Apenas Amigos

DOMINGO, 1º DE DEZEMBRO
SALÃO COMUNAL, 10:00hs

A última semana foi muito conturbada, não tive tempo de escrever. Mas vou resumir agora.

Estive ocupada com os estudos, e também com as tarefas de monitora-chefe: rondas no corredor, relatórios, reuniões, aplicar detenções... mas Remus me ajudou com tudo, como um bom amigo e também monitor-chefe.

Me recuperei totalmente da minha anemia, e não precisei mais seguir aquela dieta horrível, apesar das recomendações severas de Emelina e Alice, que anda muito preocupada com o meu lado emocional, desde o acontecimento da semana passada.

Bem, vou explicar o que aconteceu depois daquela noite...

Dormi exausta, e acordei com os raios de sol me iluminando. Alice acordou em seguida, me deu um abraço e perguntou se eu estava bem. Menti que sim, e fui para o banheiro, lavar o meu rosto cheio de lágrimas secas, enquanto que Alice foi acordar Emelina.

A manhã correu normalmente, nem sinal do Potter. Durante as aulas, o vi de relance, e cruzamos o olhar. Desviei rapidamente, e procurei ficar o mais afastada possível. Foi assim o dia inteiro. À noite Alice quis conversar comigo sobre o motivo do meu choro da noite anterior, mas menti dizendo que um sonserino tinha me ofendido e tentado me azarar. Ela não acreditou nessa desculpa esfarrapada, mas deixou o assunto de lado. De qualquer forma, eu disse que já estava bem, e que aquilo não iria se repetir. Ela perguntou da detenção com James, e eu engasguei na hora. Disse que tinha corrido normalmente, ignorando totalmente o fato de ele ter me beijado e eu ter gostado, (apesar de admitir isso relutantemente apenas para você, diário). “Sei...” falou ela, e mudou de assunto.

Continuei evitando o Potter nos dias que se seguiram, e até ele mesmo estava me evitando, marcando vários treinos de quadribol no horário em que todos costumávamos estudar juntos (eu, Alice, Emelina,Frank e os marotos, com a exclusão de Peter que preferia visitar a cozinha). Nossos amigos estavam estranhando, principalmente Sirius, que ficava surpreso ao ver que James não me chamava mais pra sair, e fugia de arranjar uma detenção. “Alguém sabe o que deu nele? Sinceramente, o James não é o mesmo de antes...” falou ele várias vezes durante a semana, no que Remus e as meninas concordavam. Eu, apenas ficava quieta e estudava.

A semana passou rapidamente, e o primeiro fim-de-semana de dezembro, no caso hoje, estava chegando, fazendo Sirius vir me procurar, na sexta-feira.

- Hey Lily, será que eu poderia falar com você? – chamou Sirius ao fim da aula de Transfiguração.

- Fala.

- Sabe aquilo que você falou de juntar a Emelina e o Remus?

- Sei... – tinha me esquecido completamente dos meus amigos apaixonados...

- Pois é, domingo é o passeio pra Hogsmeade, a idéia ainda ta de pé?

- Claro, está sim. Vou dizer a ela que tem um admirador secreto que quer encontra-la lá.

- Certo. Vou falar com o James, e a gente bola alguma coisa pra arrastar o Remus pra fora da biblioteca no domingo - à menção do dito cujo, baixei os olhos imediatamente

- Hum... ta... er, eu tenho que ir agora... – falei sem jeito e me virando para sair, quando ele me puxou pelo braço.

- Lily, ta tudo bem entre você e o James? Sei lá, os dois estão agindo estranho ultimamente desde aquela detenção...

- Não tem nada de errado comigo, quanto ao seu amigo eu não sei. Já vou indo... – e saí quase correndo para a aula de herbologia.

Naquela mesma noite, falei com Emelina sobre o passeio:

- Mel, vamos a Hogsmeade no domingo? – perguntei casualmente

- Ah, não sei... estive tão ocupada com os vários treinos de quadribol que o James marcou nesses últimos dias, que pensei em fazer os deveres de casa esse fim-de-semana...

- Ah não, vamos sair! Depois eu te ajudo com os deveres! – falei apreensiva

- Nossa, por que quer tanto ir nesse passeio? Por acaso arranjou um encontro e nem me contou?

- Bem, mais ou menos... na verdade o encontro é pra você...

- O que! Mas, como você faz isso sem antes me consultar!

- Calma, eu vou explicar. É um rapaz que gosta muito de você mas é tímido, e por isso pediu pra eu te convidar... ele vai estar te esperando em frente à Casa dos Gritos...

- Mas... quem é ele?

- Isso eu não posso dizer... – Emelina abriu a boca indignada, pronta a protestar, mas a interrompi antes que começasse – é um admirador secreto! Se eu disser quem é, vai estragar a surpresa!

- Ta bem, eu vou... mas se ele for um completo idiota...

- Ele não é, eu prometo! E sei que vai gostar dele!

- O.k... agora preciso que me ajude a encontrar uma roupa para esse “encontro às cegas”! – rimos.

