Declarações sem Fundamento (Al
Cap. 03 – Declarações sem Fundamento (Alterado)
Entramos no primeiro restaurante que vimos, nos sentamos e pedimos qualquer coisas que matasse aquela fome. Comemos, bebemos, conversamos, discutimos, pensamos. Crabbe, depois de tanto tempo havia se tornado uma pessoa que fazia alguma diferença em minha vida, que de alguma forma se destacava dos outros. E o mesmo havia acontecido com Goyle. Os antigos capangas de Draco eram de certo ponto, meus amigos.
Não demorou muito e saímos do local, ficamos parados na rua um de frente ao outro. Eu sorri, sentia um carinho por ele. E de alguma forma sabia que o mesmo vinha da parte dele. O abracei, por algum tempo.
- Se cuida! – ele alertou.
- Eu sei Crabbe, já não sou mais uma tola apaixonada.
Ele balançou a cabeça e olhou para baixo.
- Tola apaixonada você não e talvez nunca tenha sido, mas existem certa coisas que perecem, certos sentimentos...
- Eu sei... – cortei revirando os olhos, aquele papinho definitivamente me entediava.
- Não confie nele, ele já nos traiu uma vez e não custaria nada pra ele fazê-lo novamente.
- Chega de conselhos, já me sinto com 16 anos novamente... Uma criança!
Ficamos em silêncio. Em minha opinião os conselhos eram patéticos, eu era grandinha o bastante pra saber quem, de fato, era o senhor Draco Malfoy.
- Bom, sem mais delongas eu vou tomar meu caminho antes que fique tarde de mais e eu me atrase. – disse dando um fim aquela conversa.
- Tudo bem, nem preciso dizer que é pra você se cuidar...
Fiz cara de quem não estava afim de ouvir o sermão novamente.
- Então ta, vá logo então e pelo sangue negro que corre em suas veias me prometa que vai escrever, que não vai ficar esperando até a próxima reunião...
Sorri.
-Sangue negro? Só você pra me dar tal característica por assim dizer. E sim, eu prometo que irei lhe escrever. Mas do mesmo jeito que exige que eu escreva, eu exijo que você me responda.
Ele me olhou de um jeito debochado.
-Desde quando eu deixo de responder às suas cartas?
Ficamos em silêncio, realmente não havia uma carta que ele não havia me respondido.
- Chega dessa enrolação! - me aproximei dele e dei um beijo em sua testa. – Você se cuida viu?! Qualquer problema mande me chamar.
-Sim srta. – ele respondeu rindo.
Por fim, olhei uma ultima vez em seus olhos e aparatei em meus aposentos. Finalmente estava em casa, mas não para descansar, ainda tinha que recepcionar minha praga favorita. Troquei-me, coloquei um vestido de veludo negro à moda antiga. Soltei meus cabelos que depois de longos anos eram negros.
Depois de pronto fui até minha bolsa em busca do livro dele, finalmente pude dar uma boa olhada na capa, era negra e a grafia vermelha. “Os demônios da Mansão Malfoy”, era o titulo desse novo conto. Novamente mais um monte de bobagens juntas e além de tudo romanceadas. De certo, aquele conto me tiraria inúmeras risadas. Patético, afinal muitas pessoas o leriam e achariam fantástico. Ou apenas fingiriam. Voltando novamente a minha discussão da hipocrisia...
Bateram a porta.
- Entre! – eu disse mirando a porta, que se abriu lentamente.
- Senhorita Parkinson, o senhor Malfoy acaba de chegar. Diz que tem hora marcada com a senhorita. Acomodo-o ou o expulso?
Sorri, o meu elfo era o pior de todos, adorava ele.
- Acomode-o, acomode a praga e diga-lhe que descerei. Ofereça a ele algo para beber, não devemos ser mal educados! – disse ironicamente.
O elfo se curvou e saiu de meu quarto.
Caminhei lentamente até o banheiro, arrumei o cabelo. Nem acreditava que o dono da festa da hipocrisia estava em minha sala, após todos esses anos. Voltei para meu quarto, em cima de uma mesa peguei meu maço de cigarros e acendi um. Dei uma tragada longo, como amava aquilo. Engraçado, amava o que sem duvidas um dia me mataria. Já o tinha feito uma vez com Malfoy, apesar dele não ter me matado (chegou perto). Acho que comecei a fumar pra poder repor o lugar dele.
Voltei de meus longos pensamentos e apaguei o cigarro sem mesmo terminá-lo. Sai do quarto e desci os quatro lances de escadas necessários e lá estava ele sentado no sofá de costas para mim.
- Boa noite! – eu disse de repente.
Ele se virou, sorriu e se levantou.
- Pansy, muito boa noite!
“Falso” pensei. Caminhei em sua direção e então lá estávamos. A menos de um metro, como não fazíamos há 13 anos. Num impulso ele me abraçou e eu me surpreendi. Ele me abraçava como se precisasse daquilo, como se ansiasse por aquele momento. E eu apenas me dava ao luxo de encostar nele, para não me passar por mal educada. Separamos-nos e eu o convidei a se sentar novamente.
- De cabelos negros... – foi a primeira coisa que ele disse. – Confesso que foi um pouco difícil de te reconhecer na Floreios.
- Sem contar os 13 anos que não nos vemos. – cutuquei.
Ele ficou serio quase se perdeu em pensamento e acabou por mudar de assunto.
- Como anda a vida? O trabalho? O nome dos Parkinson?
- Tudo anda do jeito que pode e consegue...
- Como assim? – ele perguntou
- Tudo anda do jeito que eu posso fazer e do jeito que eu consigo manter fora dos olhos do ministério.
