Na casa dos Riddle



-Rabicho! – uma voz fria e aguda chamou.
-Sim, Milorde. – respondeu Rabicho com uma voz que não conseguia esconder o medo, fazendo uma grande reverência.
-Tenho um trabalho para você.
-Sér...Sério? Milorde? – tentava estar empolgado com a idéia, mas sentia medo do que viria por seguir – eu posso saber qual?
-É claro Rabicho, você espera realizar o trabalho sem eu falar qual é? – uma gargalhada sem felicidade ecoou pelo aposento – Não se preocupe – Voldemort percebeu o medo de Rabicho, mas se divertia com isso – Quero apenas que você vá até onde Severo e Draco estão e diga-lhes que estou pronto para recebe-los, e que venham ainda hoje a noite.
-Claro, Milorde – soltando um suspiro de alívio – Devo ir por aparatação, senhor?
-Não Rabicho, vá andando, você chega mais rápido assim – parecia ser uma grande diversão para Voldemort caçoar de Rabicho sempre que podia – vá logo, aparate, você sabe e conhece onde eles estão, vamos.
-Sim, estou indo Milorde. – e com um movimento desapareceu.
Voldemort levantou-se da cadeira, e foi a janela, avistou o cemitério que seu pai trouxa e sua família haviam sido enterrados, e olhou para o seu corpo:
-É, pelo menos para alguma coisa vocês serviram.
Uma batida ecoou na porta, Voldemort disse em voz alta:
-Entre, Bellatriz.
Não precisou falar duas vezes, Bellatriz escancarou a porta e já foi suplicando:
-Senhor, Milorde, por favor me cure!
Voldemort olhou para todos os ferimentos que não paravam de sangrar, e sem tomar alguma atitude, começou a falar:
-Ora Bellatriz, o que aconteceu?
-Eu caí, Milorde.
-Caiu? Não minta para Lord Voldemort! Foi Potter que fez isso, não foi?
Bellatriz confirmou com a cabeça.
-A minha melhor comensal, derrotada por um moleque!
-Milorde, por favor me cure – Bellatriz já não agüentava parar em pé de tanto sangue que havia perdido – eu tinha encurralado ele, mas não sei como, ele resistiu a minha maldição Cruciatus, e estava sem a varinha, e fez magia convocatória a fim de recupera-la, eu não esperava que ele fizesse magia sem, sem a varinha, então não consegui dar o recado.
-Potter fez isso? – pela primeira vez a voz de Voldemort mostrava interesse.
-Sim, Milorde. Fui pega desprevinida, por favor me cure – caiu no chão nesse instante.
Voldemort avançou para ela, apontou a varinha e murmurou, muito baixo, algumas palavras, em poucos instantes os ferimentos fecharam, e mais alguns minutos a cor de Bellatriz foi voltando.
-Obrigada Milorde! Não vou falhar novamente!
-Espero isso mesmo Bella. Agora saia, estou esperando Severo e Draco.
-Milorde, desculpa a pergunta, só me responda se achar que deva – acrescentou ela rapidamente – mas o senhor confia totalmente em Severo?
-Bella, Bella, Bella, não está merecendo a resposta, mas como estou muito contente então lhe darei. Sim, eu confio em Severo, ainda mais agora que ele matou Dumbledore.
-Mas o senhor não acha que pode ter combinado isso?
-Bella, seria muita estupidez de Alvo, mesmo Snape sendo um bruxo extraordinário, Dumbledore era muito mais poderoso do que ele, seria muito mais sensato então Severo não ter matado ele, ter morrido.
-Claro, Milorde, o senhor tem sempre a razão. Com licença. – Bellatriz se retirou do aposento fechando a porta ao passar para fora.
-Harry Potter então faz magias simples sem a varinha, interessante!