­Sirius me contou como foi que ele e James convenceram Remus. Disseram que se não fosse se encontrar com sua admiradora secreta, iriam espalhar pra escola inteira um segredo dele. Remus aceitou na hora. Ainda não acredito que ele tenha um segredo que eu não sei... mas acho que está relacionado às constantes viagens que ele faz...

Bem como pode ver, hoje é domingo, dia da operação-cupido para Emelina e Remus. Estou aqui embaixo, vestindo uma calça jeans escura, blusa de lã bege, cachecol e gorro vermelhos, já que está muito frio e parece que vai nevar. Adoro quando neva. Me sinto tão mais... feliz. Sinto que tudo é possível. Agora, voltando ao assunto, Emelina já está descendo. Sirius, James e Remus foram na frente, pra não gerar suspeitas no casalzinho.

Agora já vou. Vou levar você na minha bolsa, para relatar o encontro dos dois, se puder. Até mais tarde.

HOGSMEADE, BANCO EM FRENTE A UM LAGO, 11:00hs

O.k, primeira parte da operação-cupido cumprida com sucesso! Enquanto Emelina estava distraída olhando uma vitrine, encontrei Sirius e ele disse que Remus já estava no local combinado. Ele disse também que tinha conseguido afastar qualquer um da área do encontro, para não haver dúvidas. Chamei Emelina e disse que seu admirador já estava esperando-a. Enquanto ela se dirigiu nervosa até a cerca da Casa dos Gritos, eu, Sirius e o Potter a seguimos disfarçadamente, tomando um outro caminho.

Sugeri que ficássemos observando os dois por detrás de uma árvore grande e frondosa que tinha ali perto, e que nos ocultava perfeitamente. Mas os meninos tinha uma idéia melhor. James tirou do bolso do casaco uma capa leve e transparente, que descobri ser uma capa-da-invisibilidade, e jogou sobre nós, mas como o espaço era pequeno, ficamos bem juntos (eu estava quase colada em James)... Sirius não ficou muito tempo conosco, porque disse que tinha um encontro e nos deixou sozinhos vigiando os dois.

Vou escrever aqui a conversa fofa dos dois apaixonados:

- Ahn... olá... – falou Emelina timidamente para o rapaz que estava à sua frente, virado de costas.

- Oi, você deve ser a... – falou Remus se virando para ver Emelina e boquiabrindo-se surpreso. – E-Emelina?

- R-Remus, é você? – perguntou ela surpresa, mas deixando abrir um sorriso.

- Eu... é, bem... me disseram pra vir aqui e...

- É, também me disseram que alguém estaria aqui me esperando... – falou ela murchando – acho que armaram algum tipo de brincadeira pra nós... bem, eu vou indo então... – e se virou para ir embora, cabisbaixa. Um pouco afastado dali, eu praguejava:

- Ai, eu não acredito nisso! Ta dando tudo errado! Volta lá Mel!

- Calma, Lily, talvez... – estremeci e olhei para James instantaneamente. Era a primeira vez que nos falávamos desde o acontecido. – olha lá! O Remus está indo atrás dela!

- Espera, Emelina! – falou Remus, segurando-a pela mão, no que fez a minha amiga corar fortemente – sabe, já que estamos aqui... eu... tenho uma coisa pra te dizer... – ela o encarou tímida e esperançosa.

- É... é mesmo?

- Sim... eu, queria que você soubesse – ele baixou os olhos – que desde que a conheci... eu... gosto de você – falou tão baixo que Emelina não ouviu, assim como eu e James, que tentou me controlar pra que não gritasse para ele repetir. Felizmente, minha amiga fez o que eu tinha em mente.

- Desculpe, eu não ouvi... o que você disse?

- Eu disse que... gosto de você... muito... – disse agora olhando-a nos olhos, de forma bem audível até para mim. Emelina abriu um sorriso instantâneo e falou desnecessariamente, ainda sorrindo:

- Desculpe, acho que não ouvi direito. Poderia falar mais alto?

- Eu... - começou ele desconcertado - eu gosto de você! – falou suficientemente alto para que até eu ouvisse com clareza. Mel pulou no pescoço de Remo, deixando-o completamente surpreso e corado, mas feliz e aliviado.

- Eu também gosto de você! Muito! – falou Emelina soltando-o e beijando-o apaixonadamente. E então, começou a nevar...

- Ah! Deu certo! Conseguimos, James! – gritei alegre e abraçando-o entusiasmada. Ele retribuiu o abraço, nos soltamos e ele olhou fundo em meus olhos. Senti seu rosto se aproximando, e foi quando percebi o que tinha feito. Larguei-o imediatamente, fazendo a capa escorregar até nossos pés e fugi dali correndo, deixando James e o novo casal pra trás.

E agora estou aqui, me escondendo. Mais tarde passarei no Três Vassouras, para encontrar Alice e Frank, como tinha prometido, e espero não encontrar o Potter por lá...

