um personagem notável e influente. Encontra-se amplamente decorado com murais muito bem preservados, sobretudo no que toca à cor vermelha que era a cor preferida desta civilização. As zonas baixas do edifício conservam a cor original. Tem um pátio, chamado pátio dos pilares; estes estão decorados com belos baixos-relevos. No centro pode ver-se a representação do deus Quetzalpapalotl com os símbolos que o relacionam com a água. Este palácio constitui um bom exemplo do que deveria ser a decoração teotihuacana. Igualmente situado no lado oeste da praça da pirâmide da Lua, encontra-se o Palácio dos Jaguares. Em ambos lados da porta da entrada vêem-se duas imagens de felinos bastante grandes, com as cabeças emplumadas; com as patas sustentam uma concha de caracol, através da qual parecem soprar, como se de um instrumento musical se tratasse. No dorso e na cauda são visíveis incrustações de conchas do mar. Na bordadura da parte superior do mural podem ver-se os símbolos do deus da chuva e num glifo vêem-se, como decoração, plumas que representam o ano solar teotihuacano.
O Edifício dos Caracóis Emplumados trata-se da estrutura mais antiga de todas as que formam a cidade de Teotihuacan. O acesso é feito por um túnel situado por baixo do Palácio de Quetzalpapálotl. Parece ter pertencido a um templo ricamente decorado. Podem ver-se ali imagens simbólicas de instrumentos musicais em forma de caracol, com boquilhas e elegantes plumas. Na parte inferior da estrutura há uma plataforma profusamente decorada com um grande número de aves que se pensa serem papagaios. Destes brota água em abundância. Segundo os arqueólogos é um dos templos mais formosos da zona.
"Quetzalcoatl"
O Templo de Quetzalcoatl encontra-se a uma certa distância das pirâmides, na calçada dos Mortos, tendo sido descoberto em 1920. Encontrava-se até então sob uma pirâmide de paredes lisas, sem qualquer decoração. Ao descobrir Teotihuacan, os toltecas adoptaram a cidade como sua e como cidade santa. Passaram a enterrar ali os seus grandes senhores, tendo sido por eles construído este templo. Foi mandado construir pelo rei Mitl (770- 829). Quando foi descoberto, veio à luz a sua decoração de mosaicos de pedras, as cabeças e símbolos divinos do deus Tláloc (o deus da chuva e senhor do trovão e divindade do vale do México) e do deus Quetzalcóatl (a estrela da manhã, a serpente emplumada, génio nacional). Este último deus seria adoptado pelos astecas, que acreditaram vê-lo na figura de Hernán Cortés. Encontrava-se também no templo um artefacto muito antigo em forma de rã, razão pela qual nos tempos anteriores à conquista espanhola este templo era conhecido como o templo da rã. Conhece-se este facto graças à descrição feita nas suas crónicas por uma personagem muito erudita de finais de 1600 chamado Ixtlilxochitl, cultíssimo descendente dos reis de Texcoco. Segundo ele, A rã do templo construído pelo rei Mitl em Teotihuacan, era de esmeralda, tendo sido encontrada pelos espanhóis, que deram boa conta dela. Efectivamente, a rã era um animal associado aos deuses da água; há mesmo especialistas que asseguram que Tláloc representa este animal. Os toltecas consideravam-na a deusa da água. As rãs anunciavam as chuvas. Em algumas festividades ofereciam estes pequenos animais aos deuses, depois de assados. Os mazatecas comiam as rãs e cobras vivas durante a celebração de uma festividade chamada atamalcualiztli. Na crónica referida, Ixtlilxóchiltl acrescenta que numa montanha a este de Texcoco, chamada monte de Tláloc, havia uma grande estátua deste deus, talhada em lava de cor branca. Trata-se da estátua descoberta no século XX e que actualmente se encontra na entrada do Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México, pesando 300 toneladas. Este templo é de um gosto e cultura muito diferentes da dos monumentos primitivos de Teotihuacan.”
_E é debaixo do Templo de Quetzalcoatl que encontra-se o complexo de cavernas onde está a Sétima Porta de Cronos. _ disse Dumbledore, abrindo o volume do Necronomicon que Harry trouxera de Myanmar. Ali encontrava-se transcrito o poema das Sete Portas de Cronos e um mapa da localização dos seis outros portais, atualmente destruídos. O sétimo estava em um nível bastante profundo, em um complexo de cavernas que os antigos sacerdotes utilizavam para seus rituais religiosos e nos quais, supostamente, sepultavam mortos importantes com seus tesouros e confinavam as vítimas escolhidas para os sacrifícios sagrados, antes de sua imolação _ Creio que várias daquelas cavernas foram convertidas em celas e que Janine e Draco podem estar presos em uma delas, assim como os St. Croix. Há um diagrama das cavernas e o local da Sétima Porta de Cronos está bem assinalado.
_Prof. Dumbledore, Quetzalcoatl não era um deus em forma de serpente emplumada? _ perguntou Gina.
_Exatamente, Gina. Bastante simbólico, um bruxo que deseja reerguer a Ordem das Trevas desfechar seu golpe a partir do templo de uma serpente. Eis algo do que sabemos sobre Quetzalcoatl: “Quetzalcóatl é uma deidade das culturas de Mesoamérica, em especial da cultura asteca, também venerada pelos toltecas e maias. É considerada por alguns pesquisadores como a principal dentro do panteão desta cultura pré-hispânica. Os astecas incorporaram esta deidade em sua chegada ao vale do México, no entanto modificaram seu culto, eliminando algumas partes, como a proibição dos sacrifícios humanos.
