Paixonite Aguda



Capítulo 7

Paixonite Aguda


Hoje é sexta-feira! Dia onze, sendo muito exata e precisa. Mesmo que as duas palavras tenham o mesmo significado.

Estamos agora na aula de Transfiguração, que é dupla. Depois dessa temos feitiço, a reunião da monitoria e uma noite livre, graças a todas as coisas vivas nessa barreira paralela a outras dimensões.

E eu não entendo necas do que a McGonagall falou a aula toda. Só sei que tem algo a ver com transfiguração humana, que é o que estamos aprendendo a droga de ano letivo toda. EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA DROGA DE TRANSFIGURAÇÃO!

Vou pedir um professor particular. É isso. Isso mesmo. Yeah. Uhu. Au.

Sabe quem vai ser o meu professor particular? Isso mesmo. O Mário, aquele que te olha atrás do armário.

Ok, era brincadeira. O James. Mas não conte pra ninguém. É segredo.

- Então, comecem a praticar: Face Verto. – McGonagall disse, despertando uma meia dúzia de alunos adormecidos. – Não, sem as varinhas. – Completou ela, vendo que meio mundo queria fazer com a varinha. – Quero que repitam com clareza, e depois um por um vai fazer isso.

- Por que diabos ela quer isso? – Murmurei, impaciente.

Se eu quisesse mudar minha cara, eu certamente pediria. Mas como eu NÃO quero uma bochecha maior e nem estou a fim de ser uma ótima aluna em transfiguração, não vejo sentido em continuar nessa coisinha de aula. Ah, se eu tivesse alguma escolha pra fazer... E se o ministério aceitasse aurores que não sabem transfiguração.

Não que eu não saiba. É claro que eu sei. Só não sei TUDO, entende? Eu sei mudar a cor de meu cabelo e sei como transfigurar um animal numa taça (eu sei que é de primeiro ano, mas quem liga? BURRO!), e isso é bastante se considerado com os patetas ululantes da Sonserina: Crabble e Goyle. E Malfoy, Snape, Avery, a ralé toda.

A palavra “ralé” me traz memórias! Lembro que uma vez Sirius começou a berrar de raiva porque James falou alguma coisa como “Imundície, filhos da ralé e da escória” e isso tudo tem a ver com uma velhinha mala. E eu preciso realmente pesquisar isso direito, porque tem a ver com o James, e tudo que tem a ver com esse insuportável me interessa. Não que eu esteja obcecada em procurar informações de sua vida, claro. Eu não sou TÃO maníaca assim.

(Vozes do além mandam dizer: você acabou de dizer que NÃO é maníaca? Tomou seu remédio hoje, meu bem? Se bem que os médicos disseram pra não contrariar...).

Quer saber uma coisa engraçada? Sempre que alguém fala de mortos, do mundo inferior e essas coisas, eu lembro do mundo inferior do filme em desenho do Hércules e aquele cara de pele cinza, capa preta e cabelo azul. Meio emo, mas ok. E eu sempre me imaginei morrendo e indo por aquele barquinho em direção ao julgamento final.

Seria um roteiro bem melhor do que o do Hércules. Quer dizer, quem quer saber de meninos super fortes em vez de mundos inferiores com canoas? Mesmo que ele seja o filho de Zeus e tal.

Sabia que eu AMO mitologia grega? É fascinante. Meu preferido é o Minotauro. Coitado, que sua alma descanse em paz nos belos campos ensolarados da Turquia, ou seja lá o país onde ele morreu. Ah, esqueci que se é mitologia GREGA, geralmente vem da GRÉCIA. Ou seja, é a mesma coisa que falar “sai fora” e “entra dentro”. Puff, tem cada erro de linguagem que meu Deus... Minha cabeça superdotada chega a protestar.

- Dificuldade, Lils? – Uma voz rouca e marota sussurrou em meu ouvido, fazendo-me virar para trás como se tivesse visto um fantasma.

- James. – Murmurei, parecendo uma retardada. – Uhm... – Mordi o lábio. Muito, muito perto. Ele está inclinado na mesa. – Por que pergunta?

- Você parece desconcentrada, e ignorou a bolinha de papel que Sirius jogou em você. – Respondeu ele, ainda naquela voz perigosa. – E fale mais baixo, McGonagall volta daqui a pouco.

