Aurores Supremos.
O dia seguinte se arrastara muito lentamente, diante da atmosfera de ansiedade da escola. Mesmo os alunos mais novos comentavam sobre a excursão. Alguns jornalistas do profeta Diário, inclusive Rita Skeeter, vieram publicar a matéria, mas o máximo que conseguiram, foi uma pequena entrevista com Filch, que os barrou nos portões e uma foto do castelo de Hogwarts. Depois disso e outra tentativa, mais inútil de invasão (nessa nem saíram de Hogsmead) eles desistiram e a tarde foi caindo. A hora do jantar superara todas as outras, nem no dia do banquete inicial a explosão de barulho fora tão alta, Harry estava muito incomodado, e percebia que os professores também. Em uma de suas olhadelas à mesa dos professores, Harry percebeu o movimento de Minerva McGonagall, ela se levantou e apontou a varinha ao seu próprio pescoço, e sibilou: “Sonorus”, sua voz foi aumentada cerca de cem vezes.
- Silêncio! – ela ordenou, falando levemente baixo, mas com o feitiço, tornava aquelas palavras ensurdecedoras. Ela tirou a varinha junto ao pescoço, e falou normal:
- Há dois dias estamos aturando essa gritaria, que mais parece um bando de criancinhas no jardim de infância, de uma escola trouxa, ou pior, uns babuínos que não sabem conviver socialmente. – Dumbledore ria da severa vice-diretora, que estava em frente à mesa onde todos os professores a observavam e Dumbledore ficava no meio.
O salão calou-se, nenhuma das quatro mesas ouvia conversava, o barulho dos talheres e copos em choque com a mesa parecia a mais bela melodia aos ouvidos de Harry.
No hall principal, onde havia as escadas que mudavam, e uma parede muito alta que era totalmente forrada por quadros. E tais quadros se mexiam, conversavam e interagiam entre si, ou com os estudantes que passavam. Ali já era permitido conversar e Harry comentava com Rony, Gina, Jonx e Hermione.
- Quase que eu saio do Salão, e depois descia para a cozinha para pedir comida aos elfos.
- Por que vocês não fizeram igual a mim? – disse Hermione com um tom de exibicionismo na voz e que agora já estava andando com Gina. – Eu li no livro Soluções para problemas do cotidiano uma azaração que faz as vozes das pessoas sumirem e ao invés de ouvir aquela barulheira, seu ouve uma suave canção.
- Ah que bacana hein Mione? Quer uma medalha? – Rony não fez o mínimo esforço para esconder seu mau humor.
- Desculpe senhor “stressadinho”, sabia que stress é uma doença trouxa. Eles ficam “stressados” quando estão muito nervosos ou sobrecarregados no trabalho, por exemplo.
Ninguém falou mais nada até chegarem ao hall do quadro da Mulher gorda, que estava tentando fazer crochê da forma trouxa.
- Mandrágoras! – Jonx disse, e a mulher girou o quadro sem se mexer, como se ninguém falasse com ela.
Eles adentraram a sala e Harry em uma troca de olhares com Gina, apressou-se.
- Já vou dormir, amanhã temos que estar descansados, vamos Jonx? – O descendente de Gryffindor também entendeu, apesar de ser novo na turma.
- Eu também vou, vem comigo Lilá? – A garota nem teve tempo de responder e já estava sendo puxada por Gina. Rony e Hermione ficaram a sós.
- Mione, desculpa, eu sei que estou muito nervoso ultimamente. – o ruivo estava muito vermelho, e Hermione não ficava muito atrás, Harry que ouvia atrás da porta que dava no dormitório, soltou da ponta da varinha umas flores, e a sala toda foi ficando decorada, em um clima muito romântico para os dois.
- O que está fazendo? – perguntou Jonx.
- É o Romantic Decoration. Se usa na decoração de casamentos bruxos, eu vi em um livro na biblioteca há um tempo atrás, e anotei, sabia que seria importante um dia. – E dizendo isso sorriu. Porém Harry se esquecera de observar Rony, que agora dava um longo beijo em Hermione.
- Olha lá, Harry! – Jonx apontou aos dois e Harry virou-se rápido a tempo de ver o final do beijo.
Hermione, ao contrario do que era de se esperar, estava mais vermelha e mais envergonhada/nervosa que Rony.
- Rony, eu te amo muito sabia? – ela sorria.
