Sombras do Caso da Tesoura



Capítulo 05

Sombras do Caso da Tesoura

... e por isso vocês devem se aplicar ainda mais que em todos os anos anteriores. – concluiu a Profª Sprout depois de um longo discurso sobre os N.O.M.’s que todos os professores haviam feito. Assim, os alunos da Corvinal e da Grifinória passaram a realizar a tarefa dada. Naquela ocasião, assim como em todas aulas de Herbologia, Diana se encontrava no grupo dos Marotos. Lily, Emily e Alice faziam grupo com os corvinais Frank Longbottom e Christopher Powell (do qual Diana, por alguma razão, não gostava nem um pouco). Além disso, a recente discussão com Lily deixara um clima tenso entre as duas:
- E então? Já conseguiram as coisas para a festa da Emily amanhã? – disse Diana com sua habilidade inigualável de começar uma conversa.
- Que coisinha mais inútil... – resmungou Sirius em um tom baixo, mas perfeitamente audível.
- Hã... bem... sim, sim, claro! Compramos várias coisas, como... como... – enrolou Remus.
- Bosta de dragão... – continuou Sirius ainda resmungando.
- Tortinhas de abóbora! – completou James.
- Ah bom, porque eu fiquei imaginando como vocês arranjariam todas as coisas para amanhã à noite...
- Bem... nós não precisaríamos arranjar nada se você não tivesse aberto a boca e contado pra Emily que conseguimos ir a Hogsmeade quando bem entendemos. – retrucou James num tom ríspido que não era de seu feitio, especialmente com sua irmã. Sentiu o olhar de reprovação que Remus o lançava.
- Mas James, como eu não iria contar? Ela é minha amiga! Era a coisa certa a fazer! – disse Diana com aquele tom de inocência que o irritou ainda mais.
- Você com essa sua mania de fazer as coisas certas! Mas acaba sempre falando o que não deve!
- Mas ela tava desesperada! Chegou a pensar em cancelar a festa!
Agora era a vez de James lançar um olhar de reprovação. Era como se dissesse “menos Diana, menos”.
- OK, OK. Mas ela tava apavorada mesmo! Como eu não iria falar nada se tinha a solução? Pra que deixar as coisas darem errado! Você e a Lily, por exemplo: eu já falei pra você...
- EU já falei pra você não se meter nisso! O problema é meu e você não tem nada a ver com isso!
- Mas James! Eu sou sua irmã! Sua única irmã! – continuou Dy num tom dramático – Nós dividimos a barriga da mamãe por nove meses! Porque agora você não pode dividir seus problemas comigo? Eu não consigo ficar de braços cruzados vendo você fazer tudo errado!
- Diana, você não vê que já tá tudo suficientemente ruim entre eu e ela sem você se meter? Vocês não têm que estragar sua amizade por causa de uma idiotice dessas! A Evans que sempre entende tudo errado! Eu só tava me divertindo com aquele imbecil! Ela não precisava ter um ataque!
- Mas é justamente isso que eu quero mostrar pra ela! – disse Diana numa empolgação como se tivesse descoberto a Atlântida.
- Você não tem nada pra mostrar. – James suspirou. – Ela que entenda do jeito que quiser. Eu não me importo.
Diana achou melhor encerrar a discussão. Mas em sua cabeça o plano já estava perfeitamente formado.
- Mas será que vocês dois... aaaaaaaaaah – o grito de Sirius foi interrompido por um jato de uma coisa verde escura e pegajosa que fedia a estrume rançoso. Num movimento impaciente (bem delicado) o Maroto acertara em cheio sua Mimbulus Mimbletonia com a pinça, fazendo com que jatos iguais aos que atingiram sua boca acertassem também todos que estavam por perto.
- Black! – gritou a Profª Sprout – Eu avisei para ser delicado com a planta! Na próxima vez vou ser obrigada a descontar pontos de sua casa.
- Desculpa Profª Sprout. – disse Sirius com uma voz um tanto pastosa depois de ter botado pra fora o líquido que tinha na boca.
Depois da professora limpar o estrago, Sirius desandou a falar:
- Que coisa bem inútil mesmo! Eu odeio essa maldita matéria!
- Então era esse o motivo dos resmungos a aula inteira? – perguntou Remus.
- Claro! O que mais seria? Você sabe muito bem o quanto eu detesto essa maldita Bostologia!
- E você também sabe, Remus, que o Sirius não consegue ficar cinco minutos sem reclamar de alguma coisa. – disse Diana num tom zombateiro.
- E você não consegue ficar cinco minutos com a boca fechada, então estamos quites!
Os dois riram e continuaram trabalhando. Enquanto isso no outro grupo:
- Esse Black – falou o corvinal Christopher Powell, revirando os olhos.
Lily parecia não ter ouvido seu comentário:
- Mas como eu ia dizendo, esse Potter não conhece limites! Ele não tem respeito por ninguém a não ser por ele mesmo.
- Olha Lily, eu não acho ele tão mal assim. Ele já me deu uma força várias vezes – defendeu Frank Longbottom.
- A Lily é uma das poucas pessoas da escola que acha isso. – explicou Emily.
- Então eu sou uma das poucas pessoas da escola que está em seu juízo perfeito. – retrucou a ruiva.
- Você não é a única Lily. Eu estou com você. – disse Christopher Powell abrindo um sorriso.
Lily sorriu de volta enquanto Emily e Alice se entreolhavam discretamente.
- Mas você tem que tentar entender...
- Frank, Frank!... Não gaste suas palavras tentando convencer esses dois. – disse Alice se dirigindo ao namorado.
O silêncio reinou durante alguns minutos, até que:
- Mas como ele pode ser tão infantil?