O nome de Quetzalcóatl é composto de duas palavras de origem náuatle: quetzal, que é uma ave de formosa plumagem que habita a selva centroamericana e cóatl, "serpente" e é usualmente traduzida como "Serpente Emplumada", "Pássaro Serpente", ou "Pássaro Serpente da Guerra"; Especula-se que a origem desta deidade provém da cultura olmeca, no entanto sua primeira aparição inequívoca ocorreu em Teotihuacan. A cultura teotihuacana dominou durante séculos o planalto mexicano. Sua influências culturais abarcaram grande parte da mesoamérica, incluindo as culturas maia, mixteca e tolteca. Os maias retomaram a Quetzalcóatl como Kukulkán.
Quetzalcoatl representa as energias telúricas que ascendem, daí a sua representação como uma serpente emplumada. Neste sentido, representa a vida, a abundância da vegetação, o alimento fisico e espiritual para o povo que a cultua ou o indivíduo que tenta uma ascese espiritual.
Posteriormente, passou a ser cultuado como deus representante do planeta Vênus, simultaneamente Estrela da Manhã e Estrela da noite, correspondendo, com o seu gêmeo Xolotl, à noção de morte e ressurreição. Deus do Vento e Senhor da Luz, era, por exelência, o deus dos sacerdotes. É às vezes confundido com o rei sacerdote de Tula.
Segundo fontes incertas e tradições orais, uma das representações deste deus é um homem branco, barbado e de olhos claros. Esta representação seria uma das justificativas da teoria de que os povos indígenas, durante a conquista da Nova Espanha (Mesoamérica), acreditaram que Hernán Cortez era Quetzalcóatl. O acadêmico estruturalista Tzvetan Todorov, analisando as crônicas do século XVI sobre a conquista do México, compartilha da crença de que os astecas realmente acharam que Cortez fosse Quetzalcóatl e essa é uma das razões pela qual os espanhóis dominaram tão facilmente a América Central.
O cacau, fruto tipicamente americano, era usado durante os rituais ao deus como uma bebida quente, o xocóalt, bebida que deu origem ao chocolate tão apreciado atualmente.”
_Bem, creio que cabe a nós depenarmos essa serpente, então. Acho que o melhor ponto de partida para nós seria Hogwarts. _ disse Hermione.
_Sem dúvida, Mione. Vamos precisar de algumas coisas que a Sala Precisa poderá nos fornecer na hora. _ disse Rony.
_Sem contar que eu não acho seguro que as crianças fiquem em Londres. _ disse Dumbledore _ Deveremos hospedar Tiago, Lílian, Narcisa, Sabrina, Julius, Mafalda e mesmo Simone e Fernanda na escola, pois podem tornar-se alvos. Marilise também deveria ir, até para ficar de olho naquela turminha.
_Vou ligar para ela agora mesmo, Prof. Dumbledore. _ disse Neville, tirando um celular enfeitiçado do bolso das vestes e teclando o número de Marilise Mason. Em seguida, o telefone da professora tocou.
_Neville? Mas que surpresa, querido... Como é?... Entendo, concordo com Dumbledore. Eu também acho mais seguro... Fernanda e Simone também?... Claro, hoje é Duda quem vem buscar Simone e Pansy vem buscar Fernanda... Sim, ficarei de olho na criançada, lá em Hogwarts. A gente se vê lá.
_Pronto, ela vai levar as crianças para Hogwarts e ficará esperando por nós. Creio que devemos ir. _ disse Neville, encerrando a ligação e guardando o celular.
_Então eu acho que deveremos ir. _ disse Harry _ A Profª McGonnagall deve estar com a lareira aberta, à nossa espera.
_Sim, vamos. _ concordaram os outros. No Gabinete do Ministro, entraram na lareira e rodopiaram para Hogwarts.
Ao chegarem no Gabinete da Direção, viram que Marilise já estava lá, com as crianças e que Adriano também estava na sala. Harry olhou para todos e explicou:
_Por uma questão de segurança, achamos melhor que vocês todos viessem para Hogwarts. Descobrimos onde Draco, Janine e os St. Croix estão sendo mantidos prisioneiros e vamos montar uma operação de resgate.
_Da qual faço questão de participar. _ disse Mason, entrando na sala e abraçando Marilise.
_E onde eles estão, Tio Harry? _ perguntou Narcisa.
_Eles estão no México, Narcisa. Presos em cavernas debaixo do sítio arqueológico de Teotihuacan. _ disse Harry, vendo que a loirinha começava a chorar e procurando confortá-la _ Calma, Narcisa. Eu conheço bem seus pais e acho que eles já devem estar até pensando em um meio de tentarem escapar do Círculo.
_Tomara que sim, Tio Harry. _ disse ela, secando as lágrimas.
Naquele momento, Dobby aparatou no gabinete.
_Dobby! _ exclamou Harry _ O que houve?
_Dobby recebeu uma carta de Pooka, mestre Harry Potter. Ele obteve uma informação de “π” e codificou-a em Sindarin. Dobby vai traduzir.
_ “Harry Potter, você já deve ter descoberto o paradeiro dos Malfoy e, com certeza, está montando uma operação de resgate. O lugar é perigoso, possui várias armadilhas e locais para emboscadas, que ‘Escuridão’certamente irá aproveitar. Mas você possui um trunfo contra ele, algo que conversamos outro dia e que é uma coisa na qual ele é fraco e você domina muito bem. Eu também estarei lá, junto a ‘Sombra & Escuridão’ e procurarei ajudá-los, na medida em que não me expuser. É importantíssimo que a Sétima Porta de Cronos seja destruída. Boa sorte, Inseparáveis.
‘π’ ”
_O que é que “π” estava dizendo, Harry? _ perguntou Gina.
_No momento eu não posso dizer, Gina. Basta saber que será muito útil, quando chegar o momento.