DORMITÓRIO FEMININO, 21:00HS

Tá, vou ser bem direta: o Potter me encontrou e eu não fui encontrar Alice tão cedo. Remus e Emelina nos viram quando a capa caiu e pediram uma explicação a ele; depois foram ao encontro de Alice, Frank, e Sirius, que descobriram, estava levando um fora de Marlene McKinnon (lembra dela? do meu dormitório, e ele já estava de olho nela há algum tempo...), que acaba de ganhar crédito comigo, e tinha desaparecido mais uma vez. O que o Potter queria comigo? Você vai saber agora:

Lá estava eu, deitada de barriga para cima num banco frio de uma praça afastada do povoado, em frente a um pequeno lago, a neve caindo esplendidamente, formando uma linda paisagem à minha frente, enquanto eu pensava comigo mesma, "por que eu tinha dado aquele abraço no Potter?" 'porque você gosta dele, e queria que ele a beijasse novamente como naquele dia na sala comunal. Ele até tentou, mas você não deixou...' falou uma vozinha na minha cabeça "não, não é verdade, eu não gosto dele. E não queria beijá-lo novamente." Rebati para mim mesma. Como sou ingênua... Foi então que o Potter apareceu, correndo pela praça, os cabelos salpicados de neve, assim como toda a sua roupa. Pelo visto, a neve estava caindo mais violentamente. Na verdade, não dava pra ver quase nada pela frente, tudo estava coberto por flocos de neve furiosos que se agitavam de acordo com o vento gélido e impiedoso.

- Lily! - ele chamou preocupado. Por que ele está sempre preocupado comigo?- o que é que você está fazendo aqui? - eu nada respondi, só levantei do banco e fui me afastando lentamente, sem tirar os olhos dele.

- Estava apreciando a paisagem... - respondi simplesmente; agora ele estava à minha frente.

- O quê? - ele fez uma cara incrédula, balançou a cabeça e continuou - Todos já voltaram pro castelo por causa dessa nevasca, e estávamos preocupados com você! Não está com frio?

- Agora que você mencionou... um pouco, eu acho... - respondi espantada. Como fui tão tapada de não perceber a nevasca? Sou muito distraída!

- Vamos, precisamos voltar logo! - e pegou na minha mão, ao mesmo tempo em que eu a puxava de volta - O que foi? - ele perguntou confuso.

- Acho que devíamos ficar afastados... - falei sem pensar. Isso é hora de discutir nossa relação? Nossa, como isso soou mal... bom, mas você entendeu o que quis dizer, a relação de 'beijar-brigar-ficar amigos-beijar de novo-ficar afastados-abraço espontâneo-quase beijo'... essa relação.

- Mas, o q...?

- Eu disse que acho melhor nos mantermos afastados...- gritei, o vento uivando e eu quase me desequilibrando e caindo - e eu posso me cuidar sozinha!

- Lily, deixe de besteira e me dê a sua mão, está quase congelada! - ele gritou mais impaciente.

- Não! Me deixe em paz, Potter! - falei insandecida, subindo um pequeno morrinho de neve que tinha atrás de mim, e caindo na neve fofa e gelada.

- Lily, por favor, não é hora de termos essa conversa! - ele gritou de volta irritado - Vem, me dá sua mão, eu te tiro daí! - obedeci silenciosamente, estendendo minha mão. Maldito dia em que eu tinha que esquecer as luvas... as mãos dele estavam tão quentinhas...

Ele passou um braço pelo meu ombro, trazendo-me para mais perto de si, ainda segurando minhas mãos, que ele tinha enrolado em seu cachecol, e me guiou pela nevasca densa até o castelo.

Chegando aqui, é desnecessário dizer que levei broncas e mais broncas, não só de Alice, Emelina e Remus, mas também da Profª McGonagall.

- O que pensa que estava fazendo, ficando naquela nevasca até essa hora, srta. Evans? Justo a srta., que é monitora-chefe! Não sabe que precisávamos de sua ajuda para guiar os alunos de volta ao castelo? Francamente, srta. Evans, esperava uma atitude mais responsável da sua parte!

- Desculpe professora...

- Não peça desculpas a mim, mas aos seus amigos que estavam preocupados com a srta, principalmente o sr. Potter - olhei de esguelha para James, que baixou os olhos - por ter se arriscado a trazê-la de volta! E dez pontos a menos para a Grifinória, pela irresponsabilidade, e por faltar com o dever de monitora-chefe da sua Casa! E trate de se secar se não quiser ir para a Ala Hospitalar! - nunca a vi tão irritada em toda a minha vida...

- Nossa, ela pegou pesado... - falou Sirius, depois que ela tinha saído para sua sala

- Mas estava certa. Lily, por que fez isso? - falou James, ficando de frente para mim e me fazendo encará-lo

- Não sei, eu acho que me distraí... não percebi que a nevasca estava tão violenta... e também não estava sentindo frio...

- Isso porque suas mãs estavam tão geladas, que deveriam estar dormentes. Mas acho que a McGonagall já disse tudo. Não vou pegar no seu pé. - falou ele sério e dando as costas.

- Venha Lily, venha tomar um banho quente - disse Alice me puxando pela mão e sendo acompanhada por Emelina, que se despediu de Remus com um beijo na bochecha, deixando Remo corado e Sirius rindo da cara dele. Pelo menos o meu plano tinha dado certo... antes de subir as escadas que levavam ao dormitório, olhei uma última vez para James, que tinha os cabelos todos molhados e os lábios arroxeados. Senti-me culpada e envergonhada.

