Interrogando Tia Petúnia

No dia seguinte Harry, Rony, Jonx, Gina e Hermione acordaram exaustos, pois haviam ficado até altas horas conversando.
Aproveitando que ainda não teriam aula, Harry convocou os jogadores da Grifinória, para um treino, isso, além de entrosar o time e pegar o ritmo novamente, o treino foi um pretexto para Harry usar sua nova vassoura, a Firebolt Máster.
- Voem pelas laterais quando foram pelo ataque, e na defesa dividam-se pelo campo todo – aconselhava Harry, o capitão.
Enquanto todos praticavam jogadas, Harry cortava o vento suave de fim de verão, em busca do pomo de ouro, com aquela vassoura tudo ficara mais fácil, era tão veloz, que se não fosse o tamanho do garoto, seria tão difícil ver ele voando quanto a bolinha de ouro.
Já no final do treino Grifinoriano, o time da Lufa-Lufa, Harry propôs um amistoso para descontrair. No final a Grifinória saíra-se vitoriosa, mas não houve o espírito de provocação e rivalidade de sempre...

- Harry, achamos a história da sua tia muito vazia, com poucos detalhes... – explicou Hermione. – Sabemos que ela tinha tomado Varetriserum, mas Dumbledore pode ter feito as perguntas de forma errada.
- Eu também achei, não entendi muito bem o que ela dissera – disse Harry, depois que descansara um pouco do treino. – Vamos então interroga-la novamente! Hermione creio que possamos criar uma poção da verdade não é mesmo?
A garota concordou com a cabeça.
- Vou pesquisar na biblioteca, nos vemos depois do jantar na sala Comunal.
Harry e Rony concordaram, enquanto observavam a garota se afastar em direção à biblioteca. Depois que ela saíra do campo de visão dos garotos, viraram nos pés e foram para a cabana de Hagrid.
- Olá garotos, onde está Mione? – perguntou Hagrid quando viu apenas os dois garotos à sua porta.
- Foi para a biblioteca... Pra variar! – disse Harry rindo, porém ele percebeu que o grandalhão tinha algumas feridas novas. – O que aconteceu com você Hagrid?
- Ah, nada de mais, alguns explosivins, Bicuço e Grope, com isso e muito mais para cuidar, é normal que se machuque às vezes!
- Hagrid, Hagrid! Olhe lá, não tem nada de anormal nestes machucados? – perguntou Harry insistente.
- Tudo bem, contarei a vocês... – seus olhos fitaram o chão, ele respirou fundo, armazenando o máximo de ar que podia nos pulmões e começou – Dumbledore me mandou cuidar da sua tia, que acreditávamos ser trouxa, ela têm cara de inocente, besteira na minha opinião, ela até que é muito agressiva! Foi ela que me causou estes ferimentos!
- É mesmo? – perguntou Rony, parecendo muito interessado.
- Sim, me atacou diversas vezes...
Harry parou de ouvir, estava pensando sobre sua tia, ela nunca fora agressiva, ao ponto de machucar um meio gigante, seria a revolta por estar longe de Duda ou pela morte de tio Valter? Ou ainda, estaria revoltada por estar trancafiada em uma sala, solitária? A partir dessas perguntas iniciais, várias outras duvidas pipocavam em sua cabeça, como a raiz, que a partir de uma estrutura principal, ela se ramifica tornando-se várias raízes secundárias. Harry concluiu que teriam que tomar cuidado ao entrar na sala hoje para interrogar sua tia que parecia estar ficando louca.
Ao voltar à realidade, percebeu que Rony já havia mudado a conversa, e que Hagrid estava fazendo um chá para os dois.
- Harry? Você está bem?
O garoto disse que sim, porém Rony continuou com a preocupação:
- Tem certeza, você está meio pálido.
Hagrid vinha vindo com a bandeja e três xícaras, quando viu Harry admitiu
- Realmente, você está pálido, quer ir para a enfermaria? – perguntou o grandalhão.
- Não, Hagrid, não. Preciso ir a outro lugar, Rony... Você também. – os olhos sérios como se estivesse se comunicando com o ruivo pelo olhar, olhavam diretamente para Rony, que finalmente entendera o recado e levantara-se.