_Temos de raciocinar com várias hipóteses, Harry. _ disse Rony.
_Tem razão, Rony. Eles podem estar sendo mantidos sedados, para não oferecerem perigo. Mas eu acho que com a explosão do Ki eles podem dissipar quaisquer vestígios de sedativos.
_Então, podemos pensar que papai e mamãe estão apenas fingindo-se de indefesos. _ comentou Adriano.
_Creio que sim, Adriano. _ disse Hermione _ Dois Ninjas calejados em batalhas, como são aqueles dois, jamais estarão totalmente indefesos.
Realmente, o casal não deixou de fazer sua mente funcionar por um instante sequer. “Escuridão” sequer considerou drogá-los, pois poderiam queimar as substâncias, com seu Ki. Na cela de pedra, presos com algemas inibidoras de magia, os dois conversavam, tentando traçar planos.
_O tapa de Mariana te deixou uma equimose no rosto, Jan. Está doendo?
_Não, Draco. Já não dói mais. E o daquela garota maligna está bem guardado, pode deixar. É mais importante pensarmos em como sair daqui.
_Não vai ser fácil. Tiraram nossas varinhas e não poderemos contar nem mesmo com emissões mágicas involuntárias. As algemas inibidoras de magia nos deixam em desvantagem, pelo menos no que refere-se à magia. Mas podem haver outros meios, bem eficientes. _ disse o loiro.
_Pelo menos não nos drogaram. Precisaremos de toda a lucidez e energia do Ki, não podemos desperdiçá-la eliminando sedativos. Onde você acha que estamos?
Vários metros debaixo da terra, isso é certo. E eu me arrisco a dizer que estamos em algum lugar do México, pois vi imagens de ídolos venerados por povos da Mesoamérica, tipo astecas, maias e toltecas. Não posso jurar, mas me pareceu ter visto uma imagem de Quetzalcoatl.
_Hmm, o artigo da Wikipédia dizia que Quetzalcoatl era representado como uma serpente emplumada. Pode ter alguma relação com as Trevas.
_Creio que sim, Jan. E se haviam imagens de Quetzalcoatl, pode ser o seu templo, o que significa que devemos estar...
_... Em Teotihuacan.
_O que será que “Escuridão” quer conosco, além de vingança pessoal? Tudo indicava que seu objetivo, no Orient Express, era seqüestrar os St. Croix, para chantagear o Ministério da Magia da França.
_Tornamo-nos um precioso bônus para o Círculo, querido. E creio que logo vamos descobrir. _ disse Janine, quando o casal ouviu o barulho de uma chave girando na fechadura da porta que trancava a cela. A porta abriu-se e por ela entrou “Escuridão”, em pessoa.
_Janine e Draco Malfoy. _ disse o falso chinês, cofiando o bigode e sorrindo para os dois _ Que golpe de sorte Mariana tê-los encontrado no Orient Express. Aquilo nos poupou o esforço de uma operação para capturá-los, depois.
_O que quer de nós, “Escuridão”? _ perguntou Janine.
_Matá-los, é claro, Sra. Malfoy.
_Então, por que já não o fez? _ perguntou Draco _ Oportunidades não devem ter faltado.
_Sr. Malfoy, a sua morte e a de sua bela esposa constituem um prazer que deve ser degustado aos poucos, como um vinho da melhor safra. Além disso, vocês merecem sofrer bastante pois, no decorrer dos anos, tornaram-se empecilhos aos planos do Círculo Sombrio, quer apoiando os Aurores, principalmente o maldito Harry Potter, quer interferindo em locais do mundo onde o Círculo opera em atividades do submundo, através da Fundação Narcisa Malfoy. Infelizmente nossa infiltração nesta última foi descoberta por Harry Potter. Acreditem, Sr. e Sra. Malfoy, faço questão de utilizar em vocês métodos de tortura que dariam inveja no próprio Lord Voldemort.
_Falando em Voldemort, “Escuridão”, você pretende trazê-lo ao presente, através da Sétima Porta de Cronos? _ perguntou Janine.
_Na verdade, Sra. Malfoy, meus planos são mais elaborados do que simplesmente trazer o Lorde das Trevas a esta época, mais de dez anos depois de Harry Potter tê-lo despachado para o além. Digamos que uma das coisas nas quais eu penso é em visitá-lo, ainda criança, tornando-me seu mentor.
_Acha que ele iria submeter-se a alguém, fosse quem fosse? _ Draco indagou.
_Não estou aqui para discutir o modo como conduzo meus planos, Sr. Malfoy. Na verdade, preciso falar com o senhor em particular, antes de fazê-lo sofrer. Venha comigo. _ e Draco foi conduzido para fora da cela, escoltado por meia dúzia de bandidos. Em outra caverna, convertida em Sala de Operações, “Escuridão” sentou-se à mesa, com Draco sentado em uma cadeira, à sua frente _ Eu creio que o senhor deve estar perguntando-se por que eu lhe devoto tanto ódio, Sr. Malfoy. Vou satisfazer parte da sua curiosidade. Sou um Death Eater da velha guarda, era próximo de Lord Voldemort assim como seu pai, Mulciber, Snape, Bellatrix, os gêmeos Lestrange e outros. Todos pensávamos que o senhor seria o sucessor de Voldemort, quando ele obtivesse a imortalidade e resolvesse tornar-se o Conselheiro-Chefe do novo líder da Ordem das Trevas. Seu amor pela sangue-ruim Janine...
_... Se eu não estivesse algemado, arrancaria sua língua e a enfiaria em um lugar que você não iria gostar nem um pouco. _ disse Draco.