Tomei um banho extremameente quente, e tomei uma poção para resfriados, que sempre carrego comigo, para não ter que dar as caras na enfermaria. Alice e Emelina me olharam sérias, e exigiram que eu contasse tudo o que tinha acontecido

- Lily, por que você tava sozinha lá naquela praça? E o que exatamente aconteceu entre você e o James nos últimos dias? - perguntaram as duas

- Ta, bem, não dá pra esconder nada de vocês mesmo...

E contei toda a história. Contei do beijo na detenção, da semana em que ficamos nos evitando, de como nos reencontramos na operação-cupido, o quase-novo-beijo, e a briga sem sentido. As duas ouviram tudo com muita atenção, e reagiram ao fim da narrativa. Alice boquiabriu-se pasma, entendendo agora o motivo do choro, e Emelina soltou um "OH!" audível para todo o dormitório.

- Bom... eu acho que você devia agradecer ao James e também pedir desculpas por qualquer coisa que você tenha dito e que o tenha magoado... Já é a segunda vez que ele te salva da sua atual irresponsabilidade. - ponderou Alice. Suspirei.

- Certo... Que tal irmos jantar agora?

Voltei do jantar mais cedo, com a desculpa de um dever que eu tinha esquecido de fazer. Na verdade eu tinha a esperança de cruzar com James, que tinha deixado a mesa há pouco tempo, dizendo que precisava cuidar de "umas coisas".

Cheguei na sala comunal e não me surpreendi ao vê-lo sentado em uma poltrona próxima ao fogo, observando a noite escura. A nevasca tinha cessado, apenas alguns poucos flocos de neve caíam lá fora. Reuni coragem e me posicionei ao lado dele:

- James? - chamei apreensiva. Ele se virou pra mim na hora, com um olhar surpreso - precisamos conversar...

- Ah, claro. - ele se endireitou na cadeira, enquanto que eu me sentava em uma outra de frente pra ele - Pode falar. - ele mirou meu olhos, sério

- Eu... gostaria de te agradecer por ter me tirado da nevasca e me trazido de volta para cá... você se arriscou por mim e, eu ainda fui grossa com você... desculpe, eu...

- Não precisa se desculpar. Eu acho que mereço esse tratamento, depois do que fiz a você... - ele fez uma pausa - você está certa, temos que ficar afastados. Vou te deixar em paz... - e se levantou

- Mas... não era isso que eu queria dizer... - não sei porquê, mas lágrimas estavam se formando em meus olhos.

- Você disse exatamente o que quis dizer. E, quando você fugiu depois daquele beijo... - corei. - eu devia ter desistido...e ainda pensei que você gostava de mim... sou mesmo um idiota - falou ele rindo incrédulo (N/A: incrédulo tipo: como sou burro!)

- Não, James, não é nada disso que eu ia dizer! - gritei desesperada, as lágrimas correndo soltas pelo meu rosto. Sou mesmo muito retardada. Não tinha nada que ter brigado com ele em Hogsmeade...

- Lily... - ele falou, um pouco chateado, um pouco culpado.

- Olha, eu não concordo com muitas das suas atitudes, principalmente quando você sai por aí azarando qualquer um, mas não é por isso que eu vou querer você longe de mim... - essa última parte falei baixo, olhando para um buraquinho no tapete - ainda acho que podemos ser amigos... e, quanto ao beijo... - corei, olhando nos olhos dele, que estava estático próximo às escadas - eu é que peço desculpas por ter deixado acontecer... talvez eu... tenha dado falsas esperanças a você...

Ele me fitou surpreso, e ficamos em silêncio por um tempo. Ele se aproximou de mim, e pude perceber que ele ia falar alguma coisa, mas no exato momento em que ele abriu a boca, o buraco do retrato se abriu, e por ele entraram nossos amigos, conversando animadamente.

- E aí, Pontas, já cuidou dos seus a.ss.un.tos... - falou Sirius animado, mas nos vendo, a animação em sua voz foi morrendo aos poucos. Maldita hora que eles tinham que chegar! - ah... eu acho que vou subindo...

- Vou com você - disse James, surpreendendo a todos. Ele me olhou uma última vez e murmurou - Boa-noite, Lílian... - e sumiu pelas escadas, seguido dos outros marotos.

Subi também, na direção oposta, seguida por duas amigas totalmente confusas, e me atirei na cama, onde estou agora. Fechei meu cortinado com magia, para que as duas não me perturbassem com perguntas que ainda não estou pronta para responder, e por isso estou relatando tudo a você, diário.

- Lily, por favor, nos conte o que aconteceu! - grita Emelina aflita

- É Lily, o que aconteceu? Vocês dois se acertaram? Ou então não resolveram nada? Por favor, conta pra gente! - diz Alice

- Me deixem em paz! - grito - Não deu certo... - lamento

- O que? O que não deu certo? Por favor, Lily, deixe-nos entrar! - suplicam. Retiro o feitiço, e as duas pulam instantaneamente na minha cama, esperando que eu continue.

- Bem eu... agradeci por ele ter me tirado de lá, e pedi desculpas pela briga também, mas ele continua com raiva de mim...