- Mione! Mione! – Harry entrou na Sala Comunal gritando, sabia que Hermione iria preparar suas poções ali.
Ela desceu as escadas correndo, trazia sua varinha na mão e parecia preocupada.
- O que houve Harry?
- Suspeito de uma coisa Mione! É muito séria, você já está acabando? – Harry perguntou pois estava ansioso para ver se sua suspeita se confirmara.
- Sim estou. Só vou subir no quarto pegar a poção e já vamos!
Alguns minutos depois ela voltava com um vidro na mão, os três saíram correndo pelos corredores quando encontraram Jonx.
- Para onde vai com vosso vidro, Harry? – perguntou Jonx, curioso.
- Depois lhe explico! – exclamou sem parar de correr.
- E podeis ajudar vossa missão?
- Sim, sim... Venha logo, não quero ser visto por mais ninguém!
No caminho Rony foi explicando tudo o que acontecera, e também dissera o plano para arrancar toda a verdade da Tia Petúnia. Jonx ia ouvindo e se espantando com o que o novo amigo dizia, ele não sabia que Dumbledore não ficou sabendo da expulsão, e muito menos que o ministro o proibira de ficar sabendo.
Finalmente chagaram ao corredor vazio, onde havia uma porta, lá de dentro ouviam-se alguns ruídos, provavelmente Tia Petúnia tentando escapar.
- Cuidado... – aconselhou Harry – Quando eu abrir a porta entrem todos para ela não fugir.
Os outros três concordaram com a cabeça, enquanto Harry delicadamente deitou sua mãe sobre a madeira velha e gélida da porta com um toque sutil ela foi para frente, com um pulo os quatro entraram e logo em seguida a porta já se fechara.
- O que você quer aqui de novo moleque enxerido! – exclamou Tia Petúnia, que tinha os olhos vermelhos, talvez pelas noites sem dormir e pelo estresse causado por ficar confinada naquela sala.
- Estupefaça! – Jonx Gryffindor acabara de estuporar a tia de Harry.
- Jonx! – os três exclamaram juntos, abismados com a reação do garoto, que ficou paralisado em seu lugar, e retribuiu com um sorriso.
- Ah Harry, vou reanima-la – ela lançou um olhar feroz à Jonx, que ficou vermelho. – Enquanto isso conjure uma cadeira e algumas correntes para amarrá-la.
- Sim... – concordou examinando a tia caída, ela estava com uma aparência horrível, parecia que esteve trancafiada em Azkaban por muitos anos, seus cabelos estava espetados e levantados, suas roupas sujas com alguns rasgos, seu rosto parecia extremamente cansado e ela fedia a suor, como quem não tomava banho a mais de semanas durante o verão.
Hermione amarrou-a na cadeira, com correntes envolvendo seu corpo e finalmente foi reanimada por Hermione. Harry despejou uma quantidade de Varetiserum um tanto exagerada na boca de sua tia, que engasgou um pouco mas logo fez uma cara abobalhada.
- Quem sou eu?
- Harry Potter! – respondeu.
- Você é bruxa? – perguntou novamente Harry.
- Sim, sou bruxa, tenho parentes trouxas na família como minha mãe, mas a maioria são bruxos.
- Você estudou em Hogwarts?
- Estudei, durante dois anos apenas, posteriormente fui expulsa.
- E por que fostes expulsa?
- Pois armei uma emboscada contra minha irmã, tinha inveja dela, seu nome era Lílian Evans, se casou com Thiago Potter, ela sempre foi mais popular que eu, e sempre foi boazinha, ao contrario de mim, eu era má. Meu plano era para que ela fosse expulsa, mas Albeforth Dumbledore me descobriu e eu fui expulsa. Também descobriram meu lado negro.
Nesse momento os três arregalaram os olhos, pois conseguiram chegar no ponto que Dumbledore não chegou, a partir desta informação poderiam desvendar o mistério da Tia Petúnia.
- Que lado negro? Você conhecia Voldemort?
- Sim, conhecia, ainda o conheço, ele me ajudou a armar o plano, quando eu ainda era Comensal.
Neste ponto, o estomago de Harry despencou, pois ele havia vivido onze anos sobre o mesmo teto de uma ex-Comensal da Morte.
- E você não é mais um Comensal? – perguntou Harry temendo a resposta.
- Não, hoje sou uma Guardiã das Trevas! Porém meu posto era secreto, ninguém sabia, eu fazia operações de suma importância para Você-Sabe-Quem, mas agora estou aqui trancafiada.
A tia dissera tudo que Harry temia, ela estava ainda mais perigosa, porém não sabia como operava sem uma varinha.
- Você tem varinha?
- tenho, mas só uso ela em caso de extrema importância, o mestre me proibiu de sair por ai usando-a.
- Por que Dumbledore não soube de sua passada por Hogwarts, e sua expulsão?
- Por que meu pai, era amigo do Ministro, ele usou a maldição Impérius para que ele mandasse a notícia ser abafada, não queria sujar a reputação da Família. E se Dumbledore soubesse ele faria questão de contar a todos seus amiguinhos nojentos!