_Sem bravatas, Sr. Malfoy. Seu ato de traição tornou sua captura e morte um ponto de honra para qualquer um que honrasse a memória do Mestre das Serpentes e redimiria a memória de Lucius Malfoy.
_Meu pai? Ele era um fanático desequilibrado, capaz de matar a própria esposa em nome de sua devoção a um outro louco. Sei que tanto ele quanto Voldemort me queriam em um alto escalão dos Death Eaters, mas isso jamais aconteceria e você sabe por quê? Porque eu JAMAIS seguiria os passos de meu pai. Eu não tinha era coragem de dizer isso a alguém a quem eu devia respeito filial, por pior que ele fosse. Acha que eu gostava daquelas barbaridades que nos ensinavam quando éramos crianças? Aprender Maldições Imperdoáveis aos sete ou oito anos de idade? Aquilo me dava nojo. Suportei calado a surra que minha mãe me deu quando matei o gato de Tia Bella com uma Avada Kedavra porque tomei consciência da crueldade que cometera, ainda que, quando mais jovem, achasse que a surra havia sido injusta. Se eu fui duro com Harry, ao final do nosso quinto ano, quando meu pai foi capturado no Ministério, foi porque eu nutria algum afeto e respeito por ele, que cessaram quando ele matou minha mãe. Somente com sua morte, tentando proteger Valérie de um feitiço letal e sucumbindo juntamente com ela foi que ele recuperou sua dignidade para mim. E, mesmo assim, isso não significa que eu tenha voltado a sentir o afeto e respeito que eu tive por ele um dia. É isto que eu tenho a lhe dizer.
_Palavras bonitas, Sr. Malfoy. Pena que, talvez, o senhor não vá viver o bastante para repeti-las. Na verdade, a Sétima Porta de Cronos representa parte dos meus planos. Foi um golpe de sorte o sétimo e último volume do Necronomicon ter manifestado-se neste mesmo local. Parece que é um ponto focal de energias cósmicas, tipo Stonehenge, na Inglaterra, a Chapada dos Guimarães, no Brasil ou Macchu Picchu, no Peru, sendo por essa razão que o portal foi construído aqui. Também tenho planos para concluir as pragas do “Eser Ha-Makot”, afinal sempre devemos terminar o que começamos. Faz parte dos meus planos, principalmente, fazer com que seu sofrimento seja proporcional ao de todos nós, que perdemos tudo com o fim de Lord Voldemort. Agora, com o Círculo Sombrio, assumi a aparência do personagem Dr. Fu-Manchu, como você pode ver e também muitos de seus métodos.
_Aquela chantagem biológica com o vírus Inferno 300 já foi o bastante para saber o que você pretende. E agora, o que fará? Irá contaminar o Ministro da Magia com Anthrax?
_Já pensei nisso, Sr. Malfoy. Arthur Weasley terá sua cota de sofrimento em nossas ações, mas quando chegar a hora. Nesse momento, para iniciar seus tormentos, direi a você quem sou eu.
_E se não conseguir me matar? Acha que isso valerá quebrar seu Feitiço Fidelius? _ perguntou Draco.
_Não, meu jovem. Em seguida ocultarei essa informação através de um fortíssimo Feitiço de Memória, adicionado de outros que aprendi no Necronomicon. Nos seus sonhos, você saberá quem sou eu mas, ao despertar, esquecer-se-á por completo da minha identidade. Isso irá, com o tempo, enlouquecê-lo, sem que você sequer saiba a razão. No final, irá implorar para que eu o mate, o que farei com muito gosto. Vou, então, declinar ao seu ouvido o segredo, a resposta à pergunta de um milhão de galeões. A verdadeira identidade de “Escuridão”. _ no momento em que “Escuridão” inclinou-se para falar ao ouvido de Draco, a porta abriu-se e “Sombra” entrou, juntamente com alguns bandidos.
_Eu pedi para não ser interrompido, “Sombra”! _ disse “Escuridão”, bastante mal-humorado.
_É importante, “Escuridão”. _ disse “Sombra” _ Fomos informados de que Harry Potter já sabe do paradeiro dos Malfoy e está organizando uma operação de resgate.
_Eu não esperava mesmo que o maldito Testa Rachada demorasse para nos descobrir, ainda mais que ele está com o volume do Necronomicon que estava guardado no subterrâneo do campo de papoulas de Mandalay e que tem todas as informações sobre o templo. A única coisa que não constava do livro era a data do alinhamento planetário, isso tivemos de descobrir por nós mesmos. Nossas defesas já estão prontas, “Sombra”. Você não tem com que preocupar-se. Agora, deixem-me a sós com o Sr. Malfoy. Tenho de terminar alguns assuntos com ele.
“Sombra” e os outros bandidos saíram da sala (“Se ‘Escuridão’ está fazendo o que eu penso que vai fazer, será ótimo. Ele estará plantando mais uma semente de sua destruição”, pensou “π”, que fazia parte do grupo).
_Como eu dizia, Sr. Malfoy, é chegada a hora de iniciarmos sua tortura, escondendo minha real identidade no mais profundo do seu subconsciente. Eu sou... _ e, ao ouvir o nome que “Escuridão” declinou ao seu ouvido, Draco arregalou os olhos e seu rosto, já bastante claro, empalideceu de fúria por uma fração de segundo, antes que “Escuridão” lançasse seu feitiço _ “Obliviate Consciens Informatio”!! Agora, Sr. Malfoy, pode retornar à sua cela.
“Escuridão” tocou uma sineta e dois bandidos apareceram, para conduzir Draco à sua cela.
Em Hogwarts, os preparativos para o resgate prosseguiam. As crianças haviam sido levadas para seus alojamentos e os Inseparáveis revisavam os planos.
