Seu Segredo e Meu Amor...

Seu Segredo e Meu Amor...



“Você é a coisa mais perto do paraíso que jamais estarei,
E não quero ir para casa neste momento.
E tudo que posso saborear é este momento
, E tudo que posso respirar é sua vida,
Porque cedo ou tarde, vai terminar.
Eu apenas quero não sentir sua falta esta noite.
E não quero que o mundo me olhe,
Pois não acho que eles compreenderiam.
Enquanto tudo é criado para ser destruído,
Eu apenas quero que você saiba quem sou eu.
E você não pode enfrentar as lágrimas que não estão vindo”
(Iris – Goo Goo Dolls)

- Mas que vexame, Pontas. Foi ridículo. – dizia Sirius.

- Eu já sei. Já sei. Mas você pode falar mais baixo, sim? Estou com dor de cabeça. – resmungou Tiago se enfiando em baixo das cobertas.

- Você está é com falta de vergonha na cara! - Sirius amaldiçoou até a última geração dos Potter depois do escândalo em Hogsmeade. – Mas mudando de assunto, antes que o Tiago estragasse tudo, como foi seu encontro Aluado?

- Não aconteceu nada, Sirius. – respondeu o amigo, encostado na cama, lendo.

- Como assim não aconteceu nada?

- Não acontecendo.

Lupin se retirou do dormitório. Desde o passeio em Hogsmeade, havia se instalado uma atmosfera estranha entre os marotos. Aluado sabia qual era o problema de Tiago, seu problema era amor. Ele sabia porque sentia o mesmo, pela mesma ruivinha.

Os marotos tinham um acordo. Nunca brigar por garotas. A garota escolheria com quem queria ficar. Mas nesse caso, Remo tinha que admitir: era diferente. Quando se fala em ficar, conquistar, se divertir, seu acordo continuava intocado. Mas quando o assunto era amor, amor puro e verdadeiro. O coração não podia apenas aceitar uma decisão. Ele tinha que lutar. Mas o que Lupin mais odiava admitir, era que Tiago podia fazer Lílian muito mais feliz que ele.

Afinal como um lobisomem pode fazer alguém feliz? Já Pontas... Ele era bonito, inteligente, rico, popular e a amava. Era perfeito para ela. A faria feliz... E ele, o lobisomem, poderia se esconder do mundo.

Mas e se talvez... Era esse seu pensamento noite e dia. E se ele contasse a verdade a ela? Lílian o aceitaria? “Não” pensou balançando a cabeça. Ninguém amaria um lobisomem. Perdido em seus devaneios, descendo a escada ele encontrou quem menos gostaria de ver naquele momento.

**

- Oi Remo. Eu estava a sua procura. – finalmente! Já estava achando que ele não queria ser encontrado.

- Olá Lílian. – ele disse aquilo tão temeroso... Parecia ter medo de mim.

- Algum problema? Você parece preocupado. – e realmente estava, não pude deixar de notar o aspecto fraco, sua palidez, as bolsas embaixo dos olhos e a falta do brilho nos seus olhos cor de âmbar.

- Han? Claro, claro... Estou muito bem. – eu sabia que era mentira. Eu sabia que faltavam apenas três dias para a lua cheia. Eu sabia e sempre soube do seu segredo.

- Olha, Remo, você pode me contar o que há com você. Eu só quero ajudar. – encorajei-o, imaginava o quanto era difícil contar aquilo à garota que você está saindo.

- Não... Eu não tenho nada, Lílian.

- Não minta para mim! Eu sei que você tem algo, Remo Lupin! – exclamei em alto e bom som, fazendo ele me olhar surpreso e recuar. – Vamos, Remo, juro que vou entender, qualquer que seja o seu segredo.

- Segredo? – ooops, falei demais.

- Hum, é você parece esconder alguma coisa... – eu disse caminhando na direção da janela, ele me seguiu.

- O que você está fazendo? – perguntou enquanto se aproximava de mim, mais e mais... Minhas pernas tremeram involuntariamente.

- Já é quase lua cheia... – comentei jogando o verde para colher o maduro. Ele engoliu em seco.

- É...

- Isso quer dizer que daqui a pouco sua avó vai ficar doente. – eu disse torcendo o nariz.

- Como assim?

- Oras! Sua avó sempre fica doente na lua cheia. Ou você acha que eu nunca percebi? – disse com azedume ainda olhando pela janela. Ele engoliu em seco mais uma vez e disse gaguejando:

- Vo... Você sabe Líl-Lílian? – olhei profundamente nos seus belos olhos cor de âmbar. E disse como quem comentava o tempo.

- É, Remo, eu sei. Sempre soube. – disse indo me sentar numa poltrona próxima. Foi quando percebi que o salão comunal estava quase deserto.

