Presa Em Você
Meu testamento parte I, por Lily Evans.
Para Diana, deixo meus ursinhos de pelúcia. Para Katheryn, minhas roupas. Para Alice, minha maquiagem. Para Laura, meus pergaminhos decorados. Para Sirius, minhas fotos. Para Remus, meu diário do quinto ano. Para Peter, meu estoque secreto de chocolate. Para meu primo Adam, meu diário do ano passado. Para tio Robert, minha máquina fotográfica. Para mamãe e papai, todos os pertences que passamos juntos. Para Petunia, a pior macumba-maldição que existe na face da Terra.
Porque eu estou OFICIALMENTE morta.
Amém.
Presa Em Você
E, tudo bem, a coisa foi SURREAL. Ninguém esperava. Muito menos EU.
Quero dizer, não foi exatamente minha culpa, de certo ponto de vista. Er, bom, se você considerar o fato de que EU bebi, foi sim, mas a culpa não é minha se eu bebi DEMAIS. A bebida me fez beber e eu bebi até cansar de beber e ficar bêbada (?).
Whatever. Isso não é o que importa agora.
Aí eu simplesmente fiquei lá dando o MELHOR beijo da minha vida, explorando cada cantinho da boca de James e aproveitando para passar a mão por suas costas.
Quero dizer, tá no inferno, abraça o Diabo!
(BUT IT’S BETTER IF YOU DO!).
Mas, quando de repente (de repente? Tá brincando, fia?) o ar faltou em nossos pulmões, eu o soltei, e ele começou a rir. RIR! Quase em gargalhadas daquelas cômicas! NA MINHA CARA! Com a mão na testa!
Não preciso falar que eu me afastei, toda cambaleante, e coloquei a mão na boca, sentindo que a insensibilidade dele perfurara meu coração. Lágrimas brotaram em meus olhos, o pessoal no salão prendeu a respiração e eu... Desmaiei.
Só que está na CARA que era minha encenação, né. Hihi. Desculpa se eu sou esperta.
Enfim. Todo mundo começou a falar de repente e James parou de rir. Talvez porque Diana avançou até ele e meteu O tapão no meio de sua cara. Mesmo assim, valeu a pena, porque ele me pegou no colo, murmurou alguma coisa que eu não entendi e SAIU DO SALÃO COMUNAL.
Não é que as coisas estavam saindo melhor do que eu esperara?
Anyway, continuei toda mole, não sei COMO com a consciência (ou subconsciência?) ligada. E nem preciso falar que estava atuando MUITO bem.
Li-lycious def. Li-lycious def. Li-lycious def.
ADEUS, srta. Fergusson. É SEU FIM, “FERGALICIOUS”.
- Por que você fez isso? – Ele murmurou, parecendo impaciente. – Você estragou tudo, tudo que eu tinha planejado, Lily...
Até tentei abrir um olho DISCRETAMENTE para espiar a expressão dele, mas não deu.
EU ESTAVA CHOCADA!
(Se este choque tivesse cabelo, ele usaria neutrox!).
(E pro caso de uma certa Espinosa (QUEM? CUMA? HÃ?) não saber, Neutrox é o MELHOR shampoo e condicionador trouxa. Eu amo aquele rosa com tampa azul, sabe).
- Agora você vai pensar que eu sou um canalha... Aí vai me dar um gelo e me esnobar até eu me declarar... – Ele é TÃO fofo resmungando com o suposto nada! TÃO... – Como se ninguém soubesse.
Chegamos no salão dos monitores, porque eu o ouvi praticamente berrando a senha. Ele chutou a porta, e depois a chutou de novo, para fechar, e me colocou no sofá.
Pelo que eu agradeci, se você quer saber, porque eu estava QUEBRADA.
