Capítulo VII
Capítulo VII
-Harry? – Hermione indagou segurando seu braço, impedindo-o de continuar sua corrida. – Por Merlim, o que aconteceu? Estou vermelha como um pimentão...
Harry lhe ofereceu um olhar indistinto. – Rony me agarrou – disse incrédulo. – E tentou me beijar.
Hermione abriu a boca, chocada. Para, no minuto seguinte, começar a rir. – Ele... Tentou?
-Não é engraçado, Hermione – Harry disse carranqueando.
-Oh – ela riu tentando se conter. – Oh me desculpe, Harry, mas é que...
-Por que não me disse que tinham reatado? – ele a interrompeu irritado. – Eu não vou, de jeito nenhum, fingir. ‘Tá me entendendo? Por nenhum instante que-
-Harry, nós não voltamos – a morena retrucou, cortando seu discurso que aumentava significativamente de tom. Voltando ao seu estado normal, Harry respirou fundo, balançando a cabeça.
-Eu matarei Fred e Jorge.
-Faça isso apenas depois de encontrarem um antídoto – disse com um sorriso, o moreno a encarou numa expressão nula. Sem humor para brincadeiras.
-Hermione! – Harry pigarreou ao ouvir a voz de Rony, parecia estar subindo as escadas.
-Diga que eu fui pastar! – Harry disse impaciente tentando se afastar da amiga, que ainda o segurava firmemente pelo pulso. – O que é?! Ele logo vai aparecer! E se eu puser minhas mãos nele... Não vai prestar, Hermione. Solte-me.
-Tenho uma idéia melhor – ela retrucou com um sorriso indefinido.
-Sou todo ouvi... – Hermione o encostara à parede ainda segurando-o, e, como se o dia de Harry não estivesse estranho o suficiente, ela o beijou. Com segurança, poderiam afirmar que, a partir de hoje, viveram algumas das experiências mais bizarras de um ser humano...
Quem poderia, afinal, dizer que Hermione Granger, exemplo de discrição, estava dando um show a parte – para quem quisesse e pudesse ver - no corpo de Harry Potter? Que fora ela que, de caso pensado, iniciara isso? E que, por Merlim, ela não se arrependia nenhum milímetro do corpo que nesse momento poderia chamar de seu ou, pelo menos, do corpo que estava sob seu controle?
Harry estava confuso sobre a situação. Estava ele, afinal e teoricamente, beijando a si mesmo, certo? Ao menos, estava ciente que beijar a si mesmo era infinitas vezes melhor (“principalmente sob a perspectiva desse ‘eu’ ser Hermione Granger” ponderou) do que apenas a possibilidade de estar beijando Rony... Sob esta hipótese, enlaçou a si mesmo (ou Hermione, como ele preferia pensar e ressaltar) possessivamente.
Hermione apenas fizera o que seu instinto - ou algo perto disto. Ou mesmo o que quer que tenha sido, ela já não se importava. - pedia há tempos e com ganas. Fato era que não nesta situação ou momento, mas não era alguém de desperdiçar oportunidades.
Era estranho pensar que, em teoria, estava beijando uma mulher. Já que tinha, e há muito tempo, definido sua sexualidade. Talvez, mais estranho ainda, fosse o fato de essa mulher ser ela mesma. De todo modo, não fazia diferença, já que aquilo não era uma teoria e sim um fato. O fato de estar beijando Harry Potter.
Acreditou que era hora de afastá-lo de si. Beijá-lo fora um ato de escape, ao menos esperava que Harry deduzisse assim. – Creio que ele não irá mais importuná-lo.
-Menos mal - Harry retrucou ainda sem acreditar que Rony ia o beijar... – Acho que estou te devendo mais uma. – Ele disse rindo, mais descontraído. Ponderando consigo que não precisava e nem queria qualquer tipo de explicação.
-Terei muito tempo para cobrá-lo – contrapôs num sorriso torto. - E irei cobrar, acredite – completou erguendo a sobrancelha.
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(continua)
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