- E... como você está se sentindo em relação a isso? - Emelina pergunta cautelosamente

- Ah Mel, me senti péssima, porque ele é legal comigo e eu acabo só falando besteira e afastando ele de mim. E... eu acho que gosto de tê-lo como amigo... - na verdade, mais que como amigo, mas deixa quieto. Não é hora de elas saberem disso.

- Então tente fale isso pra ele - concluiu Emelina

- Mas foi o que eu disse... - choraminguei. Sou mesmo muito chorona... eu que me pensava 'A' forte, estou me descobrindo como 'A' fraca...

- Então diga de novo! Insiste, Lily! Você vai querer ficar brigada com o James assim pra sempre? - nossa, que exagero. Mas... será? E se agente ficar brigado pra sempre?

- É, pode ser... ai, como sou besta! - enfio a cara no travesseiro

- Calma, não se desespere. Vocês vão se acertar de novo... - confortou-me Alice

- É, acho que sim... vamos dormir, tem aula amanhã... - falei por fim. Elas me abraçaram e foram dormir.

Acho que o que eu disse anteriormente ainda é válido. Tudo pode acontecer num dia de neve. Até mesmo brigar com quem se ama...

SEGUNDA-FEIRA, 02 DE DEZEMBRO
DORMITÓRIO FEMININO, 06:00hs

Acordei muito cedo hoje, para relatar um outro acontecimento, que aconteceu mais tarde na noite de ontem. Fui dormir, ainda preocupada com a conversa que tive com James. Por que eu estava me sentindo assim, eu me perguntava. Nunca tinha gostado dele e de suas investidas, sempre o vi como estúpido e arrogante. Mas agora começava a vê-lo com outros olhos... De qualquer forma, acordei no meio da noite com um pesadelo (não me lembro direito como era, mas sentia que algo muito importante tinha sido tirado de mim, era uma sensação horrível), e vi que não conseguiria mais dormir. Era 01:00 da madrugada, vesti meu roupão branco por cima do meu pijama de ursinhos (eu sei, uma garota da minha idade não deveria ter esse tipo de pijama, é realmente vergonhoso...), calcei minhas pantufas (normais, sem ursinhos) e desci para a sala comunal em silêncio. O fogo estava aceso, acho que está sempre aceso; me encolhi em uma poltrona macia e confortável próxima à janela, e fiquei observando os flocos de neve que continuavam a cair lá fora, quando ouvi uma voz rouca e familiar.

- Sem sono? - me virei assustada para ver o rosto de James, que estava no sofá atrás de mim, vestindo pijama branco e roupão preto, com chinelos de dedo.

- É... tive um pesadelo... - falei, me virando agora para o fogo que crepitava alto no silêncio da sala. - e você?

- Também tive um pesadelo... - passados alguns segundos, ele se levantou e veio em minha direção, enquanto eu o observava atenta - sabe, eu queria te falar uma coisa... - ele se sentou no chão na minha frente.

- E... o que é? - me ajeitei na poltrona, encarando-o apreensiva

- Bem, primeiro, me desculpe por ter sido grosso com você e...

- Não, eu é que... - interrompi

- Por favor, me deixe terminar... - balancei a cabeça afirmativamente, olhando para baixo -... e você está certa. Ainda podemos ser amigos...

-Claro, claro que podemos! Por favor, me desculpe! - falei. Ele sorriu e acenou a cabeça afirmativamente.

Passados alguns segundos silenciosos, eu disse me levantando - bom, vou voltar e tentar dormir mais um pouco... boa noite, James... - e dei um sorrisinho tímido

- Boa-noite, Lily... - e sumi pelas escadas do dormitório.

O.k, tudo resolvido. James não está mais chateado comigo, ele não vai mais me chamar pra sair, nem tentar me beijar, porque somos apenas amigos. Está tudo ótimo. O que mais eu poderia querer, não é mesmo? Quero dizer, eu voltarei a ser uma pessoa normal, livre da minha irritação constante e dos meu conflitos interiores. Tudo perfeito, como eu sempre quis, desde o meu quinto ano. Não é mesmo? No entanto, não me sinto leve e feliz, mas vazia e melancólica...

Acho que vai chover...

SEXTA-FEIRA,07 DE DEZEMBRO
CORUJAL, 17:00hs

Como eu previ na segunda-feira, choveu, e tem chovido a semana toda. A chuva está acompanhando minha melancolia, batendo ruidosamente nas janelas do castelo, me seguindo por onde eu passo. Não, não tem uma nuvem esclusiva chovendo em cima da minha cabeça, a chuva está chovendo para todos, inclusive deixando James, Sirius, Emelina e todos os jogadores de quadribol frustrados por não poderem treinar para o jogo da semana que vem.

Meus amigos estão estranhando essa minha tristeza. Até Sirius percebeu algo de errado comigo "Você nunca mais riu das minhas piadas nem me deu uma detenção. O que está acontecendo com você, Lily?" normalmente eu teria revirado os olhos e bufado com essa pergunta, mas apenas suspirei olhando para o nada. Alice já me botou contra a parede várias vezes, tentando saber o que se passa comigo, mas consegui escapar. Ninguém precisa saber do motivo dessa minha tristeza melancólica sem propósito... Acho que eu sofro por opção. E que não me permito ser feliz. Também acho que sou muito dramática... (N/A: ooohh! Só agora que descobriu?)