- Que ótimo... – Ele se ajoelhou perto de mim, e encostou o queixo no sofá, puxando as mangas da camisa. – Eu só quero que você saiba, se estiver acordada, ou se lembrar disso depois, que eu não sou o que você está pensando agora. Um canalha, pro caso de você estar pensando o que eu acho que você não está pensando, mas deveria pensar. – Puxa, ele é ESPERTO! Ele quase leu meus PENSAMENTOS!!! – Então, fique bem. E eu adorei quando você cantou aquela música pra mim. Foi...
Pude sentir que ele abriu um sorriso bem maroto. SENTIR.
- Demais... – James sussurrou, de um jeito meio canalha, levantando-se rapidamente e batendo a porta, como sempre.
GOSTOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSO!
Heh.
Maniazinha de bater a porta, huh? Se essa porta ainda fosse uma árvore (ELA USARIA NEUTROX!), você não faria isso com ela, né. Preconceituoso.
Mas que preconceituoso GATO, fala sério.
Whatever.
Está na hora da reflexão. Sobre o que eu vou fazer agora, sabe?
Tipo, eu acabei de beijar o cara que eu sempre quis. Só que eu fiz isso BÊBADA e ainda cantei no salão comunal, na frente de todo mundo. Isso deveria ser uma vergonha pra mim, já que o que eu realmente queria era uma cena romântica, do tipo quando o Jack tem que dar tchau pra Rose em Titanic ou quando o Danny diz que mudou pela Sandy em Grease.
Por que minha vida não é um FILME, fala sério? Tenho até algumas sugestões de títulos!
a) Lily Deu Defeito – a história de uma ruiva.
b) Lhama Costeira Do Sul Da Ásia – o começo.
c) Ela Era Ruiva
Eu poderia ser roteirista de cinema. Ia falir o Tim Burton e o Alfonso Cuarón de boa, sem mover um fio de meus cabelos ruivos, que neste momento devem estar parecendo o ninho do pássaro mais próximo, que provavelmente é um mal-encarado que TAMBÉM tem preconceito contra as árvores.
De certa forma, isso me lembrou que ninho lembra o cabelo de James, e James parece odiar árvores, que são os lares dos pássaros, que têm ninhos.
HÁ! TIRA ESSA DE LETRA, VAN GOGH!
Mas isso não vem ao caso, eu acho. O que vem ao caso é que eu estou com MUITA preguiça de sair dessa cama, agora que eu já contei todos os fatos a vocês.
Ah, esqueci, hoje é o dia seguinte. Eu só contei o que aconteceu ontem. E, depois daquilo, eu só levantei depois de MUITO tempo, tomei um banho, caí na cama e aqui estou desde então, fato que já tem umas catorze horas.
CATORZE. Vida movimentada, huh?
Sem contar que hoje é um domingo, eu acho. Sabe como é, não estou muito pra brincadeiras, mano brow joy. Heh.
AI, to na fossa, não tem jeito. Meligadepois, vai.
- I HEARD YOU DRIVING IN MY CAR… THEN IN A FROZEN BAR, I CLAIMED I DIDN'T CARE FOR YOU… BUT YOUR VERSE GOT TRAPPED INSIDE MY HEAD, OVER AND OVER AGAIN, YOU PLAYED YOURSELF TO DEATH IN ME! - Comecei a berrar, com todas as forças, em minha exata décima nona hora na cama.
E eu espero MESMO que James Potter entenda a mensagem dessa canção.
(BUT IT’S BETTER IF YOU DO!).
- I THOUGHT I'D DROP YOU EASILY, BUT THAT WAS NOT TO BE. YOU BURROWED LIKE A SUMMER TIC! SO YOU INVADE MY SLEEP AND CONFUSE MY DREAMS… TURN MY NIGHTS TO SLEEPLESS ITCH… - Hum, ok, minha voz é a mais desafinada EVER. Ninguém consegue cantar pior que eu, uma espantalha da sétima serra que sente falta de ar ao cantar.