- Volta? Mas ela saiu? – Indaguei, sentindo-me a ruiva mais patética de todo esse mundo.

- Dumbledore veio aqui. Onde estava sua cabeça, Lily? – Ele sorriu daquele jeito, maroto. Eu acho que isso paralisa, porque eu não consigo desviar o olhar, nem por um segundo. – Ela estava num lugar bonito... – ELE É PROFETA OU O QUÊ? – Ou em alguém bonito?

Você certamente jogaria uma boa indireta. Você certamente flertaria com ele, já que ele estava praticamente paquerando. Porque você é normal, ou seja, é completamente diferente de mim.

Porque em vez de sorrir provocante e fazer alguma coisa boa, eu me assustei com a adivinhação dele e me desequilibrei, caindo pro lado com a cadeira e tudo. MARAVILHOSO! Vou até pra revista de fofocas: “Ruiva imbecil cai com a cadeira ao ficar muito perto de James Potter”. E provavelmente iam falar que meu cabelo está completamente torto.

O que é verdade, mas e daí? Além de cabelos repicados estarem na moda, minhas amigas gostaram, os marotos gostaram e James gostou. Do que mais eu preciso? De alfafas e caranguejos com apêndice?

Entrem pro nosso time de mutantes, yey! Lily, alfafa e caranguejo-com-apêndice. X-men, SUA HORA PASSOU. Muahahahá, muahahahahá, MUAHAHAHAHÁ! (Vozes do além mandam dizer: isso foi um tipo de tentativa de risada maléfica ou foi o barulho da alfafa sendo digerida em seu estômago de mutante?).

Mas enfim, voltando a minha queda. Pra você ver como eu NEM mudo de assunto; num parágrafo é revista de fofoca, no outro é concorrência para X-men. Instável? Impressão sua.

- Lily! – Gritou James, quando todo mundo começou a rir, ajudando-me a levantar e a colocar a cadeira no lugar. – Foi minha culpa?

- Não... Não... – Respondi, sem coerência, afastando os cabelos do rosto e me apoiando em James, com uma mão apertando seu ombro. – Wow, acho que essa queda foi profunda.

- Quer água ou alguma coisa assim?

Lembrem-me de matar Alice e Diana. Sabe o que os dois protótipos de jacaroas fizeram com a pobre Lily mutante? Gritaram um “OOOOH”. Do tipo, “olhem o casal apaixonado”. E eu fiquei vermelha, vermelha. Com a mão no ombro de James e a outra mexendo no cabelo. Em pé no meio da classe. Uau.

- Shush, ow! – Gritei de volta, tentando assassinar as duas tratantes com o olhar. – Desculpe, James. – Soltei o ombro dele e voltei para a minha carteira, ainda ignorando o coro de “ooh”.

E rezando para que um buraco negro se atirasse contra mim naquela hora. PORQUE JAMES POTTER SORRIA INSISTENTEMENTE, ATÉ QUANDO VOLTOU PARA SUA CARTEIRA E BATEU NA CABEÇA DE SIRIUS COM TODA A FORÇA DO MUNDO, FAZENDO O COITADO GEMER DE DOR E RETRUCAR COM UM CHUTE.

Quem é o pateta que fica gritando, ow? Que Zé mané.

Calma que eu não acabei. McGonagall voltou à classe, séria como sempre, e nos mandou fazer vinte centímetros de pergaminho sobre tudo o que aprendemos sobre transfiguração humana neste ano letivo. Como se eu lembrasse todos os longos discursos dela.

- Tem certeza de que não foi minha culpa? – James perguntou, baixinho, apoiando seu queixo em meu pescoço.

Sentir a respiração dele em meu pescoço foi quase estourar o limite. Porque além de ser James Potter, todo mundo sabe que eu morro de aflição no pescoço. Menos quando fica muito tempo encostado em algo.

- Não se preocupe, eu apenas me... Assustei... Com a pergunta. – Respondi, ainda olhando para frente, decidida a não fraquejar perante James Potter.

- Por que? Ela tem um fundo de verdade? – PQP, PARE COM ISSO. Eu acho que estou à beira do vulcão do limite da sobriedade.