- Eu também Mione! – o garoto parecia muito confiante no que estava fazendo.
- Bom, mas já é tarde, vamos dormir. – ela deu um rápido beijo e saiu, quando Rony entrou no corredor das escadas se deparou com Harry e Jonx, tentando disfarçar que estavam espiando, numa troca de pequenas azarações engraçadas. Harry deixou Jonx pendurado de ponta cabeça e com os cabelos cor de rosa, já Jonx fez Harry usar roupa de palhaço, e o pior, ele estava gordo. Rony riu da cena, mas soube desde o inicio que eles estavam espiando.
- Vocês podem parar, eu sei que vocês viram tudo.
Harry fez um aceno com a varinha e os dois voltaram ao normal. Os três subiram em silêncio e logo estavam dormindo sob a luz esverdeada da penseira, que iluminava parcialmente o quarto.
O dia seguinte amanheceu mais que perfeito, o céu estava azul e limpo, um calor digno do dia mais gostoso do verão preenchia a escola, todos os seus companheiros de quarto acordaram com um sorriso no rosto, inclusive Harry. Desde o aviso do professor Augustus, passou-se dois dias, que pareceram durar dois meses. A estranha animação se dava à excursão – o que não era comum em Hogwarts – que os alunos maiores de dezesseis anos fariam ao Ministério. Após se trocarem, Harry e Rony desceram juntos ao Salão Principal, onde viram que Hermione, Gina e Jonx já comiam. Eles se sentaram junto ao grupo e alguns minutos depois Dumbledore se levantou.
- Gostaria de dar alguns avisos. Aos alunos que não vão à excursão, terão suas aulas normais. Os únicos cancelamentos são das aulas de Transfiguração aos segundos e terceiros anos. Aos maiores de dezesseis, que vão... Fiquem aqui no salão, aos outros bom dia e tenham boas aulas. – ele fez uma pausa, enquanto os alunos que não iriam saiam. Quando restaram somente os maiores de dezesseis ele começou a falar novamente – Aos que vão, fiquem atento, todos tem que estar com os uniformes de suas respectivas casas, vocês poderão levar apenas as varinhas. Eu, o professor Augustus, Rubeo Hagrid e a Professora McGonagall iremos acompanhar vocês. Não vamos com Pó de Flu, nem de vassouras e muito menos aparatando. Vamos todos com o Noitibus. Creio que todos o conheçam.
Todos ouviam atentos os avisos, quando ele sorriu e fez um gesto para que retornassem a comer. Jonx porém já havia terminado, ele levantou-se e subiu ao dormitório. Rony, Harry, Hermione e Gina terminaram quase que juntos, e todos subiram conversando. Em torno de quarenta minutos estariam saindo, rumo ao Ministério.
Neville entrou no quarto cantarolando alegremente.
- O que foi Neville? – perguntou Harry.
- Vovó achou super bacana a gente ir ao Ministério. – respondeu o garoto alegre.
Harry concordou com a cabeça, ele sentia uma certa pena do amigo, por ele ser meio bobão e querer parecer corajoso.
- Pegaram suas varinhas? – perguntou Jonx.
- Peguei. – disse Harry, que fez um sinal a Rony, mostrando seu bolso da veste, ele estava cheio, com um pano fofo, Rony logo descobriu que se tratava da Capa da Invisibilidade. Afinal, pode ter um grupo de Guardiões e Comensais esperando, para dar um basta na vida do Menino-Que-Sobreviveu.
Ao descerem as escadas, e atravessar os verdes jardins de Hogwarts chegaram ao portão, onde Filch revistava todos os alunos que passavam.
- O que é isso, garoto? – perguntou o zelador rabugento.
- É uma capa de aquecimento, caso faça frio. – Harry viu que sua explicação não convencera muito, tanto que o zelador chamou Hagrid.
- Hagrid, venha cá! Veja isso.
O meio gigante com longas barbas negras vinha na direção de Harry, os dois amigos trocaram sorrisos quando Filch falou:
- Ele diz que isso é uma capa de frio? Posso liberar?
- Creio que sim. Ora Argos, o que uma capa pode fazer?
- E se for uma capa de invisibilidade?
- Acredito que não haverá problemas meu caro Filch, pode deixar que ficarei de olho em Harry. – a conhecida voz rouca veio de trás das costas de Harry, era Dumbledore. Ele certamente sabia que aquilo era a Capa da Invisibilidade.