QUER ANDAR DE CARRO VELHO, AMOR? QUE VENHA! POIS EU SEI QUE ANDAR A PÉ, AMOR, É LENHA! Alala ô, ôwô ôwô! Alala ô, ôwô ôwô! Mas que calor ôwô ôwô! Alala ô, ôwô ôwô!
- Pare de cantar! – Berrou a voz conhecida de Sirius Black em minha porta, já que ele provavelmente estava ajudando James, seu mentor do mal, a bolar a próxima travessura para o Ranhoso.
Porque é sério. QUASE TODO SANTO DIA eu tenho que aturar o “PADDO” e o “PRONGO” criando planos maquiavélicos de dominação do mundo, ou simplesmente algumas coisas que ficariam engraçadas no meio de um dia de aula.
Fala sério. Eu não mereço dois mongos como esses, principalmente quando um é O Aprendiz e um é MENTOR DO MAL.
MENTOR DO MAL, pelos céus. Século XX, hellô-wô!
Heh.
- STUCK ON YOU 'TILL THE END OF TIME! I'M TOO TIRED TO FIGHT YOUR RHYME! STUCK ON YOU 'TILL THE END OF TIME… YOU'VE GOT ME PARALYZED! - Cantei com mais força, sentindo minha visão ficar cada vez mais turva.
Eu queria MUITO desmaiar. Eu NUNCA desmaiei, sério mesmo. Talvez porque eu seja uma espantalha da sétima serra. (E, se você parar para pensar... QUANDO VOCÊ VIU UM ESPANTALHO DESMAIAR??).
Hah.
- Pára! – Sirius exclamou, esmurrando a porta. – Volte a dormir, Lily!
- HOLDING ON THE TELEPHONE…
- Vou chamar o James! – Ameaçou ele, chutando a porta.
- I HEAR YOUR MIDRAGE MOAN…
Mas aí eu não vi mais nada. Porque eu d e s m a i e i.
É oficial: eu odeio desmaiar. Simplesmente porque isso fez Sirius arrombar a porta do meu quarto de monitora e me encontrar desmaiada, para depois me levar à ala hospitalar e reclamar que eu estava lá quase o dia todo, sem sair para comer nem nada.
Fofoca da foooooca, heh.
- Mas srta. Evans...
- SomeWHEEEEEEEre OOOOOOOOver the rAAAAAinbOOOw... - Sim, as letras maiúsculas são as partes em que eu desafino.
Até tu, Brutus?
James Potter,
Tudo o que eu quero dizer é – por que? Por que você tem que ser tão perfeito e me prender tanto como faz? Por que você tem que ser a razão da minha bebedeira no último sábado? POR QUE eu não consigo parar de pensar em você por um minuto?
Minha loucura, essa de falar besteiras para todo canto, começou nas férias. E sabe por que? Porque eu notei que comecei a pensar em você todos os dias, falando de você, pensando em você, até ao ver um... Um velhinho sendo atropelado! Você pegou minha razão, mesmo que eu tenha descoberto isso só em setembro, e deixou em frangalhos... Porque eu sinceramente não sei o que fazer.
Não sei se digo a você, e nem ao menos ser se vou entregar essa carta. Vai que você surta de vez e me dá um fora. Você sabe que vai doer muito em mim se fizer isso, não sabe? Porque isso é verdade: eu nunca senti isso que estou sentindo por você. Só agora. Justamente agora.
Por quê?
Por QUÊ?
POR QUÊ???
Com votos de que nunca receba essa carta,
Lily Evans.
Eu estou ficando cansada. É sério. Minha vida está um perfeito saco, sem brincadeira. Não agüento mais ir as aulas, me acabar nas lições, conversar com as meninas e ficar pensando em James.
Não dá mais! Acho que se continuar assim, vou dar um belo nó em meus cabelos, em minha cabeça e em... Sei lá. Em mim.