Você deve estar se perguntando, o que eu estou fazendo aqui, sentada no chão frio e sujo do corujal, não é mesmo? Quem sabe mandando uma carta para meus pais, ou então visitando minha coruja. Mas eu já mandei uma carta pros meus pais ontem, e não tenho coruja. Então, o que estou fazendo aqui? Não sei... queria me isolar do mundo, e como está chovendo cântaros, ninguém pensaria em despachar uma coruja, por isso vim pra cá. Por que quero ficar sozinha? Para meus amigos não ficarem preocupados comigo, querendo saber o porquê da minha tristeza, quando nem eu mesma sei... Certo, chega de lamentações. Acho que estou te deprimindo...

A chuva está diminuindo, e já posso ver os terenos encharcados da escola. Nunca reparei a bela vista que se tem daqui. É realmente inspirador... Ops, estou ouvindo passos...

DORMITÓRIO FEMININO, 23:00HS

Adivinha quem era no corujal? Não, não era James Potter. Está surpreso, não é mesmo? Pois é, sinto dizer, mas não era ele. Na verdade, era Bryan Leigh, setimanista da Corvinal. Alto, loiro, olhos azuis... lindo de morrer. É monitor também.

- Ah, oi, Lílian, não sabia que estava aí... vim mandar uma carta - falou ele surpreso. Óbvio que estva ali pra mandar uma carta, totalmente desnecessário dizer - Tudo bem?

- Olá Bryan, tudo bem comigo... Bem, eu já estava de saída...

- Ah, claro. Foi muito bom te ver... - eu estava saindo quando ele continuou - ah... você não gostaria de sair comigo um dia desses?

- Hum... eu... - me surpreendi com o pedido. Como assim um dos caras mais lindos me chamando pra sair?

- É que eu te acho muito bonita, inteligente, e... eu gostaria de sair com você, pra gente se conhecer melhor... mas não precisa responder agora...

- Está certo. Eu... vou pensar... - respondi com um sorrisinho tímido e saí para o salão principal, afinal já estava quase na hora do jantar.

Por essa eu não esperava... Chegando no salão principal, (fui uma das primeiras) vi que Peter Petigrew já estava ali esperando o banquete começar. É tão esfomeado que nem esperou os amigos. Me sentei no lugar de sempre, na ponta perto da mesa dos professores, junto com Marlene McKinnon, que também estava ali hoje. Como estávamos ambas sozinhas, começamos a conversar. Para meu espanto, a conversa foi ficando animada, e de repente já parecíamos amigas de infância. Ela me contou que gosta do Sirius, e tem um plano para deixa-lo completamente apaixonado por ela. Não sei se vai dar certo, mas ela está confiante. Logo depois, vi Alice-e-Frank se aproximando, acompanhados de Emelina-e-Remus, que andavam de mãos dadas, James e Sirius. Todos se sentaram perto de mim, e Sirius foi para o lado de Marlene, que fingiu não tê-lo visto. Alice cumprimentou Marlene e me perguntou:

- Lily, onde esteve? Não nos falamos direito o dia inteiro...

- Ah, estive por aí... - e todos começaram a conversar normalmente.

- Lily, você ainda está precisando de ajuda em DCAT? - James me perguntou, depois de um tempinho. Todos ergueram os olhos para nós silenciosamente. Ninguém sabia do desfecho da nossa conversa de domingo.

- Estou sim. - respondi. - nossos amigos estavam com a atenção voltada para mim agora. Acompanhavam a cena como se estivessem assistindo uma partida de tênis (N/A: bolinha pra cá, bolinha pra lá...)

- Bem, com essa chuva toda não dá pra treinar, e eu estou livre amanhã, se quiser praticar... - nesse momento Bryan Leigh passou e piscou o olho pra mim. Todo mundo abriu a boca pasmo. Eu riria da cena, se não estivesse ocupada retribuindo a piscadela com um sorriso tímido- Lily... Lily!

- Ah, claro! Vamos praticar amanhã sim... - falei me despertando do transe. Emelina olhou pra mim de olhos arregalados e Marlene deu um sorrisinho amigável. Sirius ficou confuso, e pude ver que James estava estrangulando o garfo.

Depois do jantar, todos subimos para a sala comunal, com a excessão de Peter que foi fazer uma boquinha na cozinha. Parece que tem um buraco no estômago... enfim, estavam Marlene (que se integrou totalmente no grupo), Emelina, Remus, Sirius e James jogando snap explosivo, Alice e Frank assistindo, e eu apenas lendo um pouco, quando minha amiga resolveu tocar num assunto que ela já estava doida pra saber.

- E aí Lily, o que foi aquele olhar do Bryan Leigh pra você? - perguntou Emelina casualmente. Todos, menos James, se viraram pra mim curiosos.

- Ah, Mel, não foi nada de mais... eu só encontrei ele mais cedo quando estava no corujal...

- Hum, sei... - falou ela sonsamente. Com certeza está supondo alguma coisa.

- Espera, então era lá que você estava quando ninguém te encontrou? - perguntou Alice

- É... - falei meio sem-graça

- E não aconteceu mais nada? - perguntou Marlene curiosa.