Isso era demais para Harry, ele precisava de um tempo para absorver as informações, e foi quando Tia Petúnia começou a gritar ferozmente até que explodiu a grossa corrente em que estava envolvida. Apontando a mão a Harry, fazendo o garoto voar longe, e que batesse em direção à parede. Com a outra mão ela puxou a varinha do garoto, tudo sem a uns dois metros e sem pegar sua varinha clandestina.
- Harry, ela sabe fazer magia de varinha, é um dom raro, e você consegue também, lembra quando fez o vidro do Zoológico desaparecer, e seu primo caiu dentro da jaula? Você não usava varinha, ou então quando fez a irmã de seu tio virar um balão? Tente reagir
Ele se lembrava muito bem dos dois momentos e em ambos ele estava tomado pela fúria, como agora, talvez conseguisse. Fixou seus olhos no corpo de Tia Petúnia, e soltando um grito a fez cair ao chão se contorcendo de dor.
- Estupefaça – gritou ele após recuperar a posse da varinha. – Vamos contar à Dumbledore o que descobrimos.
Harry estava com a respiração falha e cansada, ele havia feito muita força para se livrar de sua tia.

Alguns minutos mais tarde já estavam m frente à porta do diretor, quando Jonx deu três toques.
- Entrem – disse Dumbledore com simplicidade.
- Dumble... – Harry já ia começar toda a história quando foi interrompido.
- Harry, já sei, eu vi tudo, não se esqueça que eu não preciso de Capa da Invisibilidade para me tornar invisível. – ele sorriu – Fiquei realmente impressionado com o que vi, vocês conseguiram arrancar muito mais informações do que eu. E adorei sua demonstração de poder sem varinha.
Os quatro se assustaram, Dumbledore vira tudo o que acontecera na Sala Precisa.
- Harry, seu pai me deixou isso antes de morrer. – ele apontou a um canto da sala, e lá havia uma bacia, com um líquido verde, muito brilhante: Uma Penseira.
- Uma penseira?
- Exatamente, só te dei agora, porque acabou de vivenciar um momento que precisa ser guardado, creio que isso o ajudará a esvaziar um pouco sua mente.
- Posso levar ao meu quarto? – perguntou Harry, que estava tranqüilo, pois esse ano dividiria o quarto com Rony, Jonx e Neville, todos eram de confiança.
- Creio que todos seus amigos são de total confiança, então pode sim... E no caso de invasão, um feitiço de proteção ensinar-lhe-ei.
Um sorriso instalou-se no rosto de Harry, ele por um momento esquecera de que seus amigos estavam ali, esquecera-se mais ainda de tudo o que havia passado com Tia Petúnia.

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