Eu estou cansada. Hoje já é quarta-feira, dia quinze, e eu não sei mais o que fazer. Passo o dia todo fazendo lição e depois venho aqui, na escadaria do corredor do segundo andar, e fico pensando, pensando em tudo que está acontecendo. Pensando no que aconteceu em toda a minha vida, e, BUM, surpresa, pensando em como eu penso em James.
Será que eu estou maluca e que isso é uma paixão repentina? Espero mesmo que seja, por favor. Eu não quero amar. Não consigo. Só me... Machuca...
Pode parecer meio nostálgico e falso, já que geralmente eu faço isso e um dia depois estou falando dos espantalhos da sétima serra. Mas dessa vez não é. Há três dias eu só sinto vontade de pensar e ficar parada, chorando baixinho para ninguém ver. Três dias.
Quem iria imaginar que EU ia PASSAR por isso? Eu sempre fui tão desencanada em relação a meninos! Mas depois de TANTO falar de como eles são idiotas, aqui estou eu, completamente deprimida por causa de um em especial... Que SACO... Minha vida não sai mais disso! Simplesmente NÃO SAI! E não tem nada que eu possa fazer pra sair da rotina!
A não ser...
- Um, dois... – Respirei fundo, puxando o ar. – Três.
Então saltei das escadas e comecei a correr desesperada para fora do castelo, tentando ignorar o fato de que Filch estava tentando ver quem era o aluno, já no primeiro andar.
O que é a vida sem um pouco de... Emoção?
- VENHA CÁ, ALUNO DEPRAVADO! MOSTRE SUA CARA! – Berrava ele, tentando correr atrás de mim com aquela gata ridícula em seus calcanhares.
Escondi um riso de alegria. Havia MUITO tempo que eu não me sentia assim, livre, leve e solta...
- VOCÊ NÃO VAI FUGIR! – Não vou? Não vou? NÃO VOU?
Vou sim. Já estou chegando perto do salão principal, amigo. E se a porta estiver aberta, eu pico-a-minha-mula de um jeito tão rápido que você não vai nem conseguir gritar “QUE DIABOS...”.
Talvez eu tenha sido possuída pela depressão DA depressão, mas whatever.
Então cheguei lá, agradecendo por estar tudo vazio. Corri até o portão, que parecia estar completamente aberto, já que uma faixa azul bem grossa iluminava apenas uma parte do salão, apesar das luzes das velas...
Oh, não. ESTÁ TRANCADO!
Meu testamento parte II, por Lily Evans.
Para James Potter, eu deixo a carta sobre a mesa do salão dos monitores, os livros de poemas de amor que eu lia, que estão sob a cama do dormitório da Grifinória, aquele casaco que ele achou fofo, todo o meu cabelo (podem arrancar. Eu vou estar morta mesmo. Nem ligo. Mas, se doer, eu JURO que volto pra assombrar vocês à noite, no melhor estilo Paga-Peitinho (??)) ruivo, os óculos que eu usei dos 12 aos 13 anos, que estão em posse de minha mãe, o quadro estranho que tem no meu quarto de monitora, seu violão, que eu sempre pego de vez em quando para admirar, meus lápis de madeira, que uma vez ele quis, todo o meu amor e a seguinte mensagem:
James, meu querido.
Saiba que eu morri ao fazer uma travessura fora do horário permitido. Filch me viu. Então, espero que pelo menos uma vez em sua vida (e em minha morte), você preste atenção no fato de que ofereceu a alguém a mão da marotice, e que ela foi muito útil.
Ah, tá brincando? MORRA também! Se EU morri, VOCÊ tem que morrer também. Não quero saber.
Hehehe.
Eu estava brincando.
Bom, na verdade, não estava não.
Grata,
Lily.
PS: Uma vez eu peguei cinco libras da carteira do meu pai. Então pode pegá-las de volta com o cara da cabana de doces da esquina, papai.
Porque AGORA eu estou oficialmente ENTERRADA.
Amém.
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