- Bem... ele me chamou pra sair... - Sirius abriu a boca com os olhos arregalados. Remus olhou de mim para James, que apenas caiu da cadeira em que estava sentado. /ironia/

- Ta saidinha, hein, senhorita Evans? - debochou Sirius. James jogou as cartas que tinha nas mãos furiosamente na mesa, se levantou e disse.

- Cansei desse jogo, vou dormir - Sirius segurou-o pelas vestes e perguntou:

- Calma aí, ainda tá cedo! - todo mundo pareceu perceber o clima que tinha se instalado; Emelina me olhou nervosa, eu olhei pra Remus e disse:

- Ei, Remus, ta na hora de fazermos a nossa ronda.

- Ah, é, vamos. Boa-noite, Mel - disse dando-lhe um selinho. Todos foram se recolhendo, e logo a sala já estava vazia.

Fizemos a ronda pelo castelo, tiramos pontos de uns alunos sonserinos que estavam fora da cama, blá blá blá. Voltei pra torre, e agora estou aqui, sem sono. Vou descer e tomar um copo d'água.

DORMITÓRIO FEMININO, 23:15hs

Desci, e adivinhem quem encontrei lá embaixo? Sim, James Potter. Estava com insônia de novo. Não conversamos muito, ele estava bem sério. Perguntei a que horas deveria me programar pra praticar DCAT com ele amanhã, e ele respondeu secamente que à tarde é melhor. Certo, vamos estudar juntos sem nem ao menos nos falarmos direito. O.k, acho que algo sério está acontecendo com o Potter. E comigo também. Não sei. Estou confusa. Vou dormir.

SÁBADO, 08 DE DEZEMBRO
SALA COMUNAL, 18:00

Fui estudar com o James hoje. Melhorei muito em DCAT. Mas ele estava meio distante. Frio, sei lá. Ficou assim desde o jantar de ontem. Não sei porquê. Será que é ciúmes do Bryan? Nããão. Deve ser outra coisa.

O plano de Marlene está dando certo. Sirius não pára de segui-la e passar cantadas. Ela está tão feliz.

SÁBADO, 15 DE DEZEMBRO
SALA COMUNAL, 18:00

A semana correu agitada, por isso não pude voltar a escrever. Muita aula. Tivemos um teste surpresa de Transfiguração. Acho que fui bem.

Remus e Emelina estão muito fofos! Estudando juntos na biblioteca, passeando pelos jardins, fazendo tudo juntos. Ai ai. Como minha amiga tem sorte. Queria ter um namorado tão fofo, companheiro, gentil, e sensível como o Remus. Será que eu encontro?

James não está mais estranho. No decorrer da semana, ele pediu para estudarmos juntos, e para minha surpresa, foi totalmente normal, não aconteceu nada que não deveria acontecer. Está tudo certo entre nós. Também não encontrei mais o Bryan.

Hoje teve jogo de quadribol, Grifinória x Corvinal, e (pasme!) eu fui assistir. Mas não significa que eu tenha perdido meu medo de altura. Fui arrastada por Alice, Marlene e Remo. Sentei na fileira mais baixa que eles permitiram (“Ah, Lily, o melhor é assistir lá de cima!” - Marlene), e cobri meus olhos quase que todo o tempo, principalmente quando os jogadores (James, especialmente) davam aqueles vôos rasantes. Quando um balaço passou zunindo pela arquibancada em que eu estava, pulei quase derrubando toda a platéia ao meu redor, dando um grito altíssimo que chamou a atenção de todos, inclusive de James, que quase se desequilibrou da vassoura. Meu rosto ficou tão vermelho quanto meu cabelo.

- Eu sabia que não deveria ter vindo! – falei escondendo o rosto atrás de Remus, que falou tentando me acalmar:

- Calma, Lily, não foi tão ruim assim... - sei...

Que vexame! Pelo menos a Grifinória ganhou; graças ao James, claro. Depois do jogo, Emelina veio falar comigo. Ela não sabia que eu ia no jogo, estava totalmente surpresa. Até porque, quando eu acordei ela já tinha ido para o campo, e minhas amigas não permitiram que eu descansasse numa manhã fria de sábado. Enfim, ela veio falar comigo, seguida de Sirius e James.

- Lily, que surpresa! Por que não disse que vinha ao jogo?

- Eu não pretendia... fui arrastada. Mas não devia ter ido, paguei o maior mico...

- Ah, Lil, nem foi tão ruim assim - falou Sirius. Me surpreendi. Justo ele, dizendo uma coisa legal? - só vão te banir das próximas partidas, por tentativa de assasinato aos outros torcedores e aos jogadores, principalmente nosso querido James aqui! - sabia que ele não perderia a chance de fazer piada... corei mais ainda

- Ah, não liga pra ele, Lily... - falou James sorrindo amigavelmente - eu gostei de você ter ido... - nos olhamos timidamente e sorrindo, num silêncio que foi quebrado por Sirius:

- Ei, vamos comemorar a vitória ou não? - falou Sirius, e olhando para Marlene, acrescentou - E aí, Lene, beleza? - ela revirou os olhos e desviou o rosto no momento em que ele tentou beija-la. Sirius ficou totalmente confuso e surpreso.