Wow, essa foi profunda, falem aí!

- Seu pervertido! Achei que você tinha desistido do negócio do quinto ano... – Comentei, vendo que era a única frase coerente que corria por minhas veias cerebrais naquele segundo.

Não literalmente, claro, porque acho que nem uma mutante como eu tem veias no cérebro. Ou tem?

Pelo menos eu não sou que nem um menino da escola trouxa. O coitado era autista; além do mais, falava “célebro” em vez de “cérebro”. HAHAHAHA. Eu sei que é feio rir de autistas e tudo mais, mas, por favor, não me venham dizer que trocar o R pelo L é uma coisa aceitável.

Porque se isso for aceitável... Adeus mundo normal. E olá mundo dominado pelos insanos.

- Eu sei que você fez aquilo sem pensar, Evans... – Ele quer apanhar. Ele DEFINITIVAMENTE quer apanhar.

Porque pessoas que NÃO querem apanhar de uma RUIVA certamente NÃO buscam isso. E provocar uma ruiva DEFINITIVAMENTE é uma BUSCA pela dor. Mesmo que eu não tenha força suficiente para bater em alguém. O que certamente me coloca no fundo do interior de dentro da cadeia evolutiva dos MUTANTES.

Pra você ver como eu sou geneticamente uma desgraça. DESGRAÇA! De cabelos vermelhos. Ótimo. Assim vai ficar mais fácil ser conhecida por acabar com o exército de pufosos do Voldemort.

- Eu não sairia com você naquele ano e nem agora, Potter. – Resmunguei de volta, rezando para ser convincente. – Mesmo que você esteja melhor.

O que certamente ainda vai deixar esta vergonha da cadeia evolutiva mais maluca do que já é... Se isto é possível.




OH MEU DEUS. VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR. EU SEI QUE NÃO, PORQUE É ABSURDO DEMAIS, ATÉ PRA UMA MUTANTE QUE TEM COMO AJUDANTES UMA ALFAFA E UM CARANGUEJO COM APÊNDICE, QUE NEM EU.

(Vozes do além mandam dizer: é impressão ou você está gostando de gritar, minha filha?)

NÃO ENXE AS VACOVA, TESTEMUNHA DO DILÚVIO FINAL!

(Modo pérolas TOTALMENTE on. Eu devia parar de falar tantas esquisitices...).

Então. Eu estava lá de boa, indo pra aula de feitiços, quando os marotos passaram por mim. PASSARAM POR MIM! Ou seja, James também passou por mim. Ou seja, eu só faltei dar luz a sapinhos ali mesmo. Ou seja, todo mundo está achando que eu sou louca agora, matando a reunião de monitores na torre oeste.

Porque James Potter passou por mim com a camisa meio aberta, passando as duas mãos nos cabelos e dando risadas.

O que foi aquilo, por Merlin? O QUE FOI AQUILO? Eu juro que parei no meio corredor, abri a boca e fiquei só olhando pra ele, enquanto ele se dobrava de dar risada de uma coisa qualquer.

Diana tentou me ajudar, coitada. Como se uma tapada mutante que nem eu tivesse cura. Mas enfim (eu sei que eu falo muitos ‘enfins’, mas é preciso para dar continuidade a minha narração, já que eu mudo de assunto constantemente).

Ela começou a me sacudir, enquanto Katheryn apenas ria de minha desgraça. Alice se ocupou em arrumar meu cabelo, falando que, se era para eu babar pelo James, que pelo menos babasse BONITA.

A fraternidade é algo assustador, definitivamente.

Então, eu comecei a me abanar, porque ele parou de andar e começou a ficar vermelho de tanto rir. E ele se ajoelhou. E eu olhei dentro da camisa dele de novo, secando completamente aquele peitoral sarado (James é a desgraça dos modelos trouxas, mano) e babando ainda mais ao ver que os olhos dele estavam verdes, por causa da luz.

Se você, Ambrósia, está pensando que o MEU dilúvio final (?) acabou aí, engano seu. JAMES OLHOU PRA MIM!

(!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)

Lê-se: James olhou pra uma ruiva babona de marotos que estava parada no meio do corredor com a boca aberta!

Oh meu Deus. Eu estou chocada demais para continuar.