****

Rabicho apareceu em um caminho que estava deserto, não era a da casa de Snape, tão pouco a de Draco, era um lugar muito sombrio, árvores enormes cobriam toda a estrada e escondiam o luar, a escuridão dominava e mesmo com um Lumus de Rabicho, enxergar alguma coisa a mais de dois metros era difícil. Rabicho caminhou até a casa, era ainda mais esquisita do que o lugar, plantas cobriam suas paredes, as janelas estavam quebradas, e nenhuma luz acesa indicando que tinha alguém lá, foi até a porta, na qual havia uma cobra desenhada, e disse:
-Voldemort, o maior mago!
A porta da casa abriu, sem ninguém a puxar ou empurrar e Rabicho entrou. O interior da casa era todo forrado de madeira, com desenhos de cobras, cobras de verdade mortas, um cheiro de mofo, a cada passo o chão rangia. Rabicho estava na antiga casa dos Gaunt. Abriu a próxima porta e se deparou com um aposento mais confortável, era óbvio que alguém tinha o feito ficar assim, havia uma lareira acesa com um fogo muito baixo e duas poltronas em que estavam sentados Snape e Draco.
-Rabicho! – Snape o saldou.
-Olá Severo, Draco.
Draco fez um aceno com a cabeça, mostrando repugnância.
-A que devemos a visita Rabicho? – Snape perguntava com educação mas sem conter o tom de sarcasmo.
-Milorde quer vê-los. – Rabicho olhava de Snape para Draco – ainda essa noite – acrescentou.
-Claro, vamos com certeza, não é Draco?
-Sim, vamos.
-Pode avisa-lo que estamos a caminho.
-Claro Severo, até logo.
Saiu a passos rápidos, com vontade de sair logo dali, a casa lha causava um grande medo. Snape observou-o desaparatar pela janela.
-Muito bem Draco. É possível que o Lord das Trevas queira castiga-lo, afinal, você não cumpriu sua missão.
-Mas você a completou! – Draco exclamou, um medo era visível na sua voz – E você não pode deixa-lo me castigar, fez o voto!
-Eu não posso deixa-lo te matar, castigar eu só não posso como devo. Draco, é muito importante, não se descontrole, mantenha a Oclumência, sem que ele perceba, não coloque tudo a perder, eu cuido do resto.
-OK. Até quando vamos ficar escondidos aqui?
-Pouco tempo, suspeito, que mais algumas semanas, até o Ministério se esquecer da gente, e tivermos uma nova missão. Mas agora vamos, ele pode suspeitar, não podemos nos dar ao luxo.
Snape e Draco caminharam para fora da casa rapidamente.
-Sabe aparatar Draco?
-Claro que sei – respondeu como se Snape o tivesse ofendido.
-Então vamos, aparate fora da sala dele, fora, escutou? Ele não gosta que entrem sem bater.
-Tá bom!
E se foram.

*****

Rabicho voltara, batera na porta e entrara.
-Milorde, estão a caminho.
-Certo Rabicho, até que enfim fez alguma coisa certa, agora saia.
Rabicho fez uma reverencia e saiu. Minutos depois a porta era batida.
-Entre Severo, Draco.
Com um ultimo aceno a Draco, Severo abriu a porta e entrou seguido por ele.
-Boa-noite, senhor – Snape falou sem fitar os olhos de Voldemort.
-Lord das Trevas, boa-noite – Draco estava instruído a fazer isso.
-Boa noite, meus comensais. Muito boa eu diria, Dumbledore morto, graças a vocês – Voldemort fora direto ao assunto – mas quase que isso não acontece – olhou Draco, como se tentasse entrar em sua mente – o que me diz, Draco?
-Milorde, eu errei, confesso, não tive coragem de matar o velho, senti dó dele, não que eu me apegue a esses sentimentos, mas não consegui. Sei que mereço castigo, afinal, quase o plano dá errado por uma fraqueza minha.
-Muito bem Draco, merece sim um castigo, estive pensando em deixa-lo uma noite com Greyback – Draco ficou pálido de repente – mas como acabou dando certo no fim, Crucio!
Uma dor imensa atingiu Draco, ele caiu no chão contorcendo-se de dor, queria morrer, assim pararia de senti-la, mas isso parecia ser muito bom para acontecer. Snape ao lado, observava a cena, uma careta formando-se em seu rosto, mas ele não podia fazer nada, não podia arriscar o plano, fechou as mãos e assistiu a cena. Por mais um longo minuto Draco se contorceu, até que Voldemort o livro da maldição.
-Está bom por hoje. Espero que não volte a falhar mais Draco, dá próxima vez não serei tão bondoso com você.
-Claro, Milorde – Draco ia se levantando, ainda tremendo. – Posso me retirar, senhor?
-Não, espere mais um pouco. Tenho uma nova missão para ambos. Quero que descubram uma fraqueza de Potter, é claro, uma fraqueza sentimental, isso vai ser muito útil.
-Sim, Milorde – responderam Draco e Snape.
-Só esperem mais um pouco, até que o Ministério os esqueça mais um pouco, agora podem ir.

****

Na rua dos Alfeneiros, Harry despertara, antes de ouvir a próxima missão de Snape e Draco, a cicatriz ardendo, tentou sentar na cama, mas estava demasiado cansado, e sem perceber voltou ao sono.