Eu não cheguei a poltrona naquela noite... Tampouco me mexi. Ele segurou meu braço e me olhou demoradamente.

- E?

- E o quê? Não vejo problemas em você ser um lobisomem. – sentenciei por fim. Ele arregalou os olhos.

- Você não se importa? – ele perguntou abismado, me olhando como se eu fosse completamente pirada. Comecei a falar depressa, sem medir o que dizia, algo pouco comum em mim.

- Não... Quero dizer, vai ser complicado, sabe? Quando nos casarmos, vou ter que explicar para os nossos filhos, e vamos ter que morar perto de uma floresta, mas eu acho que isso não é genéti...

Eu também nunca terminei aquela frase. Porque Remo Lupin estava me beijando. Ohhh Céus! Eu sonhei tanto com esse momento, cheguei até a planejar! Mas não foi exatamente como eu pensei... Afinal eu pensava que haveria fogos de artifício e que eu flutuasse, que seria o momento mais maravilhoso da minha vida, como se nós fossemos feitos um para o outro.

Não posso dizer que foi ruim. Na verdade foi ótimo! Mas eu não esperava um beijo ardente, sufocado, apaixonado (talvez?!) e quente... Era mais como aqueles beijos de filmes trouxas... Onde mocinha sempre deseja o galã, mas quando finalmente consegue um beijo seu, ela percebe que não era aquilo que ela procurava. No meu caso, era o contrário, eu me apaixonei por aquele CDF que não é notado, e acabaria com o galã.

- Eu... Eu amo você. – ele disse sorrindo. Não deixei de sorrir. Por mais que não houvesse fogos de artifício em seu beijo, eu o amava.

- Eu também, Remo. E seu segredo não importa. – eu disse sorridente. Finalmente!

- Obrigado Lílian! Você não sabe o peso que tirou das minhas costas. – sorri encantada enquanto sentava grudada a ele em um sofá. – Nunca pensei que alguém, depois dos garotos, fosse entender.

- Falando neles, porque eles somem sempre na lua cheia? Não é possível que todos sejam lobisomens.

- Não – ele riu com gosto – eles me acompanham na transformação.

- O quê??? – gritei.

- Calma, calma... Eles me acompanham em suas formas de animais.

- Hã?

- Eles são animagos. – olhei atônita para ele. Remo só podia estar brincando. Mas me lembrei que Potter e Black eram os melhores em transfiguração e não duvidava nada do que eles eram capazes de fazer. Um sorriso malvado se espalhou por minha face.

- Então eu também posso me transformar em uma animago para te acompanhar! – Remo me deu um sorriso envergonhado.

- Como você quiser. – respondeu... Encostei minha cabeça em seu ombro... E deixei o momento me levar.

**

- Aluado? – perguntou Sirius.

- Hum... Me deixa dormir. – murmurou Remo enfiando a cara debaixo do travesseiro, algo que nunca havia feito. Pedro o olhava enquanto coçava os olhos.

- A farra foi boa ontem hein? Que horas você voltou? Umas cinco da manhã? Eu e o Pedrinho te esperamos até as quatro e nada de você voltar. – dizia Sirius enquanto se encaminhava para a cama de Remo, que era a lado de Tiago.

- Não aconteceu nada... – disse Lupin muito vermelho. Seus olhos se cruzaram com os de Tiago que terminava de se vestir.

- Nada? Eu fui chamar você e vi vocês dois se beijando! Você ainda diz que não foi nada? – brincou Sirius deixando Aluado ainda mais vermelho. Pontas apenas abriu a porta do dormitório e saiu. – Não liga pra ele. É dor de cotovelo! Nos conte tudo!

Tiago desceu as escadas, desanimado. Seu olhar se encontrou com dois belos pares de esmeralda. Lílian corou ao vê-lo, se lembrando do quase-beijo, mas engoliu a vergonha e perguntou:

- Onde está Remo? – Tiago olhou para seus próprios sapatos, não querendo encara-la. Uma profunda dor se apoderando de seu coração, e uma enorme sensação de perda e angustia.

- Acabou de acordar, Evans. Tenha um bom dia. – acrescentou antes de sair pelo quadro da mulher gorda.

- Oh... Parece que acabei de levar uma bola de neve na cara. – Lílian comentou. Melissa, apreensiva, apenas disse:

- Ele foi tão frio. Está com ciúmes. – Lily riu gostosamente.

- Potter? Com ciúmes? Aquele ali só tem ciúmes da sua vassoura e do seu pomo-de-ouro-roubado.

- Eu não teria tanta certeza assim se fosse você Lily.

- Bah! Não me interessa também! – ela se voltou para a escada e abriu um enorme sorriso. – Bom dia Remo! Dormiu bem?

(continua...)

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.