OI!

Para bailar la bamba yo necesito una lalalala... Para bailar la bamba!

Novidade na área. Hahaha. Ah, eu não vou terminar de contar da aula de feitiços. A vida é minha, tio(a)!

Mas enfim. Quando eu resolvi sair da torre oeste e jantar (bom, eu demorei meia hora pra voltar pro salão principal, então cheguei na hora da sobremesa), cheguei já em cima da hora... Mas não tão em cima assim pra não saber que VAMOS TER UM BAILE DE DIA DAS BRUXAS!

Ai mano. Eu quase berrei de alegria, enquanto comia meu pudim cor de rosa (choram as rosaaaaaas, porque não queeero estar aquiii, sem seu perfumeeee) e olhava diretamente para James, para ver se ele chegava me xavecando pra ir ao baile com ele. O que, infelizmente, não aconteceu...

...Mas, o que, caso tu não tenhas percebido, é a OPORTUNIDADE do SÉCULO pra Lily CONQUISTAR o coração do JAMES! Dãã! Que oportunidade é mais melhor de boa (florentina florentina, florentina de Jesus, não sei se tu me amas, pra que tu me seduz?) pra dar um beijão nele e declarar minha devoção amorosa eterna!

GO GO GO, ALE ALE ALE, ARRIBA MÁS, LALALLA QUÊ, GO GO GO, ALE ALE ALE!

Preciso parar de ouvir Ricky Martin. Principalmente a música irritante que eu não quis dançar na quarta série da escola trouxa, mas que ficou gravado pra sempre em meus chips RAIDER! (???)

Como poder recuperar tu amor? Como sacar la tristeza de mi corazón? Mi mundo solo gira por ti...

Lily cantando RBD é AA decadência. Mas, bom, tá na água, é pra se molhar.

(!)

- Um BAILE? – Gritei, quando o salão estava no maior silêncio.

Oops. Hora errada.

- Não grite, Diana! – Comentei em voz alta, dando um tapinha na Di, pra todo mundo pensar que foi ela e não EU que gritou que nem uma GRALHA enjaulada.

E funcionou. HAHA. Desculpa aí se eu sou a boa, mano.

- Sim, Srta. Evans. – Dumbledore respondeu, achando minha situação engraçada (!). – Mas, desta vez, só alunos do quinto ano para cima poderão ir, a não ser que queiram convidar alguém mais novo...

Bom, aí foi a maior embolação, porque os mais novos começaram a protestar, e a comida sumiu, e o povo começou a ir embora...

...E James VEIO EM MINHA DIREÇÃO!

Oh meu Deus. Oh meu Deus. OH MEU DEUS.

- Te vejo depois. – Katheryn comentou, antes de puxar minhas amigas pra fora do salão principal, como se eu fosse agarrar o James ou algo assim.

Não que eu não tivesse vontade. Mas enfim.

- Lily. – James falou, meio saudoso, cruzando os braços.

Não tem como descrever a sensação que é ter James Potter, com sua altura, seu rosto de moleque e seus cabelos parecendo um moicano, na sua frente, falando seu nome como se fosse uma pérola (?). É que... Ele é tão LINDO!

- James. – Respondi, balançando a cabeça, tentando disfarçar o nervosismo.

- Quer ir ao treino de Quadribol, agora? – (!!!!!!!!!!!!!). – Eu achei que você ia gostar. E, sei lá, eu posso te ensinar a voar depois dele. Acho que vai ser bom, já que o jogo é amanhã.

O QUÊ? ELE ACABA DE ME CONVIDAR PRA VER O TREINO DELE E PARA APRENDER A VOAR?

É emoção demais pra mim. Acho que vou big-banguear (lê-se: explodir) aqui mesmo.

- Sério mesmo? – Indaguei, sorrindo tão abertamente que meus dentes poderiam... AH, quer saber, eu NÃO LIGO! EU FUI CONVIDADA POR JAAAAAAAAAMES!

- Agora. – Ele estendeu o braço pra mim. E eu aceitei. E saímos andando pro campo de Quadribol. E isso foi legal.

POSSO MORRER???

Não, porque assim não posso aproveitar.

MAS... MEU DEEEEEEEEEEEEEEEEUS!




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;D

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