Capítulo XIII
Capítulo XIII
-Então quer dizer que tem um segredo, a meu respeito, que não quer me contar.
Harry levantou os olhos, para encontrar a si mesmo de pé a sua frente. O moreno suspirou e sentou-se na cama para observar a Hermione melhor, ela parecia bem séria. – Ainda este assunto?
-Bom, desde que, se não percebeu, ainda não sei do que se trata. Sim, ainda este assunto – contrapôs sarcasticamente.
-Não me venha com ironias, Hermione – disse cansado.
-Difícil quando estamos falando de omissões – retrucou cruzando os braços. - Estive pensando... É engraçado, Harry, - ela disse, entretanto, sem sorriso no rosto. – a sua hipocrisia. Como pode ter me cobrado algo que sequer tem em mim? Como pode ter me cobrado confiança?
-Não é uma questão de confiança.
-Então o que falta para me contar? No jantar, você estava seguramente irritado só com a possibilidade de eu chegar perto da sua verdade – ela balançou a cabeça negativamente. – Estava em demasiado esquivo sob meu olhar.
-Para ser franco, eu sequer tinha a intenção de contar a você.
Hermione o olhou magoada. - O que eu não posso saber? - só precisava que ele dissesse algumas palavras...
Harry suspirou pesadamente. - Não me olhe assim. Não é algo fácil de falar, não para mim.
-Ah não? Então, por que todos dessa casa, exceto eu, parecem saber do que se trata?
-Porque eles perceberam. Por conta própria.
-Agora está dizendo que não presto válida atenção em sua vida? E que, por esse motivo, não sei do seu bendito segredo?
-Não. Você, diferente dos demais, não quis perceber – ele retrucou calmamente. Hermione o fitou como se houvesse sido atingida bem no rosto por uma bomba de bosta.
-O que quer dizer?
-Você pode, por favor, olvidar o que Gina disse naquela mesa? O que eu disse? – pediu.
-Sim, eu posso – ela retrucou franzindo a testa. – Mas percebi que não quero, tenho para mim que pode ser algo do meu interesse. E isso, você não pode tirar de mim, Harry – falou antes de lhe dar as costas e sair do quarto.
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De repente, seu sono havia sumido. O dia exaustivo sendo esquecido enquanto ele descia as escadas. Ao chegar aos pés da escada, ele se dirigiu à cozinha. Precisava de um tempo para si. Chegando lá, dirigiu-se ao armário, procurando alguma coisa fácil de preparar.
-Parece que não sou a única que não consegue dormir... - Harry se voltou rapidamente, a tempo de ver a si mesmo entrar pela porta dos fundos.
-Estava com um pouco de fome, não pude jantar direito – disse dando de ombros. – E você, por que não consegue dormir?
-Quer a verdade?
-Obviamente – retrucou levantando por um momento os olhos para observá-la, voltando no instante seguinte a preparar seu café.
-Estive pensando em você. Não consigo lhe tirar do pensamento... Quero dizer, o que me esconde.
-Não perca seu tempo com isso. No fim das contas, não valerá a pena.
Hermione suspirou. – Pode me explicar por que sinto a necessidade de saber? Como se fosse muito importante?
Harry a olhou de lado enquanto sentava-se a mesa, duas xícara de café em mãos. Uma, ele depositou a frente dela, a outra a sua frente. – Creio que essa sensação é por conta da grande ligação que temos, Mione. Afinal, somos os melhores amigos há anos. E você sempre soube tudo que diz respeito a mim... Exceto isso – ele ponderou. – Talvez por isso ache ter a necessidade de saber disso, mas acredite: o meu ‘segredo’ não influencia em nada em nossa amizade – finalizou sorvendo um pouco de sua bebida.
-Você mente – ela retrucou fixando o olhar no dele.
E para seu espanto, Harry sorriu. – Será que dava para não me olhar assim? – indagou ainda sorrindo. – Sinto-me como se estivesse me despindo. Despindo minha alma.
-Você nunca havia se importado – ela contrapôs por sua vez. - Acho que porque conseguia dissimular o que sentia, de modo que eu só via o que você queria... Será que está tão evidente em seu olhar esse seu segredo agora? – indagou erguendo a sobrancelha, levando sua xícara a boca.
-Certamente.
-Isto significa que não mais procurará meus olhos?
-Ora! Absolutamente, Hermione – Harry disse voltando-se para ela. – Mesmo que quisesse, não poderia.
-Bom. Isso me deixa aliviada – ela comentou com sarcasmo.
O homem riu, balançando a cabeça negativamente. – Você é incrível, Herms.
Ela fingiu surpresa. – Isto foi um elogio? – ele ergueu a sobrancelha. – São raros os elogios que me despensa, é quase um momento histórico.
Harry franziu a testa. - Não vejo necessidade de falar o que você, certamente, sabe apenas olhando em meus olhos...
-Não machuca, Harry, dizer com todas as letras ao menos uma vez. Para que eu possa ouvir e ter certeza do que leio no seu olhar. – Retrucou levantando-se. O olhar que a morena lhe dispensou o fez estremecer. “Ela sabe” pensou atordoado.
-Do que está falando? – indagou tentando soar intrigado, lhe vendo depositar sua xícara na pia.
A morena sorriu aproximando-se. Ela abaixou ao seu lado, de modo que ficou a altura de seus olhos, ela segurou seu queixo delicadamente com uma das mãos. – A quem quer enganar, benzinho? – ela sorriu. – Me diga você – pediu, forçando-o a permanecer lhe encarando.
-Hermione, por favor - murmurou tentando, em vão, se afastar.
-Não entendo o seu medo – falou acariciando seu rosto, colocando uma mecha rebelde do seu cabelo castanho atrás de sua orelha. - Não consegue se ver em meu olhar?
Isso fez Harry parar. – O que está dizendo?
-Que você é um tolo, Harry James Potter. Mas que ainda assim... Eu também amo você – contrapôs com um sorriso terno, antes de beijar-lhe os lábios.
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Fim ^^
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Obrigada mesmo por todos os comentários!^^
Ta, eu sei: idiota. Muito idiota!
Ainda assim, me diverti do início ao fim ao escrever essa fic tão non-sense. Não tinha pretensão alguma com o enredo que tinha... Mas (incrivelmente, devo ressaltar) conseguir finalizá-la antes de postar (antes de decidir postá-la – por que será que não consigo fazer isso com minhas outras fic’s? - mistério...).
Comentem?
P.s: Se eu fizer um epílogo, eu aviso, Ok?
Beijo!
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