- Está bem, vai... Próximo! – Jonx se dirigiu ao zelador. E Harry se distanciou, quando Dumbledore piscou a ele e falou:
- Se não fosse os tempos de hoje, essa Capa voltaria ao dormitório.
O garoto riu, o diretor também, este fez um aceno para que ele seguisse ao Noitibus, um ônibus bruxo, com três andares, que poderia se tornar invisível, caso necessário.
- Harry, fique tranqüilo, Dumbledore estará conosco, não precisa da Capa.
- Eu não teria tanta certeza da nossa segurança, Hagrid. Os tempos não estão fáceis.
Dizendo isso ele adentrou no Noitibus, seguido pelos amigos, cada um pegou uma cama. Em pouco tempo todos entraram e o ônibus já estava dando partida. O conhecido frio na barriga se instalou em Harry, principalmente, quando o veiculo saiu correndo a mais de 100 km/h. Logo chegaram a um túnel em Hogsmead.
- Vamos pegar um acesso fácil, ele nos levará até Londres em alguns minutos.
Tudo se escureceu isso significava que adentraram no túnel, porém Harry olhava para trás e não via uma luz, parecia que era um caminho sem fim. Mas de repente saíram da escuridão. Estavam em um bairro pobre de periferia, nenhum trouxa andava pelas ruas. Mas Harry teve a certeza de que estavam em Londres pois se via, ao fundo a torre do Big Ben.
- Professor, iremos todos descer pela cabine telefônica?
- Ah não, Harry! Temos outro lugar, quando se tem mais gente, tipo hoje.
O Noitibus andou veloz até chegar ao centro, Harry sabia que ele estava invisível, pois passava a alta velocidade quase batendo nos carros. Com uma freada violenta que fez as rodas traseiras levantarem levemente, o Noitibus parou diante uma grande loja de fantasias, aparentemente trouxa. Nela havia um letreiro escrito “Fantasias Greimond: As melhores fantasias de bruxos da cidade”. Todos entraram nela, era o disfarce perfeito, ninguém sabia que era bruxos de verdade. Dumbledore se dirigiu ao homem que estava no balcão, ele se alegrou ao ver Dumbledore.
- Alvo! – disse o homem com empolgação.
- Greimond! Quanto tempo meu caro. – o diretor deu um abraço no homem, eles sussurraram e Greimond apontou uma porta, ao fim de um corredor. Dumbledore chamou todos os alunos para lá. Harry seguiu as ordens.
- Mas esse não é o garoto Potter? Harry Potter em minha humilde loja? Que prazer
O garoto teve as mãos esmagadas pelo homem.
- O prazer é todo meu.
- Harry, você tem a cara de seu pai. E os olhos de sua mãe. Estudei com eles em Hogwarts.
Apesar de Harry não agüentar mais ouvir que ele era a cara do pai, mas tinha os olhos da mãe, ele simpatizou com Greimond.
- Ah, então é bruxo também? – perguntou Harry.
- Sim, sim. A loja de fantasias é só fachada, não que eu não venda. Mas construí esse estabelecimento para transportar um grande numero de pessoas ao Ministério. E cá entre nós... Eles me pagam muitos galeões por isso! – o homem sorridente riu, mas logo emendou. – Ah harry, vá... Se não vão te deixar aqui.
- Até mais, Sr. Greimond. – dizendo isso saiu correndo em direção à porta, pois quase que ficara realmente sozinho na loja. Pois Dumbledore já estava começando o movimento com a varinha, que fez a sala escurecer, e em poucos segundos clareou novamente. O visual da sala continuava o mesmo, mas ao abrir a porta que a poucos segundo era uma loja comum, todos viram um grande corredor com muitas pessoas andando, todas com vestes de bruxo. Harry conhecia aquele lugar, fora lá que Dumbledore lutara com Voldemort. Várias placas que voavam apontavam nomes complicados como: “Seção de Observação em Fenômenos Magicamente Inexplicáveis”. O corredor tinha várias escadas também, que levavam a corredores paralelos. A estátua dourada de um centauro estava lá. Idêntica ao dia em que Harry a vira pela primeira vez. Logo na porta um homem de estatura mediana apareceu e cumprimentou-os:
- Bom dia Alvo, bom dia jovens!
- Bom dia.
- Venham, vou levá-los aos Aurores Supremos. – continuou o homem – Serei vosso guia durante o dia de hoje.
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