A temida Lufa-Lufa



O feriado de Natal tinha chegado ao fim e as aulas recomeçado, e isso significava que faltavam dois dias para a segunda partida de quadribol da Grifinória. Harry estava apreensivo. Afinal, ele tinha muitos motivos para estar. O menino sabia que Voldemort tramava algo, provavelmente juntar as quatro espadas. Para isso, teria que entrar em Hogwarts. O garoto também tinha conhecimento do ódio que o Lorde das Trevas tinha dele. Se Voldemort conseguisse o que queria, com certeza iria matá-lo. Outra coisa que penava o garoto era a morte de Rúbeo. A qual Harry tentava nem pensar para evitar tristeza. Parecia que até Dumbledore confirmava o falecimento de Hagrid. E como se não bastasse, o capitão da Grifinória, Harry, que havia fracassado na última partida, tinha uma partida dentro de dois dias. Uma partida que poria em prova a nova tática do menino e a ele próprio como capitão, já que ele queria mostrar que havia melhorado depois da última partida.
E como as preocupações de Harry não fossem bastante, Minerva, na primeira aula depois do Natal, que por coincidência era de transfiguração, arranjou outra para o garoto:
- Tenho uma notícia que eu julgo que todos vocês vão gostar.
Isso causou um certo rebuliço na sala de aula. Alguns pensaram que era alguma coisa com relação aos muitos ataques que vinham sendo acontecendo a trouxas, alguma coisa relacionada aos bruxos das trevas que haviam voltado à ativa. Harry chegou a pensar, com esperança, que Voldemort havia sido derrotado. Mas isso foi ingenuidade do menino, era uma outra coisa completamente diferente.
- Vocês, com certeza, se lembram do Baile de Inverno, tradição do torneio Tribruxo, que ocorreu no ano passado.- continuou McGonagall.
Padma Patil, par de Harry no último baile, deu uma olhada para ele e deu uma risadinha.Harry e Rony se entreolharam entediados. O par de Rony no último baile havia sido a irmã gêmea de Padma, Parvati. O Baile de Inverno era uma coisa boa, mas com o par certo.
- Acontece que ano passado, eu sugeri ao diretor, realizar um baile de Hogwarts, todos os anos. Um ano depois, Dumbledore veio me procurar oferecendo a mim que essa idéia se concretizasse. Seria muito interessante ter um Baile de Inverno em Hogwarts anualmente. Gostaria de saber se vocês aprovam a idéia.
Todos os alunos adoravam o baile de inverno. Era muito legal uma festa em Hogwarts. E a formação de pares fazia Hogwarts ficar em pleno clima de azaração. Quase todos os alunos levantaram as mãos, inclusive Harry. O menino tentara ficar com Cho Chang no último ano, mas ela já estava com Cedrico. Harry se contentara, afinal Cho e Cedrico formavam um par bonito. Mas, infelizmente, Cedrico havia sido morto por Voldemort. E se havia uma coisa boa na morte de Cedrico, era apenas essa: Harry teria outra chance com Cho Chang.
Minerva constatou que a maioria absoluta da turma era a favor do baile.
- Ótimo!- disse ela- O baile de inverno é uma excelente forma de confraternização entre os alunos de Hogwarts.
Feliz, a turma entrou em algazarra e nos cinco minutos restantes Minerva não conseguiu mais dar aula.
Mais tarde, durante uma aula de poções em que a Professora Figg fazia uma tediosa explicação sobre que tipos de fungos eram venenosos, como encontrar fungos venenosos etc..., Harry e Rony conversavam sobre os possíveis pares para o baile. Parvati já havia convidado Harry, logo após a aula de transfigurações. A menina, apesar de não gostar muito de Harry, o usava para brilhar. No último ano ela não tinha gostado muito de ser par de Rony, e agora iria adorar ser par do campeão da copa Tribruxo. Harry já estava cansado das Patil, mas disse a Parvati que iria pensar.
- E você, Rony? Alguém em mente?- perguntou Harry, em voz baixa para a professora não perceber a conversa.
- Não quero Parvati de novo! Por favor! E você, Harry, devia dizer logo um não naquela metidinha...
- Não é bem assim... Se ninguém aceitar, pelo menos tenho ela...
- O que? Devem haver várias meninas doidinhas para ficar com Harry Potter! Ah, Harry, você não pode desperdiçar essa chance... Ah algumas meninas em Hogwarts meio, digamos... Meio sabonetes... Todas elas são bonitinhas. Aposto que diriam sim antes de você convidá-las.