****

Saíram sem dizer mais uma palavra, Draco fechou a porta, e então aparataram de volta a casa dos Gaunt. Sentaram nas mesmas poltronas e Draco falou:
-Eu tive vontade de voar naquele idiota e quebrar cada osso dele quando me torturou, quase me descontrolei!
-Ainda bem que não fez isso, seria o nosso fim, ele nos mataria pessoalmente, lá mesmo, e você sabe Draco, eu não podia fazer nada por você, se eu interferisse ele suspeitaria, e isso não seria bom, agora que ganhamos a confiança dele por completa, depois de termos matado Dumbledore. E por falar nele, tem uma coisa que eu não entendi, ele havia conversado com você, e o convenceu a passar para o nosso lado, o motivo imagino pela raiva que sente do Lord das Trevas, certo?
-Sim, e vi que não valia a pena se aliar a Você-sabe-quem, mesmo que eu odeie o Potter, ele fez meus pais sofrerem, e ainda sofrem, muito, não quero nem saber o que o meu pai vai falar quando descobrir, mas não ligo, ainda mais depois de hoje, quero ajudar ao máximo a acabar com ele! – Draco tinha determinação na voz.
-Mas outra coisa, você me contou que tiveram um dialogo, você e Dumbledore, sobre o assunto de você ser do bem, mas você já era, por que esse dialogo?
-Simples, Snape. Você viu que haviam duas vassouras na torre, a outra era de Potter, ele estava lá, de certo encobrido pela capa da invisibilidade escondido como um covarde, Dumbledore me deixou ver sua mente, e descobri isso, então fingimos o dialogo, para que o maldito do Potter não desconfiasse.
-Ah, certo, agora me lembrei das vassouras, muito bom.
-Mas, o que faremos?
-Essa missão é muito fácil, não tem como fingirmos que não descobrimos, mas vamos dar um jeito de avisar ao Potter – as ultima palavras de Snape saíram com um tom de desprezo muito grande – Você sabe alguma coisa, Draco?
-Sei. Ele estava namorando a Weasley, e ouvi falarem que iria haver um casamento de um irmão da sardentinha. Temos que descobrir quando que é, e se Potter vai, mas isso é óbvio que sim, e onde será, então avisamos ele, e depois o maldito do Potter, mas vai ser arriscados para nós, não vai?
-Muito bem Draco, eu não poderia ter feito melhor – Draco sorriu, sempre gostava de receber elogios de seu ex-professor de poções e Defesa contra as Artes das Trevas. – Isso mesmo que faremos. É, vamos correr risco, mas vou pensar em alguma coisa que mostre que não falhamos, e que Potter percebeu.
-Como? – indagou Draco curioso.
-Ainda não sei.
-Certo. Mas, como vamos ajudar o Potter, não nesse plano, no futuro?
-Antes que eu te fale, o que você sabe do que Dumbledore esteve falando com Potter durante o ano passado?
-Ele não me contou muita coisa, era muito arriscado, ele disse, ainda mais com aquele velho do Cabeça de Javali rondando a mesa toda hora. Mas me contou, que para derrotar o desprezível Lord das Trevas, o Potter tinha que destruir as, uhm, como chamam mesmo, horquicus?
-Horcruxes.
-Isso, mas vamos ter que achar e ajuda-lo a destruir? E ele vai levar o lucro por tudo isso?
-Não, não é essa a nossa missão. Só temos que impedir que ele descubra o que Potter sabe e está fazendo.
-Ah, só isso? Mas é muito simples – Draco ironizava as palavras – como que vamos engana-lo?
-Primeiro passo é a Oclumência, vejo que já a dominou muito bem, o segundo passo é desviar a atenção dele para alguma outra coisa, sempre que pensar em ir visitar algum dos lugares onde elas estão.
-Mas como vamos saber que ele vai visitar, se nem ao menos sabemos onde elas estão?
-Vamos ter que tomar cuidado nisso, para ele não descobrir que sabemos das horcruxes, vamos ter que faze-lo mudar de idéia, trazendo algum problema, que nós mesmos vamos criar. Sempre que ele for visitar um desses lugares, imagino que nos avisara, agora que confia mais em nós, então só temos que arranjar algum problema. Mas acho que ele não vai visitar com tanta freqüência assim, esses locais.
-Que tipo de problemas?
-Algum relacionados com outros comensais, ele vai ir saber o que aconteceu. Vamos ter que atacar algum deles sempre, e alterar a memória, eles contaram historias que deixaram ele preocupado, mas temos que pensar muito nisso ainda.
-Certo, não vai ser muito fácil.
-Não mesmo. Mas antes de pensar nesse assunto, temos que descobrir sobre o casamento, de alguma forma.
-É, isso primeiro. Vou me deitar. Ainda sinto muita dor.
-Tudo bem.
Draco desapareceu da sala, deixando Snape pensando no futuro, em que arriscariam suas vidas para ajudar a derrotar Voldemort, conseguiriam?
Mas Draco reapareceu no aposento, Snape virou-se para ele:
-Algum problema?
-Uma pergunta. E se não for ele que vai ir conferir o local das horcruxes, se ele mandar um, ou vários comensais?
-Acho difícil, nenhum comensal sabe da existência das horcruxes.
-Mas eles não precisam saber, se ele manda-los lá, obedeceram sem perguntar nada.
-É, você tem razão Draco – Snape o olhou com um certo respeito, afinal, Draco estava pensando muito bem – Isso tornaria as coisas mais fáceis, bem mais fáceis, já que os comensais ficariam só do lado vigiando por fora o local das horcruxes, eles não a pegariam para ver se estava com algum problema.
-É, sim, bem mais fácil, mas pelo menos uma vez acho que ele vai conferir pessoalmente. Boa noite, Snape.
-Boa noite Draco.
Agora Draco havia finalmente ido se deitar, Snape ficou pensando mais algum tempo, até que acabou adormecendo na poltrona.


Mais uma vez atualizando antes do esperado. Espero que gostem, e obrigado a todos os comentarios, qm pediu para avisar da atualização, sempre estarei avisando.

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