Fomos para a sala comunal, onde todos esperavam por James, o verdadeiro herói do jogo. Não assisti muita coisa, mas deu pra constatar que ele realmente voa muito bem. É assustador. Mas absolutamente fantástico! Menos, Lily, menos. Nossa, se ele visse isso iria ficar mais pretensioso do que já é... Mas voltando ao assunto, a comemoração durou o dia todo, e olha que o jogo nem era tão importante, já que é um dos primeiros da temporada... vamos jogar novamente no mês que vem contra a Lufa-Lufa, mas eu não assisto por nada! Quadribol pra mim nunca mais!

Ai ai... amanhã eu poderei descansar devidamente... vou dormir a manhã toda e fazer meus deveres à tarde... quem sabe dar um passeio pelos jardins...e nada nem ninguém vai me impedir de ter um domingo tranquilo...

DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO
JARDINS DE HOGWARTZ, 15:00

Minhas amigas foram bondosas comigo hojee me deixaram dormir. Almoçamos juntas e depois elas foram para a biblioteca fazer um trabalho de poções e o resto dos deveres. Como eu sou uma aluna aplicada e eficiente, terminei tudo antes, e elas me expulsaram de lá quando fiz menção de ficar para ajudar "Você tem que descansar Lily! Hoje é domingo, você já terminou todos os deveres, relaxe um pouco!".

Por isso estou aqui agora, apreciando o lago debaixo de uma faia (N/A: clichê, eu sei... sorry...). A grama está um pouco branca por causa da neve que caiu ontem à noite, mas dessa vez posso assegurar que não tem nevasca nenhuma! Vários casaizinhos passeiam do outro lado do lago.

Ai ai... às vezes sinto que não estou completa. Sinto que falta algo para eu ser feliz. Mas o que poderia estar faltando? Eu sou feliz, não sou? Quero dizer, tenho uma família que me ama, bons amigos, sou uma ótima aluna, tiro boas notas... hum... acho que talvez felicidade seja algo maior. Eu tenho momentos felizes, mas ainda não sou feliz por completo. Falta alguma coisa. Eu sinto que falta. E o mais estranho, é que algumas vezes esse ano eu tenho a impressão de já ter me sentido totalmente feliz e completa. Mas foram momentos estranhos... praticamente todos eram sonhos. Sonhava comigo mesma, mais velha, casada com alguém, que eu não conseguia identificar, mas me fazia rir, chorar, me emocionar, amar, e me sentir totalmente completa. Será que um dia esse sonho se realiza?

SALA COMUNAL, 18:00hs

Quando eu estava nos jardins, senti que alguém me observava. Ergui os olhos e me deparei com a figura do Potter na minha frente. Involuntariamente, sorri, e ele retribuiu sentando-se ao meu lado.

- E aí Lily, o que está fazendo aqui sozinha?

- Ah, estava só escrevendo, e pensando na minha vida...

- E o que você tanto escreve aí, hein? - ele sorriu espichando o olho para meu diário, que afastei rapidamente de suas vistas

- Potter! Isso é pessoal!

- Desculpa, minha florzinha, mas por favor não volte com o "Potter" de novo...

- Só se você parar com o "minha florzinha".

- Haha, nunca! - ele falou com o rosto bem próximo do meu, dando um beijo rápido na minha bochecha. Minha face queimou na hora. Ele se afastou e eu mostrei a língua numa careta, e me levantei.

- Está ficando frio. Vou voltar pro castelo agora, acho que as meninas já devem ter terminado os deveres. - me levantei e fomos caminhando em direção ao castelo que não estava muito longe.

- Certo, eu vou procurar o Sirius, que deve estar atrás da Marlene... sua amiga está enlouquecendo o meu amigo...

- Ah, ele merece sofrer um pouco para conquista-la, depois do que já fez a tantas outra garotas...

- Se você pensa assim... ei, peraí, então é isso que você faz comigo, é?

- C-como? - perguntei surpresa.

- Você quer que eu sofra tentando te conquistar, né? - falou num tom divertido

- Quê? Não, quem te disse isso?

- Ah, não adianta esconder, Evans, sei que você me ama, só quer ter certeza que não será substituída! - abri a boca para contestar, mas ele me interrompeu - Mas saiba que no meu coração você é a única que manda! - ele fez um gesto teatral, se ajoelhando aos meus pés no meio do saguão de entrada

- Potter! Levanta daí! - falei corando, e algumas pessoas já nos olhavam confusos

- Você será sempre única, Lily, e eu vou provar pra você! Até mais!

E saiu correndo pelos corredores. De repente, me senti feliz, completa...

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N/A: gostaria de agradecer à Barba Ceni pelo comentário, e deixar um pedido: comentem, people! mesmo se acharem ruinzinho, podem falar a verdade, eu agüento! xD
ah, e desculpem pelo clima totalmente louco desse capítulo. neve, chuva, tudo misturado... mas eram elementos essenciais à estória, e como é uma ficcção, eu posso fazer o que eu bem entender! há!
(superado o ataque de 'eu sou a dona do mundo'...)
ok, é isso aí!
xD

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