_Entraremos no Templo de Quetzalcoatl misturados aos turistas. Nessa câmara (e Harry indicou uma das câmaras do Templo) há um entalhe que deve ser pressionado enquanto se realiza uma invocação. Essa é a chave para o acesso ao complexo de cavernas subterrâneas. Uma vez lá, tentaremos localizar o Ki de Draco e Jan, obviamente preparados para enfrentar um bom número de bandidos bruxos e trouxas do Círculo.
_Teremos de ser o mais silenciosos que pudermos. _ disse Sirius, que acabara de chegar _ Também estou indo, gente. Não poderemos ficar com muita desvantagem. E também deveremos ter em mente que aquelas cavernas prestam-se de forma excelente para emboscadas.
_Ainda mais que eles já estão lá há algum tempo e devem estar com suas defesas preparadas. _ disse Minerva.
_Sem contar com uma boa quantidade de armadilhas. _ disse Neville.
_Dividiremos os grupos, então. _ disse Dumbledore _ O primeiro escalão ficará a meu comando e será formado por mim, Harry, Gina, Neville e Luna.
_O segundo escalão ficará a meu comando. _ disse Mason _ Seremos eu, Sirius, Rony, Hermione...
_E eu. _ disse Ayesha _ Não posso ficar de fora de uma operação como essa, nem que seja para evitar que o meu Cachorrão faça alguma besteira.
OK. _ disse Dumbledore _ Vamos ao equipamento, então. Varinhas de Mirtheil, espadas, equipamento Ninja padrão, etc. Vamos evitar usar explosivos, porque poderão causar desmoronamentos ou queimar o oxigênio lá embaixo.
_Cada um levará apenas uma pequena carga de C-4 e um detonador não-eletrônico para dispará-la, por segurança. Bastará uma para poder destruir a Sétima Porta de Cronos. _ disse Mason.
_Harry, talvez seja melhor levar a “Espírito do Artífice”, em lugar de sua Hanzo. _ recomendou Sirius.
_Tem razão, Sirius. É bom termos uma espada poderosa conosco. Sabe-se lá se algum deles está levando uma Murasama.
_Bom, muito bom. _ disse Dumbledore _ Vamos à Sala Precisa, para providenciarmos o que precisamos.
_E as crianças? _ perguntou Minerva _ Adriano deixou uma Orelha Remota aqui.
_Que eu já desativei. _ disse Harry, segurando na mão a Orelha Remota que Adriano havia deixado escondida na sala _ Não se preocupem, pois os nossos “anjinhos” não poderão tentar nada.
Harry só não contava com uma coisa, com uma outra Orelha Remota, esta à prova de detecção, deixada bem escondida na sala, por seu próprio filho, Tiago.
Em uma sala desocupada, junto ao Departamento de Transfiguração, as crianças haviam sido alojadas, sob a responsabilidade de Marilise. Esta, vendo que todos estavam bem comportados, não se preocupava muito. Afinal de contas, o que poderiam fazer? Ela sequer imaginava que muita coisa.
Para começar, os receptores das Orelhas Remotas estavam muito bem escondidos, debaixo dos cabelos de Sabrina, Narcisa, Lílian, Mafalda, Fernanda e Simone. As meninas ouviam tudo o que se passava no Gabinete da Diretora, quando os bruxos retornaram da Sala Precisa para discutirem a estratégia.
Na sala, haviam sido colocadas várias camas com dossel, iguais às dos dormitórios das Casas, em cujas cortinas de veludo negro via-se o brasão de Hogwarts. Todos aqueles que ainda não estavam estudando na escola de magia tinham lá uma cama com seu nome: Tiago, Lílian, Mafalda, Narcisa, Sabrina, Julius, Fernanda e Simone. Além disso, um conjunto de carteiras estava agrupado em parte da sala, pois não iriam negligenciar os estudos comuns, Marilise encarregar-se-ia daquilo. No intervalo das aulas, receberam a visita de Adriano, Cliff, Soraya, Nereida, Larissa e Vicenzo. Enquanto os outros distraíam Marilise, Adriano conversava com a irmã.
_E aí, Ciça? Alguma novidade?
_Até o momento não, Dri. _ sussurrou a loirinha _ Eles devem estar há algum tempo na Sala Precisa, obtendo o equipamento.
_Já faço idéia do que eles vão levar. _ disse Adriano _ Trouxeram o que eu pedi?
_Sim. Tiago e Lílian tiveram de pedir a Dobby, assim como eu tive de pedir a Ziggy, rogando que guardassem segredo.
_Certo. Mafalda já me fez sinal de que também conseguiu. Soraya e Nereida estão prontas. Só precisamos monitorar as conversas deles, para sabermos o momento.
_E você já fez a sua parte? _ perguntou Narcisa.
_Quase tudo. Agora é só ficarmos de olho nos adultos e executarmos tudo no tempo certo.
_Nosso timing terá de ser perfeito, Dri.
_As Jóias de Comunicação serão muito importantes, Ciça, tanto as nossas quanto as de Cliff e Mafalda. Fiquem de olho na vovó e preparem-se.
OK, mano. _ os irmãos abraçaram-se e Adriano saiu, depois de despedir-se da avó.
Próximo das 18:00 h, Adriano recebeu o aviso de sua irmã, pela Jóia de Comunicação.
_Dri, eles estão se movimentando. O rastreador que Mafalda colocou na Tia Mione está começando a dar sinais. Temos de chegar à Direção antes deles.
_Eu calculava que fosse por volta dessa hora. Eles tinham de levar em conta o fuso horário.
_Sim, o horário do destino deles é seis horas mais cedo do que o GMT (Greenwich Meridian Time). _ disse Narcisa _ Temos de começar a agir, vou avisar Sabrina.