- Mas não é esse tipo de menina que eu quero. Não quero ir com ninguém que esteja experimentando o famoso Potter. Quero uma menina que vá comigo pelo Harry, pela pessoa que sou!
- Você está sendo exigente!- desaprovou Rony- Você não sabe o que é ser como eu... É provável que eu vá com Gina, só para não ir sozinho!
- Porque você não chama Mione?- sugeriu Harry.
Os dois amigos olharam para Hermione. A menina prestava atenção fervorosamente na aula e nem piscava. Mione tinha sua beleza e estivera particularmente linda no último baile. Rony ficou pensativo por algum tempo, olhando para a menina.
- É melhor que nada, não é? Krum ficou encantado com ela ano passado! E esse ano ele estará aqui...
Rony continuou a fitá-la, pensativo. Harry insistiu:
- Não é?
O Weasley olhou para Harry e mudou subitamente de assunto:
- Vai convidar Cho novamente?
- Sim.
- Huuum... É melhor chamar logo... No último ano você chegou atrasado.- riu-se o ruivo.
- Nem um pouco engraçado!
- Harry.
A voz da professora de poções pronunciando seu nome fez Harry tomar um enorme susto. Quando se deu conta, todos estavam olhando para ele. O menino não soube o que falar.
- Vamos Harry, dê um exemplo. Essa é fácil.- insistiu Arabella. Harry olhou para Hermione a menina estava de dedo levantado.
A senhora Figg esperou um pouco e finalmente desistiu:
- Não sabe?
Harry estava perdido na aula. Provavelmente a professora estava fazendo as peculiares perguntas sobre a matéria do dia. Ela sempre fazia isso no final da aula.
- Não!- respondeu Harry. Ele olhou para Draco que estava segurando uma gargalhada. Harry chateou-se. As perguntas do fim da aula sempre eram ridículas. "Que mico"- pensou o garoto.
A professora Figg sorriu.
- Muito bem... Hermione, diga-nos o quê anula o efeito mortal do cogumelo da Sunática?
- Uma colher de açúcar, professora!
Harry percebeu que não era Snape que o fazia detestar poções. Era a matéria que era realmente chata.
Mas havia uma outra matéria que Harry detestava. Uma matéria que ele estava a um triz de sair: Adivinhações. Talvez ele detestasse essa matéria por causa da professora, Sibila Trelawney, uma mulher que vivia predizendo a morte de Harry. Harry nunca levou a sério as previsões da professora, mas no último ano, uma delas realmente aconteceu: O Lorde das Trevas ressurgira. Desde então, Harry começou a ficar com medo das previsões de Sibila e sempre sentia um frio na barriga quando estava indo para a aula de adivinhações. Esse frio na barriga se juntou à ansiedade para a partida do dia seguinte, e Harry seguiu muito aflito para a última aula da véspera do jogo: dois tempos de Adivinhação. Pelo menos nesse ano letivo a professora parecia haver melhorado com o menino, a não ser a cara de "Não falei?" e a chatice e o sensacionalismo de sempre.
- Harry, querido, estou sentindo que você está nervoso!- disse a professora assim que Harry entrou em sala.
- Ih... Vai começar!- cochichou Rony.
- Muito apreensivo, talvez...- continuou ela.
Antes que ela tentasse descobrir ou falasse alguma coisa sobre Voldemort, o que provavelmente poria medo em Harry, ele falou.
- É a partida de amanhã, professora!
- Era exatamente o que eu ia dizer.
- Professora! Nos diga como será o jogo amanhã!- pediu Parvati Patil. A menina era uma fã das aulas de Adivinhação e estava sempre testando a professora. Não porque não gostasse da professora, mas sim porque a adorava. E depois que a Patil convidou Harry para ir ao baile, estava fazendo de tudo para aparecer para o menino.
- Mas é claro!- respondeu Trelawney.
A professora foi para sua mesa onde pôde se concentrar melhor. Fechou os olhos por alguns segundos. E pareceu estar em transe. Um transe que Harry julgou ser puro fingimento. Ela abriu subitamente os olhos.
- Essa foi fácil. Relaxe Harry! A Grifinória vai vencer! Eu me preocuparia com outras coisas se fosse você.
- Professora! Por que não usou a bola de cristal?- insistiu Parvati.
- Neste caso não foi necessário, querida. Ano que vem vocês verão como usar uma bola de cristal.- respondeu Sibila. Lilá Brown, outra amante da aula de adivinhações deu pulinhos de alegria.
