A Sala Secreta
Um mês já havia se passado.
Harry não agüentava mais conviver com a idéia de Hermione gostar dele também e ele não fazer nada.
Como sonhava com um outro beijo dela, como sonhava em poder ter ela só pra ele...pra sempre.
Mas as coisas não eram tão simples assim.
Harry andava orgulhoso demais.
Nem ele entendia, já que fizera de tudo e mais um pouco para conquistar ela e quando finalmente havia conseguido...ele desiste.
Mas não era nada definitivo.
Ele ainda amava Hermione, talvez até mais que antes, mas não conseguia ficar com ela depois de tudo. Era estranho, mas não conseguia.
Achava que ela ainda sentia algo por Tom, afinal ela não se dizia apaixonada?
Imagine se Harry começasse a namorar com Hermione e ela voltasse com Tom?
Não, não, ele não merecia.
Preferia ficar um tempo sozinho, esquecer dos problemas.
Mas isso estava sendo muito difícil.
Harry já havia desmaiado mais de quatro vezes de tanta dor que sentia na cicatriz.
A hora estava chegando, estava cada vez mais perto de acontecer.
E Harry tinha medo.
Tinha muito medo.
Era um final de tarde de sábado. Harry estava sentado com Rony embaixo de uma árvore, estudando Feitiços e ouvindo o amigo falar da namorada.
De repente viu Hermione se aproximar.
Durante todo aquele tempo que havia passado, Harry procurava a evitar. Assim sofria menos.
-Oi – a garota disse baixinho.
-Oi Mione – Rony respondeu alegre.
-Oi – Harry respondeu seco.
Hermione suspirou e se sentou.
Pegou um dos livros que estavam no chão e o folheou.
Harry continuou lendo, mas percebia que Hermione não parava de encara-lo.
-Algum problema? – perguntou levantando a sobrancelha.
-Nenhum – ela respondeu voltando a ler o livro.
Rony ergueu os olhos por cima do livro “Feitiços importantes e essenciais” e deu uma risada.
-Se vocês soubessem como vocês são idiotas... – ele disse.
-Não somos idiotas – Hermione murmurou.
-Então por que não ficam junto de uma vez!? – Rony disse impaciente – Sabe, acho que a escola toda sabe que vocês se gostam...o Tom saiu do caminho de vocês...será que dá pra parar com frescura e se beijar logo!?
Hermione abafou uma risada e olhou para Harry, que estava com a cara fechada.
-Não, não dá – ele respondeu rispidamente.
-Obrigado pela gentileza – Hermione disse chateada.
Harry respirou fundo, pegou o livro que estava lendo e se levantou.
-Rony, a gente se vê depois.
Mas antes que Harry pudesse dar um passo, Rony o chamou.
-Hum...eu precisava...falar com você...é uma coisa muito séria.
-O que é?
-É...bem – ele disse olhando para Mione – É em particular.
-Quer que eu saia? – Hermione perguntou brava.
-Não, não precisa – Harry disse sem olhar para a garota – Rony a gente se encontra na sala comunal então.
-Não – Rony disse rapidamente – Eu pensei em outro lugar...hum...Hermione descobriu um tipo de...sala secreta esses dias...na verdade Fred e Jorge que nos falaram dela e...
-Por que não me contaram nada? – Harry perguntou irritado.
-Porque era pra ser uma...surpresa – Hermione se apressou em dizer – Arrumamos tudo...digo...já estava meio arrumado...mas agora ficou mais legal...mais aconchegante e...
-Onde fica isso? – Harry perguntou para Rony.
-Você faz o seguinte – Rony começou a dizer – Desça até o banheiro as meninas...
-Banheiro das meninas!? – Harry perguntou perplexo.
-É. Daí você vai até a última portinha...onde não tem um vaso sanitário.
-Hum? – Harry murmurou.
-Então você bate a sua varinha na parede e diz seu nome.
-Meu nome?
-É, a Mione colocou um feitiço lá...só nós podemos entrar.
-Não é uma idéia muito boa – Harry discordou propositalmente – Já que alguém pode falar meu nome.
-Claro que pode – Hermione respondeu tranqüilamente – Só que a pessoa vai sair em um corredor que vai dar em uma porta, que vai ser a do banheiro das meninas. Confie em mim, só nós podemos entrar.
Harry deu de ombros.
-Certo, eu apareço por lá – ele disse.
-Dez horas?
-Tá – Harry concordou e seguiu para o castelo.
Se jogou no sofá da sala comunal e adormeceu sem querer lembrando do sorriso lindo de Hermione.
Harry acordou com um pulo.
Havia se esquecido que tinha que se encontrar com Rony!
Seguiu para o dormitório e pegou a capa de invisibilidade.
Passou pelo retrato da Mulher Gorda e desceu para o banheiro das meninas.
Não podia negar que estava muito curioso para conhecer a tal sala secreta.
Entrou no banheiro, tirou a capa de invisibilidade e logo deu de cara com a Murta-Que-Geme.
-Será possível – ela disse no tom mais dramático do mundo – Vocês não param de vim para cá!
Harry a ignorou e seguiu para a última porta e viu que realmente não havia nenhuma privada ali.
-Se você não for Harry Potter, vai se danar – Murta-Que-Geme disse sorrindo maliciosamente.
-Claro que eu sou Harry Potter – Harry disse impaciente.
Murta-Que-Geme se afastou suspirando e reclamando.
Harry tirou a varinha do bolso bateu de leve na parede.
-Harry Potter – disse baixinho.
Em questão de segundos a parede deslizou para o lado abrindo passagem.
Harry deu alguns passos, mas não estava conseguindo enxergar nada direito devido à escuridão.
-Lumus! – ele disse fazendo com que a varinha iluminasse a pequena sala vazia que ele estava.
Em frente havia uma única porta. Toda de madeira. Ele logo notou uma plaquinha dourada com os dizeres: “Harry, Rony e Hermione”.
Harry estava achando aquilo tudo um máximo. Mal podia esperar para ver como era a tal sala.
O garoto esticou a mão e girou a maçaneta. Mas a porta não abriu.
Ao invés disso ouviu a voz suave de Hermione.
-Olá! Por favor, diga a senha.
Harry deu um pulo para trás.
Ela estava ali?
Não, não estava.
Era um outro feitiço.
-Vamos, diga a senha – a voz repetiu.
Harry deu um suspiro alto.
Que senha?
Não haviam lhe falado de porcaria de senha nenhuma!
-Não tem senha nenhuma! – ele disse impaciente.
-Certo – a voz disse – Resposta correta.
A porta então se abriu.
Harry deu alguns passos para frente e entrou na sala secreta.
Não havia ninguém ali.
Absolutamente ninguém.
Mesmo assim não pode deixar de reparar em como a sala era legal.
Havia uma lareira enorme, ótimo para usarem se quisessem se comunicar com alguém, em frente dela dois sofás grandes e confortáveis. Do lado direito uma mesa grande com três cadeiras e uma estante lotada de livros. No canto direito um frigobar e um tapete grande, com muitas almofadas espalhadas nele.
De repente, ele ouviu a porta bater e se virou rapidamente para ver quem estava ali.
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