_OK, mana. Estou quase chegando.
Marilise estava esclarecendo algumas dúvidas de Mafalda, quanto aos requisitos para os concursos de Primeira Prenda.
_É necessário possuir conhecimento da história do Rio Grande do Sul, suas tradições, costumes, lendas, etc. Deve-se saber dançar, ter conhecimento das vestimentas tradicionais, inclusive pequenos detalhes. Quando eu venci o concurso no CTG que freqüentávamos, lá em São Borja, a guria que tirou o segundo lugar estava parelha comigo, mas acabou perdendo por deixar a bomba entupir, quando preparou o chimarrão.
_Excelente idéia, vovó. “Illex! Thermo!” _ disse Adriano, que acabara de entrar e, ao ouvir as palavras da avó, conjurara um chimarrão. Nereida, Soraya, Larissa e Vicenzo entraram logo em seguida e a cuia começou a passar entre eles, enquanto Marilise continuava contando a história.
_Naquele dia, conheci Adriano. Eu tinha dezesseis anos e ele vinte e oito. Era Capitão, já havia feito a EsAO e havia sido designado para comandar um Esquadrão no 2º RCMec (Regimento de Cavalaria Mecanizado) . Sua primeira esposa havia morrido em um acidente de trânsito, no Mato Grosso do Sul, na época em que ele servia no 11º RCMec, em Ponta Porã. Eles não tiveram filhos. Tornou-se amigo de minha família e era bastante ligado a meus pais, até que teve de ser transferido. Depois, ele voltou para o Rio Grande do Sul e me pediu em casamento. Ainda que a diferença de idade fosse grande, meus pais e eu não pusemos obstáculo algum e casamo-nos. Ele estava com trinta e três anos e eu com vinte e um. Dois anos depois, nasceu Janine e, quando ela cresceu um pouco mais, retomei a Faculdade, tornando-me especialista em Idiomas. Quando Janine estava com treze anos, houve o acidente de pára-quedismo no qual Adriano morreu. Aos quinze ela voltou para a Inglaterra, onde Adriano havia sido Adido Militar na Embaixada do Brasil e aos dezesseis conheceu Draco. Espero que Harry e os outros consigam resgatá-los e trazê-los de volta em segurança.
_Eu também, mamãe. _ disse Sabrina, que acabara de cevar a cuia e a passava às mãos da mãe.
_Adriano, seus feitiços estão cada vez melhores. Você conjurou um chimarrão com uma erva tão boa como se tivesse saído de uma das melhores ervateiras do interior... do... Rio... Grande... do... Sul... Espere... aí..., Sabrina. O... que... foi... que... você... pôs... nesse... mate..., minha... filha? _ disse Marilise, começando a sentir-se sonolenta e a tropeçar nas palavras.
_Desculpe, mamãe. Eu tinha de fazer isso. _ disse Sabrina.
_De outro modo, não poderíamos fazer o que estivemos planejando, vovó. Sinto muito. _ disse Adriano.
_Nós não poderíamos ficar parados, apenas aguardando os acontecimentos. Temos de fazer algo. _ disse Nereida.
_E, se não fizéssemos isso, a senhora daria um jeito de nos impedir, Tia Marilise. _ Soraya amparou Marilise, que estava mais e mais sonolenta.
_E isso nós não podemos deixar. _ disse Tiago _ E, antes que alguém possa dizer algo, eu afirmo que temos condições de ajudar.
_Temos treinamento Ninja. _ disse Lílian.
_E sabemos o que devemos fazer. _ disse Mafalda.
_Lamentamos por termos sido obrigados a usar a Poção de Sono que Sabrina colocou no chimarrão, antes de lhe passar a cuia. _ disse Cliff, ajudando Soraya.
_Nós ficaremos com a senhora, Tia Marilise. Não temos um treinamento tão avançado quanto o dos outros. _ disseram Fernanda e Simone, ajudando Marilise a caminhar para uma das camas.
_Prometo que voltaremos todos vivos, Tia Marilise. _ disse Larissa, ajudando a deitar Marilise.
_Nós já temos alguma experiência de combate. _ disse Vicenzo.
_Novos... Marotos..., vocês... são... umas... pestes..., inclusive... você..., Sabrina..., minha... filha. _ disse Marilise, fechando os olhos e adormecendo.
_Pronto, vovó dormiu. _ disse Adriano _ Vamos para o Gabinete da Direção. Quem pegou a senha?
_Eu peguei, Adriano. _ disse Lílian _ E, como a Orelha Remota que Tiago instalou é à prova de detecção, eles não podem tê-la mudado.
_Beleza, Lily. Vamos nos dividir, então. Primeiro grupo: eu, Tiago e Mafalda.
_Segundo grupo: eu, Nereida e Vicenzo. _ disse Cliff.
_Terceiro grupo: Julius, Larissa e eu. _ disse Sabrina. E você, Soraya?
_Eu e Lílian vamos separadas, Bree. Sou a única de nós que já sabe fazer o Feitiço de Desilusão. Vou fazê-lo em nós duas, pois ficaria difícil agrupar quatro de nós ai em baixo, de qualquer forma. _ Soraya fechou as cortinas da cama de Marilise, enquanto Narcisa, Tiago e Cliff tiravam volumes de dentro de suas mochilas: as Capas de Invisibilidade de Harry, Draco e Rony, que Dobby e Ziggy haviam pego de seus patrões, a pedido das crianças e que Mafalda contrabandeara de casa (Rony, distraído como sempre...).