Harry não ficou mais tranqüilo. O menino não confiava nem um pouco nas previsões da professora. Talvez ele tivesse ficado mais nervoso ainda, pois acreditava mais na chance de Trelawney errasse na previsão.
- Vamos fazer na aula de hoje uma seção de relaxamento, essencial para a meditação.- disse a professora começando finalmente a aula.
O grande dia chegara. Não só Harry, mas todos os jogadores da Grifinória tremiam na base. Talvez o garoto só estivera mais nervoso em uma partida, no dia que jogou pela primeira vez. No vestiário ele passava e repassava as táticas. A nova que adotara parecia estar agradando os artilheiros. O capitão deixou bem claro a Fred e Jorge que não usassem jogo sujo. Um clima de tenção prevalecia. A favorita Grifinória temia a Lufa-Lufa.
Entraram em campo. Lino Jordan, o narrador parecia empolgado e anunciava um por um entrando em campo, informando a vassoura de cada jogador.
- Vamos ver se o favoritismo vai fazer diferença aqui hoje, já que no último jogo ele foi ignorado...- dizia Lino.- A torcida dos leões parece temer outra derrota depois da última partida. A Grifinória foi desfalcada esse ano! Perdeu um artilheiro e o capitão: Olívio Wood. Ele é uma revelação da Grifinória e esse ano já fez bonito substituindo o goleiro contundido do Puddlemere United.- Lino não mencionara um outro desfalque, na Lufa-Lufa. Era Cedrico. Não porque ele tinha deixado Hogwarts, mas por um motivo mais grave: Morte.
Ao pensar em Cedrico, Harry lembrou-se de Hagrid. Olhou para a arquibancada à procura do meio-gigante, mas infelizmente, não o encontrou.
Lino continuou discursando abobrinhas e mais abobrinhas. Impaciente, Madame Hooch calou a boca de Jordan dando o apito inicial da partida.
"COMEEEEÇA O JOGO"- gritou Lino interrompendo seu discurso. Harry subiu com a Firebolt. Olhou para baixo para ver como ia o time. A formação estava certinha, mas a Lufa-Lufa tinha a goles. Os artilheiros da Grifinória jogavam com raça e investiam sem parar contra os artilheiros adversários. O capitão olhou para o lado para ver se Fred estava ali, protegendo-o, como ordenara. E lá estava o Weasley. Mas quando Harry estava olhando para o lado, ouviu um deslocamento de ar, de repente, no lado oposto. O menino virou-se e viu o apanhador adversário disparando atrás do pomo.
"Mas já?"- Não haviam nem dois minutos de partida. Harry tratou de perseguir o apanhador adversário, mas não estava vendo o pomo. Olhou melhor, um pouco a frente e viu: lá estava. O apanhador da Lufa-Lufa estava muito próximo de pegar o pomo.- "Parece que Harry Potter saiu atrasado."- mas o menino não desistiu. A Firebolt era bem superior à Comet 260 de Kevin Whitby, o outro apanhador. Harry foi se aproximando cada vez mais e pode ver o quão novo era Kevin. O menino parecia ser do segundo ano, provavelmente inexperiente. Foi nessa que Potter teve uma brilhante idéia em frações de segundo. Harry acelerou e ultrapassou Whitby e o pomo. Após esse movimento, ele deu uma rápida guinada para baixo, insinuando que o pomo tinha passado por ele e tinha descido. Atordoado, Kevin seguiu Harry, deixando o pomo para trás. Muito rapidamente, Harry freou a vassoura e voltou, deixando o apanhador da Lufa-Lufa lá na frente. Harry sorriu. Lá estava o pomo de ouro! Só para ele! Com ajuda da luva que ganhara de Rony, o pomo foi segurado firmemente por Harry.
"Harry é quem captura o pomo, de forma brilhante, COM DOIS MINUTOS E MEIO"- berrou Lino Jordan, feliz da vida, olhando para o relógio- " A Grifinória vence por cento e cinqüenta a zero!!!"
Os leões urraram. Soltaram o grito que estava entalado desde a última partida. Harry ficou aliviado. Ele tinha mostrado como ele era um bom apanhador. Mas quando pousou em campo pôde perceber que aquela partida não tinha posto em prova o Harry capitão. O jogo acabara rápido, sem deixar nem o capitão nem ninguém poder ver se a nova tática do time estava certa. O menino disse isso a Rony logo que encontrou com ele depois da partida, antes de tirar as vestes de quadribol.
- Deixa isso pra lá, Harry!- disse o amigo- O importante é que a Grifinória venceu! VENCEU! Ainda estamos no páreo. Aliás, você foi brilhante!
- Obrigado!

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