- Mas pelo que me parece o ministério tirou as escoltas de aurores, que buscam os ex-comensais.
- Errado, tiraram metade deles, com uma desculpa de que a sociedade precisa mais dos aurores nesse momento. Sabe-se lá o que ocorre na sociedade bruxa, afinal o ministério esconde absolutamente tudo que pode. – falei caminhando em direção a um móvel cheio de garrafas. – Aceita um drink?
- Por favor! – respondeu. – Isso é verdade, aquele ministério mais me parece uma loja barata de cortinas.
Dei uma pequena risada.
- Você, achando isso sobre o ministério. Pensei que não se importasse com a política.
- Não me importo... – ele disse se encostando ao sofá e eu lhe dei a bebida, após encher dois copos.
Sorri.
- Mas é difícil não perceber algumas coisas quando se anda por aqueles corredores imundos.
- Isso é verdade – disse me sentando e acendendo um cigarro.
- Você fuma? – ele fez uma cara descrente.
- Sim, adivinha há quanto tempo? – esperei um segundo e como não houve resposta. – 13 anos...
Ele fez uma cara de desconcertado, percebeu que eu insistia no assunto, o cutucava de um jeito ou de outro. Ele pediu para estar em minha presença e eu apenas me aproveitei do momento. Dei outra risada cínica, mudei de assunto por um breve momento.
- Falamos da minha vida, e a sua? Como andas a vida do famoso escritor Draco Malfoy, libertado das trevas.
Ele sorriu desconcertado.
- Libertado das trevas, essa é nova aos meu ouvidos...
“Não aos meus” – pensei. Ele era chamado assim nas reuniões dos ex-comensais.
- Bem, tudo anda como deveria estar. Finalmente lancei meu livro, e com os meu anos de experiência acredito ser o ultimo...
- O ultimo? – perguntei surpresa. – Achei que gostasse da fama...
- E gosto, mas preciso de férias, longas férias. Quem sabe um dia eu volte a escrever um pouco sobre minhas artimanhas, mas por enquanto, vou tomar conta dos meu bens.
Sorri educadamente. Terminei o cigarro e o coloquei no cinzeiro, e logo em seguida dei meu ultimo gole naquele whisky. E me levantei, caminhei até a lareira acesa.
- E as mulheres, pretende casar?
- Não.. – ele disse rapidamente num tom debochado. – Foi-se o tempo que eu pensei em me casar.
- Entendo.
- Acredito que se for pra me casar, que seja com a pessoa que eu sempre quis. Mas pra isso eu vou ter que “trabalhar” um pouco mais por assim dizer.
- Que meigo, está disposto a trabalhar por uma mulher, mas não por si mesmo.
- Romântico não acha? – ele perguntou se levantando e caminhando na minha direção.
- Na verdade, acho... Qual será a melhor palavra pra descrever? – fingi pensar. – Acho que é estúpido.
Ele se surpreendeu com a resposta.
- Você falando sobre isso, realmente me intriga.
- 13 anos, Draco, mantenha isso em sua mente. Foi-se o tempo que eu era uma garotinha apaixonada. – respondi provocantemente.
E então caminhei até o recinto ao lado, uma outra sala que dava vista para o jardim.
- Lembro-me de quando passávamos o verão juntos, e que saiamos cedo para cavalgar por essa floresta e só voltávamos após o entardecer. – ele disse me acompanhando e se aproximando cada vez mais.
Como se fosse inédito, sorri. Não estava pra papo com ele, não aquele papinho de quando éramos jovens e idiotas!
- Sabe, eu acredito que eu esperei por esse momento por esses 13 anos, eu e você juntos novamente. – ele continuava
- Você esperou? – perguntei cínica.
- Sem dúvidas, apesar de tudo eu ansiei por esse momento.
- Pena eu não... – disse caminhando para longe dele e me sentando em um bergere.
Ele se virou um pouco desconcertado e novamente caminhou em minha direção.
- Pansy, eu me arrependo de ter feito o que fiz porque te perdi. – ele se abaixou na minha frente. – Mas eu voltei, voltei pra satisfazer todos os seus desejos.
Quando ele falou isso, eu não me agüentei, ri mais do que poderia e mais do que conseguia. Tive que levantar para poder tomar o fôlego novamente e me recompor.
- Ai Draco, andou praticando para me fazer rir? – disse irônica.
- Pansy você não entende...
Aquele lengalenga estava me irritando, será que aquele idiota não tinha percebido que eu o odiava, o odiava com todas as minhas forças?! Será que ele era estúpido o suficiente pra me dizer mil e uma coisa sem pensar na conseqüências?
- Draco, vá embora agora. Antes que as coisas fiquem mais ridículas do que ela já estão ficando.
- Pansy...
- Draco, vá embora eu não quero repetir novamente. Levante-se e vá embora, não volte. Apenas vá! – disse séria de costa para ele, mas mesmo assim indicando o caminho de saída de minha casa.
Ele se levantou e se dirigiu até a porta, mas antes de sair fez questão de dizer em alto em bom som.
- Eu vou, mas você sabe que eu volto. E não pelo meu querer, mas pelo seu!
E finalmente saiu.
Dei um grito abafado.
- Idiota, filho da mãe. Pensa que as coisas são fáceis assim! – fui para o meu quarto. - Aquilo não estava certo, não estava mesmo. Como ele surge do nada e vem me fazer 1001 declarações, ah ele que vá a merda com as histórias dele
n/a - acho que deu pra perceber que eu mudei o começo do cap ... ideia antiga que encaixou bem melhor do que a que estava antes!
=D
comenteeeem!
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