Agruparam-se, três debaixo de cada capa e saíram, com Soraya e Lílian logo atrás, de mãos dadas, sob o Feitiço de Desilusão. Em bolsas Shinobi, com Feitiços de Ampliação Interna, levavam o material que Adriano, Nereida, Cliff e Soraya haviam obtido da Sala Precisa e contrabandeado para o quarto. Após algum tempo, chegaram à gárgula que guarnecia a entrada do Gabinete da Diretora de Hogwarts.
_Creio que conseguimos chegar antes deles. Não ouço nada no gabinete, gente. _ disse Lílian _ “Donovan Chang Cho-Yen, Estrela dos Jade Dragons”.
A gárgula afastou-se e a escada começou a subir. Por ela foram os Novos Marotos. O Gabinete da Direção estava vazio, os bruxos ainda não haviam chegado. Em silêncio, as crianças postaram-se em lugares nos quais não haveria o risco de esbarrarem nelas. Logo, as portas de madeira maciça abriram-se e eles chegaram, com seus equipamentos.
_Certo, gente. Vamos nos preparar para irmos. Onde estão as Chaves de Portal, Prof. Dumbledore? _ perguntou Sirius.
_Estão aqui. _ disse Dumbledore _ Cinco Chaves de Portal, com destino a Teotihuacan. Primeira Chave, Harry e Gina.
_Estamos aqui. _ o casal segurou uma bandeja de prata.
_Segunda Chave, Sirius e Ayesha.
_Prontos. _ disseram os Black, segurando um pedaço de corda.
_Terceira Chave, Rony e Hermione.
_Somos nós. _ o ruivo e sua esposa seguraram um bule de estanho.
_Quarta Chave, Neville e Luna.
_Nossa vez. _ os dois pegaram um volante de Mercedes.
_E a Quinta Chave ficará comigo e Derek. _ disse Dumbledore, segurando com Mason um grande Harisen (leque japonês de papel, usado para fazer barulho nas antigas comédias teatrais de Kyoto) _ Preparados? Um, dois e... TRÊS!!!
Um brilho e os bruxos desapareceram do Gabinete, diante dos olhos de Minerva McGonnagall, que rezava para que todos pudessem voltar sãos e salvos.
Nem ela e nem os outros perceberam que haviam bruxinhos pegando carona nas Chaves de Portal, pois estavam tocando nelas ao mesmo tempo que seus pais e amigos, enquanto elas eram ativadas. A habilidade de reduzir o Ki e utilizar Oclumência havia sido muito bem aprendida.
Depois de uma viagem praticamente instantânea, chegaram aos arredores do sítio arqueológico de Teotihuacan. Todos eles já estavam disfarçados com outras aparências, inclusive Dumbledore. O velho bruxo optara por não reduzir muito o comprimento de seus cabelos e barbas, o que lhe dava o aspecto de um Hippie, para o qual o Verão do Amor de 1968 não havia acabado.
Conforme o grupo aproximava-se do Templo de Quetzalcoatl, debaixo do sol de meio-dia (Devido à diferença de fuso horário), Ayesha notou um grupo de pessoas, fazendo uma limpeza na parede lateral de uma edificação, onde viam-se diversas pichações.
_Nem monumentos tombados como Patrimônio Histórico da Humanidade escapam da ação de vândalos. _ comentou a bruxa.
_Porto Alegre não está muito diferente. _ disse Mason _ Da última vez em que eu e Marilise estivemos lá notei que, mesmo havendo muros reservados para a grafitagem, com imagens artísticas e bastante coloridas, chamavam a atenção as pichações com caracteres grotescos, nos edifícios, muros e monumentos, dos quais chegaram a ser roubadas até mesmo as placas e ornamentos de bronze. Só não fazem pior porque a Brigada Militar e a Guarda Municipal intensificaram a vigilância. Mesmo assim, a cada dia surgem novas pichações.
_É como mamãe me disse certa vez. “Os nomes dos bobos estão por todos os lugares". _ sussurrou Mafalda ao ouvido de Tiago, atrás do grupo dos adultos. O primo concordou com um aceno de cabeça.
_Ouviram alguma coisa? _ Harry perguntou para os outros. As crianças estacaram, com medo, debaixo das Capas de Invisibilidade. Harry Potter era conhecido por seus sentidos aguçadíssimos.
_Não, nada. _ respondeu Sirius, dono de uma excelente audição.
_Deve ter sido impressão. Remus e Tonks poderiam ser bem úteis, se não fosse semana de Lua Cheia.
_Sim, eles e Randolph viajaram para a Argélia, onde estão colaborando com um grupo de bruxos que estão aperfeiçoando a Poção Mata-Cão, para que ele mantenha o controle de sua mente, mesmo transformado. _ comentou Neville, lembrando-se do professor _ Será que nunca vão encontrar uma cura definitiva para a Licantropia?
_As pesquisas avançam, um dia encontrarão algo. _ disse Hermione.
Como as crianças sabiam que os adultos estavam indo para o Templo de Quetzalcoatl, procuraram ir na frente, para estarem na câmara ao mesmo tempo em que eles.
_Foi por pouco. _ sussurrou Soraya.
_Papai quase nos pegou. _ concordou Lílian.
_Não trouxemos varinhas, só equipamento Ninja. _ comentou Julius, bastante curioso _ Por quê?
_Podem haver Sensores de Atividade Mágica no local, papai já me falou deles. _ explicou Adriano _ Se tivéssemos trazido nossas varinhas...
_... A missão terminaria antes de começar. _ completou Tiago _ Só os Aurores e algumas outras pessoas que colaboram com eles, tipo os Inseparáveis, possuem varinhas de madeira de acácia, com cerne de três fios de pêlo de cauda de unicórnio trançados e revestimento de liga de Mirtheil, que são indetectáveis quando não disparam feitiços.
_Então, teremos de fazer as coisas à moda Ninja. _ comentou Nereida.