Ao final da aula de Herbologia todos se dirigiram para fora das estufas, enquanto quartanistas Sonserinos se aproximavam. Sirius havia ficado para trás, pois fora obrigado a ouvir um longo discurso da Profª Sprout sobre como não se deve espetar pinças em Mimbulus Mimbletonias. Ele tentou correr para acompanhar os outros, mas topou com seu irmão no meio do caminho.
- Ah, oi maninho.
- Oi. – cumprimentou Regulus olhando em volta para se certificar que não havia ninguém observando.
- Eu estava mesmo querendo falar com você.
- Hmm... seja rápido.
- O que foi aquilo no trem? Pirou?
- Eu estava me divertindo. Não é assim que você diz?
Sirius deu um sorriso amarelo. Na verdade os dois sabiam o quanto eram diferentes quando havia outras pessoas a volta.
- Na próxima vez que você quiser se divertir, não há necessidade de ser grosseiro com os outros.
- Hmpf... olha quem falando.
- Olha aqui: eu não sou exemplo a ser seguido. Ao menos não sempre.
- OK... Deu? Já acabou o discurso? Posso ir pra minha aula? – retrucou Regulus num tom de deboche.
- Não. Tem mais uma coisinha. Aquele Snape é um infeliz. Até mesmo na sua casa você pode achar companhias melhores.
- Não venha falar das minhas companhias! Olha com quem você anda!
- Ah, por fav...
- Sirius, Sirius. Olha o que eu fiz! – disse Peter às gargalhadas correndo para Sirius. Os irmãos Black se viraram na direção de Peter a tempo de ver o garoto tropeçando nos próprios pés e se estabacando no chão.
- Ah não! – lamuriou-se Peter – Destruí com minha estátua de bosta de dragão!
Regulus se virou para Sirius com a sobrancelha erguida, como se falasse “eu não disse?”
Sirius olhou de volta para o irmão:
- Vá pra aula.
Enquanto isso Peter estava ajoelhado recolhendo os pedaços de sua preciosa estátua.
- Quem você pensa que é pra mandar em mim? – retrucou Regulus.
- Seu irmão mais velho?
- E...?
- Olha, é melhor você ir antes que apareça a Tiffany. – disse Sirius não conseguindo conter o riso.
- To indo. – falou Regulus rindo também.
E ao passar por Peter, sacou a varinha e murmurou “Reparus”, consertando a estátua. Sirius não guardou o sorriso, olhando pra seu irmão e pensando:
“Ele não é ruim, apenas querem que pense que é.”
- Vamos Peter. – disse Sirius guinchando o amigo do chão – Eu não quero perder o jantar e tenho certeza que você também não.

Chegando ao salão principal, Sirius e Peter se acomodaram perto dos outros dois Marotos. Estes, por sua vez, sentavam-se próximos as quintanistas da Grifinória. Sirius calculou que James tivesse insistido “um pouco” para que Remus colocasse o papo em dia com Lily, já que sua principal fonte de aproximação (Diana) estava de cara amarrada tanto para ele quanto para a ruivinha.
Sirius percebeu ainda que Remus também não estava com a melhor das caras. Ele sabia muito bem o quanto Lupin desaprovava a irritação e as discussões implicantes de James em relação à Diana. Mas resolveu deixar os amigos de lado e se concentrar em seu jantar. Enquanto isso, Remus (levando um cutucão nas costelas, de James) puxava uma conversa com Lily.
- E então Lily? O que está achando deste ano, com os N.O.M.’s e tudo mais? – perguntou Remus.
- Ai Remus, nem me fala. Todas aquelas pilhas e pilhas de deveres e tudo mais... me dá uma preguiça só de pensar. – respondeu Lily.
- É verdade. E ainda temos os relatórios da monitoria.
- Nem me fala. Mas ao menos temos as noites.
- É... temos as noites. – disse Remus num tom sombrio. Lily já ouvira várias vezes ele falar nesse tom. Reparava que sempre usava quando se tratava da noite ou da lua. Não entendia como alguém poderia não gostar da lua. A não ser... Ah, Lily! Deixe de bobagens.
- Mas Transfiguração é o horror para mim. – disse Lily numa tentativa de desvirtuar do assunto. – Tive até pesadelos com a McGonagall me transformando num grande repolho verde por não ter conseguido fazer os deveres! – ela parou pensativa por um instante – Você acha que eu tenho cara de repolho verde?
- Não! Claro que não! – respondeu Remus, convicto, rindo da garota.
- Mas eu tenho olhos verdes! – completou a ruivinha piscando o que Emily chamava de “duas esmeraldas”.
- Tenho absoluta certeza que não.
- É verdade! Repolho é verde claro... talvez um espinafre ou coisa parecida.
- Mas se você tem tanta dificuldade com Transfiguração, porque não tenta pedir ajuda para alguém. – sugeriu Remus. Nesse momento sentiu uma cotovelada ainda mais forte nas costelas e completou – O James aqui por exemplo, é um dos melhores alunos de Transfiguração do ano.
- Eu ouvi alguém dizer meu nome? – se intrometeu James como se só agora tivesse sabido da conversa.
- Mas como eu ia dizendo, Remus, eu acho que eu não estou tão desesperada. E muito menos, doida.
- Pois diga pra essa garota, Remus, que nem se eu usasse todas as minhas horas vagas desse ano, eu consegu

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