_Exato. _ concordou Narcisa _ Varinhas, só se as capturarmos.
_Como nossos pais vão acabar entrando em combate, logicamente sobrarão varinhas de bandidos do Círculo no terreno. _ disse Cliff.
_E que irão “desaparecer” misteriosamente. _ disse Vicenzo.
_Certo, gente. Só não vamos contar com os ovos dentro das corujas, pois teremos de entrar logo em seguida aos nossos pais. _ disse Lílian.
_E vai ser agora. _ comentou Larissa _ Eles já estão entrando.
Assim que os bruxos entraram, Dumbledore moveu sua varinha, disfarçadamente, executando um Feitiço Espanta-Trouxas. Os outros turistas sentiram uma súbita vontade de irem para outros locais do templo e deixaram somente os bruxos ali. Então, Harry foi até um canto da câmara e localizou um pequeno entalhe, protegido para evitar que fosse pressionado acidentalmente, praticamente invisível para quem não estivesse procurando especificamente por ele e que representava uma cabeça de serpente. Pressionou o entalhe e uma parte do chão da câmara abriu-se, deixando ver uma escada que descia até as profundezas dos subterrâneos, onde encontravam-se as tumbas secretas e, mais importante, a Sétima Porta de Cronos, que eles teriam de destruir. Desceram pelas escadas, sem notarem que onze bruxinhos seguiam-nos, invisíveis.
_Está ficando um pouco quente. _ sussurrou Hermione.
_É que o terreno aqui é vulcânico. _ respondeu Harry _ Lembra-se da lenda da fundação da Cidade do México?
_Lembro. Os deuses haviam ordenado que a nova capital deveria ser construída no local onde encontrassem uma águia com uma serpente nas garras. E eles a encontraram.
_Só que ela estava no galho de uma árvore. _ disse Rony.
_E a árvore em uma pequena ilha. _ disse Sirius.
_E a ilha, no centro de um lago. _ disse Mason _ O lago teve de ser aterrado, para a construção da cidade.
_E, além de tudo, haviam vulcões na área. _ comentou Ayesha _ Por isso há um cheiro de enxofre em algumas áreas.
_Se os antigos habitantes não fossem engenhosos e não tivessem bolado um eficiente sistema de ventilação, estaríamos assados ou asfixiados. Mas dá para sentir as correntes de ar. _ disse Dumbledore.
_Preparem-se. _ sussurrou Gina _ Parece que há alguns bandidos um pouco mais à frente, preparando uma emboscada. Alguns não estão sequer tentando ocultar o Ki.
_Quantos você conseguiu identificar, querida? _ perguntou Harry.
_Doze, mas podem haver mais. A caverna abre-se em um salão, onde eles estão. Que tal umas bombas luminosas?
_Boa idéia. Procurem acertá-los com dardos ou golpes. Eles certamente têm Sensores de Atividade Mágica. _ disse Sirius.
_OK, Sirius. _ disse Harry _ Vamos lá? Um..., dois... e... TRÊS!!!
Várias bombas-Ninja foram lançadas para dentro do salão, ofuscando os olhos dos bandidos. O time dos Inseparáveis e da Ordem da Fênix adentrou o local, golpeando e lançando dardos Shuriken. Mesmo com sua idade avançada, Dumbledore movia-se e atacava como um velho mestre Shaolin. O Círculo começava a ficar em desvantagem, até que Neville atentou para a verdade.
_Caímos em uma armadilha! Procurem sair daqui, rápido!
No último instante, vários Ki elevaram-se e, de passagens laterais, saíram outros membros do Círculo Sombrio, que levaram compactas zarabatanas às suas bocas e sopraram pequenos dardos, que atingiram a todos os bruxos da Luz, deixando de atingir, por um triz, as crianças invisíveis, que trataram de refugiar-se como puderam.
Harry e os outros tentaram reagir, mas descobriram que não podiam mover-se de maneira satisfatória, logo a seguir caindo ao chão. Com muito esforço, ele conseguiu dizer:
_Com... o q-que nos atingiram?
A resposta foi dada por “Escuridão”, em pessoa.
_Ora, ora, Harry Potter. Eu não esperava que vocês tardassem a chegar aqui. Permita-me satisfazer sua curiosidade. Vocês foram atingidos por dardos contendo um aperfeiçoamento de uma substância que os antigos sacerdotes utilizavam para aproximarem-se das divindades. É um composto de Mescalina e Psilocibina, que nós potencializamos em nossos laboratórios. Ele provoca, em um primeiro momento, desorientação, perda de coordenação e paralisia muscular parcial. Depois, vem a euforia e as alucinações. Por último, letargia, torpor e sonolência, que dura de vinte e quatro a trinta e seis horas, tempo mais do que suficiente para que eu concretize os meus planos, sem que nenhum de vocês me atrapalhe. Agora deixem que meu pessoal leve vocês para as agradáveis acomodações que lhes estão reservadas.
A uma ordem de “Escuridão”, os bandidos levaram Harry, Dumbledore e todos os outros para uma outra câmara, convertida em cela, perto da de Draco e Janine. A substância dos dardos prosseguia em seu efeito, pois eles começavam a dar algumas risadas e Harry percebia que os objetos pareciam distorcer-se e possuir uma aura iridescente à sua volta.
Toda a atenção do Círculo estava voltada para a captura dos Inseparáveis e da Ordem da Fênix, tanto que, quando levaram para uma enfermaria improvisada os bruxos que haviam sido atingidos por eles, sequer preocuparam-se em procurar por suas varinhas, deixando para fazer isso depois.
Se tivessem feito isso, teriam notado que exatamente onze varinhas haviam desaparecido do campo de batalha.
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